Conheça alguns dos mais importantes fotógrafos que transformaram a fotografia em arte e crítica social neste resumo de Arte para o Enem e vestibulares!
Embora o processo de criação da fotografia tenha sido bastante extenso, sua função foi se alterando rapidamente. Hoje, vamos conhecer alguns dos mais importantes fotógrafos que levaram a prática fotográfica ao patamar artístico.
A invenção da câmera fotográfica foi uma verdadeira revolução para a documentação de fatos. Essa tecnologia que foi descoberta entre estudos e acasos rapidamente chegou também nas artes. No campo artístico, foi aceita pela primeira vez no início do século XX.
O início da arte de fotografar
Alguns fotógrafos americanos e europeus fundaram sociedades com o intuito de exibir suas produções, além de divulgar a fotografia como um fazer artístico que buscava retratar a verdade e o naturalismo. Um desses grupos foi o difundido Camera Club, com sede em Nova York.
Grandes fotógrafos da história
Em seguida vamos conhecer alguns dos mais importantes nomes da fotografia, como Alfred Stieglitz, Henri Cartier Bresson, Gyula Halasz, Usher Fellig, Richard Avedon, Robert Capa e Sebastião Salgado.
Alfred Stieglitz
Alfred Stieglitz (1864-1946), um dos fotógrafos pioneiros, realizou sua primeira exposição individual no clube, no ano de 1899. Contudo, as exposições de arte eram julgadas por pintores que não consideravam a nova linguagem como uma manifestação artística. O fato, naturalmente, gerou descontentamento em Stieglitz, que decidiu montar outra exposição que fosse julgada somente por outros fotógrafos.
Foi assim que fundou um grupo, o Photo-Secession, e realizou uma mostra no National Arts Club, também em Nova York, no ano de 1902. Nessa ocasião, foi muito aclamado e acolhido pela crítica. A obra do fotógrafo, além de sua qualidade estética, foi revolucionária, já que, junto a Edward Steichen (1879-1973), exibiu suas produções lado-a-lado de pinturas e esculturas modernistas.
“The Steerage”, Alfred Stieglitz, 1907. Fonte: https://bit.ly/3DEKMaY
A fotografia de Stieglitz que você vê acima mostra passageiros de primeira e segunda classes em um navio a vapor prestes a partir, saindo de Nova York com destino à Alemanha. A obra chama atenção pela clara divisão de classes sociais. No entanto, apenas na década de 1930 a fotografia como forma de crítica social se manifestou.
Henri Cartier Bresson
Foi nesse mesmo período, com a criação de câmeras mais leves, que o francês Henri Cartier Bresson (1908-2004) ficou mundialmente conhecido. O fotógrafo apresentava uma obra atemporal, servindo como referência até mesmo para as novas gerações. Bresson capturava fisionomias e lugares de forma espontânea e natural. No ano de 1947, juntamente a outras figuras da fotografia, fundou a Agência Magnum Photos.
“Atrás da estação St.Lazare”, Cartier Bresson, 1931. Fonte: https://bit.ly/3DGtIBl
Pela abordagem casual e captando cenas do dia a dia, bem como pela impressionante capacidade de capturar a imagem no momento correto, Bresson é considerado o pai do fotojornalismo. O fotógrafo é também o pioneiro da fotografia de rua. Na foto acima, o clique mostra um jovem pulando sobre uma poça atrás da estação.
Além do impressionante fato de Bresson ter tirado a foto no momento exato do salto, a imagem apresenta muita simetria em sua composição, com planos bem marcados e a figura principal e as grades refletidas na água.
Outra observação interessante é que, ao fundo, há cartazes com imagens de acrobatas. Além disso, objetos que estão no primeiro plano nos lembram objetos usados em números de circo. A espontaneidade, o fato de não ter sido uma foto posada, foi um ato revolucionário para a época.
Gyula Halasz
Outra pessoa que teve um importante papel no fotojornalismo foi Gyula Halasz, conhecido como Brassaï (1899-1984), que captou imagens como as ruas de Paris, a vida noturna da cidade, a vida das prostitutas, artistas e criminosos. Quando seu livro foi publicado, causou revolta em boa parte da população.
Au Monocle, Le bar, A gauche. 1933. Fotografia de uma cena da cidade de Paris feita por Brassaï. Fonte: http://www.artnet.com/artists/brassa%C3%AF/
Usher Fellig
O fotógrafo austríaco Usher Fellig, também conhecido como Weegee (1899-1968), passou a registrar cenas cotidianas em lugares considerados mais criminalizados com o intuito de registrar criminosos, bêbados, acidentes de carro, brigas, incêndios e assassinatos. Weegee monitorava as rádios de policiais e bombeiros para chegar rapidamente às cenas para produzir suas fotografias.
Fotógrafos de moda e de guerra
Além das fotografias de cunho social que vinham sendo produzidas, as revistas de moda, como a Vogue, tornaram-se cada vez mais populares, especialmente a partir de 1930. Um dos primeiros fotógrafos de moda foi o americano Richard Avedon (1923-2004), que produziu uma obra imponente, adicionando emoção e movimento. O caminho traçado entre fotografia de moda e arte foram tornando-se cada vez mais próximos.
Dovima with Elephants, 1955, Richard Avedon para a revista Vogue.
Durante a Segunda Guerra Mundial, diversos fotojornalistas mudaram seu campo de atuação, tornando-se fotógrafos de guerra, como Robert Capa (1913-1954), da Hungria. Uma das principais fotografias tiradas por Capa é “A morte do soldado legalista”, feita durante a Guerra Civil Espanhola.
A morte do soldado legalista, de Robert Capa.
O fotógrafo morreu com sua câmera na mão ao pisar em uma mina durante sua cobertura na Primeira Guerra da Indochina. O húngaro deixou um importante legado para a história e para a fotografia, além de ser sócio de Bresson na Agência Magnum.
A Magnum foi precursora na ideia de deixar os fotógrafos livres para fotografarem os assuntos que mais lhe interessavam, ao invés de cobrir histórias designadas por outras pessoas. A agência existe ainda hoje, e continua registrando eventos mundiais. Seu banco de imagens hoje em dia guarda mais de um milhão de fotografias.
Sebastião Salgado
No Brasil, um dos grandes nomes da fotografia é Sebastião Salgado (1944). O fotógrafo mineiro tem renome mundial e sua obra trata especialmente da fotografia documental. Salgado ficou exilado do Brasil durante a ditadura militar e esteve em mais de 130 países. Foi em uma viagem à África que decidiu tornar-se fotógrafo.
Salgado tem em sua produção artística-fotográfica uma vasta gama de imagens de conturbados acontecimentos sociais e políticos que ocorreram ao redor do mundo. Ele foi, inclusive, um colaborador da Agência Magnum até o ano de 1994. Após esse período, produziu séries fotográficas durante viagens com o grupo “Médicos sem fronteiras”.
Uma de suas grandes produções é a série Trabalhadores, que documenta o trabalho manual de trabalhadores em várias regiões do mundo e suas condições precárias, como mostra a fotografia abaixo:
Serra Pelada, Pará. Fonte: https://www.culturagenial.com/fotos-sebastiao-salgado/
A fotografia foi tirada na maior mina a céu aberto do mundo e mostra um verdadeiro formigueiro humano, com centenas de pessoas trabalhando de forma extremamente precária.
O brasileiro, que atualmente trabalha no projeto “Amazônia”, endossa o vasto grupo de fotógrafos que veem na fotografia algo que vai muito além de um mero registro: ora é a denúncia de uma dura realidade, ora, é poesia. De uma forma ou de outra, a arte foi se enveredando junto a essa linguagem visual largamente presente nos dias de hoje.
Videoaula
A seguir, vamos assistir o vídeo do canal Vivieuvi sobre um dos mais importantes fotógrafos da história da humanidade, Cartier Bresson:
Exercícios sobre grandes fotógrafos
1- (Encceja/2017)
SALGADO, S. Ala das crianças no campo de refugiados de Korem. Fotografia, 1984. Disponível em: www.girafamania.com.br. Acesso em: 25 abri. 2011.
A fotografia é uma das manifestações que vem conquistando espaço nas artes. Com estilo único de fotografar, Sebastião Salgado é referência da fotografia contemporânea mundial. De maneira documental, mas com grande sensibilidade, a foto apresentada demonstra
a) a tristeza e desesperança de uma mulher com uma criança.
b) a tranquilidade carinhosa de uma mãe com o seu rebento.
c) o constrangimento e a franqueza diante da falta de alimento.
d) o sofrimento de uma mulher diante da morte iminente.
2 – (IBMEC SP Insper/2013)
(http://semioticas1.blogspot.com.br/2012/07/genesis-por-sebastiao-salgado.html)
A imagem acima, do aclamado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, mostra que as fotografias, da mesma forma que os textos, podem ser lidas e interpretadas. A opção de colocar, no primeiro plano, figuras humanas provoca no espectador uma atitude de
a) questionamento sobre a hostilidade da natureza.
b) admiração pela beleza do cenário.
c) surpresa pelo jogo de luz e sombra.
d) mobilização para combater as injustiças sociais.
e) reflexão sobre desamparo e fragilidade.
3- (Câmara Legislativa do DF – 2018)
O fotógrafo francês Henri Cartier Bresson é reconhecido como um dos fundadores do fotojornalismo no século XX. Sua maneira de fotografar ficou conhecida como o “Instante Decisivo”, na qual o fotógrafo buscava, através de sua conduta em campo, a maior imparcialidade possível ao registrar suas imagens. O conjunto de características que melhor representa a conduta de Henri Cartier Bresson ao realizar um trabalho fotográfico é:
a) discrição, conhecimento do contexto local, capacidade comunicativa.
b) bom uso do obturador, escolha do equipamento, capacidade comunicativa.
c) educação; crenças individuais, bom uso do obturador.
d) discrição; escolha do equipamento, conhecimento do contexto local.
e) crenças individuais, conhecimento do contexto local, capacidade comunicativa.
GABARITO:
- A
- E
- E