Arte pré-colombiana dos Maias, Incas, Astecas e Olmecas

A arte pré-colombiana foi desenvolvida pelas civilizações e povos nativos da américa espanhola antes da chegada de Cristóvão Colombo em 1492 e da colonização da América do Sul.

A arte pré-colombiana é definida pelo momento na história da arte em que os nativos da América se desenvolveram artisticamente. As produções desse período são especialmente utensílios do cotidiano, como objetos com função mágica ou criações para decoração.

A arte pré-colombiana

Para começar, vamos resumir um pouco da história das Américas, pois isso está intrinsecamente ligado à arte. De acordo com estudiosos, as primeiras estruturas agrícolas na Mesoamérica (região que se estende do centro do México até Honduras e Nicarágua) são datadas do período arcaico, entre 3500 AC e 1800 a.C.

Porém, os povos que se desenvolveram entre 1800 AC a 200 DC, na era denominada pré-clássica, produziam especialmente objetos ornamentados e faziam pinturas em cavernas. Decerto os materiais mais utilizados eram pedras, barro e osso e as peças produzidas tinham especialmente fins de uso cotidiano.

Mas, ao final da era pré-clássica, uma mudança de padrão fez com que os objetos passassem a ser decorados com representações de animais e vegetais, além de símbolos religiosos.

Os povos que representam grande parte da arte pré-colombiana na história são os Olmecas, Maias, Chavins, Astecas e Mixtecas, Incas, Chimu e o povo Nazca. A seguir, vamos conhecer melhor cada um deles.

Os Olmecas

Por exemplo, a civilização dos olmecas, na costa do Golfo do México, é conhecida pelos registros como o povoado mesoamericano mais antigo. Eles ficaram especialmente famosos por esculturas confeccionadas em basalto, como a que vemos na fotografia a seguir:

Cabeça colossal do povo olmeca da arte pré-colombiana (850 a.C-700 a.C). (fonte: site greelane)Cabeça colossal do povo olmeca da arte pré-colombiana (850 a.C-700 a.C). Fonte: Greelane

Ao todo, foram encontradas 16 cabeças colossais, pesando várias toneladas cada. Primordialmente, todas as esculturas possuem os narizes achatados, lábios grossos e olhares que aparentam atenção. Além disso, contam com adornos na cabeça que lembram um capacete muito utilizado em jogos cerimoniais. Diferentemente, as cabeças não apresentam um trabalho de entalhe na parte de trás, tendo sido feitas, portanto, para serem vistas de frente e de lado apenas.

Porventura, alguns estudo indicam que as cabeças olmecas representavam figuras de reis e outras pessoas importantes perante a sociedade. Aparentemente foram enfileiradas, danificadas e depois enterradas. Sobretudo acredita-se que sofreram mutilações por conta da morte de quem representavam.

A arte pré-colombiana na civilização Maia

Já a civilização Maia surgiu por volta de 2000 a.C, tendo seu apogeu durante a era clássica, que ocorreu entre os anos 200 d.C e 900 d.C. Sendo assim, seu império compreende desde o sudeste do México a Guatemala, Belize e regiões do oeste de Honduras e El Salvador. Semelhantemente possuíam fortes vínculos comerciais com grupos das regiões do México e de ilhas caribenhas.

Porém, quanto à produção artística, os Maias se destacaram na produção de vasos de cerâmica policromática, estatuetas em terracota, entalhes em madeira, ossos, conchas, pedras, jade e obsidiana (um tipo de rocha constituída quase integralmente por um tipo de vidro vulcânico). Um grande acervo de vasos policromáticos foi encontrado especialmente em sepulturas da elite.

Ainda assim, os Maias se destacam por suas construções arquitetônicas, bem como pela organização de suas cidades. Afinal, eles são os inventores das “falsas abóbadas”, muito utilizadas para cobrir quartos, corredores e jazigos. Anteriormente templos e palácios eram largamente decorados, em geral com ornamentos de hieróglifos e tinham um grande senso de simetria.

Fotografia do teto ricamente adornado de um construção maia. Fonte da imagem: Getty Images.Fotografia do teto ricamente adornado de uma construção maia. Fonte da imagem: Getty Images.

Os Chavins e suas esculturas

Na América do Sul, a civilização Chavin foi bem desenvolvida, especialmente nos planaltos dos Andes ao norte do Peru a partir de 900 a.C. Contudo, são conhecidos pela habilidade de fundição e moldagem de metais, inclusive o ouro. Destacam-se, ainda, pela cerâmica, entalhes e esculturas.

Cabeça esculpida em pedra em um templo Chavin. Fonte da imagem: Getty Images.Cabeça esculpida em pedra em um templo Chavin. Fonte da imagem: Getty Images.

A arte do povo Nazca

O Peru é a terra que abrigou também o povo Nazca, que viveu ao sul do país entre 200 a.C e 800 d.C. Aliás, eles são muito conhecidos pelas linhas de Nazca. Embora a arte pré-colombiana não tenha sido preservada em nenhuma arquitetura importante, as linhas permanecem até os dias atuais. Todavia, estão localizadas no deserto, aos pés dos Andes, na planície costeira peruana e ao sul de Lima.

Fotografia de uma das famosas linhas de Nazca representando um beija-flor. A principal temática da arte pré-colombiana eram os pássaros. Fonte da imagem: Jkraft5Fotografia de uma das famosas linhas de Nazca representando um beija-flor. A principal temática da arte pré-colombiana eram os pássaros. Fonte da imagem: Jkraft5

Estes enormes desenhos no chão criam imagens com formas geométricas, linhas que formam pássaros, uma aranha, um pelicano, um lagarto e um beija-flor. Ao todo, os geoglifos cobrem uma área superior a 450 km², sendo que o maior desenho chega a medir 305 m de comprimento.

Entretanto, para construir essas linhas, o povo Nazca precisava de um sistema de medição topográfica avançado, que fosse capaz de usar medidas exatas em uma grande escala. Pois assim era impossível ver o geoglifo de uma só vez. Acredita-se que tenham construído grandes torres de observação para ver os desenhos de um ponto elevado.

Os povos Astecas e Mixtecas e a representação pré-colombiana

Dentro das civilizações pré colombianas encontram-se também os Astecas e os Mixtecas. Assim como os Maias, eram povos hierarquizados, fazendo com que a genealogia e a representação da nobreza fossem fatores sociais muito importantes.

Porventura, diversos escritos que narram a vida do lorde Oito Veados Garras-de-Onça foram encontrados, dentre eles o Códice Mixteca. Tais códigos de escrita eram sofisticados, usados em cerimônias e com o intuito de registrar acontecimentos.

Portanto, esses escritos são um legado da arte pré-colombiana representada nos povos Astecas e Mixtecas. Atualmente, é possível encontrar representações dessa arte em Museus pelo mundo todo, por exemplo a representação abaixo pertence ao Museu Britânico de Londres.

Fotografia do códice Zouche-Nuttal da era pré-colombiana exposto no Museu Britânico, em Londres. Fonte: Wikipedia. Fotografia do códice Zouche-Nuttal da era pré-colombiana exposto no Museu Britânico, em Londres. Fonte: Wikipedia.

A civilização Inca e sua contribuição para a arte

Já a civilização Inca desenvolveu-se nos arredores do lago Titicaca, localizado nos Andes centrais do Peru. Por causa disso, eles se destacaram de forma muito relevante na arquitetura embora valorizassem o estilo simples. Portanto, os destaques estão no entalhe de pedras, na cerâmica, no trabalho com metais preciosos e com tecidos.

Máscara Inca pré-colombiana feita de argila. Fonte: Getty Images. Máscara Inca pré-colombiana feita de argila. Fonte: Getty Images.

Primordialmente, as tecelagens produzidas pelo povo Inca apresentam uma vasta gama de fibras de animais e de vegetais, além de uma grande quantidade de cores disponíveis aos tecelões. A princípio, os homens Incas das classes mais altas usavam uma túnica, ou poncho, feito a partir de um tecido delicado de dupla face chamado de cumbi.

Porém, os homens que não pertenciam à nobreza usavam uma túnica, denominada unku. Esta consistia em um tecido dobrado ao meio, com um buraco no centro para a cabeça. Assim como em outras sociedades, a forma de se vestir traduzia a situação econômica e social à qual determinado indivíduo pertencia.

O Povo Chimu e sua arte pré-colombiana

Outro povo de destaque para a arte pré-colombiana era os Chimu, reconhecidos pelas suas cerâmicas negras e brilhantes. Inicialmente eles têm como forte característica os penachos, que por sua vez consistiam em adereços de penas coloridas tiradas das aves da floresta amazônica.

Assim como em outras civilizações, as penas eram usadas como componentes de adereços religiosos, como enfeites de parede, roupas, acessórios, peitorais, brincos e leques, que chegavam somente às classes mais abastadas.

Paredes do templo de Chan-chan, do povo Chimu, no Peru. Fonte da imagem: Getty Images.Paredes do templo de Chan-chan, do povo Chimu, no Peru. Fonte da imagem: Getty Images.

Dessa maneira, podemos dizer que as diversas civilizações e povos que habitaram a América Central e parte da América do Sul deixaram heranças culturais de extrema importância. Muitas delas ainda carregam mistérios que não foram resolvidos.

Enquanto tantas outras nos descrevem sua forma de vida com clareza e quais eram suas crenças, como a conjuntura social era estabelecida; outras deixaram um verdadeiro legado para os povos que vieram depois e que vivem até hoje nessas regiões.

Videoaula

Para compreender um pouco mais sobre os povos pré-colombianos, assista ao vídeo do professor Carrieri.

Exercícios sobre a arte pré-colombiana

1- (UGF/RJ-adaptado)
A cultura maia, uma das mais importantes do mundo pré-colombiano, floresceu na região que hoje corresponde ao(s):

exercício do mapa das américas

a) Uruguai, Argentina e sul do Chile.

b) Paraguai e Bolívia.

c) Brasil e Venezuela.

d) norte de Guatemala, Belize, parte de El Salvador, Honduras e sudeste do México.

e) Andes peruanos.

2 – (UFPEL)

De acordo com o mapa, os povos que viviam nas regiões identificadas pelas letras “A”, “B” e “C”, são, respectivamente,

a) astecas, incas e maias.

b) incas, maias e astecas.

c) astecas, maias e incas.

d) maias, astecas e incas.

e) maias, incas e astecas.

3 – (Acafe 2016)
Os povos pré-colombianos, habitantes do continente americano, formaram sociedades complexas com diversas características sociais. Sobre esses povos é correto afirmar, exceto:

a) A construção de canais de irrigação levava as águas dos rios até as áreas de plantio. Os astecas também criaram os chinampas, ilhas artificiais sobre a água dos lagos, onde os astecas cultivavam flores e hortaliças.

b) A cidade de Machu Picchu, importante centro religioso dos Incas, foi invadida e destruída pelos espanhóis colonizadores, que promoveram uma verdadeira pilhagem em seus templos.

c) A civilização asteca desenvolveu-se principalmente onde hoje se localiza o território mexicano. A própria bandeira do México tem no centro uma imagem mitológica creditada aos astecas.

d) A guerra era um elemento sagrado para alguns dos povos pré-colombianos, pois garantia prisioneiros que serviam de oferendas para os deuses cultuados.

GABARITO:

1-D, 2-C, 3-B.

Sobre o(a) autor(a):

Renata Gambagorte é formada em Licenciatura em Artes Visuais pela Universidade Estadual do Paraná com pós graduação em Cenografia pela Universidade Federal do Paraná. Atualmente atua na rede de ensino em Curitiba. Facebook: https://www.facebook.com/renatagmbgrt

Compartilhe: