Aprenda sobre a relação entre as artes e a literatura. Entenda como suas manifestações nos ajudam a pensar o mundo ao nosso redor. Confira agora no resumo Enem.
Neste post você aprenderá um pouco sobre a relação natural entre as artes, envolvimento que remonta à gênese da cultura universal. O tema sobre as Artes nos ajuda a pensar a substância estética e social das artes, de uma maneira geral. E cai nas provas do Enem, do Encceja, e dos vestibulares.
A arte é um bem cultural atemporal, fruto da comunicação humana, intimamente ligado às sensações estéticas e às emoções. Ela faz parte das primeiras expressões que o ser humano desenvolve na vida.
As Artes e a Antiguidade
Na história da civilização não é diferente, como bem mostram as pinturas rupestres. Na Grécia Antiga, berço da civilização ocidental, as artes estavam todas interligadas.
O termo mousiké, “as artes das musas”, representava cada uma das artes através de uma musa (espécie de divindade). Mousiké englobava poesia épica (Calíope), dança e canto (Terpíscore), comédia (Talía), tragédia (Melopômene), história (Clíos), astronomia e astrologia (Urânia), poesia erótica (Erato), poesia lírica (Euterpe) e Polímnia (poesia sacra e geometria).As nove musas gregas https://conversamos.wordpress.com/2017/12/10/as-9-musas-gregas/
Os diferentes tipos de arte
A arte possui hoje possui as mais diversas expressões, que estão relacionadas ao intelecto e às sensações físicas, como: a música (som); pintura (cor); escultura (volume); arquitetura (espaço); literatura (palavra); fotografia (imagem); história em quadrinhos (cor, palavra, imagem).
Temos também as formas artísticas que integram umas às outras como as Artes Cênicas: teatro/dança/coreografia (movimento); cinema (integra elementos das artes posteriores e a animação); outras formas também consideradas artes podem ser citadas como o artesanato (volume); a arte digital, etc.
Veja com a professora Camila Zuchetto, do canal do Curso Enem Gratuito, o destaque da Literatura no mundo das Artes.
As dicas sobre Artes e Literatura:
- A função da literatura pode ser incitar a reflexão, mas também pode ser instrumento de divertimento, de construção de identidade e até de crítica social.
- Se uma das definições da literatura é “arte com palavras” e de arte como “a representação do Belo”, já podemos conversar sobre a função da literatura.
- Desde os tempos mais remotos, a pessoas gostam de ouvir histórias, mesmo em povos mais antigos, a ficção sempre esteve presente nas narrativas. É só pensarmos em Esopo, com suas fábulas, ou Homero, com suas epopeias.
- Podemos afirmar com tranquilidade que a literatura consegue nos emocionar, seja causando tristeza, alegria e até nos divertir.
- Por meio da leitura, podemos “viver” outras vidas, quase que sentir outras emoções e sensações.
A presença e as consequências das artes
A presença das artes é flagrante em praticamente todos os momentos da vida e está relacionada igualmente à quase tudo. Os móveis de uma casa, os aparelhos eletrônicos, a sua arquitetura, decoração, a engenharia de um automóvel, os movimentos de um atleta, em suma, tudo é passível de ser visto como “arte”.
A maioria das pessoas, por exemplo, não terá um olhar criativo que possa elevar um determinado saber para um outro patamar. Muitos podem observar a pintura de uma casa sem sobressalto. Mas um pintor experiente, sabedor do assunto – ou mesmo qualquer pessoa – pode notar ali um trabalho acurado, singular, e porque não, artístico.
Essa capacidade de observar e criar algo novo – mesmo que seja um olhar distinto sobre algo antigo – é um dos princípios da arte. E, é isto que a torna tão importante em todas as épocas. Contudo, como é também de sua natureza, a arte está sempre em movimento, e a forma como é vista e compreendida – parte dela também – muda constantemente.
Peças das artes
O artista: na qualidade de produtor de uma obra de arte, seja ela qual for, o artista é aquele que atinge e demonstra determinado conhecimento. Ou seja, é aquele que comunica este saber a um público que conhece ou não.
O espectador: o público, por sua vez, usufrui da produção artística e dá sentido a ela, certificando a qualidade da obra como forma artística. O público também irá perpetuar os seus efeitos da arte sobre a sociedade: por meio da aceitação e do interesse que ela é capaz de gerar, pela emoção e pelo valor que lhe atribuem.
A crítica: a crítica difere do público no sentido de se especializar em avaliar uma determinada produção e, por esse motivo, detém sobre ela a autoridade e um mediador instruído no tema. A crítica, bem como a teoria, nos serve de guia e de suporte para entender a arte por outras perspectivas.
Nesse caso, conhecendo a História da Arte, e as diferentes técnicas, é possível ter uma apreciação estética mais ampla. Contudo, é sempre um equívoco – tanto da parte da crítica quanto de quem travou contato com ela – tentar entender uma crítica como definitiva, ou como palavra final a respeito de uma determinada obra de arte.
As funções da arte em geral
Como já foi dito, a arte possui uma função na sociedade que varia de acordo com o período histórico, a região geográfica e os aspectos culturais de cada povo. Pensando em algumas dessas funções, que podem estar combinadas num mesmo produto, é possível destacar a:
Função utilitária: a arte possui muitas vezes um fim utilitário, como servir a fins práticos, religiosos, políticos ou publicitários, o que não necessariamente diminui a sua qualidade estética.
Função naturalista: é a busca de representar a arte da forma mais fiel possível à realidade. Dessa maneira, é possível aproximar o observador da vida objetiva e de um determinado contexto, algumas vezes agregando a isso um tom grandiloquente, como na arte sacra e na pintura clássica.
Função formalista: essa função refere-se à abordagem dos elementos básicos e estruturais da obra de arte, tais como cor, textura e forma. Algumas obras de arte abstratas são baseadas majoritariamente nesses elementos em detrimento do tema.
Função pragmática: essa função que pretende ver a arte sem um motivo utilitário, e sim como “arte pela arte” – expressão criada na modernidade – que possui o fim em si mesma. Arte que é para ser apreciada em galerias, museus e salas de concerto, de modo a ser apreciada apenas do ponto de vista estética e conceitual.
A arte, como fica evidente, é capaz de causar sensações profundas e também é capaz de nos revelar uma visão crítica sobre o mundo. A arte possui, portanto, um poder relevante na sociedade.
Tal potencialidade, muitas vezes, faz com que os artistas expressem a sua visão política sobre o meio em que vivem, o que é bastante natural, afinal, todas as pessoas possuem opiniões e dialogam sobre temas diversos.
Essa abordagem pode ser utilitária – como um serviço em prol de um grupo político específico – ou meramente espontânea. Pois, claro, há artistas com posições apartidárias que desejam tecer críticas a uma situação social injusta ou apoiar uma determinada ação social.
A discussão sobre o uso da arte é atemporal. Há defensores para todos os seus aspectos e funções. O importante é que todos possam produzir sua arte e expressar sua visão de mundo.
Arte e produto
A partir da modernidade (meados do século XIX) a arte passa a de fato constituir-se num produto, num bem de consumo, passível de reprodução mediante as técnicas de reprodução como: fotografia, gravação, industrialização, digitalização, etc. Essa mudança de paradigma acaba influindo sobre a noção de qualidade artística, originalidade, autoria, identidade, valor cultural, unidade, entre outros.
Diante dessa crise, surgem artistas engajados numa visão crítica sobre a arte e a cultura massificada, como os artistas da Pop Art, dadaístas, cubistas e outros. Surgem assim artistas como o artista plástico Andy Warhol, que emprega elementos da cultura massificada (cinema, televisão, rádio) e da reprodução técnica de seus ícones mais populares.
O artista plástico Marcel Duchamp, dadaísta que criou, em 1917, uma experiência artística que ficou conhecida como “Ready made”, que é o transporte de um objeto do cotidiano, atípico na esfera artística a princípio, para o ambiente dos museus e galerias.
O gesto iconoclasta colocava também marcante ironia, o caráter comercial vinculado ao rótulo “arte”. Veja abaixo uma de suas obras mais conhecidas:Urinol, Marcel Duchamp, 1917
Como você pode notar, a arte, sua apreciação e entendimento mudam com o tempo e a mentalidade de cada sociedade, não é um sistema fechado, mas em constante elaboração. E, a Literatura, como um ramo da arte, também pertence à essa constante construção e desconstrução da linguagem que tenta representar os seres humanos.
Resumo sobre as Artes
Confira agora com a professora Camila Zuchetto, do canal do Curso Enem Gratuito, o que são as Artes, e as diversas Funções da Arte na sociedade.
Exercícios
QUESTÃO 1 (ENEM 2009 – questão 7)
Observe a obra “Objeto Cinético”, de Abraham Palatnik, 1966.
Disponível em: http:/www.cronopios.com.br. Acesso em: 29 abr. 2009.
A arte cinética desenvolveu-se a partir de um interesse do artista plástico pela criação de objetos que se moviam por meio de motores ou outros recursos mecânicos. A obra “Objeto Cinético”, do artista plástico brasileiro Abraham Palatnik, pioneiro da arte cinética,
a) é uma arte do espaço e da luz.
b) muda com o tempo, pois produz movimento.
c) capta e dissemina a luz em suas ondulações.
d) é assim denominada, pois explora efeitos retinianos.
e) explora o quanto a luz pode ser usada para criar movimento.
QUESTÃO 2 (ENEM 2010 – questão 106)
O folclore é o retrato da cultura de um povo. A dança popular e folclórica é uma forma de representar a cultura regional, pois retrata seus valores, crenças, trabalho e significados. Dançar a cultura de outras regiões é conhecê-la, é de alguma forma se apropriar dela, é enriquecer a própria cultura.
BREGOLATO, R. A. Cultura corporal da dança. São Paulo: Ícone, 2007.
As manifestações folclóricas perpetuam uma tradição cultural é obra de um povo que a cria, recria e a perpetua. Sob essa abordagem deixa-se de identificar como dança folclórica brasileira
a) o Bumba-meu-boi, que é uma dança teatral onde personagens contam uma história envolvendo crítica social, morte e ressurreição.
b) a Quadrilha das festas juninas, que associam festejos religiosos e celebrações de origens pagãs envolvendo as colheitas e a fogueira.
c) o Congado, que é uma representação de um reinado africano onde se homenageia santos através de música, cantos e dança.
d) o Balé, em que se utilizam músicos, bailarinos e vários outros profissionais para contar uma história em forma de espetáculo.
e) o Carnaval, em que o samba derivado do batuque africano é utilizado com o objetivo de contar ou recriar uma história nos desfiles.
QUESTÃO 3 (ENEM 2010 – questão 123)
”Todas as manhãs quando acordo, experimento um prazer supremo: o de ser Salvador Dalí.”
NÉRET, G. Salvador Dalí. Taschen, 1996.
Assim escreveu o pintor dos ”relógios moles” e das ”girafas em chamas” em 1931. Esse artista excêntrico deu apoio ao general Franco durante a Guerra Civil Espanhola e, por esse motivo, foi afastado do movimento surrealista por seu líder, André Breton. Dessa forma, Dalí criou seu próprio estilo, baseado na interpretação dos sonhos e estudos de Sigmund Freud, denominado “método de interpretação paranoico”. Esse método era constituído por textos visuais que demonstram imagens
a) do fantástico, impregnado de civismo pelo governo espanhol, em que a busca pela emoção e pela dramaticidade desenvolveram um estilo incomparável.
b) do onírico, que misturava sonho com realidade e interagia refletindo a unidade entre o consciente e o inconsciente como um universo único ou pessoal.
c) da linha inflexível da razão, dando vazão a uma forma de produção despojada no traço, na temática e nas formas vinculadas ao real.
d) do reflexo que, apesar do termo ”paranoico”, possui sobriedade e elegância advindas de uma técnica de cores discretas e desenhos precisos.
e) da expressão e intensidade entre o consciente e a liberdade, declarando o amor pela forma de conduzir o enredo histórico dos personagens retratados.
QUESTÃO 4 (ENEM 2009 – questão 94)
A música pode ser definida como a combinação de sons ao longo do tempo. Cada produto final oriundo da infinidade de combinações possíveis será diferente dependendo da escolha das notas, de suas durações, dos instrumentos utilizados do estilo de música, da nacionalidade do compositor e do período em que as obras foram compostas.
Das figuras que representam os grupos musicais em ação, pode-se concluir que o(s) grupo(s) mostrado(s) na(s) figura(s)
a) 1 executa um gênero característico de música brasileira, conhecido como chorinho.
b) 2 executa um gênero característico de música clássica, cujo compositor mais conhecido é Tom Jobim.
c) 3 executa um gênero característico de música europeia, que tem como representantes Beethoven e Mozart.
d) 4 executa um tipo de música caracterizada por instrumentos acústicos, cuja intensidade e nível de ruído permanecem na faixa dos 30 aos 40 decibéis.
e) 1 a 4 apresentam um produto final bastante semelhante, uma vez que as possibilidades de combinações sonoras ao longo do tempo são limitadas.
TEXTO I
Toca do Salitre — Piauí Disponível em: http://www.fumdham.org.br. Acesso em: 27 jul. 2010. (Foto: Reprodução/Enem)
TEXTO II
Arte Urbana. Foto: Diego Singh Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br. Acesso em: 27 jul. 2010. (Foto: Reprodução/Enem)
QUESTÃO 5 (ENEM 2011 – questão 112)
O grafite contemporâneo, considerado em alguns momentos como uma arte marginal, tem sido comparado às pinturas murais de várias épocas e às escritas pré-históricas. Observando as imagens apresentadas, é possível reconhecer elementos comuns entre os tipos de pinturas murais, tais como
a) a preferência por tintas naturais, em razão de seu efeito estético.
b) a inovação na técnica de pintura, rompendo com modelos estabelecidos.
c) o registro do pensamento e das crenças das sociedades em várias épocas.
d) a repetição dos temas e a restrição de uso pelas classes dominantes
e) o uso exclusivista da arte para atender aos interesses da elite.
Gabarito:
1. b
2. d
3. b
4. a
5. c