Como treinar redação nas férias?
Confira 5 temas de redação atualizados para treinar nas férias e se preparar para o Enem com dados, contexto e propostas de intervenção.
As férias chegaram! E, além de descansar, que tal usar esse tempo para reforçar sua preparação para o Enem com temas superatuais que podem cair na prova de redação?
A redação do Enem exige muito mais do que saber escrever bem: é preciso entender os problemas da sociedade, ter um bom repertório e saber propor soluções realistas e respeitosas. E isso se conquista com prática — e com bons conteúdos!
Neste material, você vai encontrar cinco temas atuais e relevantes, com tudo pronto para te ajudar a construir uma redação nota mil:
- Contextualização clara;
- Dados e estatísticas recentes;
- Leis e políticas públicas;
- Desafios e possíveis soluções;
- Argumentos bem embasados para usar no texto.
A ideia é que você treine de forma mais leve, sem aquela pressão do dia da prova, mas com foco e consciência do que realmente importa.
Desafios para a implementação de políticas de restrição ao uso de celulares em escolas no Brasil

Entendendo o contexto
O uso de celulares nas escolas tem gerado bastante debate, tanto no Brasil quanto em outros países. O motivo? Pesquisas mostram que o aparelho pode atrapalhar o desempenho dos alunos e até impactar a saúde mental dos jovens. Ou seja, não se trata apenas de disciplina, mas de um problema que envolve educação, saúde pública, tecnologia e até a relação dos alunos com suas famílias.
Esse debate ficou ainda mais forte depois da divulgação dos resultados do PISA 2022 – a principal avaliação mundial de educação. O estudo revelou que oito em cada dez alunos brasileiros de 15 anos se distraem com o celular durante as aulas, um número bem maior que a média dos países da OCDE, onde seis em cada dez relatam o mesmo problema.
A Fundação Lemann chamou atenção para isso, dizendo que deixar o celular nas mãos dos alunos seria como permitir que uma televisão ou uma câmera estivesse ligada na sala de aula – o que dificilmente aconteceria em um ambiente voltado para o aprendizado.
O que a sociedade pensa?
A ideia de restringir o uso do celular nas escolas tem apoio da maioria dos brasileiros. Uma pesquisa do Datafolha (outubro de 2024) mostrou que 62% das pessoas com 16 anos ou mais são a favor da proibição, inclusive durante os intervalos. Outra pesquisa, do Instituto Locomotiva com a QuestionPro, indicou que 80% dos adultos e 82% dos pais também apoiam a medida. O mais interessante é que essa opinião é bem distribuída entre diferentes idades, gêneros e perfis sociais.
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O impacto no desempenho
É difícil negar: quando o celular está por perto, a concentração vai embora. O próprio PISA mostrou que 80% dos adolescentes brasileiros se distraem com o aparelho. Já a Unesco, em um relatório de 2023, também destacou uma relação negativa entre o uso de celulares e o desempenho escolar. Nesse cenário, proibir o celular não é só uma questão de ordem – é uma forma de ajudar os alunos a focar e melhorar seus resultados.
A escola, ao restringir o uso desses aparelhos, tenta voltar a ser o lugar onde o foco, a convivência e a troca de ideias acontecem – três pilares fundamentais para o aprendizado.
A nova lei e o que ela diz
Diante de tantos dados e preocupações, a discussão virou política pública. Em janeiro de 2025, foi sancionada a Lei nº 15.100, que proíbe o uso de eletrônicos pessoais nas escolas públicas e privadas durante as aulas, intervalos e atividades extracurriculares. Em fevereiro, o Decreto nº 12.385 detalhou que o uso só será permitido quando tiver um objetivo pedagógico, com orientação do professor.
O Ministério da Educação também lançou materiais de apoio para ajudar escolas e famílias nessa transição. A ideia é garantir que a regra funcione, respeitando a autonomia das instituições, mas sempre com o foco no bem-estar e no aprendizado dos estudantes.
E a saúde mental?
Outro ponto importante é o impacto do celular na saúde emocional dos jovens. O uso excessivo de telas está ligado a problemas como vício em tecnologia (nomofobia), ansiedade, depressão, insônia, dificuldade de socialização e até exposição ao cyberbullying.
Estudos chamam atenção:
- Uma pesquisa da UFMG apontou que 72% das crianças avaliadas apresentaram aumento de sintomas depressivos com o uso frequente do celular.
- Segundo o PISA, 45% dos estudantes ficam ansiosos ou nervosos sem o celular, e 65% se sentem distraídos com os aparelhos.
Esses números mostram que o celular, apesar de ser uma ferramenta poderosa, também pode causar isolamento e sofrimento. Por isso, restringir seu uso nas escolas também é uma medida de saúde pública.
Mas e na prática, funciona?
Apesar da lei, a implementação não é tão simples assim. Existem vários desafios:
- Muitas escolas ainda não têm estrutura para guardar os aparelhos com segurança;
- Falta formação para os professores usarem a tecnologia de forma pedagógica;
- É difícil monitorar o uso dos celulares no dia a dia.
Outro ponto é que a autonomia escolar, prevista na lei, pode gerar diferenças entre uma escola e outra, dificultando uma aplicação mais uniforme. Para que essa política funcione, é essencial investir em infraestrutura, capacitação e campanhas de conscientização. Caso contrário, corre-se o risco de a lei não sair do papel.
E no resto do mundo?
O Brasil não está sozinho nessa. Países como França, Espanha, Grécia, Dinamarca, Itália e Holanda também já adotaram medidas para restringir o uso de celulares em sala de aula. O senador Alessandro Vieira, relator da lei, destacou que esses países registraram melhoras no desempenho escolar, na disciplina e na redução do bullying depois da implementação.
Essas experiências mostram que o caminho é possível – e que dá pra aprender com os erros e acertos de quem já tentou antes.
Caminhos para a proteção de crianças e adolescentes na era digital no Brasil

O cenário atual
Hoje em dia, crianças e adolescentes estão cada vez mais conectados — seja para estudar, jogar, conversar ou simplesmente navegar. Embora a internet traga muitos benefícios, ela também apresenta diversos riscos. Por isso, garantir a segurança e o bem-estar dos mais jovens no ambiente digital virou uma prioridade no Brasil e no mundo.
Os números mostram o tamanho dessa presença online: segundo a pesquisa TIC Kids 2022, 92% dos jovens de 10 a 15 anos que vivem em áreas urbanas no Brasil usam a internet. Esse dado é impressionante quando lembramos que, em 2006, esse número era de apenas 36%. Na América Latina e no Caribe, a UNICEF aponta que uma em cada duas crianças de 3 a 17 anos já tem internet em casa.
Mas, junto com essas oportunidades, vem uma série de desafios que exigem atenção, responsabilidade e ação conjunta entre famílias, escolas, empresas e governos.
Redação embasada: como desenvolver os argumentos
Os principais riscos no ambiente digital
Crianças e adolescentes podem se deparar com diversas situações perigosas na internet. Os riscos vão desde conteúdos impróprios até crimes graves. Alguns exemplos:
- Cyberbullying: quando alguém usa a internet para perseguir, humilhar ou agredir outra pessoa.
- Abuso sexual online: incluindo o chamado grooming, que é quando um adulto tenta ganhar a confiança de uma criança com o objetivo de abusá-la.
- Exposição a conteúdos violentos, sexuais ou de ódio.
- Sexting e sextorsão: o envio de imagens íntimas, muitas vezes seguido de chantagem.
- Happy slapping: casos em que agressões são gravadas e publicadas nas redes.
- Violação de privacidade e exposição de dados pessoais.
- Uso de inteligência artificial para criar imagens falsas de nudez ou abuso infantil.
- Venda de “packs” por adolescentes, que muitas vezes acabam vazando, gerando graves consequências.
Esses riscos mostram que os perigos evoluem junto com a tecnologia — e, por isso, a proteção também precisa ser constantemente atualizada, seja nas leis, nas políticas públicas ou na educação digital.
Os dados que preocupam
Infelizmente, os casos de violência digital contra crianças têm aumentado. Em 2023, foram mais de 120 mil notificações de cyberbullying em cartórios, o maior número da história, com uma média de crescimento de 12% ao ano desde 2007.
Além disso, a ONG Safernet registrou 71.867 novas denúncias de imagens de abuso sexual infantil só em 2023 — um crescimento de 77% em relação ao ano anterior. Um dos motivos para esse aumento é o uso da IA generativa (inteligência artificial que cria imagens), que tem sido usada de forma criminosa. Também vale lembrar que muitas empresas de tecnologia reduziram suas equipes de moderação de conteúdo, o que enfraquece ainda mais a proteção online.
Por outro lado, o crescimento no número de denúncias também mostra que a sociedade está mais atenta e disposta a combater esses crimes. Mas os dados deixam claro: é urgente fazer mais e agir com firmeza.
O que dizem as leis brasileiras
A legislação brasileira já reconhece os direitos das crianças e adolescentes também no ambiente digital. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) são as principais bases legais que garantem privacidade, segurança e proteção.
Mais recentemente, em abril de 2024, o governo determinou a criação de uma Política Nacional de Proteção dos Direitos da Criança e do Adolescente no Ambiente Digital. Essa política está sendo construída em conjunto por diferentes órgãos, como a Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNDCA) e o Conselho Nacional (Conanda).
O objetivo é desenvolver ações integradas para combater a violência, ampliar o acesso digital de forma segura e promover o uso responsável da internet. Além disso, as plataformas e empresas digitais também passam a ter responsabilidade legal nesse processo.
Educação e conscientização: papel de todos
Proteger crianças na internet não é responsabilidade de um só setor — é uma missão coletiva. Famílias, escolas, governos e a sociedade civil precisam caminhar juntos nessa tarefa.
Hoje, há várias iniciativas nesse sentido:
- O Disque 100 recebe denúncias de violações de direitos humanos, incluindo crimes digitais.
- O SIPIA CT registra e trata essas ocorrências.
- A Escola Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente oferece cursos de capacitação.
- A Safernet promove o Prêmio Cidadania Digital em Ação, que incentiva estudantes a desenvolver soluções para uma internet mais segura.
- O governo também lançou o guia “Crianças, Adolescentes e Telas”, com orientações sobre o uso equilibrado da tecnologia.
Essas ações mostram que informação, diálogo e orientação são ferramentas tão importantes quanto a tecnologia para garantir a segurança no mundo digital.
Os desafios que ainda existem
Mesmo com avanços, ainda há muitos desafios. A tecnologia evolui rápido, e as ameaças também. Por isso, é preciso investir em:
- Ferramentas inteligentes para identificar e remover conteúdos perigosos.
- Pressão sobre as grandes empresas de tecnologia (big techs) para que assumam mais responsabilidade na proteção dos usuários.
- Leis mais atualizadas, que acompanhem as mudanças da sociedade.
- Mais investimento em educação digital e em equipes de moderação.
Afinal, se a tecnologia pode ser usada para o mal, ela também pode ser parte da solução.
Estratégias para enfrentar o aumento da população em situação de rua nas grandes cidades brasileiras

O problema nas ruas
A cena é cada vez mais comum nas grandes cidades do Brasil: pessoas morando nas ruas, embaixo de marquises, viadutos ou em barracas improvisadas. Esse fenômeno, que já era grave, ficou ainda pior com a pandemia da COVID-19 e escancarou uma dura realidade — a de que muita gente foi deixada para trás pelo sistema.
Morar na rua significa mais do que não ter um teto. É enfrentar a exclusão, a fome, o desemprego, a solidão e a falta de acesso a serviços básicos. Para mudar esse cenário, o país precisa de políticas públicas sérias, humanas e eficientes — que não tratem essas pessoas como invisíveis.
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O tamanho do problema
Os números ajudam a entender a gravidade da situação. Em dezembro de 2024, o Brasil tinha 327.925 pessoas em situação de rua, um salto de quase 25% em relação ao ano anterior. Para se ter ideia do crescimento: em 2013, eram cerca de 23 mil pessoas — ou seja, o aumento foi de mais de 900% em dez anos.
A maior parte dessa população está no Sudeste, com destaque para o estado de São Paulo, que concentra 43% do total nacional. Esse cenário mostra que as políticas sociais nas grandes cidades não estão dando conta — e que falta estrutura para acolher e reintegrar quem está à margem da sociedade.
Por que tanta gente vai parar na rua?
Não existe uma única causa. As razões são muitas e, muitas vezes, se misturam:
- Problemas familiares (47,3%)
- Desemprego (40,5%)
- Uso de álcool ou outras drogas (30,4%)
- Perda da moradia (26,1%)
Também entram na lista violência, doenças, falta de tratamento de saúde mental e até casos de pessoas que preferem a rua a abrigos precários.
Importante: 90% das pessoas em situação de rua sabem ler e escrever, e 68% já tiveram emprego formal. Isso quebra o estereótipo de que essas pessoas não têm escolaridade ou nunca trabalharam. A verdade é que muitos foram empurrados para fora do sistema — por uma crise econômica, um problema de saúde ou por falta de apoio no momento certo.
Por isso, a solução não pode ser única. É preciso olhar para cada história, entender os motivos e oferecer caminhos personalizados de saída da rua.
O que o governo tem feito?
Nos últimos anos, surgiram políticas públicas mais voltadas para essa população. A mais recente é a Lei 14.821/2025, que criou a Política Nacional de Trabalho Digno e Cidadania para Pessoas em Situação de Rua (PNTC PopRua). O foco da lei é:
- Garantir direitos básicos
- Oferecer qualificação profissional e acesso ao mercado de trabalho
- Incentivar o empreendedorismo solidário
- Facilitar o acesso a programas sociais, como o CadÚnico
Além disso, o Plano Ruas Visíveis, lançado pelo governo federal, prevê investimentos de cerca de R$ 1 bilhão em ações integradas para essa população.
Outra iniciativa é o PopRuaJud, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que busca oferecer atendimento prioritário e sem burocracia nos tribunais, para garantir o acesso à Justiça.
Mas, para que essas políticas funcionem, é preciso articulação entre governos federal, estadual e municipal, além de recursos que realmente cheguem até quem precisa.
Iniciativas que vêm da sociedade
Além do poder público, muitas organizações da sociedade civil atuam na linha de frente, oferecendo ajuda direta e acolhimento mais humanizado. Alguns exemplos:
- SP Invisível: conta histórias de quem vive nas ruas e promove campanhas de doação.
- Banho Solidário Sampa: oferece banho quente, roupas e itens de higiene pessoal.
- Desintoxica São Paulo: usa a acupuntura como apoio no tratamento de dependência química.
- Da Rua Para Você (RJ): capacita pessoas em situação de rua para geração de renda.
- Casas de Passagem: acolhem por até 3 meses e oferece apoio para reinserção social.
Essas iniciativas mostram que a sociedade também faz sua parte — muitas vezes com mais agilidade e empatia do que o próprio Estado. Uma política pública eficaz precisa reconhecer, apoiar e integrar esses projetos.
Os grandes desafios
Mesmo com avanços, os desafios ainda são enormes:
- A invisibilidade social dificulta a criação de políticas específicas.
- Faltam dados atualizados e profissionais capacitados para lidar com essa população.
- A saúde física e mental dessas pessoas é fragilizada por estresse constante, violência, fome e isolamento.
- A burocracia afasta quem mais precisa de serviços básicos, como acesso à saúde, moradia ou justiça.
Vale lembrar que viver na rua exige uma força sobre-humana, mas isso não deve ser romantizado. O foco das políticas precisa ser a reconstrução da vida, com acesso à moradia digna, saúde, trabalho, educação e apoio emocional.
Desafios para a regulamentação de criptomoedas e ativos digitais no Brasil

O que está em jogo?
Criptomoedas, como o Bitcoin, deixaram de ser novidade. No Brasil e no mundo, o mercado desses ativos digitais cresceu rápido, atraiu milhões de usuários e está transformando o jeito como as pessoas investem, fazem negócios e até pensam em dinheiro.
Mas esse crescimento também trouxe um grande desafio para o governo e para a sociedade: como criar regras para um mercado tão novo, descentralizado e cheio de riscos, sem travar a inovação? Como garantir segurança para os usuários, coibir crimes e, ao mesmo tempo, aproveitar as oportunidades que a tecnologia oferece?
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Crescimento acelerado
O Brasil se tornou um dos países com maior participação no mercado global de cripto. Entre julho de 2021 e junho de 2022, foram movimentados US$ 562 bilhões, o que colocou o país na 7ª posição mundial nesse segmento.
A adoção também cresceu entre os brasileiros: 1 em cada 5 já possui ativos digitais, e o número de usuários aumentou 31% só no segundo semestre de 2023. Essa procura é motivada principalmente pela facilidade de acesso, busca por investimentos mais rentáveis e o potencial de independência financeira.
Com tanta gente entrando no mercado, a necessidade de regras claras ficou urgente.
O que já existe de legislação?
O Brasil saiu na frente na América Latina e criou um marco legal específico para regular criptomoedas. A Lei 14.478/22, em vigor desde junho de 2023, definiu diretrizes para a atuação das empresas que prestam serviços com criptoativos (como as corretoras) e ficou conhecida como Marco Legal das Criptomoedas.
Além dela, a Lei 14.754/2023 trata da tributação desses ativos. O Banco Central e a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) são os principais órgãos responsáveis por aplicar e fiscalizar as regras.
Essas leis são importantes para evitar golpes, dar segurança jurídica, proteger consumidores e estimular investimentos mais confiáveis no setor.
Mas regular não é tão simples assim…
Apesar do avanço, a regulamentação desse mercado traz uma série de dilemas. O principal deles é: como garantir controle e proteção sem frear a inovação?
Alguns dos principais desafios são:
- A descentralização das criptos, que dificulta o controle governamental.
- O anonimato das transações, que pode facilitar crimes como lavagem de dinheiro, evasão de impostos e fraudes.
- A volatilidade dos preços, que pode causar prejuízos financeiros significativos para usuários desavisados.
- A falta de conhecimento técnico da maior parte dos investidores.
- O alto consumo de energia, principalmente na “mineração” de moedas digitais.
Além disso, como o mercado é global, uma regulamentação nacional pode não ser suficiente. É preciso coordenação internacional, para evitar que empresas ou criminosos migrem para países com regras mais frágeis.
As oportunidades também são grandes
Mesmo com tantos desafios, a criptoeconomia traz várias oportunidades. Ela pode impulsionar:
- A inovação nos bancos, fintechs e plataformas digitais;
- Novas formas de inclusão financeira, especialmente em regiões com pouco acesso ao sistema bancário tradicional;
- O aquecimento do mercado tecnológico e de investimentos;
- O crescimento de um setor que pode colocar o Brasil como referência global, se as regras forem bem pensadas.
A Receita Federal, por exemplo, já está usando inteligência artificial para identificar investimentos não declarados e planeja incluir dados de criptoativos na declaração pré-preenchida do Imposto de Renda — o que ajuda a evitar fraudes e facilita a vida do contribuinte.
Um ambiente bem regulado pode atrair mais investidores, fortalecer o setor e fazer do Brasil um dos líderes globais no uso responsável da tecnologia financeira.
Caminhos para garantir os direitos de adolescentes em processo de transição de gênero no Brasil

O que está em jogo?
Nos últimos anos, tem se falado cada vez mais sobre o direito de crianças e adolescentes trans de viverem de acordo com sua identidade de gênero. Isso é um passo importante para garantir o respeito, a dignidade e o bem-estar desses jovens. No entanto, a realidade ainda está longe de ser fácil: eles enfrentam discriminação, violência, exclusão e até ataques legais que tentam restringir seus direitos básicos.
O debate pode parecer polêmico, mas trata de algo essencial: permitir que todos tenham o direito de ser quem são, com segurança e acesso aos mesmos direitos que qualquer outro cidadão.
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Visibilidade nas escolas e na sociedade
A presença de adolescentes trans nas escolas públicas brasileiras tem crescido. Em 2024, mais de 9 mil estudantes da rede estadual se identificaram como transgêneros, transexuais ou não-binários — um número quase quatro vezes maior do que em 2018. Esse aumento não significa que existam mais pessoas trans hoje, mas sim que essas pessoas estão se sentindo mais seguras para se expressar e buscar seus direitos.
O ambiente escolar precisa acompanhar essa realidade: é papel da escola oferecer um espaço acolhedor, seguro e respeitoso, onde cada estudante possa se desenvolver plenamente.
O que dizem as leis?
Alguns avanços já aconteceram. Desde 2018, estudantes trans podem usar o nome social na matrícula em escolas públicas. A Constituição e o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) garantem direitos básicos como educação, saúde, respeito, dignidade e proteção contra qualquer tipo de discriminação.
Mais recentemente, a resolução nº 2 de setembro de 2023, do Conselho Nacional, reforçou o direito de pessoas trans usarem banheiros e vestiários de acordo com seu gênero. Tudo isso é importante para garantir permanência escolar, bem-estar emocional e combate à violência.
Essas medidas reconhecem algo simples, mas essencial: ninguém deve ser tratado com desprezo por ser quem é.
Mas os retrocessos também existem
Apesar dos avanços, adolescentes trans têm enfrentado muitos ataques políticos e legislativos. Desde 2023, foram apresentados mais de 60 projetos de lei tentando restringir seus direitos — como o uso de linguagem neutra, o acesso a banheiros, a participação em esportes e até o direito ao cuidado médico especializado.
Em abril de 2025, o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou uma resolução que proibiu o uso de bloqueadores de puberdade e aumentou a idade mínima para hormonioterapia, dificultando o acesso à saúde para jovens trans. Especialistas da USP criticaram a medida, dizendo que ela ignora a ciência e os direitos humanos.
O projeto de lei PL 192/2023, proposto pelo Deputado Kim Kataguiri, é um dos mais graves: ele tenta criminalizar o apoio à transição de gênero de adolescentes, o que poderia prender pais, professores e médicos que acolhem essas crianças.
Esses retrocessos mostram que os direitos conquistados não estão garantidos, e que é preciso estar atento para não deixar que a intolerância fale mais alto que o cuidado e a ciência.
Discriminação que machuca — e mata
Os dados sobre a vida de pessoas trans no Brasil são alarmantes:
- 64% das mulheres trans não concluem o ensino médio e 34,7% não concluem o ensino fundamental.
- A expectativa de vida média de pessoas trans é de apenas 35 anos.
- Somente 0,02% das pessoas trans estão na universidade.
Além disso, o Brasil lidera o ranking mundial de assassinatos de pessoas trans. Esses números mostram que a discriminação tem consequências graves, muitas vezes fatais. Ser trans não é um problema — o problema é como a sociedade trata quem é trans.
Apoio salva vidas
O suporte da família, da escola e dos profissionais de saúde faz toda a diferença na vida de um adolescente trans. Esse apoio ajuda a reduzir o risco de depressão, evasão escolar e outras vulnerabilidades.
ONGs como a Minha Criança Trans atuam diretamente no cuidado e na defesa dos direitos de crianças e adolescentes trans no Brasil. Empresas também têm criado projetos para promover respeito e inclusão — como a Ambev, com o projeto “Me chame pelo meu nome (e pronome também!)”.
Essas iniciativas funcionam como redes de proteção que ajudam a acolher, empoderar e garantir uma vida digna a esses jovens. Elas mostram que inclusão não é só sobre leis — é sobre humanidade.
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