Entenda os principais conceitos relacionados à geografia urbana com a nossa nova trilha de Geografia para a Recomposição de Aprendizagem.
Compreender a geografia urbana é fundamental para o Enem, pois envolve a análise do crescimento e dos desafios das cidades contemporâneas.
Temas como hierarquia urbana mostram a influência das metrópoles sobre cidades menores, enquanto os fatores de urbanização destacam como a industrialização e o acesso a serviços atraem populações para os centros urbanos.
A urbanização acelerada pode gerar problemas como favelização, trânsito e desigualdade social, tornando essencial o planejamento urbano para promover desenvolvimento sustentável e melhorar a qualidade de vida.
Além disso, a desmetropolização revela tendências de migração para cidades menores, indicando a importância de entender esses fenômenos no contexto brasileiro e global.
Vamos entender melhor? Acompanhe a leitura e assista às videoaulas relacionadas.
Videoaula sobre geografia urbana
Nesta aula, o professor Eduardo te ensina os conceitos iniciais e as nomenclaturas mais importantes para começar a entender a Geografia Urbana.
Geografia urbana: conceitos iniciais
Compreender conceitos como cidade e município, que são relacionados à Geografia Urbana, assim como outras formas de aglomeração urbana, é essencial para a análise da dinâmica das áreas urbanas e suas interações. Vamos explorar as diferenças e as consequências desses conceitos.
Município e cidade
Município, em resumo é uma divisão administrativa que pode abranger várias cidades ou distritos. Por exemplo, São Paulo é um município que inclui a cidade de São Paulo e várias outras áreas menores.
O município possui sua própria administração e responsabilidades, como a gestão de serviços públicos e possui um poder legislativo (câmara de vereadores) e executivo (prefeito e secretários), já a cidade é uma área urbana onde a população se concentra, mas não necessariamente possui a mesma autonomia que um município.
Cidades podem existir dentro de um município ou serem parte de um município maior.
Conurbação
Ocorre quando duas ou mais cidades se expandem e se unem fisicamente, formando uma única área urbana. Um exemplo é a conurbação entre São Paulo e Osasco, onde as fronteiras urbanas se misturam, resultando em uma grande extensão de urbanização contínua.
Região Metropolitana
É uma área que inclui uma cidade principal e suas cidades adjacentes, que estão economicamente e socialmente integradas.
A Região Metropolitana de São Paulo é um exemplo, abrangendo a capital e várias cidades vizinhas. Além de facilitar a mobilidade e a interdependência econômica, facilita os estudos do poder público para que suas políticas de acesso a população possam ser facilitadas e consumidas por moradores das cidades que abrangem essa região.
Pode-se dizer que uma Região Metropolitana são várias cidades conurbadas que possuem serviços interligados entre si.
Megalópole
Refere-se a uma extensa região urbana formada por várias cidades e regiões metropolitanas interligadas. Um exemplo é a Megalópole do Nordeste dos Estados Unidos, que se estende de Boston a Washington, D.C., incluindo várias cidades grandes.
No Brasil, não há uma megalópole definida, porém alguns autores já colocam a região de Rio-São Paulo como uma região em formação para uma Megalópole.
Megacidade
Uma cidade com mais de 10 milhões de habitantes. Exemplos brasileiros incluem São Paulo e Rio de Janeiro, que enfrentam desafios relacionados ao crescimento populacional, infraestrutura e serviços urbanos.
Cidade Global
São centros urbanos que desempenham um papel crucial na economia mundial, conectando mercados e culturas.
Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro podem ser consideradas cidades globais, pois atraem investimentos, influenciam a cultura e oferecem uma vasta gama de serviços.
Uma cidade global não necessariamente é uma megacidade. Washington D.C, por exemplo, é uma cidade com menos de 1 milhão de habitantes. Porém, por concentrar o poder político dos EUA, é considerada uma cidade global.
Estudar definições da Geografia Urbana é importante para entender como as cidades e regiões se organizam e interagem.
Videoaula sobre hierarquia urbana
Para dar sequência à trilha de Geografia Urbana, conheça os principais conceitos e interdependências da hierarquia urbana nesta videoaula, apresentada pelo professor Eduardo.
Hierarquia urbana
A hierarquia urbana classifica as cidades em diferentes níveis, levando em consideração sua influência econômica, política e cultural.
Essa estrutura vai desde pequenas vilas até grandes cidades globais, e cada tipo desempenha um papel fundamental na rede urbana.
Cidade Global
Essas são cidades que se destacam no cenário internacional, exercendo influência sobre a economia, cultura e política global. Alguns exemplos são Nova York e Londres.
Cidades globais atraem investimentos, talentos e têm um papel crucial nas redes de comunicação e transporte.
Metrópole Nacional
Esta é uma cidade que exerce influência em todo o país. No Brasil, São Paulo é a principal metrópole nacional, sendo o centro financeiro e cultural do país.
Essa cidade enfrenta desafios como congestionamento, poluição e desigualdade social, que precisam ser geridos com políticas públicas eficazes.
Metrópole Regional
São cidades que influenciam regiões específicas. Belo Horizonte é uma metrópole regional que serve como centro de serviços e comércio para o estado de Minas Gerais.
As metrópoles regionais enfrentam problemas como a carência de infraestrutura e serviços públicos adequados, pois a concentração populacional, principalmente em países emergentes, é muito grande.
Cidade Local
Essas cidades têm um papel mais restrito e atendem às necessidades de uma população menor e com serviços mais limitados. Um exemplo é uma cidade pequena que serve como centro de comércio local.
Vila
Uma vila é uma pequena comunidade, geralmente rural, que tem um número limitado de serviços e infraestrutura. Apesar da simplicidade, elas são importantes para a sustentação da agricultura e da vida comunitária.
Interdependências e Problemas
A hierarquia urbana mostra como as cidades são interdependentes. Uma metrópole nacional pode depender de cidades regionais para fornecer produtos e serviços, enquanto essas, por sua vez, dependem da metrópole para acesso a mercados e empregos.
Os problemas enfrentados por essas cidades e regiões exigem soluções coordenadas. As cidades globais precisam de políticas para combater a desigualdade e a poluição, enquanto as metrópoles regionais devem focar na melhoria da infraestrutura e na oferta de serviços básicos.
Funções do Município
Os municípios têm várias funções que precisam ser consideradas no contexto da hierarquia urbana:
- Política: o município é a base da organização política, onde as decisões sobre gestão local são tomadas, por exemplo, Brasília.
- Religiosa: muitas cidades têm um papel central na vida religiosa de suas comunidades, abrigando templos e centros de culto, por exemplo, Aparecida do Norte em São Paulo.
- Turística: algumas cidades atraem turistas por suas belezas naturais ou pela cultura, o que gera receitas e empregos, nessa função o Brasil possui diversas cidades com diferentes formas de exploração turística, como litorâneo, de inverno, natural, entre outros.
- Portuária: cidades com portos desempenham um papel crucial no comércio internacional, facilitando a importação e exportação de mercadorias, por exemplo, Paranaguá no Paraná.
- Industrial: municípios que abrigam indústrias são essenciais para a economia local, gerando empregos e impulsionando o desenvolvimento econômico, por exemplo São Bernardo do Campo em São Paulo.
Leia também: Urbanização mundial: conceito, o processo e exercícios
Videoaula sobre fatores da urbanização
Saiba quais são os principais fatores da urbanização nesta videoaula com o professor Eduardo.
Fatores da Urbanização: atrativos e repulsivos
Entender os fatores de urbanização ajuda a compreender como e por que as cidades crescem e se desenvolvem.
Esses fatores são classificados em atrativos e repulsivos, e cada um desempenha um papel significativo na decisão das pessoas de se mudarem para áreas urbanas ou permanecerem em zonas rurais.
Fatores atrativos da urbanização
- Melhores condições de vida: as cidades geralmente oferecem melhores condições de vida, com acesso a serviços essenciais como água, esgoto e saneamento básico. Isso atrai pessoas em busca de qualidade de vida.
- Economia: o desenvolvimento econômico nas áreas urbanas é um fator decisivo. As cidades proporcionam mais oportunidades de emprego, comércio e acesso a bens e serviços, o que é altamente atrativo para aqueles que buscam melhores perspectivas financeiras.
- Educação: cidades frequentemente abrigam instituições de ensino de qualidade, desde escolas até universidades, o que atrai famílias que buscam melhores oportunidades educacionais para seus filhos.
- Saúde: a infraestrutura de saúde nas cidades é geralmente mais desenvolvida, com hospitais e clínicas acessíveis. A oferta de serviços de saúde de qualidade é um grande atrativo para os migrantes.
- Infraestrutura pública: a presença de transporte público, energia elétrica e comunicação facilita a vida urbana, tornando as cidades locais atraentes para viver e trabalhar.
- Acesso à tecnologia: cidades tendem a ter maior acesso a tecnologias modernas, que podem melhorar a qualidade de vida e facilitar a comunicação e a educação.
Fatores repulsivos da urbanização
- Mecanização do campo: o avanço da tecnologia no campo reduz a necessidade de mão de obra, resultando em desemprego rural e, consequentemente, forçando muitos a buscar trabalho nas cidades.
- Concentração de terras: a concentração de terras nas mãos de poucos proprietários pode levar ao êxodo rural, já que pequenos agricultores têm dificuldade em competir e são forçados a deixar suas terras.
- Grilagem: o ato de apropriar-se de terras públicas ou de outros indivíduos, conhecido como grilagem, pode resultar em insegurança fundiária no campo. Isso, por sua vez, leva famílias a se mudarem para as cidades em busca de maior estabilidade.
Veja ainda: Urbanização brasileira: causa, o processo e consequências
Videoaula sobre planejamento e zoneamento urbano
Agora, o professor Eduardo segue a trilha de Geografia Urbana e te explica de que forma o planejamento e o zoneamento urbano influenciam no desenvolvimento ordenado das cidades.
Planejamento e zoneamento urbano
O planejamento e zoneamento urbano são ferramentas essenciais para o desenvolvimento ordenado das cidades. Com o crescimento das áreas urbanas, é preciso que haja uma organização eficaz do espaço para garantir qualidade de vida, minimizar impactos ambientais e promover um desenvolvimento sustentável.
Planejamento urbano
É o processo de organizar o crescimento e o desenvolvimento das cidades, considerando as necessidades sociais, econômicas e ambientais da população.
Um bom planejamento define como os espaços urbanos serão utilizados, quais atividades serão permitidas em diferentes áreas e como a cidade se expandirá de maneira ordenada.
Zoneamento urbano
É uma parte fundamental do planejamento urbano, onde a cidade é dividida em zonas específicas, com funções distintas. Essas zonas incluem:
- Áreas residenciais: para habitação, garantindo que as famílias vivam em espaços adequados, com infraestrutura como escolas, saúde e lazer.
- Áreas industriais: destinadas às indústrias, separando-as das áreas residenciais para evitar problemas como poluição sonora e do ar.
- Áreas turísticas e gastronômicas: zonas que valorizam a cultura, o lazer e o turismo, como bairros históricos ou áreas com restaurantes e bares.
O zoneamento urbano ajuda a evitar conflitos de uso do solo, como indústrias sendo instaladas próximas a áreas residenciais, que geram problemas de saúde e qualidade de vida.
Estatuto da Cidade e Plano Diretor
No Brasil, o Estatuto da Cidade (Lei 10.257/2001) estabelece as diretrizes para o planejamento urbano, com foco no desenvolvimento sustentável e no bem-estar da população. Ele prevê o uso de instrumentos como o Plano Diretor, que é obrigatório para cidades com mais de 20 mil habitantes.
O Plano Diretor é o principal documento que orienta o crescimento urbano, determinando como o solo deve ser utilizado, estabelecendo regras para a construção de novas áreas e preservação de espaços verdes.
Ele promove um crescimento organizado e equilibrado, além de prevenir problemas urbanos como favelização, poluição e congestionamentos.
Sustentabilidade no planejamento urbano
Nos dias atuais, é essencial que o planejamento e o zoneamento urbano levem em consideração a sustentabilidade.
O crescimento desordenado e sem planejamento adequado pode causar sérios impactos ambientais, como desmatamento, poluição de rios e emissão excessiva de gases do efeito estufa.
Planejar cidades sustentáveis envolve a criação de áreas verdes, a promoção do transporte público eficiente, o incentivo ao uso de energias renováveis e a redução da poluição.
Importância do zoneamento sustentável
- Redução de impactos ambientais: um planejamento sustentável visa mitigar a poluição, conservar os recursos naturais e reduzir o desperdício.
- Qualidade de vida: ao separar áreas industriais de áreas residenciais e garantir o acesso a áreas verdes e de lazer, o zoneamento urbano melhora a qualidade de vida da população.
- Infraestrutura adequada: um bom zoneamento também garante que a infraestrutura, como transporte, saneamento e energia, seja adequada para as necessidades da população, evitando sobrecargas.
Videoaula sobre desmetropolização
O processo de desmetropolização é o fenômeno em que ocorre a migração da população dos grandes centros urbanos para cidades menores ou periféricas. Entenda melhor com a videoaula do professor Eduardo:
Desmetropolização
O processo de desmetropolização é o fenômeno em que ocorre a migração da população dos grandes centros urbanos para cidades menores ou periféricas.
No Brasil, esse movimento tem ganhado força nas últimas décadas, sendo um fenômeno importante para entender as transformações no espaço urbano e seus impactos sociais e econômicos.
Algumas causas da desmetropolização no Brasil:
- Violência nos grandes centros: a criminalidade nas metrópoles é um fator significativo que impulsiona as pessoas a buscarem cidades mais seguras e com melhor qualidade de vida.
- Especulação imobiliária: o aumento nos preços dos imóveis e aluguéis nos grandes centros faz com que muitas pessoas não consigam mais viver nesses locais, migrando para cidades periféricas onde o custo de vida é menor.
- Gentrificação: esse processo de elitização de áreas centrais das grandes cidades acaba forçando a saída de moradores de baixa renda para áreas mais afastadas, gerando uma migração interna para regiões metropolitanas ou cidades médias próximas.
- Aumento da mobilidade urbana: o desenvolvimento de redes de transporte, como rodovias e transportes públicos mais eficientes, facilita o deslocamento entre as cidades menores e os grandes centros, permitindo que as pessoas vivam em cidades periféricas e trabalhem nas metrópoles.
- Facilidade de deslocamento: com a melhoria das rodovias e transporte intermunicipal, muitas pessoas encontram uma alternativa viável para morar fora dos grandes centros, mas ainda têm fácil acesso ao trabalho e aos serviços da metrópole.
Consequências da desmetropolização
- Aumento de áreas conurbadas: a desmetropolização favorece o crescimento de áreas conurbadas, regiões onde duas ou mais cidades se expandem ao ponto de suas áreas urbanas se fundirem, formando grandes aglomerados metropolitanos.
- Desafios para as cidades receptoras: as cidades menores e periféricas que recebem essa nova população precisam lidar com o crescimento rápido e desordenado. Esse aumento populacional pode gerar pressão sobre a infraestrutura urbana, como sistemas de saúde, transporte e saneamento.
- Impactos nos grandes centros: as grandes metrópoles também sentem as consequências desse fenômeno, como a redução de densidade populacional em áreas específicas, o que pode aliviar problemas como congestionamentos e sobrecarga de serviços públicos. No entanto, também pode gerar novos desafios, como o envelhecimento populacional nessas áreas.
- Redistribuição econômica: à medida que as pessoas migram para cidades periféricas, a economia desses locais tende a crescer, com a expansão do comércio, da construção civil e da oferta de serviços. No entanto, essa redistribuição também pode gerar desigualdades, com regiões que se desenvolvem mais rapidamente do que outras.
Estudar as causas e consequências desse fenômeno permite uma visão crítica sobre os desafios e oportunidades que surgem tanto para os grandes centros quanto para as cidades que recebem essas novas populações.
Além disso, esse tema ajuda a entender as transformações nas relações entre moradia, trabalho e mobilidade no espaço urbano.
Teste seus conhecimentos: Urbanização – Simulado de Geografia
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