Entenda a importância do movimento sufragista e sua contribuição para a expansão dos direitos democráticos no mundo.
Ao estudar o movimento sufragista, sempre é importante definir o conceito de sufrágio, que muitas vezes é confundido com o conceito de voto. No entanto, há uma diferença sutil entre os dois.
Sufrágio é o direito de votar e ser votado, enquanto o direito ao voto se limita apenas a depositar seu voto em alguém, sendo apenas uma das etapas do sufrágio. Ou seja, o voto é um mecanismo de prática do sufrágio. Dentro disto, é necessário ainda citar o sufrágio universal, sendo caracterizado pela participação de todos os setores da população. É aí que entra o movimento sufragista do início do século XX.
O movimento sufragista do início do século XX
O movimento sufragista anda em paralelo às origens do movimento feminista europeu. Durante meados do século XIX, havia uma espécie de “pré-feminismo”, onde havia a ideia, entretanto não um movimento organizado. Somente mais ao fim do século XIX e início do XX que surge a primeira onda do feminismo, que buscava principalmente propiciar o acesso feminino a espaços utilizados unicamente por homens.
As sufragistas questionavam os papéis de passividade e submissão impostos a elas e procuravam também alargar a participação política e, principalmente, o voto feminino.
Buscando alcançar o direito do voto feminino, ou melhor, do sufrágio feminino, um movimento formou-se neste período. O movimento é até hoje conhecido como “as sufragistas”, por ser composto por mulheres, ou mesmo como movimento sufragista. As sufragistas buscavam principalmente a equidade participativa na política.
O movimento sufragista britânico
No ano de 2018, completaram cem anos desde que as mulheres do Reino Unido puderam, a partir da Lei de 1918, participar plenamente do processo eleitoral. Mesmo abarcando mais de oito milhões de mulheres inicialmente, a lei se restringia àquelas com idade acima dos trinta. Somente dez anos depois, mulheres com mais de vinte e um anos puderam adentrar no processo. O movimento sufragista britânico foi importante, pois inspirou diversas outras organizações de mulheres pela Europa.
O movimento britânico foi muito conhecido pela violência incomum para a época, apesar de ter ganhado força após a Primeira Guerra Mundial. Diversos atos de insurgência social ocorriam em nome da luta pelo direito à liberdade de participação política, muitos deles por meio de depredação de patrimônio e manifestações ostensivas. O movimento europeu também se ligava muito à questão operária, consonante com a herança fabril britânica.
Essa questão em específico é retratada por meio da personagem fictícia Maud Watts, interpretada pela atriz Carey Mulligan, do filme “As Sufragistas”. Embora Maud não tenha existido realmente, ela simboliza diversas mulheres que enfrentavam as represálias do aparato policial. O filme de 2015 também não deixa de fora a constante repressão masculina em relação a estas manifestações, muitas vezes oriunda de âmbito pessoal, de maridos, irmãos entre outros.
Um grupo de destaque nesse período foi a União Política e Social de Mulheres. Esse grupo organizava manifestações e outras ações políticas referentes à causa política, como propaganda, táticas de desobediência civil, violência não ativa e, como dito, violência física direta. Essas ações influenciaram outros movimentos ao longo do território europeu.
O sufrágio feminino em outros países
Nos Estados Unidos, a constituição americana, embora embasada em preceitos iluministas que pregavam igualdade, liberdade entre outros conceitos progressistas, somente em 1919, quase 150 anos após sua promulgação, determinou o voto como um direito universal estendido às mulheres. Já na América Latina o primeiro país a aprovar o voto feminino foi o Equador, apenas em 1929.
No Brasil, o sufrágio foi aprovado somente em 1932 decretado pelo então presidente Getúlio Vargas, sendo consolidado somente dois anos depois, na Constituição de 1934. Em 1932 o voto ainda era facultativo, somente após a Carta Magna de 1934 que o voto feminino passou a ser um dever e obrigatório.
Há embates de discurso que afirmam que os ganhos sociais adquiridos neste período são decorrência de uma grande corrente de mobilização por parte dos movimentos sufragistas, ou seja, que um espírito de época tenha influenciado os demais movimentos para que buscassem essas aberturas progressistas.
Outras vertentes de pensamento acreditam que os estados nacionais do período vinham modernizando suas políticas e, portanto, o sufrágio universal vinha surgindo como uma nova forma de coalizar as novas estruturas de manifestações políticas. Um ou outro, o sufrágio universal foi um passo importante para que os projetos de sociedade atuais se tornassem mais inclusivos, justos e, realmente, para além das classes dominantes.
Videoaula sobre democracia
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Exercícios sobre o movimento sufragista
Para terminar, resolva os exercícios sobre o movimento sufragista a seguir e veja se você entendeu tudo sobre esse assunto!
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(UDESC SC/2017)
A respeito da participação das mulheres na sociedade, ao longo da História, assinale a alternativa incorreta.
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UFPR/2016)
Segundo o Departamento de Direitos Humanos e Cidadania do governo estadual paranaense, “ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho justo, à saúde, a uma velhice tranquila”. (disponível em: <http://www.dedihc.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo. php?conteudo=8>)
Sobre movimentos de conquista de cidadania na história contemporânea, considere as seguintes afirmativas:
- O movimento sufragista lutou pelo direito das mulheres de votarem e serem votadas em países como o Brasil e os Estados Unidos entre o final do século XIX e a primeira metade do século XX.
- O movimento de luta por direitos civis pelos negros norte-americanos nos anos 1960, liderado por Rosa Parks e Martin Luther King Jr., seguiu os princípios da não violência e da desobediência civil.
- O movimento pelo Apartheid na África do Sul inaugurou a luta por cidadania em seu sentido moderno, após a Declaração Universal dos Direitos Humanos em 1948.
- O movimento de luta por direitos dos LGBTT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) tem obtido conquistas, como a oficialização dos casamentos e a adoção de crianças.
Assinale a alternativa correta.
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(FATEC SP/2009)
Considere o desenho 1914 de Raul Pederneiras, retratando o movimento sufragista de mulheres que reivindicavam o direito de votar.
A luta pelo sufrágio feminino estava inserida dentro um contexto mais amplo da luta das mulheres pela emancipação social, política e econômica. Ao fazer uma retrospectiva histórica dessa luta, é possível afirmar que
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(UDESC SC/2018)
Assim como muitos movimentos sociais, o movimento feminista caracteriza-se, historicamente, pela diversidade de pautas e de sujeitos. Por outro lado, é possível afirmar a existência de objetivos que foram bastante significativos para a consolidação deste movimento, em âmbito abrangente.
Sobre o movimento feminista, é correto afirmar:
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(UERJ/2016)
“Reivindicar liberdade para as mulheres não é crime. Pessoas presas por solicitar o direito de votar não devem ser tratadas como criminosas” (1917).
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A imagem acima retrata a luta das mulheres pelo sufrágio universal nas décadas iniciais do século XX, nas sociedades norte-americana e europeia.
Naquele momento, a negação desse direito indicava o seguinte problema social:
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(Unievangélica GO/2014)
Observe a imagem a seguir.
No período da Primeira Guerra Mundial, enquanto os homens deslocavam-se em grande quantidade para os campos de batalha, as mulheres deixaram seus lares e passaram a exercer outras atividades, o que trouxe como consequência:
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(ENEM/2018)
O marco inicial das discussões parlamentares em torno do direito do voto feminino são os debates que antecederam a Constituição de 1824, que não trazia qualquer impedimento ao exercício dos direitos políticos por mulheres, mas, por outro lado, também não era explícita quanto à possibilidade desse exercício. Foi somente em 1932, dois anos antes de estabelecido o voto aos 18 anos, que as mulheres obtiveram o direito de votar, o que veio a se concretizar no ano seguinte. Isso ocorreu a partir da aprovação do Código Eleitoral de 1932.
Disponível em: http://tse.jusbrasil.
com.br. Acessado em: 14 maio 2018.Um dos fatores que contribuíram para a efetivação da medida mencionada no texto foi a
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(UNITAU SP/2017)
A revisão da legislação eleitoral e a elaboração de um novo código eleitoral foram importantes atos políticos do Governo Provisório após o movimento de 1930. O Decreto nº 21.076, de 24 de fevereiro de 1932, regulamentava o alistamento e o processo eleitoral no país, nos âmbitos federal, estadual e municipal, trazendo uma série de inovações.
Sobre as inovações referidas no texto acima, podemos afirmar:
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(UNEB BA/2017)
A primeira vez que se discutiu a necessidade de haver um código que organizasse os direitos civis no Brasil ocorreu em 1824. Naquele ano, o imperador D. Pedro I impôs uma Constituição que afirmava que “organizar-se-á quanto antes um Código Civil e Criminal, fundado nas sólidas bases da justiça e da equidade”. Uma das curiosidades dessa disposição era o fato de prever a elaboração de regras sobre os interesses do Estado e os da sociedade num único código. Pensava-se que, desta forma, uns não prevaleceriam sobre os outros.
(DIMENSTEIN, Gilberto;
GIANSANTI. 2017. p. 28).A luta pela ampliação da participação política popular pode ser identificada na adoção, pela Constituição de
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(UNIFOR CE/2018)
As mulheres são maioria da população brasileira (IBGE, 2010) e maioria do eleitorado (TSE, 2016), mas a presença feminina nas Casas legislativas não chega nem próximo aos percentuais indicados: alcançaram apenas 9,9% das vagas na Câmara dos deputados e 13,58% no Senado nas últimas eleições (TSE, 2014). Não é possível, portanto, ignorar a grande diferença entre o número de mulheres em nossa sociedade e o número de mulheres que ocupam cargos eletivos” (SANTOS, 2018).
Sobre as relações entre gênero e política no Estado brasileiro, aponte a afirmativa INCORRETA:
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Sobre o(a) autor(a):
Guilherme Silva é formado em História pela Universidade Federal de Santa Catarina. Dá aulas de História em escolas da Grande Florianópolis desde 2016.