Você lembra quais são e como usar os pronomes possessivos? Vem com a gente revisar o conteúdo para mandar bem na interpretação dos textos e gabaritar as questões de línguas do Enem!
Os pronomes possessivos fazem parte das classes gramaticais dentro da grande área chamada “morfologia”.
O que são os pronomes possessivos
Conceitualmente, os pronomes são aquelas palavras que indicam a pessoa gramatical possuidora de algo. Ou seja, aquelas que acrescentam a ideia de posse de algo (coisa possuída). Os pronomes possessivos distinguem-se a partir das pessoas do discurso.
Veja no quadro a seguir:
Pessoa do discurso | Número | Pronome Possessivo |
Eu | singular | meu(s), minha(s) |
Tu | singular | teu(s), tua(s) |
Ele (a) | singular | seu(s), sua(s) |
Nós | plural | nosso(s), nossa(s) |
Vós | plural | vosso(s), vossa(s) |
Eles (as) | plural | seu(s), sua(s) |
Introdução aos Pronomes Possessivos
Veja agora com a professora de português Mercedes Bonorino, do canal do Curso Enem Gratuito, o que são os pronomes possessivos.
Exemplo de uso de um pronome possessivo: O meu estudo no Curso Enem Gratuito foi fundamental para minha aprovação!
Concordância dos pronomes possessivos
A concordância de um pronome possessivo está condicionada à pessoa gramatical a que ele se refere. Sendo assim, o gênero e o número do pronome concordam com o objeto possuído. Veja um exemplo:
Ana conseguiu sua vaga e assim sua aprovação foi muito comemorada.
Note que a primeira ocorrência do pronome “sua” nesta frase está concordando com o substantivo “vaga” que está no singular feminino. O mesmo ocorre com a segunda ocorrência do pronome “sua”. Neste caso, ele concorda com o substantivo “aprovação”.
Uso dos pronomes possessivos
Como já falamos acima, os pronomes possessivos ajudam a construir a ideia de posse em uma oração. Porém, é importante que você fique atento(a) a alguns detalhes sobre o uso dessas palavras:
- A forma “seu” não vale como possessiva se equivaler à alteração fonética da palavra “senhor”. Veja um exemplo:
Muito obrigada, seu João.
- Algumas vezes os pronomes possessivos não indicam posse e sim afetividade. Exemplo:
Você vai conseguir, minha filha!
- Os pronomes possessivos também são usados para indicarem cálculo aproximado. Observe o exemplo:
O professor do cursinho tinha por volta de seus 50 anos de idade.
- Os pronomes possessivos podem atribuir um valor indefinido ao substantivo. Note no exemplo a seguir:
A aluna tem lá suas dúvidas, mas ela é bastante esforçada.
- Em algumas frases os pronomes pessoais oblíquos átonos assumem valor de pronomes possessivos. Observe:
Vai seguir-lhe os caminhos indicados. (Vai seguir seus caminhos)
- Quando pronome possessivo se refere a mais de um substantivo, concorda com o substantivo mais próximo. Exemplo:
Os estudantes conseguiram suas mochilas e canetas num sorteio.
- Nas construções em que aparece pronome de tratamento, o pronome possessivo fica na terceira pessoa. Exemplo:
Vossa Majestade quer seu cálice?
- Os pronomes oblíquos me, te, lhe, lhes, nos e vos podem apresentar valor de pronomes possessivos. Exemplo:
Doía-me a boca. (me = minha boca)
Beijei-lhe o rosto. (lhe = seu rosto)
Fique atento(a) ainda ao seguinte detalhe: em certas frases o emprego dos pronomes possessivos seu, sua, seus, suas pode causar duplo sentido. Isso não pode acontecer na sua redação Enem, por exemplo. Veja:
A garota discutia com o irmão o seu futuro. (o futuro da garota ou do irmão?)
Para evitar casos assim, o melhor, sempre que for possível, é substituir o pronome possessivo por dele, deles, dela ou delas. Veja a frase anterior reformulada para melhor ser compreendida:
- A garota discutia com o irmão o futuro
E/ou
- A garota discutia com o irmão o futuro
Exercício resolvido
Agora que você já revisou os principais pontos sobre os pronomes possessivos, que tal testar o que você aprendeu? Para isso, leia a crônica a seguir, do grande escritor Luis Fernando Veríssimo. Em “O lixo” os pronomes possessivos são fundamentais para o entendimento do texto. Leia atentamente tentando analisar as orações e identificar os pronomes ao longo do texto:
O lixo – Luís Fernando Veríssimo
Encontram-se na área de serviço. Cada um com seu pacote de lixo. É a primeira vez que se falam.
– Bom dia…
– Bom dia.
– A senhora é do 610.
– E o senhor do 612
– É.
– Eu ainda não lhe conhecia pessoalmente…
– Pois é…
– Desculpe a minha indiscrição, mas tenho visto o seu lixo…
– O meu quê?
– O seu lixo.
– Ah…
– Reparei que nunca é muito. Sua família deve ser pequena…
– Na verdade sou só eu.
– Mmmm. Notei também que o senhor usa muito comida em lata.
– É que eu tenho que fazer minha própria comida. E como não sei cozinhar…
– Entendo.
– A senhora também…
– Me chame de você.
– Você também perdoe a minha indiscrição, mas tenho visto alguns restos de comida em seu lixo. Champignons, coisas assim…
– É que eu gosto muito de cozinhar. Fazer pratos diferentes. Mas, como moro sozinha, às vezes sobra…
– A senhora… Você não tem família?
– Tenho, mas não aqui.
– No Espírito Santo.
– Como é que você sabe?
– Vejo uns envelopes no seu lixo. Do Espírito Santo.
– É. Mamãe escreve todas as semanas.
– Ela é professora?
– Isso é incrível! Como foi que você adivinhou?
– Pela letra no envelope. Achei que era letra de professora.
– O senhor não recebe muitas cartas. A julgar pelo seu lixo.
– Pois é…
– No outro dia tinha um envelope de telegrama amassado.
– É.
– Más notícias?
– Meu pai. Morreu.
– Sinto muito.
– Ele já estava bem velhinho. Lá no Sul. Há tempos não nos víamos.
– Foi por isso que você recomeçou a fumar?
– Como é que você sabe?
– De um dia para o outro começaram a aparecer carteiras de cigarro amassadas no seu lixo.
– É verdade. Mas consegui parar outra vez.
– Eu, graças a Deus, nunca fumei.
– Eu sei. Mas tenho visto uns vidrinhos de comprimido no seu lixo…
– Tranquilizantes. Foi uma fase. Já passou.
– Você brigou com o namorado, certo?
– Isso você também descobriu no lixo?
– Primeiro o buquê de flores, com o cartãozinho, jogado fora. Depois, muito lenço de papel.
– É, chorei bastante, mas já passou.
– Mas hoje ainda tem uns lencinhos…
– É que eu estou com um pouco de coriza.
– Ah.
– Vejo muita revista de palavras cruzadas no seu lixo.
– É. Sim. Bem. Eu fico muito em casa. Não saio muito. Sabe como é.
– Namorada?
– Não.
– Mas há uns dias tinha uma fotografia de mulher no seu lixo. Até bonitinha.
– Eu estava limpando umas gavetas. Coisa antiga.
– Você não rasgou a fotografia. Isso significa que, no fundo, você quer que ela volte.
– Você já está analisando o meu lixo!
– Não posso negar que o seu lixo me interessou.
– Engraçado. Quando examinei o seu lixo, decidi que gostaria de conhecê-la. Acho que foi a poesia.
– Não! Você viu meus poemas?
– Vi e gostei muito.
– Mas são muito ruins!
– Se você achasse eles ruins mesmo, teria rasgado. Eles só estavam dobrados.
– Se eu soubesse que você ia ler…
– Só não fiquei com eles porque, afinal, estaria roubando. Se bem que, não sei: o lixo da pessoa ainda é propriedade dela?
– Acho que não. Lixo é domínio público.
– Você tem razão. Através do lixo, o particular se torna público. O que sobra da nossa vida privada se integra com a sobra dos outros. O lixo é comunitário. É a nossa parte mais social. Será isso?
– Bom, aí você já está indo fundo demais no lixo. Acho que…
– Ontem, no seu lixo…
– O quê?
– Me enganei, ou eram cascas de camarão?
– Acertou. Comprei uns camarões graúdos e descasquei.
– Eu adoro camarão.
– Descasquei, mas ainda não comi. Quem sabe a gente pode…
– Jantar juntos?
– É.
– Não quero dar trabalho.
– Trabalho nenhum.
– Vai sujar a sua cozinha?
– Nada. Num instante se limpa tudo e põe os restos fora.
– No seu lixo ou no meu?
Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=7243
E aí? Conseguiu encontrar os pronomes e entender a importância deles na compreensão desse texto? Beleza!
Exercícios sobre os Pronomes Possessivos
Sumário do Quiz
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(Fac. Direito de Franca SP/2016)
Jornalismo brasileiro não tem maturidade para o #AgoraÉQueSãoElas
Clarice Cardoso
Carta Capital,
06/11/2015
Clarice Cardoso
Se for para ficar uma lição como legado da campanha #AgoraÉQueSãoElas, que seja a de que, no limite, em discursos sobre feminismo e direitos da mulher, são as mulheres que devem ser protagonistas. Se der para ficar duas lições, que seja a de que até para ser ativista você precisa estudar.
A ideia inicial era que homens com destacado espaço de fala em mídias de grande alcance dessem lugar para que uma mulher ali escrevesse. Poderia até ter dado certo não fossem dois fatores que o fadavam ao fracasso: os homens e a mídia. Há por exemplo muitos homens progressistas que relutam em aceitar que apoiar as demandas e o discurso feminista não é tomar a frente para brigar no lugar delas. É usar as vantagens que já lhe são concedidas para que uma mulher defenda, ela sim, seu ponto de vista. Um raciocínio bem direto.
Foi isso, ao que tudo indica, que a campanha tentou ilustrar. Não contava com o poder pernicioso do jornalismo brasileiro de deturpar todo e qualquer debate socialmente relevante.
Coube aos homens então vestir a camisa do altruísmo e chamar mulheres para escrever. Quem? Suas esposas, filhas, primas, vizinhas. É claro que todas as mulheres devem ter espaço e oportunidade de expressar suas opiniões, mas o objetivo da campanha era trazer à ribalta vozes, histórias e visões que confrontassem esse confortável discurso massificado. Não aconteceu.
Pessoas que vivem numa bolha conversando com seus vizinhos e surdas às convocações por diversidade não podem ir muito longe em suas reflexões.
Ou então: uma escritora autora de mais de dez livros e presença constante em veículos diversos realmente necessita ocupar o espaço de um colunista de grande jornal? Não havia em lugar nenhum do planeta outro nome à altura que confere a si mesmo aquele espaço?
É a típica situação que levanta a bandeira desse marketing que acena para movimentos sociais enquanto se certifica de manter as coisas todas como estão.
Deveria ser tipificado como crime o que viria depois. O preconceito que ainda vai ser defendido como “pluralidade” ou “direito democrático de divergência de opiniões” tomou conta de textos que praticamente defendiam os projetos retrógrados da bancada evangélica ou, à custa de suposta ironia, só faziam demonstrar ignorância sobre princípios do feminismo e do bom senso.
Não cabe personificar críticas e direcioná-las a mulheres individualmente. Mas até para ser ativista você precisa estudar. Isso implica ler, conversar com pessoas diferentes, acompanhar pesquisas, estudos, comissões e projetos em debate. O feminismo não é um estilo de vida ou tendência de moda. Nem essa máquina de cliques que se está gestando.
Depender da suposta benevolência de homens para conseguir um espaço limitado tem a ver com tentar mudar o jogo de dentro. Acontece que nenhum jogo vai virar com argumentos que defendem a cultura do estupro, por exemplo.
Ele pode começar a entornar para outro lado quando mais e mais mulheres forem direto nos veículos exigir seu espaço na mídia como um todo. Por que uma coluna e não mais colunistas? Mais editorialistas e repórteres, mais mulheres defendendo que elas estejam representadas de formas não sexualizadas, que sejam contempladas em reportagens, em políticas públicas etc.
Poucas áreas de atuação foram tão precarizadas tão rapidamente como o jornalismo. Existe um déficit óbvio de mulheres nos cargos de chefia nas redações brasileiras, e não é preciso dizer que há casos de machismo diário que não têm nada a ver com meritocracia.
Isso explica a falta de qualidade generalizada do conteúdo que essas empresas jornalísticas produzem há um tempo, o que inclui o caso atual. A oportunidade de dar voz às mulheres virou o oportunismo que distorce qualquer coisa que possa gerar cliques ou uma falsa fama virtual. Como sempre.
Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/sociedade/jornalismo-
brasileironao- tem-maturidade-para-o-agoraequesaoelas-1574.
html. Acesso em: 06 nov.2015. (Adaptado para fins de vestibular.)Aponte os referentes dos pronomes possessivos evidenciados de acordo com a ordem em que aparecem no texto.
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(Fac. Direito de Franca SP/2015)
Inteligência é manter portas abertas
Suzana Herculano-Houzel
Folha de S.Paulo
1 Uma das primeiras coisas que aprendemos em ciência é que, para abordar um problema, é primeiro preciso defini-lo. Encontrar as origens cerebrais da inteligência ou entender como ela se compara entre pessoas ou espécies animais diferentes, portanto, exige primeiro definir o que é inteligência.
2 O problema é antigo, mas ainda elusivo. O psicólogo Francis Galton foi supostamente o primeiro a propor, no século 19, medir a inteligência de indivíduos para estudar sua hereditariedade (e usá-la para fins de eugenia, termo, aliás, cunhado por ele). Mas uma medida útil foi criada somente em 1904, pelo estatístico Charles Spearman, e chamada de “fator g” em referência a inteligência “geral”: algo que influencia o desempenho em habilidades mentais diversas.
3 Mas o que é a capacidade que o fator g mede? Por muito tempo me atraiu a definição abrangente de que inteligência é a capacidade de usar informações para resolver problemas. Mas recentemente um físico e matemático fez uma descoberta potencialmente transformadora.
4 Alex Wissner-Gross, pesquisador de Harvard e do MIT, resolveu fazer aquela coisa que físicos gostam de fazer: buscar uma equação única que explicasse a inteligência. E conseguiu. Sua palestra no site ted.com explicando a descoberta pode não ser a mais impressionante ou polida – mas faz pensar, e muito.
5 A equação geral para a inteligência, que ele trata como uma força dinâmica, consiste em apenas seis letras ou símbolos que se traduzem em uma frase simples: inteligência é a capacidade de maximizar opções futuras. Decisões inteligentes, portanto, são aquelas que, ao contrário de fechar portas, mantêm portas abertas para outras decisões no futuro.
6 As implicações são gigantescas. Por um lado, a equação produz comportamento inteligente até mesmo nos programas mais simples. Por outro, ela prediz que animais inteligentes são aqueles capazes de formular mentalmente estados futuros possíveis e então decidir pelo caminho que mantém mais opções abertas. Um hipocampo, que permite usar memórias recentes para projetar estados futuros, talvez seja assim fundamental para a inteligência – além do mais óbvio, algo que atue como um córtex pré-frontal que represente objetivos e selecione entre alternativas.
7 Se decisões inteligentes são aquelas que maximizam alternativas, para mim é inevitável pensar então no que é ciência inteligente: não aquela que resolve detalhes e fecha portas, mas a que abre novas questões e possibilidades.
“ Sua palestra no site ted.com explicando a descoberta pode não ser a mais impressionante ou polida – mas faz pensar, e muito.” [quarto parágrafo]
O pronome possessivo evidenciado refere-se
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(PUC SP/2015)
Liberdade para mentir
Marion Strecker
Folha de S.Paulo
26/08/2014 02h00
Os jornalistas Carlos Alberto Sardenberg e Miriam Leitão, das Organizações Globo, sentiram na pele as consequências da liberdade com que se escreve e reescreve a principal enciclopédia do século 21. Seus verbetes na Wikipédia ganharam informações falsas e ofensivas. E o mais espantoso: as modificações foram feitas a partir da rede de internet do Palácio do Planalto.
O governo federal lamentou o episódio, negou que tenha sido o autor das modificações, afirmou que agora é tecnicamente impossível identificar os responsáveis e alegou que sua rede é também usada por visitantes do Planalto. A fraude teria ocorrido em maio do ano passado, mas só veio à tona neste mês.
O episódio joga luz sobre os bastidores da maior enciclopédia do século 21, quinto site mais visitado do mundo, que atende mais de 430 milhões de pessoas por mês com seus 32 milhões de verbetes em 287 idiomas. Qualquer um pode escrever ou reescrever verbetes da Wikipédia.
Um dos pilares da Wikipédia é permitir o anonimato de seus autores. Por que isso? A fundação alega que o anonimato favorece a enciclopédia, pois autores que talvez não queiram ver sua imagem pública associada a determinados verbetes também poderiam colaborar. Será que os benefícios de permitir o anonimato justificam os malefícios?
O anonimato como valor é uma herança da internet do século 20, quando não havia Facebook e o uso de apelidos ou avatares era bem mais dominante do que hoje. O fundador mais conhecido da enciclopédia é o americano Jimmy Wales, que no século 20 era dono de um site pornográfico e antes de criar a Wikipédia tentou fazer uma enciclopédia escrita por especialistas. Mudou de ideia quando percebeu que o site poderia crescer muito mais rápido se aceitasse contribuição de qualquer um.
Para escrever para a Wikipédia é preciso ter tempo livre, por isso ela é escrita predominantemente por dois grupos: pessoas muito jovens e pessoas aposentadas. Agrande maioria dos colaboradores são homens, o que também gera um desequilíbrio que a enciclopédia tenta combater.
Existe uma divisão de funções entre os colaboradores. Há os editores (autores), os eliminadores (que apagam conteúdos que consideram inadequados), os administradores, os burocratas, os verificadores e o conselho de arbitragem, para resolver disputas. As funções de eliminador e administrador, que são as mais poderosas, são exercidas por pessoas eleitas pelos próprios colaboradores da enciclopédia.
Mas há diferenças culturais importantes entre a Wikipédia original, em inglês, e a Wikipédia em português. Além de a versão em inglês ser muito maior, com muito mais verbetes e colaboradores, a busca do consenso é mais presente em sua produção, enquanto que em português prevalece a votação simples.
A confiabilidade das informações continua a ser o maior problema da Wikipédia, embora em países como a Grã-Bretanha mais pessoas confiem na enciclopédia on-line (64%) do que nos jornalistas da BBC (61%) e de outros veículos.
Seu método de produção favorece erros, tanto bem quanto mal intencionados, como mostra o exemplo dos verbetes sobre os jornalistas da Globo. Embora seus acertos sejam inúmeros, seus erros são cometidos em escala muito mais ampla do que nas enciclopédias tradicionais, como a Britannica, que é escrita por profissionais remunerados, entre eles experts, acadêmicos e até laureados com o prêmio Nobel.
A fé na “sabedoria das multidões” é outro valor supremo da Wikipédia. Mas a “sabedoria das multidões” pode resultar no desprezo pela voz do indivíduo, inclusive do especialista. E o anonimato pode liberar o lado mais obscuro da natureza humana, como lembra o intelectual Jaron Lanier, que cunhou a expressão “maoísmo digital”.
Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marionstrecker/2014/08/
1505571-liberdade-para-mentir.shtml. Acesso em: 10 out.2014.“Seus verbetes na Wikipédia ganharam informações falsas e ofensivas.” [1º parágrafo]
A respeito do pronome possessivo evidenciado nesse trecho, é válido afirmar que
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(UEG GO/2013)
1 Podemos argumentar que, após a mídia, o discurso educacional é o mais influente na sociedade, 2 especialmente quando se refere à comunicação de crenças que não são normalmente transmitidas nas 3 conversas cotidianas ou na mídia. Crianças, adolescentes e jovens adultos enfrentam, diariamente, por 4 muitas horas, aulas e livros didáticos – os únicos livros que são leituras obrigatórias em nossa cultura. Isto 5 é, não há instituição ou discurso comparável que é tão massivamente inculcado como o da escola.
6 A má notícia é que isso é também verdadeiro para as aulas sobre Eles – os grupos desfavorecidos. 7 Discursos sobre imigrantes, refugiados, minorias e pessoas do Terceiro Mundo são frequentemente muito 8 estereotipados e às vezes claramente preconceituosos. A boa notícia é que não há domínio ou instituição na 9 sociedade em que discursos alternativos têm mais possibilidades de se desenvolver do que na escola.
10 Muitos estudos foram feitos sobre como as minorias e as pessoas do Terceiro Mundo são retratadas 11 nos livros didáticos. Mesmo as simples análises de conteúdo têm repetidamente mostrado que esse retrato, 12 pelo menos até muito recentemente, tende a ser preconceituoso e estereotipado. Muitos livros didáticos em 13 vários países ocidentais são basicamente eurocêntricos: não somente nossa economia ou tecnologia, mas 14 também nossos valores, nossas visões, nossas sociedades e nossas políticas são invariavelmente 15 colocados como superiores. Eles continuam a repetir os estereótipos sobre minorias e sobre outros povos 16 não europeus.
VAN DIJK, Teun A. Discurso e poder.
São Paulo: Contexto, 2008. p. 148-149. (Adaptado).São recursos linguísticos que permitem identificar a origem geograficocultural do autor:
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(FGV /2012)
Sua excelência
[O ministro] vinha absorvido e tangido por uma chusma de sentimentos atinentes a si mesmo que quase lhe falavam a um tempo na consciência: orgulho, força, valor, satisfação própria etc. etc.
Não havia um negativo, não havia nele uma dúvida; todo ele estava embriagado de certeza de seu valor intrínseco, das suas qualidades extraordinárias e excepcionais de condutor dos povos. A respeitosa atitude de todos e a deferência universal que o cercavam, reafirmadas tão eloquentemente naquele banquete, eram nada mais, nada menos que o sinal da convicção dos povos de ser ele o resumo do país, vendo nele o solucionador das suas dificuldades presentes e o agente eficaz do seu futuro e constante progresso.
Na sua ação repousavam as pequenas esperanças dos humildes e as desmarcadas ambições dos ricos.
Era tal o seu inebriamento que chegou a esquecer as coisas feias do seu ofício… Ele se julgava, e só o que lhe parecia grande entrava nesse julgamento.
As obscuras determinações das coisas, acertadamente, haviam-no erguido até ali, e mais alto levá-lo-iam, visto que, só ele, ele só e unicamente, seria capaz de fazer o país chegar ao destino que os antecedentes dele impunham.
(Lima Barreto. Os bruzundangas. Porto Alegre: L&PM, 1998, pp. 15-6)
Assinale a alternativa que interpreta corretamente o emprego dos pronomes possessivos destacados nas passagens do segundo parágrafo.
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(UFTM MG/2011)
Foi na terceira semana de abril que o embaixador do Sacramento tomou posse de sua cadeira no Conselho da Organização dos Estados Americanos. Ao entrar no edifício da União Pan-Americana, foi logo atraído por vozes estrídulas que despertaram o menino que dormia dentro dele. Afastou-se dos assessores que o acompanhavam e precipitou-se para o Pátio Tropical, onde duas araras de cores tão rútilas que pareciam recender ainda a tinta – escarlate, verde, azul, amarelo – gingavam e gritavam, assanhadas, nos seus poleiros. Gabriel Heliodoro aproximou-se duma delas, tentou pegar-lhe o bico, o que excitou ainda mais a colorida criatura, e ficou depois a dizer-lhe coisas numa língua que Titito Villalba jamais ouvira em sua vida. Em vão o secretário tentava mostrar a seu chefe as outras curiosidades do pátio. Sem dar-lhe atenção, o embaixador aproximou-se da outra arara e repetiu a brincadeira.
(Érico Veríssimo, O senhor embaixador.)
Leia as frases do texto:
I. … Gabriel Heliodoro aproximou-se duma delas, tentou pegar-lhe o bico…
II. … e ficou depois a dizer-lhe coisas…
III. Sem dar-lhe atenção…
O pronome lhe assume valor possessivo em
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UNESP SP/2010)
Considere o seguinte fragmento do livro Reflexões sobre a linguagem, de Noam Chomsky (1928-):
Por que estudar a linguagem? Há muitas respostas possíveis e, ao focalizar algumas delas, não pretendo, é claro, depreciar outras ou questionar sua legitimidade. Algumas pessoas, por exemplo, podem simplesmente achar os elementos da linguagem fascinantes em si mesmos e querer descobrir sua ordem e combinação, sua origem na história ou no indivíduo, ou os modos de sua utilização no pensamento, na ciência ou na arte, ou no intercurso social normal. Uma das razões para estudar a linguagem – e para mim, pessoalmente, a mais premente delas – é a possibilidade instigante de ver a linguagem como “um espelho do espírito”, como diz a expressão tradicional. Com isto não quero apenas dizer que os conceitos expressados e as distinções desenvolvidas no uso normal da linguagem nos revelam os modelos do pensamento e o universo do “senso comum” construídos pela mente humana. Mais intrigante ainda, pelo menos para mim, é a possibilidade de descobrir, através do estudo da linguagem, princípios abstratos que governam sua estrutura e uso, princípios que são universais por necessidade biológica e não por simples acidente histórico, e que decorrem de características mentais da espécie. Uma língua humana é um sistema de notável complexidade. Chegar a conhecer uma língua humana seria um feito intelectual extraordinário para uma criatura não especificamente dotada para realizar esta tarefa. Uma criança normal adquire esse conhecimento expondo-se relativamente pouco e sem treinamento específico. Ela consegue, então, quase sem esforço, fazer uso de uma estrutura intrincada de regras específicas e princípios reguladores para transmitir seus pensamentos e sentimentos aos outros, provocando nestes ideias novas, percepções e juízos sutis.
(Noam Chomsky. Reflexões sobre a linguagem. Trad. Carlos Vogt. São Paulo:
Editora Cultrix, 1980.)
No terceiro período do texto, o autor emprega três vezes o possessivo “sua”. Considerando que os possessivos apresentam nos textos uma função anafórica, ou seja, fazem referência a um termo oracional anterior, aponte a alternativa que indica o núcleo desse termo:
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(UNIPAR PR/2007)
Analise as proposições abaixo:
I. É bem-vindo você e seu entusiasmo.
II. Indica-me o teu endereço para futuro contato.
III. Não quero elogio. Basta-me o seu apoio.
Os pronomes possessivos em destaque estão corretamente colocados nas proposições:
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(UFTM MG/2007)
[Jerônimo] Tomou conta da direção de todo o serviço, e em boa hora o fez, porque dia a dia a sua influência se foi sentindo no progresso do trabalho. Com o seu exemplo os companheiros tornavam-se igualmente sérios e zelosos. Ele não admitia relaxamentos, nem podia consentir que um preguiçoso se demorasse ali tomando o lugar de quem precisava ganhar o pão.
Acordava todos os dias às quatro horas da manhã, fazia antes dos outros a sua lavagem à bica do pátio, socava-se depois com uma boa palangana de caldo de unto, acompanhada de um pão de quatro; e, em mangas de camisa de riscado, a cabeça ao vento, os grossos pés sem meias metidos em um formidável par de chinelos de couro cru, seguia para a pedreira.
A sua picareta era para os companheiros o toque de reunir.
Aquela ferramenta movida por um pulso de Hércules valia bem os clarins de um regimento tocando alvorada.
Jerônimo só voltava a casa ao descair da tarde, morto de fome e de fadiga. A mulher preparava-lhe sempre para o jantar alguma das comidas da terra deles. E ali, naquela estreita salinha, sossegada e humilde, gozavam os dois, ao lado um do outro, a paz feliz dos simples, o voluptuoso prazer do descanso após um dia inteiro de canseiras ao sol.
Passaram-se semanas. Uma transformação, lenta e profunda, operava-se nele, dia a dia, hora a hora, reviscerando-lhe o corpo e alando-lhe os sentidos, num trabalho misterioso e surdo de crisálida. A sua energia afrouxava lentamente: fazia-se contemplativo e amoroso. A vida americana e a natureza do Brasil patenteavam-lhe agora aspectos imprevistos e sedutores que o comoviam; esquecia-se dos seus primitivos sonhos de ambição; para idealizar felicidades novas, picantes e violentas; tornava-se liberal, imprevidente e franco, mais amigo de gastar que de guardar; adquiria desejos, tomava gosto aos prazeres, e volvia-se preguiçoso resignando-se, vencido, às imposições do sol e do calor, muralha de fogo com que o espírito eternamente revoltado do último tamoio entrincheirou a pátria contra os conquistadores aventureiros.
(Aluísio Azevedo, O cortiço. Texto editado)
…. dia a dia a sua influência se foi sentindo.
Assinale a alternativa em que o pronome destacado tem sentido de possessivo, como o pronome – sua – empregado nessa passagem.
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(ESPM SP/2006)
Assinale o item em que o pronome grifado tenha valor semântico de possessivo:
CorretoParabéns! Siga para a próxima questão.
IncorretoResposta incorreta. Revise o conteúdo nesta aula sobre pronomes possessivos para acertar na hora da prova!
Sobre o(a) autor(a):
Os textos e exemplos acima foram preparados pela professora Andressa da Costa Farias para o Blog do Enem. Andressa é formada em Letras Português e Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Maria. E atualmente cursa Doutorado em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina. Colabora eventualmente escrevendo crônicas para o jornal Diário de Santa Maria (RS) das quais posta no blog pessoal: www.andressacf.blogspot.com Facebook: https://www.facebook.com/andressa.dacostafarias