A origem de tudo está no mito de Rômulo e Remo, gêmeos abandonados e que teriam sido salvos e amamentados por uma loba na floresta. Depois, vem a história com os reis da Roma Antiga; a República, e posteriormente o Império Romano.
A Roma Atiga, juntamente com a Grécia, compunha o que chamamos de Antiguidade Clássica. Os romanos nos deixaram um enorme legado, tanto nas artes, quanto na política e no direito.
A fundação de Roma
A origem de Roma tem duas versões: uma mítica, e outra comprovada pela historiografia. Na primeira, dois bebês gêmeos haviam sido abandonados nas águas do rio Tibre, que fica na região de Roma.
Uma loba teria resgatado as crianças e as amamentado. Eles eram Rômulo e Remo, que no futuro fundariam a cidade romana. Apesar de não existirem fontes que corroborem essa narrativa, ela tem uma importância simbólica para os romanos.Imagem 1: Estátua representando Rômulo e Remo sendo amamentados por uma loba. Durante muito tempo, se acreditava que a estátua era de 500 a. C., mas descobertas recentes apontam que, na verdade, foi feita por volta do ano 1300.
Já de acordo com pesquisas historiográficas, a fundação de Roma iniciou com o povoamento da península Itálica. Entre o segundo e o primeiro milênios antes de Cristo, povos como os ilírios, os italiotas (latinos, sabinos e samnitas) e os etruscos ocuparam boa parte da atual Itália.
Ao norte viviam os lígures, e ao sul estavam povos como os gregos e os cartagineses.
Apesar de não saber com exatidão como se deu a criação da cidade, há indícios de que chefes etruscos teriam invadido os vilarejos vizinhos e imposto os seus costumes.
Dessa forma, teria havido a unificação de povoados latinos e sabinos aos etruscos. A junção de todas as aldeias na região do Lácio deu origem à grande cidade de Roma.Imagem 2: A península Itálica em 1000 a. C.
Introdução à Roma Antiga
Confira com o professor Felipe Oliveira, do canal do Curso Enem Gratuito, uma síntese inicial sobre as duas primeiras fases de Roma. Logo ap[os as etapas da Monarquia e da República veio o Império Romano.
Confira agora os detalhes das fases da Monarquia e da República.
A monarquia na Roma Antiga
Nos primeiros séculos da Roma antiga, a cidade era dominada pelos etruscos, que tinham a monarquia como forma de governo. Nesse período, eles tomaram medidas como a pavimentação de estradas, a drenagem de pântanos e a construção de pontes e de redes de esgoto.
Junto a essa vida predominantemente urbana, o comércio dos romanos com outras regiões também foi fortalecido. Outro aspecto importante do surgimento de Roma é que o convívio entre os povos levou a uma adaptação dos alfabetos etrusco e latino, resultando no alfabeto que utilizamos atualmente.
Durante a monarquia, a sociedade passou a ser dividida em quatro grupos: patrícios, plebeus, clientes e escravos. Os patrícios eram a elite da sociedade romana, pois eram os maiores detentores de terra e acreditavam ser descendentes de Rômulo. Eles faziam parte do Senado e eram os únicos que tomavam decisões políticas.
O grupo dos plebeus era formado por agricultores, artesãos, comerciantes e pequenos proprietários. Esses não tinham direito à participação política. No entanto, deveriam estar à disposição do exército.
Os clientes eram escravos libertos ou filhos de escravos nascidos livres. Eles tinham uma relação de dependência com os patrícios, na qual recebiam terras para plantar em troca de seus serviços e fidelidade.
Finalmente, os escravos eram prisioneiros de guerra ou plebeus endividados que tinham que fazer trabalhos forçados para os patrícios.
A república na Roma Antiga
A monarquia teve fim por volta de 510 a. C., quando patrícios se revoltaram e depuseram o rei Tarquínio II. O descontentamento foi motivado pelas concessões que Tarquínio havia feito para os plebeus, permitindo que eles tivessem maior participação política.
Com a derrubada da monarquia, os patrícios instalaram em Roma uma república, palavra que vem do latim res publica (coisa pública).Imagem 3: Cicero acusando Catilina no Senado romano. Pintura de Cesare Maccari, 1889.
A partir de então, os patrícios assumiram as posições mais importantes no Estado romano e transformaram o Senado na principal instância da república. Sua função era aconselhar e fiscalizar os magistrados.
Além disso, os senadores apresentavam projetos de lei aos magistrados. Com o tempo, foram criados outros órgãos administrativos: as assembleias. Elas se dividiam da seguinte forma:
Centurial: tratava dos assuntos relacionados à guerra, decidia sobre propostas dos magistrados e elegia cônsules, pretores e censores.
Tribal: também decidia sobre propostas dos magistrados e elegia edis, questores e tribunos.
Curial: tratava de assuntos religiosos.
A magistratura também era uma parte importante da estrutura político-administrativa da república. Ela era dividida em ditadores, cônsules, pretores, censores, questores e tribunos.
O ditador era eleito pelo Senado apenas em casos de emergência. Ele governaria por seis meses e teria poderes de administração e de comandar do exército.
Os cônsules eram os principais magistrados, sendo que eram eleitos dois por vez e ficavam no cargo por um ano. Sua função era de presidir o Senado e comandar o exército caso houvesse guerra.
Os pretores administravam a justiça e os censores eram responsáveis pelo censo, que determinava quem teria renda o suficiente para participar do Senado.
Os edis eram responsáveis pela conservação dos prédios públicos e os questores ficavam a cargo das contas públicas e da arrecadação de impostos. Finalmente, os tribunos – criados mais tarde – tinham o papel de defender os interesses da plebe no Senado.
Revoltas plebeias
Desde o início da república era possível perceber que os patrícios defendiam apenas os seus interesses políticos. Com isso, os plebeus realizaram uma série de revoltas, começando já na segunda década de governo republicano. Eles organizaram greves e se recusavam a participar de campanhas militares.
Como resultado dos protestos, foram criados os tribunais da plebe em 493 a. C. No início, eram apenas dois os plebeus escolhidos como tribunos, mas depois esse número aumentou para 10.
Apesar de não poderem propor novas leis, como os outros magistrados, eles tinham o direito de vetar leis que fossem contrárias às suas demandas.
Suas lutas também resultaram na obtenção de alguns direitos importantes ao longo do tempo. Alguns deles foram o direito ao casamento com patrícios, o direito de se tornarem magistrados e de ingressarem no Senado.
Outra conquista relevante foi a elaboração de um código de leis, conhecido como a Lei Das Doze Tábuas, que foi o princípio do direito romano.
Até meados do século V a. C., as leis eram transmitidas apenas oralmente, o que permitia que os patrícios as manipulassem com facilidade. Em 451 a. C., foi eleita uma comissão para elaborar uma legislação escrita, e dessa vez havia participação de plebeus.
Dois deles viajaram até Atenas, na Grécia, para conhecer a legislação criada por Sólon. Portanto, além de incorporar os costumes romanos, a Lei Das Doze Tábuas tinha como base a experiência do direito grego.
A partir de então, a lei deixou de ser algo sagrado, baseado nos desejos dos deuses, e passou a representar as vontades daqueles que a elaboraram.
Dessa forma, o direito penal, o que é público e o que privado, entre outras questões, passaram a ser regulamentadas. É nesse momento, inclusive, que surge a profissão de advogado.
A expansão de Roma
Uma última conquista dos plebeus que abordaremos foi o fim da escravidão por dívidas, instituído pelas Leis Licínias. Elas foram relevantes não só para os plebeus, mas para a constituição da sociedade romana.
Se os plebeus endividados não poderiam mais ser transformados em escravos, os patrícios precisavam encontrar outra forma de mão de obra. Assim, a expansão da Roma Antiga para outros territórios foi impulsionada, pois os povos conquistados eram aprisionados e escravizados.
Apesar disso, o principal objetivo das guerras era conquistar territórios ao longo do Mediterrâneo, onde havia importantes rotas comerciais. Naquela época, no século III a. C., eram os fenícios que dominavam o comércio da região e ocupavam as ilhas da Sicília, Sardenha e Córsega.
Por isso, os romanos entraram em conflito com Cartago (cidade-Estado fenícia localizada no norte da África) por três vezes em pouco mais de cem anos.
Esses confrontos são chamados de Guerras Púnicas. A primeira foi de 264 a 241 a. C., a segunda ocorreu entre 218 e 202 e a terceira de 149 a 146, ainda antes de Cristo. No final, os cartagineses foram derrotados e os romanos dominaram seus territórios e rotas comerciais.
A vitória, no entanto, não traria apenas benefícios para a elite romana. O expansionismo colocaria a plebe em dificuldades por causa da concentração de terra, e novamente eles iriam se revoltar. Com isso, a república entraria em crise e, mais tarde, iniciaria o período do Império Romano.
O Império Romano
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Simulado sobre a Roma Antiga
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1. Pergunta
(Unesp SP/2021)
Atualmente, muitos estudiosos acreditam que é possível identificar processos de globalização em sociedades pré-modernas, em vista de fenômenos como o encurtamento relativo das distâncias (através de meios de transporte e comunicação mais eficazes), maior conectividade entre regiões previamente isoladas […].
(Rafael Scopacasa. Revista de História, no 177, 2018.)
A expansão romana pelo mar Mediterrâneo pode ser considerada um exemplo de “globalização em sociedades pré-modernas”, pois envolveu:
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UFPR/2020)
Para assegurar a ordem entre os conquistados, os romanos tinham que manter postos avançados e acampamentos militares espalhados pelo território imperial. Era preciso alimentar e armar os soldados onde estivessem.
(FUNARI, Pedro P. A. Grécia e Roma. São Paulo: Editora Contexto, 2001, p. 91.)
Sobre o exército romano, no período imperial, é correto afirmar:
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(Fac. Santo Agostinho BA/2020)
No filme, “O Gladiador” de Ridley Scott, a trama se desenrola durante o período de apogeu do Império Romano. É neste cenário que uma das personagens, um senador romano, a certa altura afirma: “Roma não é a mármore fria do Senado, Roma é a areia quente do Coliseu.” A afirmativa da personagem do filme refere-se ao:
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(FGV/2018)
A vida privada dos escravos romanos à época do Império é um espetáculo pueril que se olha com desdém. No entanto, esses homens tinham vida própria; por exemplo, participavam da religião, e não apenas da religião do lar que, afinal, era o seu: fora de casa, um escravo podia perfeitamente ser aceito como sacerdote pelos fiéis de alguma devoção coletiva; podia também se tornar padre dessa Igreja cristã que nem por um momento pensou em abolir a escravidão. Paganismo ou cristianismo, é possível que as coisas religiosas os tenham atraído muito, pois bem poucos outros setores estavam abertos para eles. Os escravos também se apaixonavam pelos espetáculos públicos do teatro, do circo e da arena, pois, nos dias de festa, tinham folga, assim como os tribunais, as crianças das escolas e… os burros de carga.
(Paul Veyne, O Império Romano. Em: Paul Veyne (org.). História da vida privada v. 1: do Império Romano ao ano mil, 2009. Adaptado)
A partir da discussão presente no trecho, é correto afirmar:
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(Fuvest SP/2018)
Os Impérios helenísticos, amálgamas ecléticas de formas gregas e orientais, alargaram o espaço da civilização urbana da Antiguidade clássica, diluindo-lhe a substância […].
De 200 a.C. em diante, o poder imperial romano avançou para leste […] e nos meados do século II as suas legiões haviam esmagado todas as barreiras sérias de resistência do Oriente.
P. Anderson. Passagens da Antiguidade ao feudalismo. Porto: Afrontamento, 1982.
Na região das formações sociais gregas:
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(UNITAU SP/2018)
De início, devemos lembrar que a unidade política do mundo romano estava seriamente comprometida muito antes de o último imperador ter sido deposto, em 476, por um chefe germânico. De fato, com a crise do século III, as lutas pelo trono eram frequentes, as intervenções dos militares também. Cada exército provincial pretendia dar o título imperial ao seu comandante para obter maiores vantagens: naquele período de “anarquia militar” (235-268), de 26 imperadores apenas um não teve morte violenta, em guerra ou assassinado por rivais. Portanto, cada um deles reinou, em média, pouco mais de um ano. E durante este curto reinado, as regiões que não o apoiavam na prática gozavam de autonomia. No governo de Galieno (260-268), por exemplo, cerca de vinte governos provinciais agiam como se fossem independentes.
FRANCO JÚNIOR, H. A Idade Média: Nascimento do Ocidente. São Paulo: Brasiliense, 1986, p. 88.
O século III da história da Roma Antiga foi marcado por uma forte crise. Sobre esse período, é CORRETO afirmar que:
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(Unioeste PR/2016)
Nos atuais estudos sobre a Antiguidade Clássica, há tendências que analisam e problematizam aspectos relacionados àquilo que se conhece como as permanências e os usos do passado em outras épocas do mundo ocidental. No que tange ao chamado “legado histórico”, Grécia e Roma Antigas tornam-se um “lugar de retorno” bastante recorrente.
Tomando como base a reflexão acima, assinale a alternativa INCORRETA.
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(Unicamp SP/2020)
Os imperadores romanos que reinaram no século II administraram um vasto império. Eles se tornaram mais abertamente monárquicos e dinásticos, particularmente fora de Roma, onde não precisavam se preocupar com os humores do Senado. Emergiu uma corte itinerante que competia por influência. Comunidades provinciais enviavam um embaixador atrás do outro para acompanhar o imperador onde quer que ele pudesse estar. Poderiam encontrar Adriano às margens do Nilo ou supervisionando a construção da grande muralha que cruzava o norte da Britânia; ajudando a projetar seu templo de Vênus diante do Coliseu; fazendo um discurso para soldados na África. O império era governado de onde o imperador estivesse.
(Adaptado de Greg Woolf, Roma. São Paulo: Cultrix, 2017, p. 204.)
A partir da leitura do texto, assinale a alternativa correta.
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(Unesp SP/2022)
A conquista da Gália por Júlio César foi comparada, com razão, a um genocídio, e criticada pelos próprios romanos da época, nesses mesmos termos. Mas Roma se expandiu por um mundo de violência endêmica, de focos rivais de poder apoiados por forças militares […] e de mini-impérios.
(Mary Beard. SPQR: uma história da Roma Antiga, 2017.)
Segundo o excerto:
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(Fuvest SP/2022)
A noção de ditadura variou ao longo da História e dependeu das características políticas de cada sociedade.
A esse respeito, assinale a alternativa correta:
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Sobre o(a) autor(a):
Ana Cristina Peron é formada em História pela Universidade Federal de Santa Catarina e mestranda em História na mesma universidade. Também é redatora do Curso Enem Gratuito e do Blog do Enem.
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