Você lembra bem certinho das aulas sobre as Vozes Verbais? Veja no resumo como identificar cada uma delas e a fazer a Conversão entre as vozes.
Quando você lê um texto, logo percebe quem ou o que está praticando ou sofrendo uma ação. Isso porque a combinação do sujeito com o verbo e suas devidas flexões deixam isso explícito. Chamamos essa combinação de vozes verbais.
Nesta aula, você vai aprender como identificar as vozes verbais para mandar bem na interpretação de textos e na redação do Enem. Vem com a gente ver a voz ativa, a voz passiva e a voz reflexiva.
Introdução sobre as vozes verbais
Confira com a professora Mercedes um super resumo que ajuda você a compreender todo o conteúdo da aula sobre as quatro vozes verbais.
O que são vozes verbais
“Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, ‘olhos de cigana oblíqua e dissimulada.’ Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia, e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira, eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas.” ( Dom Casmurro, Machado de Assis)
No trecho acima podemos notar que na narrativa de Bentinho, personagem de Dom Casmurro, aparecem diferentes vozes verbais. Quando lemos:
Tinha-me lembrado a definição que José Dias dera deles, ‘olhos de cigana oblíqua e dissimulada.’
Logo percebemos que Bentinho ativamente lembrou da fala de outro personagem. Agora, observe a frase a seguir:
Capitu deixou-se fitar e examinar.
Nesta frase, claramente podemos perceber que Capitu está passivamente recebendo uma ação, a de ser observada e examinada. Mas, está ativamente deixando-se examinar.
Dessa maneira, você pode ver que há diferentes vozes verbais acontecendo neste texto. Elas indicam diferentes estados e ações. Para definirmos melhor, teoricamente chama-se “voz” a forma em que o verbo adquire para indicar se o sujeito da oração pratica ou sofre a ação expressa pelo verbo.
Quais são as vozes verbais
Existem quatro tipos de vozes verbais: 1 – ativa, 2 – passiva, 3 – reflexiva, e 4 – reflexiva recíproca. Vamos estudar cada uma delas.
1 – Voz ativa
Na voz verbal ativa, o sujeito é o agente da ação expressa pelo verbo. Ou seja, é o sujeito quem executa a ação. Veja o exemplo a seguir:
Um candidato gabaritou a prova do Enem.
Quem gabaritou a questão do Enem? Um candidato. Sendo assim, esse “um candidato” praticou uma ação ativamente. Temos, então, uma voz ativa.
2 – Voz passiva
Na voz verbal passiva, o sujeito sofre a ação expressa pelo verbo. Veja o exemplo:
A prova do Enem foi gabaritada por um candidato.
Quem foi gabaritada? A prova do Enem.
Sendo assim, podemos observar que a prova do Enem sofreu uma ação (foi gabaritada). Temos, então, uma voz verbal passiva.
A voz passiva pode ser classificada de duas formas:
a) Voz passiva analítica: A voz verbal passiva analítica forma-se com o verbo ser seguido de um verbo transitivo direto ou um verbo transitivo direto e indireto no particípio. Ficou difícil?
Então veja o resumo da forma:
Sujeito paciente + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) + verbo principal da ação conjugado no particípio + agente da passiva
Para entender melhor, veja os exemplos:
b) Voz passiva sintética: A voz passiva sintética também é chamada de voz passiva pronominal, pois há o uso do pronome se. Ela é formada por:
Verbo conjugado na 3.ª pessoa (no singular ou no plural) + pronome apassivador “se” + sujeito paciente.
Observe os exemplos:
Voz reflexiva
Nesta voz verbal o sujeito é agente e paciente ao mesmo tempo, uma vez que o sujeito pratica e recebe a ação.
A voz reflexiva pode ser formada por:
Verbo na voz ativa + pronome oblíquo (me, te, se, nos, vos).
O pronome oblíquo serve de objeto direto ou, por vezes, de objeto indireto, e representa a mesma pessoa que o sujeito. Observe os exemplos:
A voz reflexiva também pode se apresentar como voz reflexiva recíproca. Essa voz verbal aparece quando o verbo reflexivo indica reciprocidade, ou seja, quando dois ou mais sujeitos praticam a ação ao mesmo tempo que também são pacientes.
Veja os exemplos de voz reflexiva recíproca:
1 – Eu, minha amiga e minha prima damo-nos bastante bem.
2 – Os dias e as noites passam-se rápido em época de prova de vestibular.
3 – Ana e Pedro amam-se.
Conversão das vozes verbais
As vozes verbais podem ser convertidas. A voz ativa pode passar a ser passiva e vice-versa por uma questão de estilo. E é importante observar que, ao fazer a transposição, o sujeito da voz ativa torna-se o agente da passiva e o objeto direto da voz ativa torna-se o sujeito da voz passiva.
Exemplo na voz ativa:
Gabaritamos a prova toda.
Sujeito da ativa: Nós (oculto)
Verbo: Gabaritamos (transitivo direto)
Objeto direto: a prova toda.
Exemplo na voz passiva:
A prova toda foi gabaritada por nós.
Sujeito: A prova toda
Verbo auxiliar: foi
Verbo principal: gabaritada
Agente da passiva: por nós.
Observe que o verbo auxiliar foi está no mesmo tempo verbal que o verbo gabaritamos estava na oração cuja voz é ativa. O verbo gabaritamos na oração cuja voz é passiva está no particípio.
Assim, a oração transposta para a voz passiva é formada da seguinte forma:
Sujeito + verbo auxiliar (ser, estar, ficar, entre outros) conjugado no mesmo tempo verbal que o verbo principal da oração na voz ativa+ verbo principal da ação conjugado no particípio + agente da passiva.
É importante lembrar que somente os verbos transitivos admitem transposição de voz. Isso porque uma vez que os verbos intransitivos não necessitam de complemento, não têm objeto que seja transposto em sujeito.
Exercícios sobre vozes verbais
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(ESPM SP/2019)
Aborto, porte de armas e o presidente Donald Trump foram alguns dos assuntos que dominaram a primeira audiência de confirmação do juiz conservador Brett Kavanaugh para a Suprema Corte dos Estados Unidos, realizada em meio a protestos de ativistas e tentativas de adiamento do processo por parte de democratas.
Kavanaugh passará por mais dois dias de sabatina, na quarta e na quinta, e testemunhas contra e a favor do juiz devem ser ouvidas na sexta.
(Folha de S.Paulo,
04/09/2018)Assinale a afirmação correta sobre o trecho: “… testemunhas contra e a favor do juiz devem ser ouvidas na sexta…” A frase está:
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UNESP SP/2018)
Leia o trecho do livro Bem-vindo ao deserto do real!, de Slavoj Žižek.
Numa antiga anedota que circulava na hoje falecida República Democrática Alemã, um operário alemão consegue um emprego na Sibéria; sabendo que toda correspondência será lida pelos censores, ele combina com os amigos: “Vamos combinar um código: se uma carta estiver escrita em tinta azul, o que ela diz é verdade; se estiver escrita em tinta vermelha, tudo é mentira.” Um mês depois, os amigos recebem uma carta escrita em tinta azul: “Tudo aqui é maravilhoso: as lojas vivem cheias, a comida é abundante, os apartamentos são grandes e bem aquecidos, os cinemas exibem filmes do Ocidente, há muitas garotas, sempre prontas para um programa – o único senão é que não se consegue encontrar tinta vermelha.” Neste caso, a estrutura é mais refinada do que indicam as aparências: apesar de não ter como usar o código combinado para indicar que tudo o que está dito é mentira, mesmo assim ele consegue passar a mensagem. Como? Pela introdução da referência ao código, como um de seus elementos, na própria mensagem codificada.
(Bem-vindo ao deserto
do real!, 2003.)“Um mês depois, os amigos recebem uma carta escrita em tinta azul […].”
Assinale a alternativa que expressa, na voz passiva, o conteúdo dessa oração.
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(FAMEMA SP/2018)
Em 2010, cientistas realizaram um experimento especialmente tocante com ratos. Eles trancaram um rato numa gaiola minúscula, colocaram-na dentro de um compartimento maior e deixaram que outro rato vagasse livremente por esse compartimento. O rato engaiolado demonstrou sinais de estresse, o que fez com que o rato solto também demonstrasse sinais de ansiedade e estresse. Na maioria dos casos, o rato solto tentava ajudar seu companheiro aprisionado e, depois de várias tentativas, conseguia abrir a gaiola e libertar o prisioneiro. Os pesquisadores repetiram o experimento, dessa vez pondo um chocolate no compartimento. O rato livre tinha de escolher entre libertar o prisioneiro e ficar com o chocolate só para ele. Muitos ratos preferiram primeiro soltar o companheiro e dividir o chocolate (embora uns poucos tenham mostrado mais egoísmo, provando com isso que alguns ratos são mais maldosos que outros).
Os céticos descartaram essas conclusões, alegando que o rato livre liberta o prisioneiro não por ser movido por empatia, mas simplesmente para parar com os incomodativos sinais de estresse apresentados pelo companheiro. Os ratos seriam motivados pelas sensações desagradáveis que sentem e não buscam nada além de exterminá-las. Pode ser. Mas poderíamos dizer o mesmo sobre nós, humanos. Quando dou dinheiro a um mendigo, estou reagindo às sensações desagradáveis que sua visão provoca em mim? Realmente me importo com ele, ou só quero me sentir melhor?
Na essência, nós humanos não somos diferentes de ratos, golfinhos ou chimpanzés. Como eles, tampouco temos alma. Como nós, eles também têm consciência e um complexo mundo de sensações e emoções. É claro que todo animal tem traços e talentos exclusivos. Os humanos têm suas aptidões especiais. Não deveríamos humanizar os animais desnecessariamente, imaginando que são apenas uma versão mais peluda de nós mesmos. Isso não só configura uma ciência ruim, como igualmente nos impede de compreender e valorizar outros animais em seus próprios termos.
(Homo Deus, 2016.)
“Os ratos seriam motivados pelas sensações desagradáveis que sentem” (2º parágrafo)
Assinale a alternativa que expressa, na voz ativa, o conteúdo dessa oração.
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(UEFS BA/2018)
Leia o trecho de um artigo do livro O mundo assombrado pelos demônios, do astrônomo e divulgador científico Carl Sagan (1934-1996).
Nós criamos uma civilização global em que os elementos mais cruciais – o transporte, as comunicações e todas as outras indústrias, a agricultura, a medicina, a educação, o entretenimento, a proteção ao meio ambiente e até a importante instituição democrática do voto – dependem profundamente da ciência e da tecnologia. Também criamos uma ordem em que quase ninguém compreende a ciência e a tecnologia. É uma receita para o desastre.
A candle in the dark é o título de um livro corajoso, baseado em grande parte na Bíblia, escrito por Thomas Ady e publicado em Londres em 1656, que ataca a caça às bruxas, então na ordem do dia, tachando-a de fraude “para enganar o povo”. Qualquer doença ou tempestade, qualquer coisa fora do comum, era atribuída à bruxaria. As bruxas devem existir, escreveu Ady, citando a argumentação dos “negociantes de bruxas”, “do contrário como é que essas coisas existem ou vêm a acontecer?”. Durante grande parte de nossa história tínhamos tanto medo do mundo exterior, com seus perigos imprevisíveis, que aceitávamos de bom grado qualquer coisa que prometesse suavizar ou atenuar o terror por meio de explicações. A ciência é uma tentativa, em grande parte bem-sucedida, de compreender o mundo, de controlar as coisas, de ter domínio sobre nós mesmos, de seguir um rumo seguro. A microbiologia e a meteorologia explicam hoje o que, há alguns séculos, era considerado causa suficiente para queimar mulheres na fogueira.
(O mundo assombrado pelos
demônios, 2006. Adaptado.)“A microbiologia e a meteorologia explicam hoje o que, há alguns séculos, era considerado causa suficiente para queimar mulheres na fogueira.” (2o parágrafo)
Na voz passiva, o trecho transcrito assume a seguinte redação:
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(UEFS BA/2018)
Leia o texto de Georges Jean.
A história do antigo Egito teria ficado, sem dúvida, em grande parte desconhecida ou obscura, se Champollion e os egiptólogos não tivessem penetrado no segredo da escrita “hieroglífica” que recobre os inumeráveis monumentos do vale e do delta do Nilo.
Esta escrita, ao contrário da cuneiforme – austera, geométrica, abstrata –, é fascinante, poética e realmente viva. Porque é feita de desenhos admiravelmente estilizados: cabeças humanas, pássaros, animais diversos, plantas e flores.
Sumérios e egípcios habitavam a mesma região do mundo e suas civilizações apresentavam muitos pontos em comum. Por essa razão, os pesquisadores ainda se interrogam sobre eventuais equivalências entre os pictogramas de uns e os hieróglifos de outros. Contudo, por enquanto, ainda se está no terreno das hipóteses e a pesquisa está longe de ser concluída.
Segundo os antigos egípcios, foi o próprio deus Thot quem teria criado a escrita, dando-a depois aos homens. A palavra “hieróglifo”, que designa os caracteres da escrita egípcia, significa, de fato, “escrita dos deuses” (do grego hieros, “sagrado”, e gluphein, “gravar”).
Os primeiros documentos contendo inscrições em hieróglifos remontam ao terceiro milênio a.C.; porém, parece que a escrita surgiu antes. Em todo caso, não sofreu nenhuma transformação notável até aproximadamente 390 d.C., nem mesmo quando o Egito estava sob o domínio romano. Simplesmente, o número de símbolos cresceu, passando de setecentos a cinco mil, no momento da ocupação romana.
(A escrita: memória dos
homens, 2008. Adaptado.)“Sumérios e egípcios habitavam a mesma região” (3º parágrafo)
Passada à voz passiva e mantido o sentido original, a oração transforma-se em:
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(FEI SP/2008)
Leia com atenção um fragmento do poema extraído do livro A Rosa do Povo, de Carlos Drummond de Andrade, e responda às questões.
A Flor e a Náusea
1.Preso à minha classe e a algumas roupas,
Vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
5.Posso, sem armas, revoltar-me?
6.Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
10.fundem-se no mesmo impasse.
11.Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
14.As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.
15.(…)
Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
21.garanto que uma flor nasceu.
22.Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
25.É feia. Mas é realmente uma flor.
26.Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
30.É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.
Reconhece-se em “Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde” (verso 26):
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UFAM/2007)
Assinale a opção em que há voz reflexiva recíproca:
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(FAMEMA SP/2017)
Leia o texto de Claudia Wallin.
Vossas excelências, ilustríssimos senhores e senhoras, trago notícias urgentes de um reino distante. É mister vos alertar, Vossas Excelências, que nesta estranha terra os habitantes criaram um país onde os mui digníssimos e respeitáveis representantes do povo são tratados, imaginem Vossas Senhorias, como o próprio povo. Insânia! Dirão que as histórias que aqui relato são meras alucinações de contos de fada, pois há neste rico reino, que chamam de Suécia, rei, rainha e princesas. Mas não se iludam! Os habitantes desta terra já tiraram todos os poderes do rei, em nome de uma democracia que proclama uma tal igualdade entre todos, e o que digo são coisas que tenho visto com os olhos que esta mesma terra um dia há de comer.
Nestas longínquas comarcas, os mui distintos parlamentares, ministros e prefeitos viajam de trem ou de ônibus para o trabalho, em sua labuta para adoçar as mazelas do povo. De ônibus, Eminências! E muitos castelos há pelos quatro cantos deste próspero reino, mas aos egrégios representantes do povo é oferecido abrigo apenas em pífias habitações de um cômodo, indignas dos ilustríssimos defensores dos direitos dos cidadãos e da democracia.
Este reino está cercado por outros ricos reinos, numa península chamada Escandinávia, onde também há príncipes e reis, e onde os representantes do povo vivem como sobrevive um súdito qualquer. E isto eu também vi, com os olhos que esta terra há de comer: em um dos povos vizinhos, conhecido como o reino dos noruegueses, os nobres representantes do povo chegam a almoçar sanduíches que trazem de casa, e que tiram dos bolsos dos paletós quando a fome aperta.
É preciso cautela, Vossas Excelências. Deste reino, que chamam de Suécia ainda pouco se ouve falar. Mas as notícias sobre o igualitário reino dos suecos se espalham.
Estocolmo, 6 de janeiro de 2013.
(Um país sem excelências e mordomias, 2014. Adaptado.)“Os habitantes desta terra já tiraram todos os poderes do rei”.
Assinale a alternativa que expressa, na voz passiva, o conteúdo dessa oração.
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(UNESP SP/2017)
Leia o excerto do livro Violência urbana, de Paulo Sérgio Pinheiro e Guilherme Assis de Almeida.
De dia, ande na rua com cuidado, olhos bem abertos. Evite falar com estranhos. À noite, não saia para caminhar, principalmente se estiver sozinho e seu bairro for deserto. Quando estacionar, tranque bem as portas do carro […]. De madrugada, não pare em sinal vermelho. Se for assaltado, não reaja – entregue tudo.
É provável que você já esteja exausto de ler e ouvir várias dessas recomendações. Faz tempo que a ideia de integrar uma comunidade e sentir-se confiante e seguro por ser parte de um coletivo deixou de ser um sentimento comum aos habitantes das grandes cidades brasileiras. As noções de segurança e de vida comunitária foram substituídas pelo sentimento de insegurança e pelo isolamento que o medo impõe. O outro deixa de ser visto como parceiro ou parceira em potencial; o desconhecido é encarado como ameaça. O sentimento de insegurança transforma e desfigura a vida em nossas cidades. De lugares de encontro, troca, comunidade, participação coletiva, as moradias e os espaços públicos transformam- se em palco do horror, do pânico e do medo.
A violência urbana subverte e desvirtua a função das cidades, drena recursos públicos já escassos, ceifa vidas – especialmente as dos jovens e dos mais pobres –, dilacera famílias, modificando nossas existências dramaticamente para pior. De potenciais cidadãos, passamos a ser consumidores do medo. O que fazer diante desse quadro de insegurança e pânico, denunciado diariamente pelos jornais e alardeado pela mídia eletrônica? Qual tarefa impõe-se aos cidadãos, na democracia e no Estado de direito?
(Violência urbana, 2003.)
O trecho “As noções de segurança e de vida comunitária foram substituídas pelo sentimento de insegurança e pelo isolamento que o medo impõe.” (2º parágrafo) foi construído na voz passiva. Ao se adaptar tal trecho para a voz ativa, a locução verbal “foram substituídas” assume a seguinte forma:
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(UEFS BA/2017)
Leia o poema “Vila Rica”, de Olavo Bilac.
Vila Rica
O ouro fulvo1 do ocaso as velhas casas cobre;
Sangram, em laivos2 de ouro, as minas, que a ambição
Na torturada entranha abriu da terra nobre:
E cada cicatriz brilha como um brasão.
O ângelus3 plange4 ao longe em doloroso dobre,
O último ouro do sol morre na cerração.
E, austero, amortalhando a urbe gloriosa e pobre,
O crepúsculo cai como uma extrema-unção.
Agora, para além do cerro5, o céu parece
Feito de um ouro ancião que o tempo enegreceu…
A neblina, roçando o chão, cicia6, em prece,
Como uma procissão espectral que se move…
Dobra o sino… Soluça um verso de Dirceu…
Sobre a triste Ouro Preto o ouro dos astros chove.
(Melhores poemas, 2000.)
1 fulvo: amarelo-ouro.
2 laivo: desenho sinuoso na madeira ou na pedra; veio.
3 ângelus: toque do sino que anuncia a ave-maria.
4 planger: soar.
5 cerro: pequena elevação; colina.
6 ciciar: sussurrar.
“O ouro fulvo do ocaso as velhas casas cobre” (1ª estrofe).
Assinale a alternativa que expressa, na voz passiva, o conteúdo dessa oração.
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Sobre o(a) autor(a):
Os textos e exemplos acima foram preparados pela professora Andressa da Costa Farias para o Blog do Enem. Andressa é formada em Letras Português e Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Maria. E atualmente cursa Doutorado em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina. Colabora eventualmente escrevendo crônicas para o jornal Diário de Santa Maria (RS) das quais posta no blog pessoal: www.andressacf.blogspot.com Facebook: https://www.facebook.com/andressa.dacostafarias