Enem 2025: temas de redação para treinar em maio

Preparamos uma seleção de temas de redação com propostas inéditas, análise dos assuntos e caminhos para construir textos nota mil no Enem.

Se você está se preparando para o Enem, já sabe: a redação pode ser a grande diferença entre uma boa nota e a vaga tão sonhada na faculdade. Por isso, estar por dentro dos possíveis temas da prova é essencial! Neste post, separamos temas atuais, com contexto atualizado, e sugestões inéditas para você treinar com foco e segurança.

Aqui você vai encontrar uma análise detalhada de cinco temas que estão em alta nas discussões sociais e têm grande chance de aparecer na prova, além de cinco novas ideias para turbinar sua prática de escrita.

📌 Dica: leia cada tema com calma, anote os pontos mais importantes e procure escrever pelo menos uma redação por semana.

A terceira jornada de trabalho

Quando se fala em dupla jornada, muita gente já reconhece o acúmulo de funções vivido pelas mulheres que trabalham fora e, ao chegar em casa, continuam cuidando da casa, dos filhos e da família.

Mas o conceito de terceira jornada de trabalho aprofunda ainda mais essa realidade: ele envolve o cuidado emocional, o planejamento invisível e a responsabilidade constante pelas necessidades dos outros — tudo isso sem qualquer tipo de remuneração ou descanso garantido.

O impacto da maternidade na vida profissional das mulheres

A maternidade escancara o peso desigual da divisão de tarefas. Muitas mulheres enfrentam dificuldades para conseguir ou manter um emprego após terem filhos. Algumas precisam aceitar jornadas mais flexíveis (e menos valorizadas), enquanto outras abrem mão da carreira por falta de apoio e políticas públicas de cuidado.

Além disso, a sociedade ainda associa o papel de cuidadora quase exclusivamente às mulheres. Homens que dividem essas responsabilidades ainda são vistos como exceção, não como regra. O resultado é que mães vivem, diariamente, sob a pressão de performar bem no trabalho, cuidar dos filhos, manter a casa em ordem e, muitas vezes, ainda administrar a saúde mental de toda a família.

Vale lembrar que um tema bastante semelhante foi abordado na redação do Enem 2023: Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil.” Isso mostra como o exame tem valorizado debates sobre gênero, desigualdade e divisão do trabalho, cobrando do candidato uma visão crítica sobre questões estruturais da sociedade brasileira. Entender o conceito de terceira jornada amplia ainda mais esse repertório.

Desigualdade em números

Segundo a pesquisa Estatísticas de Gênero, do IBGE (2022), as mulheres brasileiras dedicam em média 21,4 horas semanais aos afazeres domésticos e cuidados com pessoas — quase o dobro do tempo dos homens. Já o Ipea alerta que essa sobrecarga gera impacto direto na economia: estima-se que a desigualdade de gênero no mercado de trabalho pode custar até 1,2% do PIB nacional por ano.

Esses dados mostram que a desigualdade de gênero não é apenas uma questão individual, mas também um problema estrutural, com consequências sociais e econômicas para todo o país.

O papel do Estado e da sociedade

Para enfrentar a terceira jornada, é essencial repensar o papel do Estado na garantia de direitos. A ampliação da licença parental para ambos os responsáveis, a criação de creches públicas em tempo integral, incentivos ao teletrabalho e políticas de educação para a equidade de gênero são medidas importantes para reduzir o abismo entre homens e mulheres no cuidado com a família.

Também é papel da sociedade romper com estereótipos que colocam a responsabilidade da casa e dos filhos apenas nas mãos das mulheres. A igualdade de gênero passa por uma mudança de mentalidade — e começa dentro de casa.

Como abordar esse tema na redação do Enem

Uma proposta de redação sobre esse assunto pode partir da tese de que a sobrecarga da terceira jornada afeta a cidadania das mulheres e compromete sua autonomia profissional e emocional. Você pode usar como repertório:

  • Discussões sobre divisão sexual do trabalho
  • A Constituição Federal (art. 5º e art. 6º, que garantem igualdade de direitos e acesso ao trabalho)
  • O pensamento de Simone de Beauvoir ou Angela Davis sobre maternidade, cuidado e gênero

Na proposta de intervenção, vale sugerir a atuação conjunta do governo, empresas e escolas para garantir apoio à maternidade e promover uma divisão mais justa das responsabilidades familiares.

Sedentarismo e acesso desigual à saúde

O estilo de vida sedentário se tornou uma preocupação global de saúde pública. No Brasil, esse problema se agrava diante de desigualdades sociais e regionais que dificultam o acesso a condições básicas para a prática de atividades físicas. Ao mesmo tempo, os impactos do sedentarismo vão além do corpo: afetam a produtividade, a qualidade de vida e sobrecarregam o sistema público de saúde.

Por que o Brasil é um país sedentário?

Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 47% dos brasileiros não praticam atividade física suficiente — índice acima da média global. Entre os principais motivos estão: longas jornadas de trabalho, falta de tempo, ausência de espaços públicos adequados e insegurança nas ruas.

Além disso, o próprio modelo de urbanização em muitas cidades brasileiras não favorece deslocamentos a pé ou de bicicleta. Praças abandonadas, calçadas esburacadas e transporte público precário são entraves que afetam especialmente as populações mais pobres.

A desigualdade no acesso à saúde preventiva

A prática de exercícios físicos é uma das formas mais eficazes de prevenção a doenças crônicas como diabetes, hipertensão e depressão. No entanto, o acesso a academias, centros esportivos e acompanhamento profissional (como educadores físicos ou nutricionistas) ainda é restrito a quem pode pagar por isso.

Em áreas periféricas ou rurais, a situação é ainda mais grave: muitas comunidades sequer contam com postos de saúde em pleno funcionamento, o que inviabiliza campanhas educativas e o acompanhamento regular da população.

Esse tema também dialoga com o recorte de desigualdade explorado pelo Enem em diversas edições, como a redação de 2018, que tratou da manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet, e a de 2020, que discutiu o estigma associado às doenças mentais — ambas com forte ligação entre saúde, acesso à informação e políticas públicas.

Consequências sociais e econômicas

O sedentarismo tem um custo alto: segundo dados do Ministério da Saúde, ele é responsável por mais de 30 mil mortes anuais no Brasil e representa uma despesa crescente para o SUS, com tratamentos de doenças que poderiam ser evitadas.

Além disso, essa condição contribui para o aumento da obesidade infantil, da ansiedade em jovens e da perda de qualidade de vida na terceira idade. A desigualdade de acesso à saúde preventiva, portanto, aprofunda o ciclo de pobreza e adoecimento.

Como abordar esse tema na redação do Enem

Uma redação sobre esse assunto pode defender que o sedentarismo no Brasil está profundamente ligado a condições estruturais de desigualdade e que a promoção da saúde deve ser entendida como política de inclusão social. Para isso, você pode usar como repertório:

  • A Constituição Federal (art. 6º e art. 196, que garantem o direito à saúde)
  • O pensamento de Amartya Sen sobre desenvolvimento como expansão de liberdades
  • Casos de programas públicos bem-sucedidos, como o Academia da Saúde do SUS

A proposta de intervenção pode envolver a atuação de órgãos municipais, educadores físicos, agentes comunitários de saúde e ONGs, focando na democratização do acesso ao exercício físico e à informação sobre cuidados com o corpo e a mente.

O Brasil na COP30 e os desafios da sustentabilidade

O Brasil será sede da COP30 em 2025, que ocorrerá em Belém do Pará — no coração da Amazônia. Isso coloca o país sob os holofotes da política ambiental global e reacende o debate sobre o papel brasileiro no combate às mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, escancara os desafios internos que o país enfrenta para equilibrar crescimento econômico e preservação ambiental.

O que é a COP e por que ela importa?

A Conferência das Partes (COP) é o principal fórum internacional para discutir ações contra as mudanças climáticas, reunindo representantes de governos, empresas e sociedade civil. A COP30 será especialmente simbólica por ocorrer pela primeira vez na Amazônia, região estratégica para o clima do planeta.

Essa escolha reforça a expectativa de que o Brasil exerça liderança na agenda ambiental, apresentando metas concretas de redução de emissões, proteção das florestas e incentivo à economia verde. Ao mesmo tempo, expõe contradições como o aumento do desmatamento ilegal, os conflitos por terras e a dependência de combustíveis fósseis.

Desafios internos à sustentabilidade

Apesar da importância da Amazônia, as políticas ambientais brasileiras têm oscilado nos últimos anos. Enquanto governos avançaram na criação de áreas protegidas e no reconhecimento de territórios indígenas, também houve recuos marcados por cortes de orçamento, fragilização de órgãos como o IBAMA e aumento da grilagem.

Além disso, o Brasil ainda depende fortemente de atividades com alto impacto ambiental, como o agronegócio extensivo e a mineração predatória. A busca por desenvolvimento sustentável exige, portanto, revisar modelos de produção e consumo, promovendo inovação e justiça social.

Esse debate também atravessa os centros urbanos, onde problemas como saneamento precário, gestão de resíduos e poluição do ar afetam principalmente a população mais pobre — um recorte importante para a redação do Enem, que costuma explorar as desigualdades estruturais nas questões socioambientais.

COP30: oportunidade ou contradição?

A COP30 é uma chance histórica para o Brasil reconstruir sua imagem internacional e assumir compromissos mais ambiciosos. No entanto, há o risco de que o evento se torne apenas simbólico se não houver avanços reais em políticas públicas, fiscalização e participação das comunidades locais nas decisões.

Vale lembrar que, em edições anteriores da COP, o Brasil já enfrentou críticas por não cumprir metas de redução de desmatamento e por favorecer interesses econômicos em detrimento de compromissos climáticos.

Como abordar esse tema na redação do Enem

Uma redação sobre essa temática pode discutir os entraves para a consolidação de uma política ambiental eficaz no Brasil, destacando a importância da participação ativa do país na agenda climática global e os caminhos possíveis para tornar o desenvolvimento sustentável uma realidade.

Repertórios possíveis incluem:

  • A Constituição Federal (art. 225 – direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado)
  • A Agenda 2030 da ONU e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)
  • O conceito de ecodesenvolvimento, proposto por Ignacy Sachs
  • O papel das populações indígenas e tradicionais como guardiãs da biodiversidade
  • Casos como o da cidade de Curitiba, exemplo histórico de urbanismo sustentável

O papel da cultura na construção da identidade nacional

A arte é mais do que uma forma de expressão: ela é testemunho da história, veículo de memória coletiva e ferramenta de construção identitária. Em um país como o Brasil — marcado por profundas desigualdades, multiplicidade cultural e episódios de apagamento histórico — discutir o papel da cultura é fundamental para compreender como a identidade nacional se forma, se fortalece ou se fragmenta ao longo do tempo.

A cultura como espelho e criadora de identidades

A identidade de um povo se constitui a partir de sua língua, valores, práticas sociais, símbolos e memórias — elementos frequentemente preservados e difundidos por meio da arte. Música, literatura, artes visuais, cinema e outras manifestações culturais registram modos de vida, sentimentos coletivos e interpretações da realidade que ajudam a moldar o imaginário nacional.

No Brasil, isso se expressa em diversas formas: da literatura modernista que buscava uma identidade genuinamente brasileira ao samba e ao funk como vozes das periferias. Ao mesmo tempo, a cultura também é um campo de disputa, onde certas narrativas são valorizadas enquanto outras são silenciadas.

Memória, apagamentos e valorização cultural

A construção da identidade nacional passa, necessariamente, pela preservação da memória histórica — o que inclui reconhecer a diversidade étnica, social e regional que compõe o Brasil. No entanto, o país convive com apagamentos sistemáticos: memórias indígenas, afro-brasileiras, LGBTQIAPN+ e populares muitas vezes foram negligenciadas em favor de uma narrativa oficial eurocentrada e elitista.

A falta de políticas públicas de incentivo e preservação cultural, somada à desvalorização de manifestações artísticas periféricas ou tradicionais, evidencia uma desigualdade no acesso à representação simbólica. Isso fragiliza a construção de um sentimento de pertencimento coletivo e perpetua estigmas.

Arte como resistência e reexistência

Por outro lado, muitos artistas e movimentos culturais têm usado a arte como forma de resistência e reexistência. Exemplo disso é o Teatro do Oprimido, criado por Augusto Boal, que propõe uma arte engajada socialmente, ou o cinema negro brasileiro, que vem ganhando visibilidade ao apresentar novas perspectivas sobre a negritude e o racismo estrutural.

A cultura também é central na valorização de territórios e saberes locais, como acontece em festivais regionais, feiras literárias, museus comunitários e projetos de arte-educação. Essas ações contribuem para uma identidade mais inclusiva e plural.

Como abordar esse tema na redação do Enem

A redação pode discutir a importância de políticas culturais para a preservação da memória nacional e a promoção da diversidade identitária. É possível destacar os riscos do desmonte de instituições culturais, a elitização do acesso à arte e a necessidade de fomentar produções vindas de grupos historicamente marginalizados.

Repertórios possíveis incluem:

  • A Constituição Federal (art. 215 – garantia do acesso à cultura e à proteção das manifestações culturais)
  • O conceito de memória coletiva, de Maurice Halbwachs
  • O livro Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda
  • A Semana de Arte Moderna de 1922 e os movimentos culturais pós-ditadura
  • Museus como o Museu da Língua Portuguesa e o Museu das Remoções
  • Projetos como o Pontos de Cultura, da Política Nacional de Cultura Viva

Inteligência artificial: inovação tecnológica e responsabilidade ética

A inteligência artificial (IA) está transformando radicalmente a sociedade contemporânea, da automação de processos à personalização de serviços e à criação de ferramentas de linguagem e imagem, como os modelos generativos. No entanto, o avanço acelerado dessa tecnologia levanta questionamentos éticos e sociais profundos, exigindo um debate equilibrado entre inovação e responsabilidade.

Potencial transformador e riscos associados

A IA tem potencial para promover eficiência, acessibilidade e progresso em diversas áreas, como saúde, educação, segurança e mercado de trabalho. Diagnósticos médicos mais rápidos, sistemas de recomendação personalizados e chatbots educacionais são alguns exemplos de aplicações já em uso.

Entretanto, os riscos também são expressivos. O uso indiscriminado da IA pode gerar desemprego tecnológico, viés algorítmico, vigilância em massa, desinformação e até a substituição do trabalho criativo humano. Sem regulação, a IA pode reproduzir e ampliar desigualdades existentes, como já ocorre quando algoritmos discriminam usuários por raça, gênero ou classe social — muitas vezes de forma invisível.

Responsabilidade ética e regulação

O desafio ético central da IA reside no uso responsável e transparente da tecnologia. Isso implica considerar quem desenvolve os algoritmos, quais dados são utilizados, quais interesses estão em jogo e quem se beneficia — ou é prejudicado — por essas decisões.

Governos, empresas e instituições acadêmicas têm buscado criar diretrizes para o desenvolvimento ético da IA. A Unesco, por exemplo, lançou uma recomendação sobre a ética da inteligência artificial, enquanto a União Europeia discute um arcabouço regulatório para limitar usos considerados perigosos. No Brasil, o debate avança no Congresso, com projetos que buscam conciliar inovação com direitos fundamentais.

Desinformação, deepfakes e manipulação da realidade

Um dos aspectos mais urgentes é o uso da IA na produção de conteúdos falsos, como deepfakes e textos manipulativos. Isso tem implicações diretas para a democracia e a liberdade de expressão, já que a IA pode ser usada para gerar fake news, influenciar eleições ou criar discursos de ódio com aparência de legitimidade.

Assim, a educação midiática e a alfabetização digital tornam-se aliadas indispensáveis para preparar os cidadãos diante dessa nova realidade tecnológica.

Como abordar esse tema na redação do ENEM

A redação pode explorar os impactos positivos e negativos da IA, refletindo sobre a necessidade de desenvolvimento com responsabilidade social. A discussão pode incluir a importância da regulação, da inclusão digital e da transparência nos sistemas algorítmicos.

Repertórios possíveis:

  • A obra 1984, de George Orwell (vigilância e manipulação da informação)
  • Yuval Noah Harari, sobre o papel da IA no futuro da humanidade
  • A Declaração Universal dos Direitos Humanos (dignidade e privacidade)
  • O documentário O Dilema das Redes (impacto dos algoritmos nas redes sociais)

Fake news e desinformação na era digital

A era digital transformou a forma como a sociedade consome e compartilha informações. Com a popularização das redes sociais e a velocidade da comunicação online, o acesso à informação se democratizou — mas também se tornou mais vulnerável à circulação de fake news e desinformação. Esse fenômeno representa um dos principais desafios contemporâneos à democracia, à saúde pública e à convivência social.

O poder destrutivo da desinformação

Fake news são notícias falsas criadas deliberadamente para enganar, manipular ou provocar reações emocionais. Já a desinformação abrange conteúdos enganosos, muitas vezes distorcidos, que se espalham com ou sem intenção. Ambas prejudicam o debate público, criam desconfiança nas instituições e podem provocar consequências graves, como vimos na pandemia de Covid-19, quando informações falsas sobre vacinas, tratamentos e o próprio vírus custaram vidas.

No Brasil, episódios como a invasão às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023 revelam como a desinformação pode incitar atos antidemocráticos. Outro exemplo marcante foi a manipulação eleitoral por meio de disparos em massa de mensagens falsas no WhatsApp e Telegram, prejudicando o processo eleitoral.

Fatores que favorecem a propagação

A lógica dos algoritmos das redes sociais prioriza o conteúdo que gera engajamento — e notícias falsas tendem a ser mais chamativas e virais que as verdadeiras. Além disso, a bolha informacional em que muitos usuários se encontram favorece a confirmação de crenças, dificultando o pensamento crítico e o confronto com outras visões.

Outro fator preocupante é o analfabetismo digital e midiático da população, que dificulta a checagem de fontes e a interpretação de conteúdos. Isso torna o combate à desinformação ainda mais desafiador em um país com desigualdades educacionais profundas.

Iniciativas de combate às fake news

Diversas iniciativas vêm sendo tomadas para enfrentar o problema. Plataformas como Twitter (X), Instagram e TikTok passaram a sinalizar conteúdos duvidosos, e agências de checagem como a Lupa, Aos Fatos e Comprova têm ganhado protagonismo. No campo jurídico, o PL das Fake News tramita no Congresso Nacional com o objetivo de responsabilizar plataformas e autores de conteúdos falsos, embora o projeto enfrente resistências.

A educação midiática, promovida por escolas e ONGs, surge como uma das estratégias mais sustentáveis a longo prazo. Ensinar crianças e jovens a diferenciar fatos de opiniões, identificar fontes confiáveis e entender o funcionamento das redes é essencial para formar cidadãos críticos e conscientes.

Como abordar esse tema na redação do Enem

A redação pode analisar as causas e os impactos da desinformação, assim como sugerir medidas que combinem regulação, educação e responsabilidade social. É importante refletir sobre os riscos para a democracia, a saúde coletiva e os direitos humanos.

Repertórios possíveis:

  • A República, de Platão — alegoria da caverna e manipulação da realidade
  • Hannah Arendt e o conceito de banalidade do mal (ação sem reflexão crítica)
  • O documentário Privacidade Hackeada (influência digital nas eleições)
  • A Constituição Federal de 1988 — liberdade de expressão e direito à informação
  • O caso das fake news na pandemia de Covid-19 e os impactos sociais

Crise hídrica e segurança do acesso à água no Brasil

Apesar de abrigar cerca de 12% da água doce do planeta, o Brasil enfrenta crises hídricas recorrentes, revelando a complexidade do acesso, da distribuição e da preservação desse recurso vital. O problema vai além da escassez natural: envolve gestão inadequada, desigualdade social e impactos das mudanças climáticas.

A água como direito e como desafio

A água é um recurso essencial à vida humana, reconhecido como direito pela ONU desde 2010. No entanto, a realidade brasileira é marcada por contrastes. Enquanto grandes centros urbanos enfrentam racionamentos e secas severas, comunidades rurais e periféricas convivem há décadas com a falta de abastecimento regular. Segundo dados do Instituto Trata Brasil, mais de 33 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável.

A crise hídrica, portanto, não é apenas ambiental, mas também social e política. Ela escancara as desigualdades estruturais do país, onde os mais vulneráveis sofrem as maiores consequências da má gestão dos recursos.

Fatores que agravam a crise

Entre as causas da crise hídrica estão a exploração desenfreada de aquíferos, o desmatamento de nascentes, o desperdício nas redes de distribuição e a contaminação de rios e lagos. Além disso, o avanço das mudanças climáticas tem alterado os regimes de chuvas, aumentando a frequência de secas e estiagens prolongadas, especialmente no semiárido nordestino e em regiões que dependem de hidrelétricas.

Outro ponto crítico é o uso industrial e agropecuário da água: a agricultura consome cerca de 70% da água potável disponível no país, muitas vezes com técnicas ineficientes e sem controle.

Desafios para a segurança hídrica

A segurança hídrica depende de políticas públicas integradas, que envolvam planejamento urbano, preservação ambiental e educação para o consumo consciente. A falta de investimento em infraestrutura, especialmente em saneamento básico, contribui para o desperdício de milhões de litros de água diariamente.

Ao mesmo tempo, é urgente garantir o acesso equitativo à água como direito humano, especialmente em territórios indígenas, quilombolas e em áreas urbanas marginalizadas.

Como abordar esse tema na redação do Enem

Esse tema permite uma abordagem crítica que relacione meio ambiente, justiça social e políticas públicas. O estudante pode refletir sobre os fatores estruturais da crise hídrica e propor soluções que considerem tanto a preservação ambiental quanto o acesso justo e sustentável à água.

Repertórios possíveis:

  • Constituição Federal de 1988 — direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado
  • Agenda 2030 da ONU — ODS 6: Água potável e saneamento para todos
  • Filme Ser Tão Velho Cerrado (2018) — desmatamento e crise hídrica no Brasil Central
  • O caso do sistema Cantareira (SP) e o colapso de abastecimento em 2014-2015
  • A tradição dos “barreiros” e cisternas no semiárido nordestino como soluções adaptadas
  • Filme Bacurau (2019) — crítica social e metáforas sobre a luta pela sobrevivência em contextos de escassez e exploração de recursos naturais

Outros temas que merecem sua atenção

Além dos sete temas que já discutimos, separamos mais três sugestões super importantes, que estão super em alta e que já foram trabalhadas aqui no Curso Enem Gratuito. Eles são uma ótima chance para você ampliar seu repertório e se preparar para diferentes abordagens. Fique atento a eles:

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Sobre o(a) autor(a):

Luana Santos - Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina, é redatora com foco em educação, produção de conteúdo para o Enem e vestibulares. Atualmente, integra a equipe da Rede Enem, onde cria materiais informativos e inspiradores para ajudar estudantes a alcançarem seus objetivos acadêmicos. Ama café, livros e uma boa conversa sobre educação.  

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