Aprenda agora como usar e quais as funções do infinitivo, particípio e do gerúndio. Os verbos não apresentam flexão de tempo e modo e, assim, perdem algumas das suas principais características. Veja com exemplos de Português para o Enem, que é pra gabaritar na prova de Linguagens.
Nesta aula você vai aprender as formas nominais dos verbos. Essas formas são também chamadas de verbos não finitos. As formas nominais dos verbos são chamadas deste modo porque desempenham papel semelhante aos dos substantivos, adjetivos ou dos advérbios.
Formas nominais dos verbos
Nesta forma, os verbos não apresentam flexão de tempo e modo e, assim, perdem algumas das suas principais características.
As formas nominais do verbo são três: infinitivo, gerúndio e particípio. Preste atenção para não errar nas questões das formas nominais dos verbos nos vestibulares, concursos e no Enem.
Confira uma introdução com a professora Mercedes, do canal do Curso Enem Gratuito, para você dominar logo os fundamentos desta matéria sobre as formas nominais do verbo:
Infinitivo
Todo verbo é reconhecido por meio do infinitivo quando está terminado em AR (1º conjugação), ER (2º conjugação) ou IR (terceira conjugação). Para compreender melhor, observe os exemplos:
1. Ela amou a surpresa do professor!
O verbo “amou” tem como infinitivo o verbo “AMAR” (1º conjugação).
2. A candidata tinha certeza da aprovação.
O verbo “tinha” tem como infinitivo o verbo “TER” (2º conjugação).
3. João havia ido até o cursinho ontem.
Verbo “havia” é conjugado como “HAVER” (1º conjugação) e “ido” como verbo “IR” (3º conjugação).
Classificação do infinitivo
Os verbos do infinitivo podem ser classificados em infinitivo pessoal (flexionado) e infinitivo impessoal (não flexionado). Essas formas verbais são utilizadas em situações distintas. Vamos ver?
Infinitivo pessoal
O infinitivo pessoal é utilizado principalmente em situações em que temos um sujeito definido ou em que pretendemos definir esse sujeito. As terminações do infinitivo pessoal são iguais às do futuro do subjuntivo nos verbos regulares. Veja alguns exemplos de flexão do infinitivo pessoal:
- Verbo julgar: julgar, julgares, julgar, julgarmos, julgardes, julgarem
- Verbo correr: correr, correres, correr, corrermos, correrdes, correrem.
- Verbo sorrir: sorrir, sorrires, rir, rirmos, rirdes, rirem.
Agora, observe alguns exemplos de uso desse modo verbal:
A banca parou para eles julgarem o quadro.
Foi essencial correrem atrás das provas.
A professora pediu para os alunos sorrirem para a foto.
Infinitivo impessoal
O infinitivo impessoal é comumente utilizado em locuções verbais. Também podemos observar seu uso em verbos preposicionados, assim como quando não há um sujeito definido.
Veja alguns exemplos de uso do infinitivo impessoal:
Nós queremos entender o uso das formas nominais do verbo.
Meus filhos gostam de ouvir histórias antes de dormir.
É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã.
Gerúndio
A forma verbal do gerúndio expressa o processo que ocorre a ação. O gerúndio caracteriza-se pela terminação “ndo”. Veja alguns exemplos:
Julgando – correndo – sorrindo
Esta forma verbal não se flexiona e pode exercer tanto o papel de advérbio quanto o de adjetivo.
Resumo sobre o Gerúndio:
Veja agora com a professora Kel, do canal do Curso Enem Gratuito, um resumo rápido para você nunca mais equecer o que é o Gerúndio:
Observe algumas orações com verbos no gerúndio:
Estavam julgando todos os candidatos naquele momento de prova.
Disse “adeus” correndo.
Todos estavam sorrindo com o resultado da aprovação.Figura 1 – exemplo de uso de gerúndio
Particípio
A forma verbal do particípio expressa o resultado da ação. Veja os exemplos, comparando o seu sentido com o dos verbos que acabamos de ver no gerúndio.
Julgado – corrido – sorrido
A forma verbal do particípio pode ser regular ou irregular.
Particípio regular
O particípio regular se caracteriza pela terminação -ado, -ido. Observe os exemplos a seguir:
Tinha julgado o candidato pela aparência.
O professor tem aceitado todas as provas atrasadas.
A água tinha sido benzida para o momento da avaliação.
Particípio irregular
O particípio irregular pode exercer o papel de adjetivo. Veja os exemplos:
Ele adora batata frita!
Os aprovados foram aceitos com louvor!
Todos beberam a água benta.
Agora que você revisou as principais características das formas nominais dos verbos, leia e analise criticamente a crônica “A matutar” de Luis Fernando Veríssimo sobre o uso do gerúndio.
A matutar
No dia 22 de Abril de 1500, Pedro Álvares Cabral não estava descobrindo o Brasil, estava a descobrir o Brasil. Um dos grandes mistérios da nossa história e da história da nossa língua em comum é: porque é que o gerúndio (forma nominal do verbo caracterizada pelo sufixo “ndo”), que quase não é usado em Portugal, é tão usado no Brasil? Já se disse que a diferença entre o português brasileiro e o português português é uma questão de tempo e de espaço. Os portugueses falariam como falam, correndo (ou a correr), comendo (ou a comer) sílabas, trocando o gordo “o” pelo menos expansivo “u”, porque lhes falta o espaço e o tempo, que encontraram nas colônias, para palavras inteiras e dicção pausada. Seria uma língua apertada. Mas isto não esclarece o mistério do gerúndio.
Atribui-se a proliferação do gerúndio no português brasileiro à influência do inglês, que teria provocado o gerundismo, ou o hábito de empregar o gerúndio, mesmo quando não cabe ou não se deve. Existe até um nome para o uso excessivo do gerúndio: endorreia. Uma palavra suficientemente horrível para fazer os portugueses se sentirem vingados por tudo o que fizemos com a língua do Cabral. Digam o que disserem, de endorreia eles nunca sofreram. (…)
Texto publicado originalmente em: https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/luis-fernando-verissimo/noticia/2016/05/matutando-5806374.html
Videoaula sobre classificação dos verbos
Veja também nossa aula sobre classificação de verbos para o Enem:
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(PUC GO/2014)
O Livro e a América
Talhado para as grandezas,
P’ra crescer, criar, subir,
O Novo Mundo nos músculos
Sente a seiva do porvir.
– Estatuário de colossos –
Cansado doutros esboços
Disse um dia Jeová:
“Vai, Colombo, abre a cortina
“Da minha eterna oficina…
“Tira a América de lá.”
Molhado inda do dilúvio,
Qual Tritão descomunal,
O continente desperta
No concerto universal.
Dos oceanos em tropa
Um – traz-lhe as artes da Europa,
Outro – as bagas de Ceilão…
E os Andes petrificados,
Como braços levantados,
Lhe apontam para a amplidão.
Olhando em torno então brada:
“Tudo marcha!… Ó grande Deus!
As cataratas – p’ra terra,
As estrelas – para os céus
Lá, do pólo sobre as plagas,
O seu rebanho de vagas
Vai o mar apascentar…
Eu quero marchar com os ventos,
Com os mundos… co’os firmamentos!!!”
E Deus responde – “Marchar!”
[…]
(ALVES, Castro. Melhores poemas de Castro Alves.
São Paulo: Global, 2003. p. 15-16.)O gerúndio, o infinitivo e o particípio, por não apresentarem flexão de tempo e modo e por serem tomados como nomes – substantivos, adjetivos e advérbios −, são conhecidos como as formas nominais do verbo. Sobre o uso dessas formas nominais no texto, considere as seguintes proposições:
I. As formas crescer, criar, subir indicam as ações que Colombo estava predestinado a realizar num futuro próximo.
II. As formas talhado e cansado, que fazem referência, respectivamente, a Novo Mundo e a Jeová, têm semelhança com o adjetivo por qualificarem seus referentes.
III. A forma olhando, que manifesta a atitude do grande Deus em contemplar a sua própria criação, indica a concomitância entre as ações de olhar e marchar.
IV. A forma petrificados, cujo referente é Andes, associa-se por analogia a braços levantados, o que contribui para a construção personificada da América.
Em relação às proposições analisadas, assinale a única alternativa que apresenta todas as corretas:
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UNIRG TO/2012)
Leia o fragmento do poema.
Profundamente
Estavam todos dormindo
Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente
Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci
Bandeira. Manuel. Profundamente.
Assinale a alternativa CORRETA em que as três formas verbais em negrito são, respectivamente,
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(FEI SP/2008)
Neste ano, comemora-se o centenário de morte do escritor brasileiro Machado de Assis. Leia trechos do primeiro capítulo de Memórias Póstumas de Brás Cubas com atenção e responda a seguir:
ÓBITO DO AUTOR
1.Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem 5.a campa* foi outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a pôs no intróito, mas no cabo*: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e 10.prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que chovia – peneirava uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última hora a intercalar esta engenhosa idéia no discurso que proferiu à beira de minha cova: “Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer 15.comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que têm honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor ao nosso ilustre finado.”
20.Bom e fiel amigo! Não, não me arrependo das vinte apólices* que lhe deixei. E foi assim que cheguei à cláusula dos meus dias; foi assim que me encaminhei para o undiscovered country* de Hamlet, sem as ânsias nem as dúvidas do moço príncipe, mas pausado e trôpego como quem se retira tarde do espetáculo. Tarde e aborrecido. Viram-me ir umas nove ou dez pessoas, entre elas três senhoras: minha irmã Sabina, casada com o 25.Cotrim, a filha, um lírio do vale, – e… Tenham paciência! daqui a pouco lhes direi quem era a terceira senhora. Contentem-se de saber que essa anônima, ainda que não parenta, padeceu mais do que as parentas. (…)
Deixá-la ir; lá iremos mais tarde; lá iremos quando eu me restituir aos primeiros anos. Agora, quero morrer tranqüilamente, metodicamente, ouvindo os soluços das damas, as falas 30.baixas dos homens, a chuva que tamborila nas folhas de tinhorão da chácara, e o som estrídulo de uma navalha que um amolador está afiando lá fora, à porta de um correeiro*. Juro-lhes que essa orquestra da morte foi muito menos triste do que podia parecer. De certo ponto em diante chegou a ser deliciosa. A vida estrebuchava-me no peito, com uns ímpetos de vaga marinha, esvaía-se-me a consciência, eu descia à imobilidade física e moral, e o 35.corpo fazia-se-me planta, e pedra e lodo, e cousa nenhuma.
Morri de uma pneumonia; mas se lhe disser que foi menos a pneumonia, do que uma idéia grandiosa e útil, a causa da minha morte, é possível que o leitor me não creia, e todavia é verdade. Vou expor-lhe sumariamente o caso. Julgue-o por si mesmo.
*campa (linha 5): pedra que cobre a sepultura.
*cabo (linha 6): fim, término.
*apólices (linha 20): documento de seguro de vida.
*undiscovered country (linha 22): terra desconhecida, aqui indicando o reino dos mortos.
*correeiro (linha 31): fabricante ou vendedor de correias ou obras de couro.
Analise os verbos destacados em “Vós, que o conhecestes, meus senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres que têm honrado a humanidade” (linhas 14-16).
Nas duas situações, a presença das formas nominais em gerúndio e particípio justifica-se:
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(UECE/2018)
Envelhecer
Arnaldo Antunes
01 A coisa mais moderna que existe nessa vida
02 é envelhecer
03 A barba vai descendo e os cabelos vão
04 caindo pra cabeça aparecer
05 Os filhos vão crescendo e o tempo vai
06 dizendo que agora é pra valer
07 Os outros vão morrendo e a gente
08 aprendendo a esquecer
09 Não quero morrer pois quero ver
10 Como será que deve ser envelhecer
11 Eu quero é viver pra ver qual é
12 E dizer venha pra o que vai acontecer
13 Eu quero que o tapete voe
14 No meio da sala de estar
15 Eu quero que a panela de pressão pressione
16 E que a pia comece a pingar
17 Eu quero que a sirene soe
18 E me faça levantar do sofá
19 Eu quero pôr Rita Pavone
20 No ringtone do meu celular
21 Eu quero estar no meio do ciclone
22 Pra poder aproveitar
23 E quando eu esquecer meu próprio nome
24 Que me chamem de velho gagá
25 Pois ser eternamente adolescente nada é
26 mais démodé
27 Com uns ralos fios de cabelo sobre a testa
28 que não para de crescer
29 Não sei por que essa gente vira a cara pro
30 presente e esquece de aprender
31 Que felizmente ou infelizmente sempre o
32 tempo vai correr
Disponível em https://www.vagalume.
com.br/arnaldoantunes/ envelhe-
cer.html. Acesso: 22/9/17.Sobre as locuções verbais presentes na primeira estrofe da canção (“vai descendo”, “vão caindo”, “vão crescendo”, “vai dizendo”, “vão morrendo”), NÃO é lícito afirmar que
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(UECE/2016)
1 Estava conversando com uma amiga, dia 2 desses. Ela comentava sobre uma terceira 3 pessoa, que eu não conhecia. Descreveu-a 4 como sendo boa gente, esforçada, ótimo 5 caráter. “Só tem um probleminha: não é 6 habitada”. Rimos. Uma expressão coloquial na 7 França – habité‚ – mas nunca tinha escutado 8 por estas paragens e com este sentido. 9 Lembrei-me de uma outra amiga que, de forma 10 parecida, também costuma dizer “aquela ali 11 tem gente em casa” quando se refere a 12 pessoas que fazem diferença.
13 Uma pessoa pode ser altamente confiável, 14 gentil, carinhosa, simpática, mas, se não é 15 habitada, rapidinho coloca os outros pra 16 dormir. Uma pessoa habitada é uma pessoa 17 possuída, não necessariamente pelo demo, 18 ainda que satanás esteja longe de ser má 19 referência. Clarice Lispector certa vez escreveu 20 uma carta a Fernando Sabino dizendo que 21 faltava demônio em Berna, onde morava na 22 ocasião. A Suíça, de fato, é um país de contos 23 de fada onde tudo funciona, onde todos são 24 belos, onde a vida parece uma pintura, um 25 rótulo de chocolate. Mas falta uma ebulição que 26 a salve do marasmo.
27 Retornando ao assunto: pessoas habitadas 28 são aquelas possuídas por si mesmas, em 29 diversas versões. Os habitados estão 30 preenchidos de indagações, angústias, 31 incertezas, mas não são menos felizes por 32 causa disso. Não transformam suas 33 “inadequações” em doença, mas em força e 34 curiosidade. Não recuam diante de 35 encruzilhadas, não se amedrontam com 36 transgressões, não adotam as opiniões dos 37 outros para facilitar o diálogo. São pessoas que 38 surpreendem com um gesto ou uma fala fora 39 do script, sem nenhuma disposição para serem 40 bonecos de ventríloquos. Ao contrário, 41 encantam pela verdade pessoal que defendem. 42 Além disso, mantêm com a solidão uma relação 43 mais do que cordial.
44 Então são as criaturas mais incríveis do 45 universo? Não necessariamente. Entre os 46 habitados há de tudo, gente fenomenal e 47 também assassinos, pervertidos e demais 48 malucos que não merecem abrandamento de 49 pena pelo fato de serem, em certos aspectos, 50 bastante interessantes. Interessam, mas 51 assustam. Interessam, mas causam dano. Eu 52 não gostaria de repartir a mesa de um 53 restaurante com Hannibal Lecter, “The 54 Cannibal”, ainda que eu não tenha dúvida de 55 que o personagem imortalizado por Anthony 56 Hopkins renderia um papo mais estimulante do 57 que uma conversa com, sei lá, Britney Spears, 58 que só tem gente em casa porque está grávida.
59 Que tenhamos a sorte de esbarrar com 60 seres habitados e ao mesmo tempo 61 inofensivos, cujo único mal que possam fazer 62 seja nos fascinar e nos manter acordados uma 63 madrugada inteira. Ou a vida inteira, o que é 64 melhor ainda.
MEDEIROS, Martha. In: Org. e Int. SANTOS, Joaquim Ferreira dos.
As Cem Melhores Crônicas Brasileiras. Objetiva, 324-325.Considere o excerto “Estava conversando com uma amiga, dia desses” (Refs. 1-2), e o que se diz sobre ele.
I. Tem-se uma locução verbal de gerúndio – estava conversando –, em que estava é o verbo auxiliar e conversando é o verbo principal.
II. O verbo auxiliar, no presente exemplo, empresta um matiz semântico novo ao verbo principal.
III. Do ponto de vista aspectual, estava conversando não é o mesmo que conversava. Em estava conversando, a ideia de ação verbal em curso é mais forte do que em conversava. Essa constatação é importante principalmente na leitura de um texto literário, que pode ter em cada elemento uma carga expressiva a mais.
Está correto o que se diz em
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(IFGO/2013)
Para você estar passando adiante
Este artigo foi feito especialmente para que você possa estar recortando e possa estar deixando discretamente sobre a mesa de alguém que não consiga estar falando sem estar espalhando essa praga terrível da comunicação moderna, o futuro do gerúndio. Você pode também estar passando por fax, estar mandando pelo correio ou estar enviando pela internet.
O importante é estar garantindo que a pessoa em questão vá estar recebendo esta mensagem, de modo que ela possa estar lendo e, quem sabe, consiga até mesmo estar se dando conta da maneira como tudo o que ela costuma estar falando deve estar soando nos ouvidos de quem precisa estar escutando. (…)
FREIRE, Ricardo. As cem melhores crônicas brasileiras.
São Paulo: Objetiva, 2010, p. 345-346. [Adaptado]A respeito do texto, é correto afirmar:
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(IBMEC SP Insper/2011)
Pátria minha
A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio
Assistindo dormir meu filho
Choro de saudades de minha pátria.
Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.
Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos…
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!) tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias, pátria minha
Tão pobrinha!
Porque te amo tanto, pátria minha, eu que não tenho
Pátria, eu semente que nasci do vento
Eu que não vou e não venho, eu que permaneço
Em contato com a dor do tempo, eu elemento
De ligação entre a ação e o pensamento
Eu fio invisível no espaço de todo adeus
Eu, o sem Deus!
Tenho-te no entanto em mim como um gemido
De flor; tenho-te como um amor morrido
A quem se jurou; tenho-te como uma fé
Sem dogma; tenho-te em tudo em que não me sinto a jeito
Nesta sala estrangeira com lareira
E sem pé-direito.
Ah, pátria minha, lembra-me uma noite no Maine, Nova
Inglaterra
Quando tudo passou a ser infinito e nada terra
E eu vi alfa e beta de Centauro escalarem o monte até o céu
Muitos me surpreenderam parado no campo sem luz
À espera de ver surgir a Cruz do Sul
Que eu sabia, mas amanheceu…
Fonte de mel, bicho triste, pátria minha
Amada, idolatrada, salve, salve!
Que mais doce esperança acorrentada
O não poder dizer-te: aguarda…
Não tardo!
Quero rever-te, pátria minha, e para
Rever-te me esqueci de tudo
Fui cego, estropiado, surdo, mudo
Vi minha humilde morte cara a cara
Rasguei poemas, mulheres, horizontes
Fiquei simples, sem fontes.
Pátria minha… A minha pátria não é florão, nem
ostenta
Lábaro não; a minha pátria é desolação
De caminhos, a minha pátria é terra sedenta
E praia branca; a minha pátria é o grande rio secular
Que bebe nuvem, come terra
E urina mar.
Mais do que a mais garrida a minha pátria tem
Uma quentura, um querer bem, um bem
Um libertas quae sera tamen
Que um dia traduzi num exame escrito:
“Liberta que serás também”
E repito!
Ponho no vento o ouvido e escuto a brisa
Que brinca em teus cabelos e te alisa
Pátria minha, e perfuma o teu chão…
Que vontade me vem de adormecer-me
Entre teus doces montes, pátria minha
Atento à fome em tuas entranhas
E ao batuque em teu coração.
Não te direi o nome, pátria minha
Teu nome é pátria amada, é patriazinha
Não rima com mãe gentil
Vives em mim como uma filha, que és
Uma ilha de ternura: a Ilha
Brasil, talvez.
Agora chamarei a amiga cotovia
E pedirei que peça ao rouxinol do dia
Que peça ao sabiá
Para levar-te presto este avigrama:
“Pátria minha, saudades de quem te ama…
Vinicius de Moraes.”
Como uma das formas nominais do verbo, o gerúndio pode exercer função adjetiva ou adverbial. Sobre o uso de gerúndios nos versos “uma criança dormindo/ É minha pátria.” e “Por isso, no exílio/ Assistindo dormir meu filho/ Choro de saudades de minha pátria.” Pode-se afirmar:
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(IBMEC SP Insper/2011)
I. A forma verbal “morrendo” (presente no segundo quadrinho) poderia ser substituída, sem prejuízo de sentido, por “quando morria”.
II. Os gerúndios “pulsando”e “morrendo” exercem a mesma função sintática nos períodos em que se inserem.
III. O gerúndio “pulsando” (presente no primeiro quadrinho) poderia ser substituído por uma oração de valor temporal.
Está(ão) correta(s) apenas
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(ITA SP/2006)
Do interior da floresta, no alto das montanhas, em pequenos grotões cercados de muito verde, a água cristalina brota da terra e vai buscando seu caminho por entre as pedras. Ao unir-se às águas de outras nascentes, o filete dessa água cristalina vai se transformando em riachos, córregos e rios.
Descendo a serra em busca do mar, rumo à planície litorânea, as águas vão esculpindo as rochas, formando corredeiras e se lançando pelos vales em cachoeiras que formam os mais belos cenários da Mata Atlântica com suas piscinas naturais. […]
(Folheto do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo de Santa Virgínia.)
A descrição no texto apresenta uma paisagem que parece estar em movimento. Esse movimento é construído basicamente pelo emprego de:
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(ESPM SP/2010)
Frequentemente nos deparamos com frases como “quando eu rever a matéria, entenderei melhor o assunto” (em vez de “revir”), “se você decompor essa equação, chegará ao resultado esperado” (em vez de “decompuser”). Linguisticamente ocorrências dessa natureza podem ser explicadas:
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Sobre o(a) autor(a):
Os textos e exemplos acima foram preparados pela professora Andressa da Costa Farias para o Blog do Enem. Andressa é formada em Letras Português e Literatura Brasileira pela Universidade Federal de Santa Maria. E atualmente cursa Doutorado em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina. Colabora eventualmente escrevendo crônicas para o jornal Diário de Santa Maria (RS) das quais posta no blog pessoal: www.andressacf.blogspot.com Facebook: https://www.facebook.com/andressa.dacostafarias