Conheça um pouco mais sobre a história da chegada dos europeus na América e o processo de conquista do continente e das populações originárias.
As viagens ultramarinas europeias do século XVI solucionaram, em grande parte, diversas crises de seu século predecessor, como a peste, a fome e mesmo guerras. Esse processo também contribuiu para que o mundo dito ocidental presenciasse uma revolução na forma de comercializar produtos e de conectar partes do planeta que antes eram consideradas muito longínquas. Tudo isso por meio da conquista da América e de outras localidades.
Portugal e Espanha: pioneiros nas navegações
Os pioneiros que tiveram sucesso a longo prazo nessas empreitadas foram Portugal e Espanha. No caso de Portugal, buscava-se principalmente destituir o monopólio das cidades italianas sobre a venda de especiarias orientais por meio da descoberta de novas rotas para se chegar aos fornecedores.
Alguns fatores propiciaram a ascensão de Portugal nas navegações, como ter uma monarquia nacional estabelecida, e estar localizado em uma posição geográfica que tem acesso ao Oceano Atlântico e que era ponto de parada para comerciantes que iam para o Mar Mediterrâneo.
A burguesia e o mercantilismo crescente também contribuíram. Afinal, os burgueses incentivavam movimentos que procuravam quebrar com o monopólio das cidades italianas, assim como a busca por metais preciosos. O Estado também se mostrou presente na expansão ultramarina, principalmente na figura do príncipe D. Henrique, que financiou estudos náuticos e outras atividades relacionadas.
Já a Espanha levou mais tempo que seu vizinho devido à Guerra da Reconquista, na qual se encontrava em conflito com os muçulmanos desde o século VIII em uma disputa pela península ibérica. Somente na segunda metade do século XIV, com a unificação dos reinos de Castela e Aragão, é que as viagens ultramarinas passaram a ser um interesse oficial.
Enquanto Portugal buscava contornar o continente africano para chegar ao Oriente, os planos espanhóis se concentraram nas ideias do genovês Cristóvão Colombo. Este propunha contornar a órbita da Terra, navegando em direção ao oeste.
A conquista da América e o genocídio dos povos originários
Os primeiros contatos com europeus, ao menos na costa leste do continente, não foram conflituosos. No entanto, rapidamente os conquistadores ultramarinos lançaram mão de um processo de perseguição e aniquilação, tanto em termos culturais e físicos quanto legislativos. Diversas ferramentas foram utilizadas na tentativa de subjugar as populações originárias.
Em muitos casos, os europeus utilizavam os conflitos entre aldeias indígenas para facilitar a conquista e, durante o período pré-colonial, relacionavam-se comercialmente com os nativos por meio do escambo. Em meados do século XVI, começou-se gradativamente utilizar a terra (e não somente o extrativismo predatório) como fonte de produção de riqueza. Essa mudança acelerou a dominação europeia e o avanço sobre terras indígenas.
Em 1549, na tentativa de centralizar o governo português nas terras conquistadas, Tomé de Sousa assumiu o papel de tentar amenizar as relações entre nativos e colonos. Nesse momento, por lei, as terras pertencentes aos nativos catequizados deveriam ser respeitadas.
No entanto, havia uma brecha que permitia a conquista legalizada dos povos originários em caso de “guerra justa”, ou seja, quando os colonos eram atacados. Tal lei era facilmente burlada com ataques provocados e emboscadas. Foi então que os jesuítas se tornaram muito mais presentes. A catequização dos povos originários também foi uma forma de dominação cultural e de etnocídio recorrente.
A invasão espanhola
A invasão espanhola também foi bastante marcada pela violência. No caso dos astecas, havia uma grande profecia de que um dia o deus Quetzalcóatl, a serpente emplumada, retornaria em pessoa do mar. Devido à sua aparência física, a entidade profética foi rapidamente associada com os espanhóis, que utilizavam armaduras e possuíam barbas compridas.
Esse evento fez com que os povos nativos recebessem os conquistadores, inicialmente, de forma reverente e pacífica. Rapidamente, aproveitando-se do momento, Fernão Cortez iniciou um processo de dominação extremamente violento, indo de saques aos templos a torturas e assassinatos.
Cortez repetiu a ferocidade com os maias, enviando Pedro Alvarado para a península de Yucatán, em 1523. A diferença de armamento e tecnologia rapidamente fez o povo maia dispersar-se e perecer diante dos espanhóis. Além disso, as diversas doenças novas trazidas da Europa também contribuíram para o extermínio dos povos nativos.
Em 1531, Francisco Pizarro chegou ao Império Inca na tentativa de anexar a região ao Império Espanhol. O Imperador Atahualpa foi requisitado para encontrar-se com os espanhóis, mas acabou sendo sequestrado. O resgate pedido foi uma quantia exorbitante de ouro, que foi paga pelos nativos. Mesmo assim, não foi suficiente para que os conquistadores poupassem o líder.
Após sua morte, a resistência aos europeus teve pouca força e os nativos acabaram debandando da região. Anos depois, o líder resistente Tupac Amaru, que se tornou um símbolo da luta contra a opressão dos povos originários, empreendeu uma luta contra a dominação europeia, mas foi assassinado pelos espanhóis.
Embora a história da conquista da América e do contato dos povos originários, marcada pela violência cultural e física, pareça algo distante, a luta dessas populações por direito à terra e dignidade não é algo dos séculos passados. Nos dias atuais, as constantes disputas por demarcações de terras indígenas colocam diversas populações em uma situação de incerteza.
Videoaula
Veja com o professor Felipe Oliveira, do canal do Curso Enem Gratuito, como foi o ciclo das Grandes Navegações, quando ocorreu a Expansão Marítima e a conquista da América, com os territórios que foram colonizados.
Exercícios sobre A Conquista da América:
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(IFMT/2019)
A respeito do processo de Expansão Marítimo-Comercial europeia, ocorrida entre os séculos XV e XVI, assinale a alternativa INCORRETA:
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(PUC SP/2019)
A história do subdesenvolvimento da América Latina integra, como já se disse, a história do desenvolvimento do capitalismo mundial. Nossa derrota esteve sempre implícita na vitória alheia, nossa riqueza gerou sempre a nossa pobreza para alimentar a prosperidade dos outros: os impérios e seus agentes nativos. Na alquimia colonial e neocolonial, o ouro se transforma em sucata e os alimentos se convertem em veneno.
Galeano, E. As Veias Abertas da
América Latina; 8ª ed, Rio de
Janeiro, Paz e Terra, 1979 – p.14Eduardo Galeano, importante jornalista e intelectual uruguaio, se alinhava ao grupo dos pensadores de esquerda da América Latina. Percebem-se sinais desses elementos no fragmento acima. Esses sinais representam uma visão comum da historiografia latino-americana. Assinale a alternativa que melhor represente essa visão.
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(FUVEST SP/2018)
A imagem representa a morte de Atahualpa, o último imperador inca, em 1533, após a conquista espanhola comandada por Francisco Pizarro.
Luis Monteiro. Os funerais do inca
Atahualpa. Óleo sobre tela, 1865-1867.Analise as quatro afirmações seguintes, a respeito da empresa e da conquista colonial espanhola no Peru e da representação presente na imagem.
I. A conquista foi favorecida pelo conflito interno entre os dois irmãos incas, Atahualpa e Huáscar, aproveitado pelas forças espanholas lideradas por Francisco Pizarro.
II. A produção agrícola das plantations escravistas constituiu-se na base econômica do vice-reinado do Peru, controlado pelos espanhóis.
III. Do lado esquerdo da pintura, há uma movimentação conflituosa, na qual as mulheres incas são contidas por guardas espanhóis, contrastando com a expressão ordenada e solene do lado direito, composto por religiosos e autoridades espanholas em torno do corpo do imperador inca.
IV. A pintura revela o resgate de elementos históricos – importante para a construção do ideário nacionalista no século XIX, no processo pós-independência e de formação do Estado nacional peruano -, mas retrata os personagens indígenas com trajes e feições europeus.
Estão corretas apenas as afirmações
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(Mackenzie SP/2018)
Ao analisar o processo de conquista da América pelos espanhóis, o historiador Héctor Bruit afirmou:
“O que mais chama a atenção em todo esse processo da conquista americana é a atitude dos indígenas em relação ao cristianismo. Documentos diversos atestam que os índios simulavam ser cristãos por meio dos significados das formas, rituais e gestos da nova religião, mas no fundo a simulação lhes permitia encobrir suas crenças idólatras”
Héctor Hernan Bruit. Bartolomé de las Casas e
a simulação dos vencidos. Campinas/São Paulo:
Editora da UNICAMP/Iluminuras, 1995, p.16.É correto afirmar, pela análise do excerto, que
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(FATEC SP/2018)
Muitos povos indígenas resistiram à dominação espanhola nas Américas. Uma das lutas de resistência mais conhecidas foi a do líder inca Tupac Amaru que, em 1780, comandou cerca de 40 mil homens em um movimento a favor de reformas para melhorar a vida e o trabalho dos indígenas peruanos.
A colonização espanhola da América se caracterizou pela
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(PUC GO/2017)
Fundação da ilha
I
Um barão assinalado
sem brasão, sem gume e fama
cumpre apenas o seu fado:
amar, louvar sua dama,
dia e noite navegar,
que é de aquém e de alémmar
a ilha que busca e amor que ama.
Nobre apenas de memórias,
vai lembrando de seus dias,
dias que são as histórias,
histórias que são porfias
de passados e futuros,
naufrágios e outros apuros,
descobertas e alegrias.
Alegrias descobertas
ou mesmo achadas, lá vão
a todas as naus alertas
de vária mastreação,
mastros que apontam caminhos
a países de outros vinhos.
Esta é a ébria embarcação.
Barão ébrio, mas barão,
de manchas condecorado;
entre o mar, o céu e o chão
fala sem ser escutado
a peixes, homens e aves,
bocas e bicos, com chaves,
e ele sem chaves na mão.
(LIMA, Jorge de. Melhores poemas.
São Paulo: Global, 2006. p. 144145.)Boa parte da elite colonizadora tinha para com a América uma relação de dominação e enriquecimento em que vislumbrava um retorno à metrópole, para viver o resto dos seus dias ostentando não apenas um título de nobreza, como referido no texto, mas também a riqueza adquirida na colônia. Nesse quesito, é correto afirmar que:
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UNIOESTE PR/2013)
“A conquista da América não foi um fato isolado do contexto econômico europeu nos séculos XV e XVI. Ao contrário, foi um processo integrante da ampla conjuntura expansionista europeia da época. Riquezas materiais, como ouro e prata, eis o que motivou os europeus a se aventurarem por regiões desconhecidas, como também as monarquias a investirem grandes recursos financeiros. […] Contudo, apenas a lógica material presente nas relações mantidas entre conquistadores e populações americanas é insuficiente para explicar, por exemplo, as atrocidades ocorridas no cotidiano daqueles homens. […] A violência, portanto, foi consequência de uma cultura conquistadora, cristã e espanhola, que, mesclada com o ideal religioso de cruzada e com o próprio fato colonial, deu impulso a uma luta pela glória de Deus e da Coroa.”
FERREIRA, Jorge Luiz. Conquista e Colonização da América Espanhola. São Paulo: Ática, 1992, p. 90 e 93.
Considerando o fragmento acima sobre o processo de conquista e colonização da América Espanhola, é INCORRETO afirmar que
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(UFPA/2010)
A frase abaixo, do conquistador Hernán Cortez, refere-se a uma das principais cidades do mundo naquela altura, localizada nos territórios recém-descobertos pelos castelhanos na América.
“Esta grande cidade […]está fundada nesta lagoa salgada e, da terra firme até o corpo da referida cidade, por qualquer parte que quiserem nela entrar, há duas léguas”.
(Hernán Cortez, 1520, In: BELLOTO, M.L. & CORRÊA,
A.M.M. A América Latina de colonização espanhola. São Paulo: Hucitec/EdUSP, 1979, p. 87)Nessa cidade, organizou-se uma forma de produção singular, fruto da adaptação da sua população às condições ecológicas do território em que a cidade estava situada.
Essa população pré-colombiana, a que se refere Cortez, e a sua forma de produção econômica estão identificados na alternativa
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(ENEM/2018)
O encontro entre o Velho e o Novo Mundo, que a descoberta de Colombo tornou possível, é de um tipo muito particular: é uma guerra – ou a Conquista –, como se dizia então. E um mistério continua: o resultado do combate. Por que a vitória fulgurante, se os habitantes da América eram tão superiores em número aos adversários e lutaram no próprio solo? Se nos limitarmos à conquista do México – a mais espetacular, já que a civilização mexicana é a mais brilhante do mundo pré-colombiano – como explicar que Cortez, liderando centenas de homens, tenha conseguido tomar o reino de Montezuma, que dispunha de centenas de milhares de guerreiros?
TODOROV, T. A conquista da América. São Paulo: Martins Fontes, 1991 (adaptado).
No contexto da conquista, conforme análise apresentada no texto, uma estratégia para superar as disparidades levantadas foi
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(UECE/2019)
Entre os anos de 1780-1781 Tupac-Amaru liderou a maior rebelião indígena da América. Hoje ele é considerado o herói nacional e precursor da independência do
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Sobre o(a) autor(a):
Guilherme Silva é formado em História pela Universidade Federal de Santa Catarina. Dá aulas de História em escolas da Grande Florianópolis desde 2016.