Na reprodução assexuada não há mistura de material genético. Para realizar esse tipo de reprodução, os seres vivos realizam diferentes estratégias. Vem estudar cada uma delas para mandar bem no Enem e nos vestibulares!
A reprodução é uma das características básicas dos seres vivos. Através da reprodução assexuada ou sexuada, os seres vivos garantem a perpetuação das espécies em nosso planeta. Além disso, através da reprodução as características hereditárias são passadas de geração em geração.
Tradicionalmente divididos os diversos tipos de reprodução em dois grandes grupos: reprodução sexuada e assexuada. Essa divisão leva em consideração as características genéticas resultantes de cada tipo de reprodução.
Nesta aula, você vai estudar as vantagens e desvantagens da reprodução assexuada, assim como as diferentes estratégias realizadas pelos seres vivos para realizar esse tipo de reprodução.
O que é reprodução assexuada?
Podemos definir como reprodução assexuada toda a reprodução que não envolve mistura de material genético de dois indivíduos. Sendo assim, o indivíduo se reproduz sozinho, sem a necessidade de um parceiro sexual.
Também classificamos a reprodução assexuada como uma reprodução agâmica. Ou seja, sem a produção de gametas. Lembre-se que gametas são células especiais que carregam material genético dos indivíduos envolvidos na reprodução.
Os gametas têm como objetivo transportar o material genético dos pais, possibilitando a mistura de material genético dos dos indivíduos. Como na reprodução assexuada não há essa mistura de DNA, não há a necessidade de gametas. Por isso, é uma reprodução agâmica.
Resumo da reprodução assexuada
Veja agora com a professora Juliana Evelyn Santos, do canal do Curso Enem Gratuito, uma introdução básica com as dicas que você precisa sobre Reprodução Assexuada:
Vantagens da reprodução assexuada
Imagine que você está procurando um namorado/a. Para conquistar o/a crush, você se empenha muito, colocando aquela roupinha bacana, passando aquele perfume especial, tomando um banho caprichado. Além disso, o ritual da paquera pode durar dias, semanas, meses.
São incontáveis trocas de olhares e conversas jogadas fora. É muito esforço, não é? Você gasta uma grande quantidade de energia e tempo.
Agora, se você pudesse se reproduzir sozinho/a isso tudo não seria necessário. E é aí que está a vantagem da reprodução assexuada. Como os indivíduos que a praticam não precisam de um parceiro/a para reproduzir, não gastam todo esse tempo e energia.
Sendo assim, podem investir essa energia se reproduzindo mais vezes e produzindo mais descendentes. Isso favorece certas espécies que conseguem assim colonizar ambientes de maneira rápida e eficiente, o que aumenta suas chances de sobrevivência da população.
Desvantagens da reprodução assexuada
Você já deve ter entendido até aqui que na reprodução assexuada não há mistura de material genético. Sendo assim, você pode concluir que se não há a mistura de DNA de dois indivíduos, o DNA recebido pelos “filhotes” da reprodução assexuada é constituído de um único de DNA: o do indivíduo mãe/pai. Assim, os “filhotes” são geneticamente iguais ao/a seu/sua progenitor/a.
Sendo assim, em uma população que realiza reprodução assexuada os indivíduos são todos clones e a variabilidade genética é muito baixa. Isso tem uma implicação muito importante para essa população: a baixa variabilidade genética pode significar menores chances de essa espécie sobreviver a mudanças ambientais.
Para você compreender melhor o que isso significa, vamos pensar em bactérias que causam dor de garganta, como o Streptococcus pyogenes. Digamos que você tenha adquirido algumas dessas bactérias ao dar um beijo no/a crush.
Essas bactérias vão colonizar rapidamente sua garganta, através de reprodução assexuada. Sendo assim, todas as elas serão geneticamente iguais, clones.
Depois de alguns dias com a garganta doendo e febre, você vai ao/a médico/a. Ele/a receita para você um antibiótico, como a amoxicilina. Se esse antibiótico for eficaz para matar uma das bactérias que estão colonizando sua garganta, ele provavelmente será capaz de matar todas elas.
Uma vez que todas são iguais geneticamente, todas serão igualmente suscetíveis ao antibiótico.
Na natureza a mesma coisa acontece com populações que se reproduzem constantemente por reprodução assexuada.
Os ambientes estão sujeitos a mudanças de suas características (especialmente se estiverem sujeitos à ações humanas) e se uma população tem baixa variabilidade genética, as chances de ela sumir são maiores do que populações mais variadas.
Variabilidade genética
Você pode estar se perguntando se há variabilidade genética na reprodução assexuada. A resposta é sim! Mas, como? Se não há mistura de DNA, como pode surgir variabilidade? Através de mutações.
O DNA está sujeito a ser modificado ao acaso, por inúmeros fatores ambientais e fatores da própria dinâmica das células. Assim, podem surgir mutações em alguns indivíduos, aumentando as variações genéticas dentro daquela população.
Porém, essas variações são muito pequenas. Especialmente quando comparamos com a alta variabilidade genética de seres vivos que realizam reprodução sexuada.
Tipos de reprodução assexuada
Como você viu acima, a classificação da reprodução em sexuada ou assexuada leva em consideração as características genéticas envolvidas. Porém, além dessa classificação, há também subtipos de reprodução dentro de cada um desses grupos. Eles representam diferentes estratégias adaptadas a cada tipo de ser vivo. Veja:
Bipartição ou cissiparidade
A bipartição ou cissiparidade é realizada por seres vivos unicelulares, como bactérias, algas unicelulares, protozoários e fungos. Nessa reprodução o ser vivo realiza uma divisão celular, como uma mitose, em que duplica seu material genético e posteriormente divide sua célula, produzindo dois novos indivíduos.
Os indivíduos produzidos através da cissiparidade são geneticamente iguais à célula-mãe. Porém, têm tamanho menor, uma vez que o citoplasma da célula-mãe é dividido em dois para formá-los.
Veja no vídeo a seguir um protozoário ciliado realizando cissiparidade:
Fragmentação ou fissão
A fragmentação ou fissão ocorre em animais muito simples, como esponjas, cnidários e alguns vermes platelmintos, como a planária. Nesse tipo de reprodução, ao se encontrarem em ambientes favoráveis, com grande quantidade de recursos e poucos indivíduos da mesma espécie, os animais dividem seus corpos em duas ou mais partes.
Assim, cada parte se regenera, formando novos indivíduos.
Além dessa divisão voluntária, esse tipo de reprodução pode também ocorrer por acidente. Como por exemplo, quando uma onda forte bate sobre um recife de coral, quebrando algumas partes.
As partes separadas da colônia original podem formar novos indivíduos.
Como dito acima, a fragmentação ocorre somente em animais muito simples, onde sua baixa complexidade de tecidos permite que eles tenham uma grande capacidade de regeneração.
Veja no vídeo a seguir, do canal Ponto Ciência, um experimento feito com uma planária e a observação de sua regeneração:
Brotamento
Nesse tipo de reprodução assexuada, uma pequena protuberância se forma na lateral do corpo de um animal adulto ou de uma célula de um ser unicelular como um fungo.
Essa protuberância ou broto cresce e se desenvolve lentamente. Ao atingir determinado tamanho, pode se descolar do animal adulto ou da célula e cair em suas proximidades, dando origem a um novo indivíduo.
Esse tipo de reprodução é muito comum em animais aquáticos, como as esponjas e os corais. Por conta do brotamento, comumente os animais que realizam esse tipo de reprodução acabam formando aglomerados em que se encontram unidos anatomicamente.
Chamamos essa relação ecológica entre indivíduos da mesma espécie de colônias. As colônias podem ajudar os indivíduos, uma vez que facilitam a alimentação, a fixação e a reprodução da população.
Gemulação
A gemulação é um tipo especial de reprodução assexuada que ocorre em algumas espécies de poríferos (esponjas) de água doce.
O fenômeno da gemulação ocorre quando o animal se encontra em um ambiente desfavorável, como o estuário de um rio cujo nível de água está diminuindo rapidamente.
Assim, o animal forma em seu interior uma gêmula: uma espécie de bolsa cheia de células. Essas células são estruturas de resistência, capazes de resistir a ambientes insólitos e gerar novas esponjas quando as condições ambientais favoráveis retornarem.
Quando isso ocorre, a gêmula se abre liberando as células de resistência. Essas se fixam a um substrato e começam a se desenvolver para formar animais adultos.
– Esporulação
A esporulação é um tipo de reprodução frequente em fungos e em plantas mais simples, como as briófitas e pteridófitas. Nesses casos, uma estrutura chamada de esporângio forma uma série de células resistentes, chamadas de esporos.
Os esporos são capazes de sobreviverem em ambientes com condições adversas. E, por serem muito pequenos e leves, são facilmente carregados pelas águas das chuvas ou pelo vento, facilitando a dispersão da espécie.
Dessa maneira, quando encontram um ambiente favorável, os esporos se fixam e passam a se desenvolver para formarem um adulto.
Estrobilização
A estrobilização é um tipo especial de reprodução assexuada que ocorre em cnidários, como as anêmonas e os corais. Nesse fenômeno, o pólipo (correspondente à forma fixa e bentônica de um cnidário) se divide transversalmente, formando pequenos discos.
Assim, o pólipo fica com um formato semelhante a um estróbilo ou pinha das gimnospermas, daí o nome desse fenômeno. Cada um dos discos se torna uma éfira, forma juvenil das águas-vivas.
Esse tipo de reprodução faz parte de um fenômeno mais complexo, presente em alguns grupos de cnidários, que chamamos de alternância de gerações ou metagênese.
Esse processo é assim chamado por dois motivos: primeiramente porque há uma alternância no formato dos corpos dos animais (em um período são medusas, em outros são pólipos); além disso, em uma fase se reproduzem assexuadamente por estrobilização e na outra sexuadamente, através de fecundação interna.
Propagação vegetativa
Você com certeza já notou que algumas plantas produzem pequenas “mudinhas” naturalmente. Essas mudinhas são o que chamamos de propagação vegetativa, processo em que as plantas produzem novos indivíduos a partir de seus órgãos vegetativos.
A propagação vegetativa ocorre na grande maioria das plantas, porém é especialmente frequente em plantas que possuem caule subterrâneo (rizoma), como as bananeiras. Há também espécies que realizam propagação vegetativa produzindo novas mudas através das suas folhas ou de seus caules. Veja os exemplos:
Partenogênese
Na partenogênese, um novo indivíduo é formado a partir do desenvolvimento de um óvulo não fecundado. Esse tipo de reprodução é comum em alguns artrópodes.
Como nas abelhas, que produzem os zangões a partir desse processo, ou algumas espécies de escorpiões que produzem fêmeas a partir de óvulos não fecundados.
Fique atento(a)! Apesar de a partenogênese ser um processo onde não há a mistura de material genético de dois indivíduos (e por isso ser considerada por muitos como uma reprodução assexuada), há a participação de um gameta.
Sendo assim, há discordância quanto à classificação genética desse tipo de reprodução.
O que é a Reprodução Sexuada?
Veja agora no resumo da professora Juliana Evelyn Santos, do canal do Curso Eem Gratuito:
Exercícios sobre Reprodução Assexuada
E, para finalizar sua revisão, teste seus conhecimentos com os exercícios que selecionei para você:
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