É muito comum aparecer no Enem questões onde podemos observar o uso da intertextualidade no texto. A intertextualidade ocorre quando um texto retoma uma parte ou a totalidade de outro texto. Saiba mais sobre esse conceito nessa aula de Redação!
Agora você vai aprender como interpretar e como usar a intertextualidade seja em formato de texto, seja em formato de imagem. Interpretação de Texto é o que mais cai nas provas do Enem. Bora dominar o tema para gabaritar geral.
Você já deve ter visto essa imagem em algum lugar, seja em páginas de humor na internet ou em conversas pelo Whatsapp em forma de figurinha. Então, essa imagem serve como uma luva para a nossa revisão de hoje sobre como usar a intertextualidade nos textos e imagens. Mas, antes disso…
Precisamos fazer um combinado aqui. Vamos deixar claro que, para esta revisão, devemos aceitar que texto é “toda unidade de produção de linguagem situada, acabada e autossuficiente do ponto de vista da ação ou da comunicação”.
Sendo assim, tudo o que for passível de comunicação, devemos encarar como texto, fechou? Por exemplo, se uma imagem sem palavra nenhuma – linguagem não-verbal – aparecer, deve ser encarada como texto.
Então, o texto é o elemento básico com que devemos trabalhar nessa revisão. Sendo assim, é por meio dele que o usuário da língua aprimora a sua capacidade de organizar o pensamento/conhecimento e de transmitir ideias, informações e opiniões em situações em que precisa se comunicar.
Acompanhe agora com a professora de português Mercedes Bonorino, do canal do Curso Enem Gratuito, um resumo de intertextualidade com exercício resolvido de Interpretação de Texto:
O que é intertextualidade
A intertextualidade nos textos e imagens pode ser entendida como “um fenômeno característico da produção do sentido e pode-se dar entre textos expressos por diferentes linguagens”.
Ou seja, quando você se deparar com uma questão onde há intertextualidade, você deve entender que todo texto é o resultado de outros textos.
Então, isso significa afirmar que os textos não são “puros”, pois a palavra é dialógica, conversa entre si. Ou seja, quando se fala alguma coisa num texto, é dito em resposta a outro algo que já foi dito em outros textos.
Tenha em mente que um texto é sempre oriundo de outros textos – orais ou escritos. Assim, a intertextualidade no texto e na imagem ocorre em diversos momentos. Vamos analisar alguns exemplos.
E o disco Abbey Road do The Beatles, já ouviu falar? Esse foi o 12º álbum de estúdio da banda britânica, lançado em 26 de setembro de 1969, e leva o mesmo nome da rua de Londres onde situa-se o estúdio Abbey Road.
Também mundialmente famosos, temos os personagens de The Simpsons e da Turma da Mônica imitando a mesma cena da capa do disco. Note que temos nas cenas que imitam a capa do disco a presença de vários elementos “idênticos”.
Um personagem descalço, imitando Paul Mcartney, um personagem todo de branco, imitando Lennon, a presença do Fusca, ao fundo, até na mesma posição.
Intertextualidade na Literatura
Agora, leia esses dois poemas clássicos de nossa Literatura e perceba a intertextualidade:
Canção do Exílio
Gonçalves Dias
Minha terra tem palmeiras Onde canta o Sabiá, As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida, Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite, Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Minha terra tem primores, Que tais não encontro eu cá; Em cismar – sozinho, à noite – Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra, Sem que eu volte para lá; Sem que desfrute os primores Que não encontro por cá; Sem qu’inda aviste as palmeiras, Onde canta o Sabiá.
Canto de regresso à pátria
Oswald de Andrade
Minha terra tem palmares Onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá
Minha terra tem mais rosas E quase que mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra
Ouro terra amor e rosas Eu quero tudo de lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá
Não permita Deus que eu morra Sem que volte pra São Paulo Sem que veja a Rua 15 E o progresso de São Paulo
Neste caso, a intertextualidade se deu na linguagem verbal, certo? O tema é parecido nos dois casos, pois o eu-lírico, em cada um deles, sente saudade de sua terra e não quer morrer antes de retornar.
Conceito de intertextualidade
Como tudo o que vimos, podemos afirmar que a intertextualidade no texto é uma forma “de conversa” entre textos, que pode acontecer de forma mais implícita ou mais explícita e em diversos gêneros textuais, que devem ser contextualizados de acordo com a realidade vivida.
Então, o intertexto serve para ilustrar a importância do conhecimento de mundo e como esse interfere no nível de compreensão do texto. Ou seja, ao relacionar um texto com outro, você, estudante, deve compreender que a intertextualidade é uma das estratégias utilizadas para a construção desses textos. Sendo assim, partindo dessa estratégia definida, se cria uma leitura e uma produção, significando que um texto nasce de outro texto por meio da intertextualidade.
O conceito de intertextualidade no texto colabora bastante com a coerência textual e tem importância fundamental ao relacionar os enunciados envolvidos entre si. Ou seja, a intertextualidade é mais do apenas um critério de textualidade. É também um princípio constitutivo que trata o texto como uma união de discursos e não algo isolado, sem conexão aparente, dando margem para que se façam interconexões dos mais variados tipos.
Então, podemos ressaltar que, hoje em dia, existe, sim, um consenso quanto ao fato de se concordar com a ideia de que todos os textos “dialogam” com outros textos. Ou seja, não existem textos que não mantenham algum aspecto intertextual, pois nenhum texto se acha isolado e solitário.
Estudante, para te ajudar a entender melhor o conceito de intertextualidade, veja essa videoaula que a professora Camila gravou para o nosso canal no YouTube:
Como usar a intertextualidade na redação?
Para começar, o uso da intertextualidade na sua Redação é uma boa forma de mostrar ao corretor seu repertório cultural e sua capacidade de fazer correlações entre o tema proposto e situações cotidianas ou atuais.
Sendo assim, como você viu até aqui, a intertextualidade pode ser feita de maneira explícita ou implícita. Por exemplo, na primeira opção, você pode citar frases de autores e pensadores que corroborem com seus argumentos. Além disso, você também pode citar frases que façam um contraponto com a discussão que você está elaborando.
Referenciação
Essa referenciação pode ser direta ou indireta. Por exemplo, em uma referenciação direta, você deve colocar a frase do autor/a entre aspas, demonstrando que aquela é uma citação. Em contrapartida, em uma referenciação indireta, você pode explicar “com as suas palavras” uma citação famosa, corroborando com seus argumentos.
Já a intertextualidade implícita é um pouco mais difícil de ser executada em uma redação de concurso. Para realizá-la, você precisa escrever algo de maneira que lembre um outro texto conhecido, sem necessariamente citá-lo, como no exemplo acima da canção do exílio. Sendo assim, você precisa ter um amplo repertório e também contar com a sorte: ter em mãos um tema que combine direitinho com algum texto muito popular que você conheça.
Então, estudante, se eu fosse você, aproveitava e assistia à aula que o professor Alan gravou dando dicas de frases célebres de filósofos que você pode utilizar na sua Redação:
Simulado de Intertextualidade
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(UEG GO/2019)
Leia o poema e a tirinha a seguir.
MAR PORTUGUÊS
1 Ó mar salgado, quanto do teu sal
2 São lágrimas de Portugal!
3 Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
4 Quantos filhos em vão rezaram!
5 Quantas noivas ficaram por casar
6 Para que fosses nosso, ó mar!
7 Valeu a pena? Tudo vale a pena
8 Se a alma não é pequena.
9 Quem quer passar além do Bojador
10 Tem que passar além da dor.
11 Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
12 Mas nele é que espelhou o céu.
PESSOA, Fernando. Mar Português. In: Antologia Poética. Organização
Walmir Ayala. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2014. p. 15.
O sentido da tirinha é construído a partir da relação que estabelece com os famosos versos de Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena / Se a alma não é pequena” (linhas 7-8). O modo como esses dois textos se relacionam é chamado de
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(Mackenzie SP/2019)
01 Um poeta dizia que o menino é pai do homem. Se isto é verdade, 02 vejamos alguns lineamentos do menino.
03 Desde os cinco anos merecera eu a alcunha de “menino diabo”; 04 e verdadeiramente não era outra coisa; fui dos malignos do meu 05 tempo, arguto, indiscreto, traquinas e voluntarioso. Por exemplo, um 06 dia quebrei a cabeça de uma escrava, porque me negara uma colher 07 de doce de coco que estava fazendo, e, não contente com o malefício, 08 deitei um punhado de cinza ao tacho, e, não satisfeito da travessura, 09 fui dizer à minha mãe que a escrava é que estragara o doce “por 10 pirraça”; e eu tinha apenas seis anos. Prudêncio, um moleque de 11 casa, era o meu cavalo de todos os dias; punha as mãos no chão, 12 recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-lhe ao 13 dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o, dava mil voltas a um e 14 outro lado, e ele obedecia, – algumas vezes gemendo, – mas obedecia 15 sem dizer palavra, ou quando muito, um – “ai, nhonhô!” – ao que eu 16 retorquia: – “Cala a boca, besta!” – Esconder os chapéus das visitas, 17 deitar rabos de papel a pessoas graves, puxar pelo rabicho das 18 cabeleiras, dar beliscões nos braços das matronas, e outras muitas 19 façanhas deste jaez, eram mostras de um gênio indócil, mas devo crer 20 que eram também expressões de um espírito robusto, porque meu 21 pai tinha-me em grande admiração; e se às vezes me repreendia, à 22 vista de gente, fazia-o por simples formalidade: em particular davame 23 beijos.
Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas
No trecho Um poeta dizia que o menino é pai do homem. Se isto é verdade, vejamos alguns lineamentos do menino (Refs. 01 e 02), podemos identificar uma relação de:
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(ETEC SP/2019)
Veja as imagens.
A primeira imagem se trata de uma pintura a óleo, de 1665, do artista neerlandês Johannes Vermeer, intitulada de Moça com brinco de pérola. Ao lado dela, vê-se uma personagem muito famosa no mundo dos desenhos animados. O recurso empregado para aproximação entre as imagens é chamado de
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(FCM MG/2019)
VIVA A NOSSA COADJUVÂNCIA
Todo trabalho de grupo tem uma pessoa que trabalha mais. Nunca me dediquei tanto a nada na minha vida quanto à paternidade, mas, ainda assim, é preciso ser sincero. Por mais esforçado que seja o pai, nos primeiros meses de vida do bebê, somos como Chitãozinho, Sancho Pança, Robin, Pumba e aquele supergêmeo, coitado, que só sabe virar água, enquanto a irmã vira qualquer tipo de animal existente ou mitológico. Existe, na paternidade, uma grande desigualdade de superpoderes.
Mil séculos de avanços científicos e o homem ainda não sabe fabricar um rim, mesmo com todo o dinheiro do mundo, dentro do maior laboratório que há. A natureza é sábia, não sei se o homem aguentava essa pressão. Tudo o que o meu corpo produziu na vida inteira foi uma pedrinha de dois milímetros de ácido úrico. E até hoje reclamo da dor.
A mulher, sozinha, sem qualquer ajuda, faz um corpo inteiro: trilhões de células, diz o Google. E tudo isso, pasme, prestando atenção em outra coisa.
Nunca vou me acostumar com isso: enquanto conversava comigo, a mãe da minha filha produziu um corpo inteiro dentro do corpo dela. Ao mesmo tempo em que tomava banho, trabalhava, assistia a séries, ela fez, como se nada fosse, braços, pernas, orelhas, olhos, pulmões, coração, fígado, estômago, bexiga, fez coisas que ela não sabe nem pra que é que servem, fez baço, pâncreas, vesícula, córnea. Da minha parte, tenho dificuldade em prestar atenção num filme enquanto faço um misto-quente. Imagina se eu tivesse que fazer um cérebro.
E não para por aí. Depois que o bebê nasce, a mãe ainda faz o leite. E ela não precisa ter estudado alquimia nem nutrição nem culinária: o leite que ela faz é perfeito e tem tudo de que o bebê precisa. E ela faz do próprio corpo uma lanchonete aberta 24 horas, um bandejão popular que produz uma seiva, até hoje, inimitável.
Nesse processo todo, sobra pra gente o resto. Mas alto lá: a coadjuvância é, também, uma arte. Não vou dizer que é fácil. Chitãozinho sabe das dificuldades de se fazer segunda voz. Robin, coitado, precisa se humilhar numa vestimenta pra lá de ridícula.
No nosso caso, a coadjuvância envolve coisa pra caramba: amar profundamente, botar pra arrotar, trocar fralda, ninar, cantarolar, esterilizar, mas, sobretudo, lembrar todo dia que a mãe tá operando um milagre. Se dependesse de mim, tava ninando uma pedrinha de ácido úrico.
(DUVIVIER, Gregorio. Folha de São Paulo. 25/2/2018. https://www1.folha.
uol.com.br/colunas/gregorioduvivier/2018/02/viva-a-nossa-coadjuvancia. Acessado em 26/02/2018)
No primeiro parágrafo, o uso da intertextualidade tem a função de
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(IFMT/2019)
Cantiga para não morrer
Quando você for se embora,
moça branca como a neve,
me leve.
Se acaso você não possa
me carregar pela mão,
menina branca de neve,
me leve no coração.
Se no coração não possa
por acaso me levar,
moça de sonho e de neve,
me leve no seu lembrar.
E se aí também não possa
por tanta coisa que leve
já viva em seu pensamento,
menina branca de neve,
me leve no esquecimento.
(Ferreira Gullar. In: Dentro da noite veloz: poemas por Ferreira Gullar.
2 ed. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 1979).
Sobre o poema acima e sua intertextualidade com o Trovadorismo português, podemos afirmar corretamente que:
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(IFMT/2019)
O humor na tira é provocado devido ao uso de qual recurso linguístico?
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(Unicentro PR/2019)
Viver em cima do muro é prejudicial à saúde
Élida Ramirez
Ocre. Sempre me incomodou essa cor. Sabe aquele marrom amarelado? O tal burro fugido? Exato isso! Quando vejo alguém com roupa ocre, tenho maior aflição. Certa feita, entrei em um consultório médico to-di-nho ocre. Paredes, chão, quadros. Tive uma gastura horrorosa. A sensação é que o ocre existe no dilema de não ser amarelo nem marrom. Invejando o viço das outras colorações definidas e nada fazendo para mudar sua tonalidade. Isso explica meu desconforto. O ocre, para mim, ultrapassa o sentido de cor. Ele dá o tom da existência do viver em cima do muro. E conviver com gente assim é um transtorno.
É fato que a tal “modernidade líquida”, definida por Bauman, favorece o comportamento. Pensemos. Segundo o sociólogo, a globalização trouxe o encurtamento das distâncias, borrando fronteiras. E, ao reconfigurar esses limites geográficos, mudou a concepção de si do sujeito bem como sua relação com as instituições. Muito rapidamente houve um esfacelamento de estruturas rígidas como a família e o estado. Essa mudança do sólido para líquido detonou o processo de individualização generalizado no mundo ocidental reforçando o conceito de que “Nada é para durar” (Bauman). Então, desse jeito dá para ser mutante pleno nesse viver em cima do muro. Nem amarelo ou marrom. Ocre. Por isso, discursos ocos de pessoas com personalidades fluidas ganham espaço. E vão tomando a forma do ambiente, assim como a água. Uma fusão quase nebulosa que embaça o comprometimento.
Nota-se ainda certo padrão do viver em cima do muro. Como uma receitinha básica. Vejam só: Misture meias palavras em um discurso politicamente correto. Inclua, com ar de respeito, a posição contrária. Cozinhe em banho-maria. Deixe descansar, para sempre, se puder. Se necessário, volte ao fogo brando. Não mexa mais. Sirva morno. Viu? Simples de fazer. Difícil é digerir.
É porque, na prática, a legião de ocres causa a maior complicação. Quem vive do meio de campo, sem decidir sua cor publicamente, não tem o inconveniente de arcar com as escolhas. Quase nunca se tornará um desafeto. Fará pouco e, muitas vezes, será visto com um sujeito comedido. Quem não escolhe tem mais liberdade para mudar de ideia. Não fica preso ao dito anteriormente. Exatamente porque não disse nada. Não se comprometeu com nada. Apenas proferiu ideias genéricas e inconclusivas estando liberado para transitar por todos os lados, segundo sua necessidade. Ao estar em tudo não estando em nada, seja para evitar responsabilidades, não se expor à crítica ou fugir de polêmicas, o em cima do muro se esconde, sobrecarrega e expõe aqueles que bancam opiniões.
Portanto, conviver com quem não toma posição, de forma crônica, atrasa a vida. Ao se esquivar de escolher, o indivíduo condena o outro a fazê-lo em seu lugar. Reconheço que, às vezes, a gente leva tempo para se decidir por algo. Todos temos medos que nos impedem de agir. Mas ouso dizer: nunca tomar partido nas situações é covardia. Parece, inclusive, que o viver em cima do muro é mais confortável que a situação do mau-caráter. É que o sacana, ao menos, se define. Embora atue na surdina, sua ação reflete um posicionamento. Já o indefinido, não. Ele vive na toada do alheio. E, curiosamente, também avacalha o próprio percurso por delegar ao outro a sua existência.
Recorro outra vez a Bauman para esclarecer: “Escapar da incerteza é um ingrediente fundamental presumido, de todas e quaisquer imagens compósitas da felicidade genuína, adequada e total, sempre parece residir em algum lugar à frente”. Por isso, atenção! Viver em cima do muro é prejudicial à sua própria saúde. Facilita a queda e impede novos caminhos. Um deles, o da alegria de poder ser. Talvez seja isso a que Bauman se refere quando trata da fuga da incerteza para alcançar a felicidade genuína. E, pensando bem, desconheço imagem de alegria predominantemente ocre.
O título recorre a um enunciado que circula cotidianamente nas campanhas/propagandas contra o tabagismo. Tal procedimento constitui o que se chama de
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(UNCISAL/2018)
A seguinte peça publicitária explora, como recurso comunicativo na construção de seu sentido,
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(ESPM SP/2018)
Considere os dois textos que seguem:
Porém já cinco sóis eram passados
Que dali nos partíramos, cortando
Os mares nunca doutrem navegados,
Prosperamente os ventos assoprando,
Quando uma noite, estando descuidados
Na cortadora proa vigiando,
Uma nuvem, que os ares escurece,
Sobre nossas cabeças aparece. (…)
(Os Lusíadas, de Luís
Vaz de Camões, 1572)
Nem cinco sóis eram passados que de vós nos partíramos, quando a mais temerosa desdita pesou sobre Nós. Por uma bela noite dos idos de maio do ano translato, perdíamos a muiraquitã (…).
(Macunaíma, de Mário
de Andrade, 1928)
Observando que o segundo texto é posterior ao primeiro, pode-se dizer que Mário de Andrade utilizou o seguinte recurso em relação a Camões:
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(UEG GO/2018)
As falas das personagens dos quadrinhos estabelecem com os diversos textos de origem uma relação de
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