Voltaire foi um escritor e filósofo francês. Ele defendia com vigor as liberdades individuais, bem como a liberdade de expressão e tolerância.
O Iluminismo foi uma época revolucionária na Filosofia, embora famosa por conta das revoluções francesa e norte americana, que só foram possíveis graças a nomes como o ilustre Voltaire, que desafiou a opressão absolutista.
Quem foi Voltaire?
Durante o século XVIII, uma figura ganhou bastante destaque, chamavam-no de Voltaire. Embora tenha sido uma fugira polêmica, sem dúvida foi o filósofo mais famoso do Iluminismo. Voltaire defendia com vigor as liberdades individuais, bem como a liberdade de expressão e tolerância.
Juntamente com outros iluministas, as ideias de Voltaire serviram de inspiração para a Revolução Francesa, chegando a cruzar o Atlântico e inspirar a Revolução Norte Americana. Ele foi um talentosíssimo escritor, responsável por mais de setenta obras.
Embora tenha escrito bastante, Voltaire não deixou como legado um sistema filosófico formal, como aqueles que a gente vê em obras como a de Montesquieu, “O Espirito das Leis”.
Voltaire a a personificação do Iluminismo
Durante o Iluminismo, movimento revolucionário que aconteceu no século XVIII, a popularidade das Monarquias Absolutistas despencou. Isso porque os ideais do Iluministas se pautavam na Razão e nas Ciências, coisas que poucas monarquias aceitavam. Voltaire, como bom “fanfarrão” que era, polemizava as questões que envolviam o Estado e a Igreja.
As atitudes de Voltaire, assim como seu discurso, que era por vezes inflamado, mas ainda assim satírico, tinham como alvos principais a Igreja Católica e a Monarquia francesa.
A prisão
Voltaire foi um militante de respeito, disseminava os ideais iluministas enquanto divulgava suas ideias, ao passo que, fazia escarnio de seus desafetos. Essa atitude acabou fazendo com que tivesse a prisão decretada, sendo mandado para Bastilha em 1717. Inclusive, foi nesse momento de cárcere que ele adota o pseudônimo Voltaire.
Vale ressaltar que até meados do século XVII a Europa ainda aceitava, meio a contra gosto, as explicações da igreja. Foi somente com a Revolução Científica, possibilitada por figuras como Galileu, Newton, Giordano Bruno e uma série de outros gênios, que a religião perdeu força e passou a dar espaço as ciências.
O absurdo de ter certeza
Inspirado pela ideia racional, herdada da Filosofia Renascentista, Voltaire elaborou uma teoria para refutar as tradições, visto que, elas são preciosas tanto para a religião quanto para a nobreza. Com isso, surgiu o argumento da certeza ser absurda.
Demonstrando – a partir de uma análise racional – que ao longo da nossa história, quase tudo já foi revisto e reinterpretado. O que se dava como fato em determinado período passou a ser absurdo em outro.
Por exemplo: algo que estava super em alta naquela época foi a constatação de que a Terra não é o centro do universo. Isso antes era um fato, hoje é absurdo pensar – ou ao menos deveria – que alguém acredita nisso.
Ora, salvo algumas verdades que permanecem até então imutáveis, como é o caso da matemática, os fatos não passam de meras interpretações. Voltaire se utiliza inclusive de algumas ideias de John Locke, como aquela concepção das ideias inatas.
Isso é, segundo John Locke não existem ideias inatas, tudo que entendemos do mundo vem da nossa experiência.
A importância da filosofia de Voltaire
Esse ceticismo de Voltaire tornou-se ainda mais válido quando ele argumenta que determinadas coisas que são tidas como verdades absolutas, variam de acordo com a região que você se encontra. É como se uma pessoa que segue o cristianismo no Brasil só o faz porque nasceu nessa região e nessa época específica. Haja visto que não existiam nativos cristãos antes da invasão portuguesa.
Imagine que você nasceu na Birmânia, a chance de você ser budista é muito maior que a chance de você ter alguma religião. Isso pode valer para diversos outros exemplos além da religião, como seu time de futebol. Um palmeirense dificilmente torceria para esse time se morasse no Rio de Janeiro, por exemplo.
Daí a importância da Filosofia. Voltaire acreditava que ela seria a responsável por desenvolver uma metodologia capaz de se aproximar mais do que poderia a ser uma verdade, pois acreditava que a verdade até poderia existir, entretanto não temos os meios para alcançá-la.
Filosofia e Revolução
O discurso de Voltaire sempre vinha acompanhado dessa história de não termos certezas sobre as coisas e de que não existem verdades absolutas. Dentre outras coisas, esse discurso tinha como propósito desafiar a Monarquia francesa e a Igreja Católica, visto que o discurso religioso se pauta em dogmas. Ou seja, é fundamentado em verdades absolutas e irrefutáveis.
Isso também vale para a Monarquia Absolutista francesa. Lembra-se do rei Luís XIV? Ele reinou de 1643 até 1715, foi batizado como Louis-Dieudonné, algo como “Luís, o presente de Deus”. Nota-se aí que a Monarquia e a Igreja estavam fortemente ligadas, e compartilhavam de uma estrutura narrativa bem semelhante. O que deve ter facilitado a vida de Voltaire na hora de criticá-los.
As sátiras
Deixando o rei Sol de lado por um instante, quando Voltaire afirmava que a certeza é algo mais agradável ao ser humano do que a dúvida, ele provoca seus interlocutores a questionar as declarações do Estado.
Pois, em suas sátiras, ele argumentava a favor de pensarmos por nós mesmos. Esse talvez seja o princípio mais importante do Iluminismo, sendo reproduzido de diversas maneiras e por diversos autores, como por exemplo Immanuel Kant em sua famosa máxima: Sapere Aude!
Por fim, Voltaire tinha um viés político bastante libertário, assim como, era característico da época, pregava a necessidade de se duvidar das coisas, dizia que a dúvida não é condição agradável, mas a certeza é absurda.
Com isso, fazia sua militância e embasando um movimento de resistência contra a opressão do absolutismo e da igreja que culminou na Revolução Francesa, deflagrada 11 anos após sua morte.
Resumo sobre Voltaire
Para finalizar a sua revisão e estudar um pouquinho mais sobre Voltaire, veja essa videoaula do canal Curso Enem Gratuito:
Questões sobre Voltaire
1) (UFF 2010)
O escritor e filósofo francês Voltaire, que viveu no século XVIII, é considerado um dos grandes pensadores do Iluminismo ou Século das Luzes. Ele afirma o seguinte sobre a importância de manter acesa a chama da razão:
“Vejo que hoje, neste século que é a aurora da razão, ainda renascem algumas cabeças da hidra do fanatismo. Parece que seu veneno é menos mortífero e que suas goelas são menos devoradoras. Mas o monstro ainda subsiste e todo aquele que buscar a verdade arriscar-se-á a ser perseguido. Deve-se permanecer ocioso nas trevas? Ou deve-se acender um archote onde a inveja e a calúnia reacenderão suas tochas? No que me tange, acredito que a verdade não deve mais se esconder diante dos monstros e que não devemos abster-nos do alimento com medo de sermos envenenados”.
Identifique a opção que melhor expressa esse pensamento de Voltaire.
(A) Aquele que se pauta pela razão e pela verdade não é um sábio, pois corre um risco desnecessário.
(B) A razão é impotente diante do fanatismo, pois esse sempre se impõe sobre os seres humanos.
(C) Aquele que se orienta pela razão e pela verdade deve munir-se da coragem para enfrentar o obscurantismo e o fanatismo.
(D) O fanatismo e o obscurantismo são coisas do passado e por isso a razão não precisa mais estar alerta.
(E) A razão envenena o espírito humano com o fanatismo.
2) (UFPR 2010)
A respeito do iluminismo, movimento filosófico que se difundiu pela Europa ao longo do século XVIII, considere as seguintes afirmativas:
Muitos filósofos franceses, entre eles Montesquieu, Voltaire e Diderot, foram leitores, admiradores e divulgadores da filosofia política produzida pelos ingleses, como John Locke com sua crítica ao absolutismo.
Quanto à organização do Estado, os filósofos iluministas não eram contra a monarquia, mas contra as ideias de que o poder monárquico fora constituído pelo direito divino e de que ele não poderia ser submetido a nenhum freio.
A descoberta da perspectiva e a valorização de temas religiosos marcaram as expressões artísticas durante o iluminismo.
Em Portugal, o pensamento iluminista recebeu grande impulso das descobertas marítimas.
Assinale a alternativa correta.
(A) Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
(B) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
(C) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras.
(D) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras.
(E) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras.
3) “É proibido matar e, portanto, todos os assassinos são punidos, a não ser que o façam em larga escala e ao som das trombetas.”
“Não concordo com uma única palavra do que dizeis, mas defenderei até a morte o direito de dizê-la.”
As frases acima são exemplos de um dos filósofos iluministas mais conhecidos, caracterizado por frases sarcásticas e irreverentes. Quem é o autor das frases?
(A) Montesquieu.
(B) John Locke.
(C) Voltaire.
(D) Descartes.
(E) Rousseau.
Gabarito
- C
- B
- C