A região Centro-Oeste é a segunda maior do Brasil em extensão territorial, ficando atrás apenas da região Norte. Por causa da sua localização é a única que não possui litoral.
A região centro-oeste
A região centro-oeste no Brasil tem 1.606.403,506 quilômetros quadrados, está situada no interior do país e não faz fronteira com todas as outras regiões.
Em suma, seu território é composto por 3 estados, sendo eles: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, que têm como capitais as cidades de Goiânia, Cuiabá e Campo Grande, respectivamente. Além disso, o Distrito Federal (DF) também pertence à Região Centro-Oeste. O DF é a menor unidade federativa do Brasil e a única que não possui municípios, sendo dividida em 33 unidades administrativas.
Mapa político do Brasil com a Região Centro-oeste destacada em verde. Fonte da imagem: Getty Images.
População da região centro-oeste
A Região Centro-oeste tem a menor população entre as regiões brasileiras, contabilizando pouco mais de 16 milhões de habitantes. Além disso, a densidade populacional (razão entre a população e o tamanho do território) do Centro-oeste é a segunda menor das regiões, 10,1 hab/km², ficando atrás apenas da Região Norte.
Essa baixa densidade populacional se deve principalmente à formação socioespacial da região. Ou seja, ela é caracterizada por um território pouco povoado. Sendo assim, a população da região Centro-oeste é muito urbanizada, tendo 88,8% das pessoas vivendo em áreas urbanas.
Características do relevo da região centro-oeste
O relevo da região centro-oeste possui poucas variações sendo bastante plano ou com suaves ondulações. Sua formação geológica se dá por rochas sedimentares sobrepostas a rochas cristalinas que formam planaltos de baixa altitude.
Além disso, é possível observar afloramentos de rocha cristalina em alguns locais que formam ondulações de baixa declividade. Dessa maneira, o relevo é formado basicamente por 3 grupos de relevo: o Planalto Central, o Meridional e a Planície Pantaneira.
Planalto Central
Uma das características mais marcantes do relevo do Planalto Central é o aparecimento de chapadas e chapadões. Ou seja, essas estruturas são formações de topo plano e encostas abruptas que formam belas paisagens.
As chapadas e chapadões se formam devido à diferença de dureza entre as rochas, onde a rocha que é normalmente cristalina no topo, sofre menos erosão que o seu entorno, normalmente sedimentar.
Fotografia de queda d’água na Chapada dos Guimarães. Fonte da imagem: Getty Images.
Planalto Meridional
É no Planalto Meridional que encontramos o melhor solo para o plantio, a chamada terra roxa, que aparece em forma de manchas na região sul do Centro-Oeste. Em resumo, a terra roxa é formada pela erosão do basalto formado pela erupção resultante da separação do supercontinente Gondwana, que formou os continentes africano e sul-americano.
Os outros solos encontrados na região não eram considerados uteis para agricultura até a década de 60.
Planície Pantaneira
A Planície Pantaneira é uma planície inundável, ou seja, sofre inundações periódicas na estação de chuvas. Dessa maneira, com uma altitude média de 110 metros, o Pantanal é uma depressão relativa, ou seja, uma porção de terra baixa circundada por áreas mais altas.
Entretanto há na Planície Pantaneira duas feições de relevo que se dividem em cordilheiras, ou seja, partes mais altas que não sofrem inundação, e os lagos e baías, partes baixas que sofrem inundações em formato circular.
Clima predominante da região centro-oeste
Assim como no resto do Brasil, clima tropical ocupa grande parte da porção central da região. Porém, ao norte do Mato Grosso podemos encontrar o clima equatorial e nas áreas mais altas encontramos o clima tropical de altitude.
O clima tropical se caracteriza por ser um clima quente com o inverno e outono secos e a primavera e o verão úmidos. Todavia, a precipitação é baixa devido à continentalidade, por ser uma região interiorana o Centro-Oeste recebe pouca umidade dos oceanos, formando um clima bastante seco.
Entretanto, o norte do Mato Grosso não sofre os efeitos da continentalidade por ser próximo a Floresta Amazônica e sofrer influência direta da umidade dessa floresta. Sendo assim, o Clima tropical de altitude apresenta uma média térmica mais baixa, pela influência da altitude, podendo apresentar geada no inverno, mantendo o regime de chuvas.
Hidrografia da região
A Região Centro-oeste sofre influência de três bacias hidrográficas: a Bacia Platina, com maior influência, a Amazônica, no norte do Mato Grosso e a Tocantins-Araguaia. Em resumo, a Bacia Amazônica apresenta grandes rios como o Xingu e afluentes do Amazonas. Ela abrange parte do norte do estado do Mato Grosso.
Já a Bacia Tocantins-Araguaia ocupa a parte noroeste de Goiás e leste do Mato Grosso do Sul.
Fotografia de um trecho do Rio Araguaia. Fonte da Imagem: Getty Images.
Por sua vez, a Bacia Platina, é a maior da região. Tem como principais rios o Paraguai e o Paraná. Em conseguinte o rio Paraguai é responsável pela inundação da região pantaneira e corta a região no sentido Norte-Sul, sendo grande parte da porção leste da região. Já o rio Paraná corta o sul do Mato Grosso do Sul no sentido Oeste-Leste
Vegetação predominante na região centro-oeste
Em sua maior parte a vegetação do Cerrado é a principal no centro-oeste. Porém, temos também a presença da Floresta Amazônica no norte do Mato Grosso e o Pantanal na região oeste.
Cerrado
O Cerrado cobre a maior parte da Região Centro-oeste. Essa vegetação apresenta gramíneas altas, arbustos e árvores baixas esparsos.
As árvores do Cerrado apresentam raízes profundas, cascas grossas e folhas longas, essas adaptações se devem ao clima seco na maior parte do ano. Ou seja, o clima força as plantas a buscar formas de aumentar a absorção de água, raízes longas, e diminuir perda de água, cascas grossas e folhas longas.
Outro efeito do clima é o amarelamento da paisagem nos períodos secos, com os capins e as árvores secando.
Floresta Amazônica
A Floresta Amazônica apresenta uma vegetação densa, úmida e latifoliada, com folhas largas, sofrendo grande influência da hidrografia que fornece a umidade necessária para o aparecimento de uma mata densa.
Complexo do Pantanal
O Complexo Pantanal é assim chamado por ser uma confluência de diferentes biomas. Observamos gramíneas, nas partes mais baixas, árvores do cerrado em áreas médias, em áreas não inundáveis temos árvores de maior porte e em áreas altas de clima semiárido encontramos vegetação de caatinga.
Além disso, encontramos no Complexo do Pantanal as matas de galeria. Essas vegetações são bosques densos que se concentram nas margens dos rios e são formados por árvores perenes, sempre verdes, de grande porte.
Atividades econômicas presente na região centro-oeste
A colonização do Brasil pelos portugueses se deu de forma a beneficiar as áreas litorâneas, devido principalmente a forma de exploração voltada para o mercado externo. Por causa disso, a região Centro-Oeste se viu isolada até o século XVIII.
Em suma, a proibição da navegação pelos rios Araguaia e Tocantins para evitar o contrabando de ouro dificultou a colonização da região.
Sendo assim, os únicos atores colonizatórios na região eram os jesuítas, em busca de catequizar os indígenas. Além deles também haviam os bandeirantes, que buscavam capturar os indígenas e buscar pedras e metais preciosos.
Foi só com o declínio do ciclo do ouro que a região passa a ser ocupada por grandes fazendas de bovinos criando uma dinâmica econômica que permitiu a ocupação da região.
A influência da revolução verde na região
A década de 60 foi muito importante para entendermos a economia e o crescimento da região. Foi nessa época que ocorreu o que chamamos de revolução verde, período de grandes avanços nas tecnologias de plantio e criação de animais.
Com o emprego das tecnologias de correção de solo, assim os agricultores poderiam produzir normalmente na terra. Essa tecnologia permitia que o solo pobre da região fosse alterado para receber o plantio de grandes produtores de monoculturas como a soja, o milho e o trigo.
A alteração da dinâmica de plantio transformou a região centro-oeste num polo agroindustrial mundial onde as plantações e criações convivem com o beneficiamento desses produtos. Além disso, o extrativismo mineral se faz presente com o ferro e manganês no sudoeste do Mato Grosso e com níquel no oeste e norte do Goiás.
O crescimento do centro-oeste
A estrutura fundiária de grandes propriedades acabou por forçar uma grande urbanização da região. Esse fato ocorre devido ao grande acúmulo fundiário e ao grande poder econômico dos produtores. Por causa disso muitos deles eliminaram as pequenas e médias propriedades.
Dessa maneira, como vimos acima, o Centro-Oeste é hoje a segunda região mais urbanizada do Brasil, com 87% da população vivendo em cidades. O agronegócio formou também pequenas e médias cidades em torno das unidades de beneficiamento aumentando assim a dinamização da rede urbana da região.
Para se aprofundar mais no assunto ou revisar a matéria, assista as videoaulas do professor Marcelo a seguir e resolva as questões!
Videoaula
Exercícios
1 – (FUVEST 2009)
Considere as afirmações abaixo, relativas à ocupação do Centro-Oeste brasileiro, onde originalmente predominava a vegetação do Cerrado.
I. A vegetação nativa do Cerrado encontra-se, hoje, quase completamente dizimada, principalmente em função do processo de expansão da fronteira agrícola, que avança agora na Amazônia.
II. O desenvolvimento de tecnologia apropriada permitiu que o problema da baixa fertilidade natural dos solos no Centro-Oeste fosse, em grande parte, resolvido.
III. O modelo fundiário predominante na ocupação da área do Cerrado imitou aquele vigente no oeste gaúcho, de onde saiu a maioria dos migrantes que chegaram ao Centro-Oeste nos últimos 30 anos.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II e III.
2- (PUC – RJ)
O Centro-Oeste brasileiro tem registrado, segundo vários estudos, elevada produtividade e rentabilidade nas lavouras agrícolas. Para entender tal dinâmica, os estudos sobre a sojicultora são exemplares, já que esse cultivo é implementado em alguns estados da região, como em Mato Grosso, com base na intensa utilização de insumos como fertilizantes e agrotóxicos, e de máquinas e implementos modernos.
(Adaptado de Bernardes, J. e Filho, O. [orgs]. Geografias da Soja: BR-163. Fronteiras em mutação. Rio de Janeiro. Arquimedes, 2006).
Dentre as opções abaixo, assinale aquela que apresenta corretamente os impactos socioeconômicos e ambientais da expansão da sojicultura no Centro-Oeste.
(A) Valorização das terras, utilização intensiva de mão de obra migrante nordestina e desconcentração fundiária.
(B) Aumento da utilização da mão de obra barata do migrante nordestino e preservação do meio físico-biótico.
(C) Ampliação de novas dinâmicas socioeconômicas em todas as cidades regionais, a partir da diversificação das atividades geradas pela agricultura moderna.
(D) Alteração no meio físico-biótico, forte presença de agroindústrias e predominância de pequenas e médias propriedades.
(E) Valorização das terras favoráveis à mecanização, alterações no meio físico-biótico e reconcentração fundiária.
3 – (UFV-2002)
Sobre o Pantanal Mato-grossense é CORRETO afirmar que:
a) tem uma vegetação muito homogênea, predominando espécies típicas da floresta equatorial.
b) possui solos com alta fertilidade natural própria para agricultura intensiva.
c) apresenta rios encachoeirados e com grande vazão, por ser uma região montanhosa.
d) constitui uma região de transição onde se encontram características de vários domínios ecológicos brasileiros como cerrado, floresta e campo.
e) localiza-se no extremo leste do país, o que facilita o acesso de turistas.
GABARITO
1 – D
2 – E
3 – D