As maiores bacias hidrográficas no mundo: Planeta Água

Desde sempre, os rios e suas bacias tiveram importância fundamental para a subsistência e desenvolvimento da humanidade. Pesca, navegação, hidratação, fertilização dos solos e hidroeletricidade são apenas algumas maneiras nas quais utilizamos esses recursos ao longo da nossa trajetória na Terra. Leia a aula a seguir e conheça algumas das mais importantes bacias hidrográficas do mundo!

O conjunto de terras drenadas por um rio principal, seus afluentes e subafluentes, junto às nascentes, é conhecido como bacia hidrográfica. As bacias hidrográficas no mundo. Elas são separadas por elevações chamadas de divisores de água.

Você vai mergulhar nesse texto e conhecer as maiores e as principais grandes bacias hidrográficas de cada continente, passando por todo o Planeta.

As maiores Bacias Hidrográficas

Comece o seu resumo com uma introdução  que faz a volta ao mundo no Planeta Água, que é um dos apelidos da nossa querida Terra. Confira agora com o professor de geografia Raphael Carrieri, do canal do Curso Enem Gratuito:

Bacias Hidrográficas

Algumas delas podemos observar na Figura a seguir. O Brasil desponta como detentos de algumas das principais Bacias Hidrográficas do Mundo.

As principais Bacias Hidrográficas Brasileiras são estas:

  •  1 Amazônica;
  • 2 Tocantins-Araguaia;
  • 3 São Francisco;
  • 4 Paraguai;
  • 5 Paraná;
  • 6 Uruguai.

Veja agora as principais Bacias Hidrográficas na Terra:mapa com as maiores bacias hidrográficas do mundoFonte: Geografia para Todos. Disponível em: <http://www.geografiaparatodos.com.br/>. Acesso em: 20/03/2020.

Bacias na África

O rio Nilo é o maior da África, sendo também o segundo mais extenso do mundo, com 16.650 km. Mesmo atravessando parte do deserto do Saara, esse rio nunca seca.

Suas nascentes estão localizadas na África Equatorial, onde as chuvas abundantes durante o ano todo são responsáveis por manter o rio perene.Dessa forma, por séculos o rio Nilo vem tendo grande importância econômica para o Egito

Antigamente, suas águas transbordavam de tempos em tempos e fertilizavam todo o vale, que se tornava ótimo para agricultura. Por outro lado, a posterior construção de grandes barragens acabou com as inundações periódicas daquelas várzeas fluviais. 

A barragem chamada Segunda Assuan (ou Alta Assuan), construída entre 1954 e 1970, formou o Lago Nasser e passou a controlar o fluxo das águas do Nilo. Já a Primeira Assuan (ou Baixa Assuan), foi erguida pelos britânicos entre 1898 e 1902.

Dessa forma, um intenso êxodo rural ocorreu por consequência dessas barragens, já que os agricultores sem recursos financeiros, que dependiam da fertilização natural do próprio rio, não puderam implantar outros sistemas de irrigação.

Do mesmo modo, a bacia do rio Congo também se destaca. Ela está em segundo na lista das grandes bacias hidrográficas do mundo: perde apenas para o rio Amazonas. Sua maior parte atravessa um relevo de planalto, o que lhe proporciona um gigantesco potencial hidrelétrico. Entretanto, ele não é intensamente aproveitado em termos comerciais.

Bacias na Europa

A bacia do rio Reno, situada na Alemanha, é conhecida por abrigar o vale do Ruhr, área de maior concentração industrial da Europa. Essa região tinha grandes reservas de carvão mineral, que impulsionaram a Revolução Industrial, iniciada na Inglaterra, no século XVIII. 

O rio Reno é navegável em quase toda sua totalidade, sendo a rota de saída da produção industrial alemã, que chega até o porto de Roterdã, na Holanda, para atender os mercados mundiais.

O rio Pó, maior rio da Itália, percorre uma extensão de 652km de oeste para leste, no norte da Itália, desaguando no mar Adriático, cerca de 50km ao sul de Veneza. Sua bacia, com aproximadamente 71.000km², drena uma rica região industrial, localizada no eixo Milão-Gênova-Turim. A continuidade de seu curso está num fértil vale, onde se cultiva cereais.

Assim como o rio Reno, o rio Ródano nasce nos Alpes Centrais, na Suíça. Seu curso segue para o sul, entrando na França e desaguando no mar Mediterrâneo, perto de Marselha. Várias eclusas foram construídas para torná-lo navegável. Muitos canais também o integraram a outros rios, como o próprio Reno.

O rio Volga é o mais extenso de toda a Europa, e atravessa a planície da Rússia. Mesmo congelando durante o inverno, ele é bastante utilizado para a navegação. Ele está ligado por canais artificiais aos mares Branco e Báltico, situados no norte, e ao mar Negro, no sul, mas deságua no Além de desaguar no mar Cáspio.

Ásia

Com suas nascentes nas colinas de Golan, território sírio sob domínio israelense desde 1967, o rio Jordão atravessa a Cisjordânia e é importante para a irrigação do deserto de Neguev, ao sul da área sob domínio de Israel, assim como para o abastecimento do Mar Morto.

Na Turquia nascem os rios Tigre e Eufrates, que passam pela Síria e pelo Iraque, juntando-se nas proximidades da foz, no Golfo Pérsico. Simultaneamente, formam o Chatt Al-Arab, um canal de 193 quilômetros. Esses rios foram no passado e são, atualmente, importantes fontes de água e meios de transporte nessa grande região árida do Oriente Médio.

China

Na China, o Rio Hoang-Hop (Rio Amarelo) corta a parte setentrional da planície do país e é uma fonte de água importantíssima para irrigação de plantações de arroz e trigo. O Yang Tsé-Kiang (Rio Azul) nasce nos planaltos e nas altas montanhas da porção ocidental chinesa. 

Nesse rio está localizada a usina hidrelétrica de Três Gargantas, uma das maiores do planeta. Grandes áreas férteis foram perdidas com a construção dessa importante fonte de abastecimento energético para a China.

Na cordilheira do Himalaia nasce o rio Mekong, que corre no sentido sudeste pelas planícies da Indochina. Seu maior trecho atravessa o Vietnã, onde é fundamental para o plantio de arroz. 

Os rios Ganges e o Indo também, que também nascem no Himalaia, cortam a planície norte da Índia. Esses rios são sagrados para o povo que segue o hinduísmo. As várzeas dos dois rios são fundamentais para a população, que pratica há milênios a agricultura de jardinagem, a exemplo do que ocorria no Egito antes da construção de grandes barragens.

Bacias Hidrográficas nas Américas

América do Sul

Na América do Sul, a cordilheira dos Andes é o grande divisor de águas desse subcontinente. Em sua vertente ocidental estão as nascentes dos rios que formam as bacias Amazônica, Platina, do Orinoco, entre outras menores. 

Na vertente oriental, rumo ao oceano Pacífico, os rios não são extensos e têm muitas quedas d’água. O planalto das Guianas é o divisor de águas das bacias Amazônica (nascentes dos afluentes da margem esquerda do rio Amazonas) e do Orinoco;

O planalto Brasileiro é o divisor de águas das bacias Amazônica (que está em primeiro lugar na lista de grandes bacias hidrográficas no mundo), Platina (segunda maior bacia hidrográfica do Brasil e considera uma das grandes bacias hidrográficas no mundo) e do rio São Francisco.

América Central

Na América Central, os maiores rios nascem nas montanhas, atravessam as planícies e desaguam no mar do Caribe. São os casos do rio Grande, na Nicarágua, e do rio Patuca, em Honduras. Além disso, os rios que correm das montanhas em direção ao oceano Pacífico são menores, já que a planície litorânea no oeste é estreita.

América do Norte

Na América do Norte, mesmo com algumas regiões desérticas e semiáridas, há uma grande disponibilidade hídrica. O rio mais longo do México é o rio Grande, que nasce nas montanhas rochosas e limita grande parte da fronteira do país com os EUA. 

No Canadá, destaca-se primeiramente o rio Mackenzie. O rio São Lourenço é também um importante rio da fronteira entre Canadá e Estados Unidos. Em seu vale desenvolveu-se uma grande concentração urbana e industrial. Juntamente com os Grandes Lagos, devido à construção de eclusas, esse rio é inteiramente navegável, sendo todas essas águas continentais importantíssimas para a economia desses dois países.

Na porção oeste, onde estão as cadeias montanhosas, tem destaque o rio Colorado, que atravessa uma extensa bacia sedimentar, erodida ao longo do tempo pelo próprio rio, formando o famoso Grand Canyon – que pode ser observado na Figura 2:

rio colorado nos Estados Unidos e seu processo erosivo formando o grand canyon
Rio Colorado e seu processo erosivo formando o Grand Canyon. Fonte: Viaje na Viagem. Disponível em: <https://www.viajenaviagem.com/>. Acesso em: 20/03/2020.

O rio Mississipi atravessa a planície central dos EUA e sua bacia hidrográfica banha cerca de 33% do território do país. Ele nasce na região dos Grandes Lagos e corre em direção ao golfo do México.

Os principais afluentes desse rio são o Missouri e o Ohio. Simultaneamente, esses três rios formam uma das maiores redes hidroviárias do mundo. Logo, há também um grande potencial hidráulico nesse subcontinente, com destaque para a sexta maior hidrelétrica do mundo, que é a barragem Grand Coulee, no rio Columbia.

Oceania

Em síntese, os rios mais importantes e extensos da Oceania são o Darling (2.720km) e o Murray (2.575km), ambos na Austrália. Eles nascem na Grande Cordilheira, principal divisor de águas do país.  

Esses dois rios, junto a outros menores, correm para o oceano Índico, ao sul. Simultaneamente, outros rios de menor extensão correm para o oceano Pacífico, a leste.

A bacia Murray-Darling abrange aproximadamente 15% do território do país, em uma região muito importante economicamente. Assim, essa bacia provém a maior parte do abastecimento de água da população, das atividades industriais, da geração de energia elétrica e da irrigação agrícola.

Videoaula complementar

Exercícios sobre Bacias Hidrográficas

Questão 01 – (UFPR/2020)

Do México ao Chile, a áreas da África e a pontos turísticos no sul da Europa e no Mediterrâneo, o nível de ‘estresse hídrico’ – a quantidade de água extraída de fontes terrestres e superficiais em comparação com o total disponível – está atingindo níveis preocupantes. 

(Disponível em: bbc.com/portuguese/amp/geral-49243195.) 

Sobre estresse hídrico, assinale a alternativa correta. 

a) Regiões de grande concentração populacional na Ásia, como o Sudeste asiático, apresentam maior estresse hídrico do que as áreas do continente de baixa densidade populacional. 

b) O Brasil possui, segundo a Agência Nacional de Águas, aproximadamente 12% da disponibilidade de água doce do planeta e, à exceção do semiárido nordestino, as demais áreas do país apresentam baixo risco de estresse hídrico. 

c) O estresse hídrico no continente africano é uma decorrência do excessivo uso de suas águas subterrâneas. 

d) No sul da Europa, onde predominam verões quentes e secos, o turismo representa uma pressão adicional sobre os sistemas de águas. 

e) Nos países andinos, a atividade industrial é responsável pela maior parte do consumo hídrico, superando o consumo agrícola e o residencial.

Gabarito: D

Questão 02 – (ESPM SP/2019)

A imagem de satélite a seguir destaca:

imagem de satélite que mostra um rio

a) o maior delta do mundo de um rio que nasce em uma região úmida e posteriormente percorre uma zona árida, transportando ao longo de seu curso sedimentos e detritos orgânicos que são depositados no baixo curso.

b) um rio de regime equatorial drenado por elevada pluviosidade, durante o ano todo, com sentido longitudinal e extremamente aproveitado pelo alto potencial energético.

c) um rio intermitente que percorre zonas áridas e é vital para o transporte da população ribeirinha local, além de ser importante para a geração de energia e irrigação da agricultura dos países localizados na área de sua bacia.

d) o maior rio do mundo, que apresenta um trajeto latitudinal, correndo do interior para o litoral, transportando sedimentos e detritos orgânicos, apresentando uma foz em forma de estuário.

e) um dos maiores rios do mundo com regime endorreico em região que, no passado, se desenvolveu uma das mais importantes civilizações da história.

Gabarito: A

Questão 03 – (FUVEST SP/2017)

Várias cidades europeias sofreram inundações em 2016. A inundação do rio Sena, em Paris, França, excedeu o leito do rio em mais de 6 metros, mas não ultrapassou a inundação histórica de 1910, quando o rio extravasou 8 metros.

As figuras mostram as transformações do curso do rio Sena e de seu entorno, ocupado pelo homem, desde o passado no Neolítico até os dias atuais.

imagem de satélite de Paris no período Neolítico

imagem de satélite de Paris na Idade Média

imagem de satélite de Paris nos dias atuais
Muséum National d’Histoire Naturelle. www.grandegaleriedelevolution.fr/fr/visitez/espaces/ transformation-paysages. Acessado em julho de 2016.

De acordo com as informações apresentadas, é correto afirmar:

a) Ao se compararem as inundações ocorridas em 2016 e em 1910, explica- se o nível superior das águas, em 1910, devido à ausência, à época, de tecnologia que eliminasse a ascensão dos aquíferos até a superfície.

b) As inundações excepcionais que ocorrem no sítio urbano de Paris devem-se ao comportamento alterado da dinâmica fluvial do rio Sena, agravadas com a ocupação humana de suas margens e com a alteração do padrão de seu canal, de anastomosado para meandrante.

c) A instalação do homem às margens do rio Sena alterou a precipitação pluviométrica e ampliou o volume de água escoado no curso fluvial, o que dificultou a infiltração das águas, provocando inundações excepcionais no sítio urbano de Paris.

d) As inundações excepcionais do sítio urbano de Paris vêm ocorrendo em razão de a ocupação humana ter-se desenvolvido às margens do rio Sena, transformando drasticamente a paisagem da planície de inundação e o padrão do canal fluvial, de anastomosado para retilíneo.

e) Na observação das alterações do curso do rio Sena ao longo do tempo, verifica-se que elas foram significativas do Neolítico à Idade Média, enquanto que, da Idade Média aos dias atuais, essas alterações não foram intensificadas, permanecendo constante a densidade de ocupação.

Gabarito: D

Referências da aula sobre grandes bacias hidrográficas do mundo:

LUCCI, Elian Alabi; BRANCO, Anselmo Lazaro; MENDONÇA, Cláudio. Território e sociedade no mundo globalizado, Geografia geral e do Brasil, volume único. São Paulo: Saraiva, 2014.

LUCCI, Elian A.; BRANCO, Anselmo L.; MENDONÇA, Cláudio. Geografia geral e do Brasil: ensino médio. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.

SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia geral do Brasil 8º ano. 2. ed. São Paulo: Scipione, 2019.

SENE, Eustáquio de; MOREIRA, João Carlos. Geografia geral do Brasil 9º ano. 2. ed. São Paulo: Scipione, 2019.

Sobre o(a) autor(a):

O texto acima foi preparado pelo professor João Marcelo Vela para o Curso Enem Gratuito. João é licenciado e mestre em Geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Dá aulas de Geografia e Filosofia em escolas da Grande Florianópolis desde 2015, além de atuar como articulador de Ciências Humanas. E-mail para contato: [email protected]

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