Entenda a crise climática, suas causas, consequências e soluções para o ENEM. Prepare-se para dominar esse tema essencial!
A crise climática é um dos maiores desafios do século XXI e um tema recorrente em vestibulares, especialmente no ENEM, aparecendo tanto na redação quanto nas questões interdisciplinares. Para você, estudante, entender esse assunto é essencial não apenas para garantir uma boa nota, mas também para compreender o mundo ao seu redor.
Neste guia, vamos mergulhar fundo na definição da crise climática, suas consequências, soluções e como ela se conecta às disciplinas cobradas no exame. Prepare-se para uma aula completa, com dados atualizados e dicas estratégicas!
O que é a crise climática?
A crise climática é um conjunto de mudanças profundas e rápidas no clima da Terra, impulsionadas principalmente por atividades humanas. Essas alterações vão muito além das oscilações naturais do que o planeta já enfrentou, como as eras glaciais ou períodos de aquecimento causados por variações na órbita terrestre ou atividade vulcânica.
Hoje, o que vemos é um processo acelerado, com aumento da temperatura média global, mudanças nos padrões das chuvas, derretimento de geleiras, elevação do nível dos mares e eventos climáticos extremos — como furacões, secas e enchentes — mais frequentes e intensos.
Mas por que chamamos isso de crise? Porque essas mudanças ameaçam ecossistemas, economias e a sobrevivência de bilhões de pessoas. Para o ENEM, esse conceito é a chave: ele exige que você conecte causas humanas (como o uso de combustíveis fósseis) a impactos globais (como a perda da diversidade).
A ciência por trás da crise climática
Para entender a crise climática, precisamos começar pelo básico: o efeito estufa. Esse é um processo natural que mantém a Terra em uma temperatura habitável. Funciona assim: o Sol emite energia na forma de luz e calor. Parte dessa energia é absorvida pela superfície terrestre, e outra é refletida de volta ao espaço como radiação infravermelha.
Os gases de efeito estufa (GEE), como dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄) e óxido nitroso (N₂O), formam uma espécie de “cobertor” na atmosfera, segurando parte desse calor. Sem o efeito estufa, a temperatura média da Terra seria cerca de -18ºC, em vez dos atuais 15ºC.
O problema: o efeito estufa descontrolado
Até aí, tudo bem — o efeito estufa é essencial para a vida. Mas, desde a Revolução Industrial (século XVIII), as atividades humanas turbinaram esse processo. A queima de carvão, petróleo e gás natural, o desmatamento e a agricultura intensiva aumentaram a concentração de GEE na atmosfera de forma nunca vista. O resultado? O calor fica “preso” em excesso, levando ao aquecimento global.
Dados científicos que você precisa saber
- Concentração de CO₂: em 2023, atingiu 419 ppm (partes por milhão), o maior nível em 2 milhões de anos, segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos EUA. Antes da Revolução Industrial, era cerca de 280 ppm.
- Aumento da temperatura: o planeta já aqueceu 1,1ºC desde a era pré-industrial (1850-1900), conforme o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Parece pouco, mas cada décimo de grau amplifica os impactos.
- Projeções alarmantes: sem ações drásticas, o aquecimento pode chegar a 2,7ºC até 2100, ultrapassando o limite de 1,5ºC do Acordo de Paris, que cientistas consideram o ponto de segurança.
Principais causas da crise climática
A crise climática não é um acidente natural — ela tem responsáveis claros, todos ligados à forma como vivemos e produzimos. Vamos detalhar as causas principais com profundidade:
Emissões de gases de efeito estufa (GEE)
A queima de combustíveis fósseis é o maior vilão. Carvão, petróleo e gás são usados para gerar energia, mover carros e alimentar indústrias, liberando CO₂ em quantidades colossais. Em 2022, as emissões globais de CO₂ chegaram a 36,8 bilhões de toneladas segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Isso representa 75% do total de GEE.
Mas não para por aí. A agropecuária emite metano (CH₄), especialmente na criação de gado — os bois liberam esse gás durante a digestão (o famoso “arroto”). O metano é 28 vezes mais potente que o CO₂ em reter calor e responde por 14,5% das emissões globais. Fertilizantes químicos usados na agricultura também liberam óxido nitroso (N₂O), que é 300 vezes mais potente que o CO₂.
Desmatamento e degradação de florestas
Florestas como a Amazônia, o Cerrado e as matas tropicais da África e da Ásia absorvem o CO₂ da atmosfera, funcionando como “sumidouros de carbono”. Quando são derrubadas para dar lugar a pastagens, plantações ou cidades, esse carbono armazenado é liberado. Na Amazônia, por exemplo, entre agosto de 2020 e julho de 2021, foram desmatados 13.235 km², segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) — uma área maior que o estado do Alagoas. Globalmente, o desmatamento contribui com 12% das emissões de GEE.
Pior ainda: a Amazônia está perto de um “ponto de inflexão”. Se perder entre 20% e 25% de sua cobertura, pode se transformar em savana, perdendo sua capacidade de regular o clima e armazenar carbono.
Uso excessivo de recursos naturais
A agricultura intensiva consome 70% da água doce global (FAO) e depende de fertilizantes e máquinas que emitem GEE. A mineração — como a extração de ferro, ouro e bauxita — degrada solos e polui rios. Já a urbanização desordenada impermeabiliza o solo, aumentando enchentes e emissões.
Produção e descarte de resíduos
A decomposição de lixo orgânico em aterros sanitários libera metano. Em 2022, os resíduos responderam por 3% das emissões globais de GEE. Plásticos, que levam séculos para se decompor, acumulam-se nos oceanos, liberando microplásticos e afetando a vida marinha.
Para o ENEM: esses temas aparecem em questões de Geografia (uso do solo), Biologia (ciclo do carbono) e Química (reações de combustão). Fique atento!
Consequências do aumento das emissões de GEE
O aquecimento global já está mudando o mundo de forma visível. Vamos explorar os principais impactos globais e como eles afetam o Brasil, com exemplos reais.
Aumento da temperatura global
O planeta está 1,1ºC mais quente que na era pré-industrial, e isso já causa estragos:
- Ondas de calor: em 2021, o Canadá atingiu 49,6ºC, matando cerca de 600 pessoas. Na Índia, em 2022, temperaturas acima de 45ºC afetaram milhões.
- Derretimento do permafrost (camada de gelo): no Ártico, o solo congelado está descongelando, liberando metano e até vírus antigos, como na Sibéria.
Se chegarmos a 2,7ºC até 2100, cidades tropicais podem ficar inabitáveis, e a produção de alimentos entrará em colapso em várias regiões.
Eventos climáticos extremos
- Secas: a Califórnia enfrentou uma seca de 2020 a 2022, com incêndios que queimaram 1,7 milhão de hectares. No Brasil, o Nordeste viveu a pior seca em 91 anos em 2021.
- Enchentes: em 2021, chuvas na Alemanha, mataram mais de 200 pessoas e causaram prejuízos de €10 bilhões.
- Furacões: o aquecimento dos oceanos turbina tempestades. O furacão Katrina (2005) e o Harvey (2017) são exemplos de destruição bilionária.
Elevação do nível dos mares
O derretimento das geleiras e a expansão térmica dos oceanos (água quente ocupa mais espaço) já subiram o nível do mar em 20 cm desde 1900. Em 2019, a Groenlândia perdeu 532 bilhões de toneladas de gelo, elevando o nível em 1,5 mm só naquele ano. Até 2100, o IPCC prevê um aumento de até 1 metro, ameaçando:
- Cidades costeiras como Rio de Janeiro, Recife e Miami.
- Ilhas como Maldivas e Tuvalu, que podem sumir do mapa.
Impactos na biodiversidade
A crise climática acelera a sexta extinção em massa. Segundo o IPBES, 1 milhão de espécies estão em risco. Exemplos:
- Recifes de coral: aquecimento e acidificação dos oceanos já branquearam 75% dos recifes (NOAA), que sustentam 25% da vida marinha.
- Ursos polares: o derretimento do Ártico reduz seu habitat.
- Amazônia: espécies como a onça pintada e o macaco-aranha estão ameaçadas.
Migrações climáticas e conflitos por recursos naturais

A crise climática também força milhões de pessoas a abandonar suas casas. Secas, enchentes e a escassez de recursos como água e alimentos geram as chamadas migrações climáticas, que podem desencadear conflitos e instabilidade social. A Organização Internacional de Migrações (OIM) estima que até 200 milhões de pessoas podem ser deslocadas até 2050 por esses motivos.
Um exemplo marcante é a Síria: entre 2006 e 2010, uma seca histórica destruiu a agricultura, deslocou 1,5 milhão de pessoas e contribuiu para a guerra civil. Em regiões como o Sahel, na África, e o Oriente Médio, a desertificação intensifica disputas por terras férteis e a água. No Sudão, por exemplo, conflitos entre agricultores e pastores cresceram com a redução de áreas cultiváveis.
Impactos da crise climática no Brasil
O Brasil, com sua vasta extensão territorial e rica biodiversidade, sente os efeitos da crise climática de norte a sul. Os impactos atingem biomas, a economia e as populações mais vulneráveis. Veja os principais pontos:
Desmatamento da Amazônia
A Amazônia é um dos maiores alvos da crise climática. Dados do INPE mostram que, entre agosto de 2020 e julho de 2021, foram desmatados 13.235 km² — o pior índice em 15 anos. Em 2022, o número caiu ligeiramente para 11.568 km², mas ainda é alarmante. A floresta guarda cerca de 100 bilhões de toneladas de carbono equivalente a uma década de emissões globais de CO₂. Quando desmatada, esse carbono é liberado, piorando o aquecimento global.
Além disso, a Amazônia abriga 10% das espécies conhecidas no planeta. Animais como a onça-pintada e plantas medicinais estão em risco, afetando o equilíbrio climático e a economia local.
Secas no Nordeste
O Nordeste brasileiro é uma das regiões mais vulneráveis às mudanças climáticas, enfrentando secas prolongadas que afetam a agricultura, o abastecimento de água e a qualidade de vida da população. A seca de 2012-2017, por exemplo, foi a mais longa e intensa dos últimos 100 anos, afetando mais de 10 milhões de pessoas. Em 2021, o Nordeste enfrentou a pior seca em 91 anos, com impactos severos na produção agrícola e no acesso à água.
A agricultura é uma das áreas mais afetadas, com redução na produção de grãos, frutas e vegetais, o que compromete a segurança alimentar e a economia local. Culturas essenciais para a subsistência de pequenos agricultores, como milho, feijão e mandioca, sofrem perdas significativas. Além disso, os custos de produção aumentam devido à necessidade de irrigação e transporte de água. As consequências sociais são igualmente graves, com a migração de populações rurais para áreas urbanas em busca de melhores condições de vida, o que agrava a pobreza e a insegurança alimentar.
Enchentes e deslizamentos em áreas urbanas

As mudanças climáticas também estão intensificando os eventos extremos de chuva, causando enchentes e deslizamentos em áreas urbanas, especialmente em regiões metropolitanas com infraestrutura precária. Em 2022, as chuvas intensas em Petrópolis (RJ) causaram 233 mortes e deixaram milhares de desabrigados. No mesmo ano, as enchentes na Bahia afetaram mais de 600 mil pessoas e causaram prejuízos de R$ 1 bilhão.
Esses desastres são resultado de uma combinação de fatores, como a urbanização desordenada, a ocupação de encostas e áreas de risco, e a infraestrutura precária de drenagem e saneamento. O aumento da frequência e intensidade das chuvas, impulsionado pelas mudanças climáticas, agrava ainda mais a situação. As consequências incluem perda de vidas, deslocamento de populações, destruição de infraestruturas e aumento dos custos de reconstrução.
Agronegócio em xeque
O agronegócio, um dos pilares da economia brasileira, é também um dos setores mais vulneráveis às mudanças climáticas. Secas, enchentes e mudanças nos padrões de chuva estão afetando a produtividade e a rentabilidade do setor. Em 2021, a seca causou perdas de R$ 100 bilhões na agricultura, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Culturas como soja e milho têm sofrido redução de produtividade devido à falta de chuvas no Centro-Oeste. Já o café, que é sensível às mudanças de temperatura, está sendo deslocado para regiões mais altas e frias. A pecuária também enfrenta desafios, com a escassez de água e pastagens afetando a produção de carne e leite. Esses impactos têm consequências econômicas significativas, como o aumento dos preços dos alimentos, a perda de competitividade no mercado internacional e a necessidade de investimentos em tecnologias de adaptação, como irrigação e cultivos resistentes à seca.
Populações vulneráveis: comunidades tradicionais, indígenas e ribeirinhas

As populações mais vulneráveis do Brasil, como comunidades tradicionais, indígenas e ribeirinhas, são as mais afetadas pela crise climática. Esses grupos dependem diretamente dos recursos naturais para sua subsistência e cultura, e enfrentam desafios como a perda de terras, a escassez de água e a insegurança alimentar.
Os povos indígenas, por exemplo, sofrem com o desmatamento, o garimpo ilegal e as mudanças nos padrões de chuva. Os Yanomami, no Amazonas, são um exemplo emblemático dessas ameaças. Já as comunidades ribeirinhas, que vivem às margens de rios, enfrentam enchentes e secas extremas, como no Pantanal, onde a redução dos peixes afeta sua principal fonte de alimento e renda. As comunidades tradicionais, como os quilombolas, também sofrem com a perda de terras e recursos devido à expansão agrícola e aos desastres climáticos.
As consequências sociais são profundas: aumento da pobreza e da insegurança alimentar, perda de identidade cultural e conhecimentos tradicionais, e migração forçada para áreas urbanas, onde essas populações enfrentam marginalização e falta de oportunidades.
Soluções e mitigações
Enfrentar a crise climática é um desafio global que exige ações imediatas, coordenadas e multifacetadas. Essas ações abrangem desde a substituição de combustíveis fósseis por fontes de energia renováveis até a transformação de sistemas agrícolas, a conservação ambiental e a formulação de políticas públicas robustas.
Energias Renováveis
A transição para fontes de energia limpa e renovável é o pilar central para reduzir as emissões de GEE., que são os principais responsáveis pelo aquecimento global. Em 2023, as renováveis responderam por cerca de 30% da geração global de eletricidade, segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), mas ainda há um longo caminho para substituir os combustíveis fósseis, que dominam a matriz energética mundial.
Energia Solar
A energia solar aproveita a luz e o calor do sol, uma fonte inesgotável e disponível em praticamente todo o planeta. Sua versatilidade permite aplicações em pequena escala (como painéis residenciais) e em grandes projetos (usinas solares). Além de ser limpa, a solar reduz a dependência de redes centralizadas e pode ser implantada em áreas remotas.
Existem duas principais tecnologias para aproveitar a energia solar:

- Energia Fotovoltaica: os painéis solares utilizam células de silício que geram eletricidade por meio do efeito fotovoltaico. Avanços tecnológicos, como células bifaciais (que captam a luz de ambos os lados) e perovskitas, aumentaram a eficiência e reduziram os custos. Em 2023, o preço médio por watt da energia fotovoltaica caiu para US$0,30, tornando-a competitiva com fontes fósseis.
- Energia Solar Térmica: espelhos ou coletores solares concentram o calor do sol para aquecer um fluido, que pode ser usado para gerar vapor e movimentar turbinas, produzindo eletricidade. Usada em usinas de concentração solar (CSP), essa tecnologia é ideal para regiões áridas, como o deserto do Saara ou o sertão nordestino brasileiro. O calor concentrado pode ser armazenado, permitindo geração de energia mesmo à noite.
Em 2023, a capacidade solar global ultrapassou 1.300 GW, segundo a IEA, com a China liderando (cerca de 40% do total).
Exemplo no Brasil: O país atingiu 30 GW de capacidade instalada em 2024 (projeção baseada em tendências da Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL), com destaque para o complexo solar de Pirapora (MG), um dos maiores da América Latina.
Energia Eólica
A energia eólica transforma a força dos ventos em eletricidade por meio de turbinas. É uma das fontes renováveis de mais rápido crescimento, com emissões próximas de zero durante a operação. Sua pegada de carbono está limitada à fabricação e instalação das turbinas.
- Tecnologia: turbinas modernas alcançam alturas até 200 metros, captando ventos mais fortes e constantes. Modelos offshore (no mar) têm maior potencial, mas demandam investimentos elevados.
- Vantagens: além de limpa, a eólica é compatível com atividades agrícolas, pois as turbinas ocupam menos de 1% dos parques eólicos.
Exemplo no Brasil: o Nordeste, com ventos de alta velocidade e consistência, responde por 80% da geração eólica nacional. O parque eólico de Rio do Fogo (RN) é um exemplo de sucesso, com 62 turbinas em operação desde 2006. Os maiores desafios são a resistência de comunidades locais (ruído e impacto visual) e a necessidade de linhas de transmissão em áreas remotas.
Energia Hidrelétrica
A hidrelétrica utiliza a energia potencial da água represada em rios para gerar eletricidade. Os reservatórios podem ser usados para abastecimento de água, irrigação e controle de enchentes. É a fonte renovável mais consolidada, especialmente em países com rios caudalosos como o Brasil.
- Funcionamento: a água armazenada em reservatórios é liberada por turbinas, que convertem a energia cinética da água em eletricidade. Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) são alternativas menos impactantes que grandes barragens.
- Desafios: impactos ambientais (desmatamento, deslocamento de comunidades) e a vulnerabilidade a secas prolongadas, como as enfrentadas no Brasil em 2021, exigem diversificação da matriz.
Em 2023, a energia hidrelétrica gerou 4.300 TWh globalmente, cerca de 15% da eletricidade mundial.
Exemplo no Brasil: a Usina de Itaipu, com 14 GW de capacidade, é uma das maiores do mundo, enquanto Belo Monte (11GW) destaca o potencial amazônico. Em 2024, hidrelétricas ainda compõem 58% da matriz elétrica brasileira.
Reflorestamento e conservação de biomas
Florestas e biomas naturais são sumidouros de carbono essenciais para equilibrar as emissões globais. Sua preservação e recuperação são estratégias de mitigação de longo prazo.
Reflorestamento
Plantar árvores nativas restaura ecossistemas degradados, sequestra CO₂ e protege contra erosão e enchentes. Espécies de crescimento rápido, como eucaliptos, são usadas em projetos comerciais, mas árvores nativas têm maior valor ecológico.
Dados Globais: Um estudo publicado na Nature estima que o reflorestamento de 900 milhões de hectares poderia absorver 205 bilhões de toneladas de carbono.
Exemplo no Brasil: O projeto Amazonia Live, liderado pelo Rock in Rio, já plantou 73 milhões de árvores na Amazônia.
Conservação de Biomas
Proteger florestas tropicais, savanas e áreas úmidas evita emissões por desmatamento e preserva serviços ecossistêmicos, como regulação climática e polinização.
Exemplo no Brasil: a Amazônia perdeu 11.088 km² em 2022 (INPE), mas Unidades de Conservação e Terras Indígenas reduziram o desmate em até 80% nessas áreas. O Cerrado, hotspot de biodiversidade, também depende de políticas de conservação.
Agricultura sustentável e agroecologia
A agricultura responde por cerca de 24% das emissões globais de GEE, mas práticas inovadoras podem transformá-la em aliada do clima.
Agricultura sustentável
Técnicas como plantio direto (sem arar o solo), rotação de culturas e integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) minimizam emissões, preservam o solo e aumentam a resiliência a eventos climáticos extremos.
Exemplo no Brasil: a ILPF já cobre 20 milhões de hectares em 2024, reduzindo emissão de metano do gado e fixando carbono no solo.
Agroecologia
Baseada em princípios ecológicos, a agroecologia promove a produção de alimentos de forma harmoniosa com o meio ambiente, sem o uso de agrotóxicos e fertilizantes químicos.
Exemplo no Brasil: o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) implementa agroecologia em assentamentos, produzindo alimentos orgânicos para mais de 400 mil famílias.
Economia circular e redução de resíduos
A economia circular propõe um modelo de produção e consumo que minimiza o desperdício e maximiza a reutilização de recursos.
Redução de resíduos
A reciclagem e a compostagem reduzem a quantidade de resíduos enviados para aterros sanitários, diminuindo as emissões de metano.
Exemplo no Brasil: Curitiba recicla 70% de seus resíduos sólidos, um modelo nacional.
Economia Circular
Empresas adotam design sustentável, como produtos modulares e refis, reduzindo a pegada ecológica.
Exemplo no Brasil: A empresa Natura ampliou o uso de refis, cortando 2.000 toneladas de plástico virgem desde 2020.
Políticas públicas e acordos internacionais
A cooperação internacional e as políticas públicas nacionais são essenciais para enfrentar a crise climática, alinhando compromissos globais com ações locais. Esses instrumentos estabelecem metas, criam incentivos e mobilizam recursos para reduzir emissões e promover sustentabilidade.
Acordo de Paris
Assinado em 2015 por 195 países durante a COP21, o Acordo de Paris visa limitar o aquecimento global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais. Cada nação define suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), revisadas a cada cinco anos, enquanto países desenvolvidos prometeram US$ 100 bilhões anuais até 2025 para apoiar os em desenvolvimento.
Metas do Brasil: o país se comprometeu a reduzir suas emissões em 50% até 2030 e atingir a neutralidade de carbono até 2050, focando em desmatamento zero ilegal e expansão de renováveis.
Políticas Públicas
No Brasil, políticas públicas traduzem esses compromissos em ações concretas, aproveitando o potencial renovável e enfrentando desafios como o desmatamento.
- Lei de Mudanças Climáticas (2009): estabelece a Política Nacional sobre Mudança do Clima, incentivando energias limpas e a adaptação. Desde 2020, impulsionou o crescimento de solar e eólica em 15% ao ano.
- Programa ABC (Agricultura de Baixo Carbono): lançado em 2010, financia práticas agrícolas sustentáveis, como ILPF e recuperação de pastagens. Até 2023, investiu R$ 5,2 bilhões, recuperando 35 milhões de hectares e cortando 170 milhões de toneladas em CO₂.
Como as mudanças climáticas se relacionam com as disciplinas do ENEM?
As mudanças climáticas são um tema central no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e aparecem de forma interdisciplinar, conectando diversas áreas do conhecimento. Entender como esse assunto é abordado em cada disciplina pode ser decisivo para um bom desempenho na prova.
Geografia
A Geografia é uma das disciplinas que mais aborda questões ambientais no ENEM. Temas como o efeito estufa e as mudanças climáticas são frequentemente cobrados. O efeito estufa é um fenômeno natural essencial para a vida na Terra, mas a intensificação causada pela emissão excessiva de gases como o CO₂ tem levado ao aquecimento global.
Além disso, a globalização é outro ponto importante. A expansão das atividades industriais e o aumento do consumo têm gerado impactos ambientais significativos, como o desmatamento e a poluição. Questões sobre acordos internacionais, como o Acordo de Paris, também podem aparecer nas provas.
Biologia
Na Biologia, os ciclos biogeoquímicos são fundamentais para entender como os elementos naturais circulam no ecossistema. O ciclo do carbono e da água são os mais cobrados no ENEM. O desequilíbrio nesses ciclos, causado pela queima de combustíveis fósseis e pelo desmatamento, tem impactado diretamente a biodiversidade.
A perda de habitats e a extinção de espécies são consequências diretas das mudanças climáticas e da ação humana. Questões sobre sustentabilidade e conservação ambiental também são comuns na prova.
Química
Química costuma abordar a composição da atmosfera e os gases poluentes. A queima de combustíveis fósseis libera gases como o dióxido de carbono (CO₂), metano (CH₄) e óxidos de nitrogênio (NOₓ), que contribuem para o efeito estufa e a chuva ácida.
Além disso, questões sobre fontes de energia renováveis e não renováveis são frequentes. É importante entender as reações químicas envolvidas na combustão e os impactos ambientais desses processos.
Física
Física explora as fontes de energia e a eficiência energética. É essencial compreender as diferenças entre energias renováveis (solar, eólica, hidrelétrica) e não renováveis (petróleo, carvão mineral). Além disso, conceitos como transformação de energia e impactos ambientais das usinas são cobrados.
A eficiência energética também é um tema relevante, relacionado ao uso consciente de recursos e à redução de desperdícios.
Sociologia
Sociologia aborda os movimentos ambientais e a justiça climática. Esses temas discutem como as mudanças climáticas afetam diferentes grupos sociais, especialmente comunidades mais vulneráveis. A luta por políticas públicas sustentáveis e a atuação de organizações como o Greenpeace são exemplos que podem aparecer na prova.
Além disso, a desigualdade social é um ponto importante, já que os impactos ambientais não são distribuídos de forma igualitária.
História
Em História, a Revolução Industrial é um marco para entender o aumento da emissão de gases poluentes e o início dos impactos ambientais em larga escala. Além disso, as conferências ambientais internacionais, como a ECO-92 e o Protocolo de Kyoto, são temas recorrentes no ENEM.
Esses eventos históricos mostram como a humanidade tem buscado soluções para os problemas ambientais ao longo do tempo.
Questões do ENEM sobre crise climática
Questão 1
(Enem 2022)
A extinção de espécies é uma ameaça real que afeta diversas regiões do país. A introdução de espécies exóticas pode ser considerada um fator maximizador desse processo. A jaqueira (Artocarpus heterophyllus), por exemplo, é uma árvore originária da Índia e de regiões do Sudeste Asiático que foi introduzida ainda na era colonial e se aclimatou muito bem em praticamente todo o território nacional.
Casos como o dessa árvore podem provocar a redução da biodiversidade, pois elas:
a) ocupam áreas de vegetação nativa e substituem parcialmente a flora original.
b) estimulam a competição por seus frutos entre animais típicos da região e eliminam as espécies perdedoras.
c) alteram os nichos e aumentam o número de possibilidades de relações entre os seres vivos daquele ambiente.
d) apresentam alta taxa de reprodução e se mantêm com um número de indivíduos superior à capacidade suporte do ambiente.
e) diminuem a relação de competição entre os polinizadores e facilitam a ação de dispersores de sementes de espécies nativas.
RESPOSTA A
Questão 2
(Enem 2016)
O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (na sigla em inglês, IPCC) prevê que nas próximas décadas o planeta passará por mudanças climáticas e propõe estratégias de mitigação e adaptação a elas. As estratégias de mitigação são direcionadas à causa dessas mudanças, procurando reduzir a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. As estratégias de adaptação, por sua vez, são direcionadas aos efeitos dessas mudanças, procurando preparar os sistemas humanos às mudanças climáticas já em andamento, de modo a reduzir seus efeitos negativos.
IPCC, 2014. Climate Change 2014: synthesis report. Disponível em: http://ar5-syr.ipcc.ch. Acesso em: 22 out. 2015 (adaptado).
Considerando as informações do texto, qual ação representa uma estratégia de adaptação?
a) Construção de usinas eólicas.
b) Tratamento de resíduos sólidos.
c) Aumento da eficiência dos veículos.
d) Adoção de agricultura sustentável de baixo carbono.
e) Criação de diques de contenção em regiões costeiras.
RESPOSTA E
Questão 3
(Enem 2013)

O cartaz aborda a questão do aquecimento global. A relação entre os recursos verbais e não verbais nessa propaganda revela que:
a) o discurso ambientalista propõe formas radicais de resolver os problemas climáticos.
b) a preservação da vida na Terra depende de ações de dessalinização da água marinha.
c) a acomodação da topografia terrestre desencadeia o natural degelo das calotas polares.
d) o descongelamento das calotas polares diminui a quantidade de água doce potável do mundo.
e) a agressão ao planeta é dependente da posição assumida pelo homem frente aos problemas ambientais.
RESPOSTA E