As diferenças e críticas existentes entre Sócrates e os sofistas são a disputa mais antiga da história da Filosofia. Entenda por quê tudo mudou na arte do pensamento quando Sócrates chegou. Ele olhou para o interior do ser humano, e não para o mundo externo.
Para você entender a diferença entre o pensamento de Sócrates e dos filósofos sofistas vamos nos situar no tempo, espaço e contexto: nesta aula vamos falar de filósofos da Grécia antiga (aproximadamente séc. VII e VI a.C), do período em que surge a filosofia no ocidente.
Ela nasce a partir da cosmologia pré-socrática e dos movimentos históricos que muito contribuíram com essa realidade. Então, vem com agente revisar a relação e as diferenças entre Sócrates e os sofistas.
Quem foi Sócrates? Por que ele é tão importante?
O primeiro passo é você começar logo pelo pensamento de Söcrates, para entender o marco que ele foi, o divisor de águas que Sócrates representou. Veja com o professor Marciel Evangelista Cataneo, do canal do Curso Enem Gratuito.
A Filosofia na Grécia Antiga
Na Grécia Antiga, na parte baixa de uma cidade (em Atenas, como no exemplo) situava-se a ágora ou praça pública. Esse espaço tinha uma relevância gigante porque ali se discutia os rumos da cidade, tomavam-se as decisões e discutiam-se as ideias filosóficas.
E, na ágora, estavam os sofistas (palavra derivada do grego que significa “grande mestre ou sábio” ou “super sábios”). Estes filósofos residiam nas periferias gregas, muito embora não tivessem um local específico ou uma residência, porque eram como que professores viajantes vendendo seus conhecimentos, principalmente a arte da retórica, do falar bem.
Se utilizavam do areté (do grego, significa “excelência” ou “virtude”), para ensinar as artes gregas que eram muito valorizadas na época (esportes, política e matemática, por exemplo). O momento histórico desse tempo favorecia essas relações de aprendizado.
Devido às assembleias democráticas, os cidadãos sentiam a necessidade de aprender a falar em público e, na discussão de ideias, persuadir as pessoas e fazer prevalecer os interesses individuais ou de seu grupo social.
Quem eram os sofistas
No decorrer do tempo, os sofistas foram ganhando uma conotação não muito boa: a de enganadores ou ladrões do saber. Principalmente pelas críticas de Sócrates e de Platão, como veremos daqui pra frente. A arte dos sofistas, ou a sofística, começou a ser alvo de críticas pelos filósofos antigos, uma vez que, segundo eles, não buscava a verdade (a aletheia, do grego), mas sim, buscava manipular, iludir e produzir falsos conhecimentos.
Para os pensadores antigos, a busca pela verdade era o principal foco do ensinamento e da busca filosófica, assim como afirma Sócrates: “uma vida que não tem busca, não merece ser vivida”.
A crítica dos filósofos clássicos, como assim são conhecidos Sócrates, Platão e Aristóteles, vem de encontro ao tipo dos ensinamentos dado pelos sofistas, principalmente o da retórica e o bom uso do Areté. E por que a ideia de excelência e virtude retornam logo aqui?
As diferenças sobre Sócrates e os sofistas
Para iniciar a parte sobre Sócrates e os sofistas, assista à videoaula do professor Alan Ghedini, de Filosofia, no nosso canal no Youtube. Em seguida, leia o resumo completo e faça o simulado para testar o seu nível:
Para Sócrates, essencialmente, você ensinar ou indicar o caminho das virtudes para as pessoas era um dever, uma missão para com o ideal do conhecimento e a sua busca necessária. Não algo a ser vendido como faziam os Sofistas.
Portanto, a crítica por parte de Sócrates e de outros filósofos é o da instrumentalização do ideal de excelência e virtude (o Areté), demonstrando que a forma de ensinamento dos sofistas parte de pressupostos e olhares que não eram o da justiça, do bem comum ou também do autoconhecimento (foco da reflexão socrática).
Dentre alguns sofistas que caminhavam pela Grécia, ficaram mais conhecidos: Protágoras de Abdera (séc V a.C) que afirmava que “o homem é a medida de todas as coisas”, ou seja, o mundo é relativo a cada um, suas vivências e percepções da realidade.
Protágoras embasava suas reflexões no subjetivismo. O outro sofista conhecido é Górgias de Leontini (séc V a.C), que foi um grande orador e os documentos históricos afirmam que, ele falava tão bem que era capaz de convencer qualquer pessoa sobre qualquer coisa.
Embora Sócrates fosse confundido com os sofistas, justamente por estar em grande parte nos mesmos espaços, ele travou grandes polêmicas com os “sábios” sofistas. O filósofo procurava respostas para perguntas essenciais para a caminhada humana:
- O que é o bem?
- O que é a virtude?
- O que é a justiça?
Sócrates afirmava que os sofistas não procuravam as respostas mais profundas para essas realidades, porque eles se preocupavam com a ilusão do conhecimento ou não o desejavam de toda vontade.
Exercícios: Simulado sobre Sócrates e os Sofistas
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(UnB DF/2014)
1 O gênero epistolar foi largamente difundido em todo 2 o período helenístico, ressaltando-se a circulação literária das 3 cartas de filósofos (Platão e Epicuro, por exemplo) e, a partir 4 do segundo século, as dos apóstolos e as de outras figuras 5 cristãs importantes. O que interessa, sobretudo, destacar é que 6 a carta guarda relações genéricas tanto com o diálogo quanto 7 com a narrativa. A carta, ainda que contenha uma narrativa, 8 configura sempre um diálogo potencial em que o remetente 9 marca seu texto com indícios que determinam o seu lugar, bem 10 como o do recebedor. O narrador de uma carta não deixa de 11 ser, por natureza, um narrador representado, como é Sócrates 12 na República, de Platão.
Jacyntho Lins Brandão. A invenção do romance.
Brasília: Ed. UnB, 2005, p. 130-1 (com adaptações).Com base no texto acima, julgue os próximos itens e selecione o(s) verdadeiro(s).
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UNICAMP SP/2013)
A sabedoria de Sócrates, filósofo ateniense que viveu no século V a.C., encontra o seu ponto de partida na afirmação “sei que nada sei”, registrada na obra Apologia de Sócrates. A frase foi uma resposta aos que afirmavam que ele era o mais sábio dos homens. Após interrogar artesãos, políticos e poetas, Sócrates chegou à conclusão de que ele se diferenciava dos demais por reconhecer a sua própria ignorância.
O “sei que nada sei” é um ponto de partida para a Filosofia, pois
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(Mackenzie SP/2012)
“Ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um pouco mais sábio que ele exatamente por não supor que saiba o que não sei.”
Sócrates, 469-399 a. C.
O filósofo grego Sócrates, nascido em Atenas, por ensinar seus discípulos a se libertar do orgulho e da pretensão de que sabiam algo e que, somente ao se libertarem dessa postura prepotente poderiam inicar a construção de suas próprias ideias, foi considerado subversivo pelo governo ateniense. Para o filósofo, não importava a condição socioeconômica de seus discípulos e, sim, suas qualidades interiores. Acusado de coromper a juventude, foi condenado a tomar cicuta (veneno). Suas ideias contrariavam os valores dominantes da sociedade ateniense da época, porque
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(UEG GO/2010)
A Grécia foi o berço da filosofia, destacando-se pela presença dos filósofos que pensaram o mundo em que viveram utilizando a ferramenta da razão. O período da história grega e o filósofo que afirmou que “só sei que nada sei” foram respectivamente o
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(UEA AM/2014)
O sofista é um diálogo de Platão do qual participam Sócrates, um estrangeiro e outros personagens. Logo no início do diálogo, Sócrates pergunta ao estrangeiro, a que método ele gostaria de recorrer para definir o que é um sofista.
Sócrates: – Mas dize-nos [se] preferes desenvolver toda a tese que queres demonstrar, numa longa exposição ou empregar o método interrogativo?
Estrangeiro: – Com um parceiro assim agradável e dócil, Sócrates, o método mais fácil é esse mesmo; com um interlocutor. Do contrário, valeria mais a pena argumentar apenas para si mesmo.
(Platão. O sofista, 1970. Adaptado.)
É correto afirmar que o interlocutor de Sócrates escolheu, do ponto de vista metodológico, adotar
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(ENEM/2015)
Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas.
RACHELS, J. Problemas da filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.
O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UEM PR/2015)
Sobre o período socrático ou clássico (séculos V a IV a.C.) é correto afirmar que:
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(UEG GO/2011)
No século V a.C., Atenas vivia o auge de sua democracia. Nesse mesmo período, os teatros estavam lotados, afinal, as tragédias chamavam cada vez mais a atenção. Outro aspecto importante da civilização grega da época eram os discursos proferidos na ágora. Para obter a aprovação da maioria, esses pronunciamentos deveriam conter argumentos sólidos e persuasivos. Nesse caso, alguns cidadãos procuravam aperfeiçoar sua habilidade de discursar. Isso favoreceu o surgimento de um grupo de filósofos que dominavam a arte da oratória. Esses filósofos vinham de diferentes cidades e ensinavam sua arte em troca de pagamento. Eles foram duramente criticados por Sócrates e são conhecidos como
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(UFPE/2007)
A sociedade grega criou seus mitos e deuses, mas também elaborou um pensamento filosófico que expressava sua preocupação com a verdade e a ética.
Além de Aristóteles, Platão e Sócrates, muitos pensadores merecem ser citados e discutidos, como os sofistas, que:CorretoParabéns! Siga para a próxima questão.
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(UFPE/2007)
Os gregos construíram reflexões importantes para a formação do pensamento ocidental, contribuindo para compreender o mundo e a sua complexidade.
Sócrates, um dos seus filósofos mais conhecidos:
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Sobre o(a) autor(a):
O texto acima foi produzido pelo professor Leonardo Alves de Melo. Leonardo é professor de Filosofia formado pela Faculdade Bagozzi (2012), graduando em Teologia pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e pós graduado em Pastoral Juvenil pelo Unisal (Universidade Salesiana de São Paulo). E-mail: [email protected]