A ortografia é um sistema convencional que dita a forma padrão de se escrever. Trata das letras do alfabeto, da acentuação e da divisão das palavras. Vem pra essa aula pra aprender mais!
Dizer que a língua falada é dinâmica e mutante não é uma novidade para quem acompanha o Curso Enem Gratuito. Mas o assunto desta aula é sobre língua escrita.
Sendo assim, ao longo deste texto vamos abordar aspectos da Ortografia e as convenções da escrita. Vem com a gente revisar português para o Enem e para os vestibulares!
Leia agora com calma o fragmento abaixo. Parece estranho de início. Mas, é importante que você leia todinho.
Ele foi retirado da famosa carta de Pero Vaz de Caminha. Alguma dessas palavras não se escrevem mais assim e isso se deve ao fato de que a escrita sofre modificações.
[…] o capitaam quando eles vieram estava asentado em huũa a cadeira e huũa a alcatifa aos pees por estrado e bem vestido cõ huũ colar de ouro muy grande ao pescoço. […] huũ deles pos olhos no colar do capitam e começou de acenar cõ a maão pera a terra e despois pera o colar como que nos dezia que avia em terra ouro e tambem vio huũ castiçal de prata e asy meesmo acenava pera a terra e entã pera o castiçal como que havia tambem prata. mostrarãlhes um papagayo pardo que aquy o capitam traz. tomarãno logo na maão e acenaram pera a terra como que os avia hy. mostraranlhes huũ carneiro no fezeram dele mençam. mostraranlhes huũa galinha casy aviam medo dela e no lhe queriam poer a maão e depois aa tomaram coma espamtados.
CASTRO, Silvio (Intr., atualiz. e notas). A carta de Pero Vaz de Caminha. Porto Alegre: L&PM, 1996. p. 42-43.
A língua falada sofre mudanças por inúmeros fatores: geográficos, sociais, históricos e até mesmo por influência de outra língua. Por ser tão dinâmica, as regras gramaticais da norma culta não dão conta de padronizar esse fenômeno.
Já a língua escrita, que é o foco dessa aula, sofre mudanças, mas com base em convenções entre os falantes do idioma. Isso porque a escrita obedece a um padrão estabelecido.
Sendo assim, as mudanças que ocorrem na língua escrita existem, mas não são tão constantes como na língua falada. Elas também dependem de acordos para se firmarem e serem aceitas pelos usuários.
Um acordo ortográfico
Em 1911, Portugal instituiu, pela primeira vez, uma norma ortográfica. Já no Brasil, isso aconteceu apenas em 1943. Da década de 40 para cá, algumas tentativas de uniformização da ortografia ocorreram entre os países de língua portuguesa. Note que estamos focados apenas na escrita, na ortografia.
Somente em 1990, um acordo ortográfico foi assinado entre os países de língua portuguesa e esse acordo passou a vigorar em 2009. O objetivo do acordo é tentar uma maior homogeneização na escrita da língua. Assim, o acesso internacional ao material produzido em língua portuguesa pelos países lusófonos seria facilitado.
A Nova Reforma Ortográfica
Confira agora o que vale e o que não vale na língua portuguesa:
Uma forma padrão
A ortografia da língua portuguesa é um sistema convencional que dita a forma padrão de se escrever. A ortografia também trata das letras do nosso alfabeto – que são 26 –, a acentuação gráfica e a divisão das palavras.
O lado positivo da ortografia é que ajuda a vida das pessoas, fazendo com que uma mesma mensagem possa ser lida em qualquer situação. Em contrapartida, pode dificultar a vida das pessoas que necessitam dominar as convenções ortográficas, pois sabemos que não devemos escrever do mesmo jeito falamos em determinados contextos.
Então, caro(a) estudante, dominar a ortografia das palavras não é um assunto tão simples. Também não preciso dizer que dominar a norma culta da língua é critério de avaliação nas redações dos vestibulares e do Enem.
Convenções Ortográficas
As convenções ortográficas existem para que todo usuário da língua entenda o alfabeto como um sistema de representação gráfica de sinais sonoros.
Mostram, ainda, a importância de se escrever ortograficamente as palavras, obedecendo às suas representações entre letras e fonemas. Ou seja, a convenção ortográfica é responsável por regulamentar esse sistema de escrita.
Vejamos de outra forma: usamos as letras com base em um “acordo” entre os usuários de língua portuguesa. Nossa escrita vem se formando durante séculos pautada em alguns critérios como a morfologia, fonologia e etimologia.
Morfologia é o estudo da estrutura, formação e classificação das palavras. Quando estudamos substantivos, adjetivos e verbos, por exemplo, estamos estudando morfologia.
Fonologia é a parte que estuda o sistema sonoro de um idioma, ou seja, é a parte da Linguística que estuda como os sons se organizam dentro de um idioma.
Etimologia é a área da gramática que estuda a origem histórica de uma palavra. Também tenta explicar o significado das palavras por meio de análise dos elementos dessa palavra.
Convenções na Língua Portuguesa
A Língua Portuguesa, da mesma maneira que outras línguas que usam o sistema alfabético, determinou, durante o seu processo histórico de fixação de formas, inúmeras convenções para regulamentar o seu uso.
Essas convenções contêm alguns aspectos que nos foram apresentados de forma sistemática na escola desde os nossos primeiros contatos com a língua escrita.
Para ilustrar uma convenção: na escola, você viu que palavras como táxi, exame e enxame são grafadas com X. Porém, têm sons diferentes, não é mesmo?
Além de ser uma convenção, tem a ver com regras ortográficas, que veremos com mais detalhes em outra aula.
Algumas dessas convenções da escrita têm uma explicação sobre como surgiram e funcionam. Isso torna as suas regras de uso mais fáceis de serem notadas e entendidas. Outras, porém, são sujeitas a critérios extremamente arbitrários e muito particulares, o que dificulta, por vezes, o entendimento de algumas regras ortográficas.
Veja o exemplo do trema na palavra tranquilo. Antes, se grafava “tranqüilo“, com aqueles dois pingos na vogal u, e isso indicava a pronúncia diferente da palavra quilo.
A criação de novas tecnologias de comunicação nos trouxe alguns desafios. Quando os serviços de troca de mensagens via celular surgiram, os falantes de português tiveram um problema: não era possível usar acentos.
De maneira muito criativa, a pessoas começaram a usar, em muitos casos, a letra h depois de uma vogal para que tivesse a função do acento.
Até hoje, escrita virtual, o internetês, como já foi chamada, continua sendo utilizada, apesar de gerar algumas controvérsias. Palavras como kra, vc, blz, nd são utilizadas hoje sem grandes problemas e cumprem o seu papel comunicativo. Olhando assim, parece ser mais simples, né? Mas, na verdade, é tão “complexa” quanto qualquer outra.
Talvez, um único problema seria, de certa forma, excluir pessoas que não estão familiarizada com esse tipo de escrita no mundo virtual e, por isso, não conseguiriam entender a mensagem. Podemos, sem problemas, afirmar que o internetês, ou essa linguagem virtual, também passou por uma convenção, obedecendo a regras estabelecidas entre os seus usuários.
Simulado de Ortografia
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(UNISA SP/2013)
Cheguei com 21 anos e já estou há 54 em São Paulo. Desde meus primeiros dias, vivo um problema que existe até hoje e compartilho com todo mundo. Não dirijo. Ando de táxi, ônibus, metrô e caminho muito. Sou pedestre e, como tal, conheço a tragédia das calçadas. Quem caminha torce o pé em buracos, tropeça em desníveis, precisa olhar para baixo o tempo inteiro. Não há calçadas uniformes, planas, planejadas, cuidadas. Cada dono constrói seu trecho segundo sua fantasia. Há gosto, bom gosto e muito mau gosto, breguice, kitsch. A variedade não contribui para uma cidade criativa e original. Ao contrário, é um mix desordenado de excrescência.
Problemas pequenos? Some aos outros, por exemplo, as agruras de quem toma ônibus, de quem toma metrô, de manhã ou à tarde. Tente viajar nos horários de pico. Ah! Aí, sim, se vê por que é uma selva. Algum coordenador de transportes tentou fazer uma viagem num coletivo cheio, em dia de calor, janelas fechadas? Algum já viajou esmagado, prensado, sufocado, o ar faltando aos pulmões?
Sonho com utopias. A São Paulo ideal teria calçadas largas contendo uma ciclovia e árvores. E bueiros que deem vazão às águas das chuvas. E um povo que não varra as folhas para dentro dos bueiros. E que tenha recipientes para se depositar o lixo. A São Paulo ideal teria prédios de no máximo oito andares e praças e jardins e parques. E principalmente projetos e planos diretores que olhassem o futuro, e não o presente imediato e eleitoreiro. E administradores que olhassem com carinho para a cidade.
(Ignácio de Loyola Brandão. O Estado de S.Paulo, 01.07.2012. Adaptado.)
Quanto à grafia das palavras, está correta a alternativa:
Correto
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Incorreto
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UFTM MG/2012)
Leia a tira de Laerte Coutinho.
Assinale a alternativa cujos termos completam, correta e respectivamente, as lacunas.
Correto
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Incorreto
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(UNIFOR CE/2012)
O texto abaixo foi alterado, propositalmente, com erros de ortografia. Identifique no texto o número de erros de ortografia e marque a opção correta.
Pai José deu um salto, entrou em casa, e esperou o senhor, que daí a pouco entrava com o mesmo ar do custume. A casa não era rica naturalmente; nem alegre. Não tinha o menor vestíjio de mulher, velha ou moça, nem passarinhos que cantassem, nem flores, nem cores vivas ou jocundas. Casa sobria e nua. O mais alegre era um cravo, onde o mestre Romão tocava algumas vezes, estudando. Sobre uma cadeira, ao pé, alguns papéis de música; nenhuma dele…
ASSIS, Machado de. Cantiga de esponsais. In: O alienista e outros contos. São Paulo: Editora Moderna, 1997, p. 78.
Correto
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Incorreto
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(UNISA SP/2012)
Escravidão com etiqueta
O impacto de que há escravidão entre nós, na própria cidade de São Paulo e em municípios do interior paulista, pode ser medido pela repercussão do fato na internet e pelo incômodo de consciência que vem causando. Indústrias de confecção, terceirizadas de famosa marca internacional de roupas, foram flagradas violando a legislação trabalhista do País por utilizarem o trabalho clandestino de imigrantes bolivianos e peruanos, em regime análogo ao da escravidão. Há uma persistente anomalia em relações de trabalho de algumas de nossas atividades econômicas. Mas por aí se constata também nossa consciência difusa de iniquidades que persistem tanto tempo depois da Lei Áurea. (…)
O que terminou, em 1888, com a Lei Áurea, foi a escravidão negra, do escravo-coisa e mercadoria, objeto e propriedade de seu senhor, sujeito a castigo físico e comércio. Mas não terminou o trabalho propriamente servil. (…)
A novidade que vem crescendo entre nós é a da sobre-exploração do trabalho na indústria urbana, e mesmo o cativeiro. Não é de agora que a indústria dos países ricos recorre à mão de obra residente nos países pobres para pagar salários baixos por mercadorias que serão vendidas a preços de países ricos. As confecções estão entre as mercadorias que melhor se encaixam nessa lógica econômica. Na verdade, o Brasil está sendo alcançado pelo modelo asiático de relações de trabalho, os trabalhadores trabalhando praticamente pela mera subsistência ou até menos, algo que representa um retrocesso em relação à própria escravidão, em que o escravo era tratado como bem precioso e, portanto, em tese e em termos relativos, até melhor do que as atuais vítimas da escravidão.
(O Estado de S.Paulo, 21.08.11. Adaptado)
A sequência correta da ortografia das palavras, como em – terceirizar, terceirização, terceirizado – repete-se em:
Correto
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Incorreto
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(FGV /2011)
Leia os textos.
Nossa existência é sempre marcada por mudanças e pela transitoriedade, agora em ritmo ________.
(Planeta, julho de 2010. Adaptado.)
A ________ de ________ (em que pese o impacto positivo de algumas e o negativo de outras) pouco tem a ver com uma mudança estrutural no comportamento dos parlamentares: trata-se de ________ pelo futuro bom desempenho nas eleições.
(IstoÉ, 14.07.2010. Adaptado.)
Considerando a norma-padrão da língua portuguesa, para preencher corretamente as lacunas, devem ser usados os seguintes termos:
Correto
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Incorreto
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(EsPCEX/2011)
Assinale a alternativa em que todas as palavras estão grafadas corretamente.
Correto
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(EsPCEX/2011)
Assinale a alternativa que melhor completa as lacunas do texto a seguir:
Estar ob__e__ivamente ob__ecado pela beleza dessa mulher tra__ sempre uma sensação de impotência, e__e__ão feita quando, em raras vezes, ela olha para mim e sorri.
Correto
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(IBMEC SP Insper/2010)
Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas dos enunciados a seguir.
Respondeu, num tom seco e ……….., que era atualmente um especialista em crueldades da existência.
Após quase oito anos de guerra no Afeganistão, nota-se o ……………………. do grupo radical islâmico Taleban.
Merecimento e tempo de serviço determinam a …………….de quem atua em órgãos públicos da administração direta.
A …………..é que o presidente sancione hoje o projeto da reforma eleitoral.
Correto
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Incorreto
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Quanto ao uso do “G” e “J”, assinale a alternativa correta.
Correto
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(IFSC/2016)
Apesar do apoio popular, é bastante difícil que ocorram alterações na forma de punir adolescentes infratores no médio prazo. Isso porque a maioridade penal em 18 anos (estabelecida pelo artigo 228 da Constituição Federal) é considerada um direito fundamental dos adolescentes. Por isso, Ministério Público Federal, Ordem dos Advogados do Brasil e especialistas argumentam que o artigo se trata de uma cláusula pétrea, que não pode ser alterada.
“É uma cláusula imutável. Para alterar a maioridade penal seria necessário fazer uma nova constituição”, diz Melina Fachin, professora de Direito Constitucional da UFPR.
Ainda que Câmara e Senado tenham interpretações diferentes e aprovem uma das Propostas de Emenda à Constituição (PECs), alterando o artigo 228 da Carta Magna, a decisão se estenderia ao Supremo Tribunal Federal.
Outra alternativa seria mudar pontos do ECA [Estatuto da Criança e do Adolescente], prevendo outras formas e períodos de punição aos menores de 18 anos. MPF e OAB também já se manifestaram contra a hipótese. “O ECA é uma norma infraconstitucional. Então, sua alteração também seria inconstitucional, porque haveria conflito com o que a Constituição disciplina”, observa Melina.
Além do viés constitucional, o doutor em sociologia e coordenador do Núcleo de Estudos de Violência da UFPR, Pedro Bodê, defende o ECA e questiona as intenções de alteração na legislação. “Mais uma vez, o jovem é tornado em bode expiatório da derrocada dos governos e falência das políticas públicas que eles representam. É transformar a vítima em réu”, afirma.
O deputado Fernando Francischini (PEN) discorda e se apega ao clamor público para justificar a redução. “A Constituição é feita para proteger a população. A gente não pode dizer que a Constituição é imutável, se a própria população quer mudá-la.”
Considerando as palavras adolescentes, derrocada, necessário e professora, é CORRETO afirmar:
Correto
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Incorreto
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Sobre o(a) autor(a):
Anderson Rodrigo da Silva é professor formado em Letras Português pela UNIVALI de Itajaí.
Leciona na rede particular de ensino da Grande Florianópolis.
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