Diferenças entre linguagem, língua e fala: resumo de Português

Qual a diferença entre língua e linguagem? De modo geral, a língua é um fator social e faz parte do ser humano, já a linguagem é mais abrangente e universal. No Enem, esse é um assunto bem importante para você gabaritar interpretação de textos e mandar bem na redação.

Por vezes, pode-se confundir linguagem e língua, mas precisamos entender que há uma diferença entre elas. Uma das principais diferenças entre nós, seres humanos, e os outros animais está na nossa habilidade de utilizar a linguagem para nos comunicarmos.

Linguagem

Precisamos fazer um combinado aqui, tudo bem? Quando se fala em “linguagem animal”, devemos pensar em um sistema de comunicação bem sofisticado entre membros de uma mesma espécie, mas não chega a constituir uma linguagem com o sentido aqui definido. Isso é um assunto para outro momento, beleza?

A linguagem é o ponto mais abrangente quando se fala em linguagem, língua e idioma. Pense da seguinte maneira: a linguagem é um guarda-chuva e sob ele temos a língua, a fala, o dialeto e as variações linguísticas.

Diferenças entre Língua e Fala

Acompanhe agora com a professora Mercedes Bonorino, do canal do Curso Enem Gratuito, um resumo de introdução sobre as diferenças e as características da Língua, dentro da Norma Culta; e da Fala, dentro da linguagem coloquial:

O uso da Linguagem

Sendo assim, a linguagem é uma ferramenta que usamos para transmitir ideias, conceitos, sentimentos, ordem e qualquer mensagem que tenha um significado dentro de uma sociedade.

Veja a imagem abaixo.

placa
Fonte: Google Imagens.

Uma curiosidade sobre ela é o seu formato. Nenhuma outra placa de trânsito tem esse formato octogonal. Sabe por quê? Porque mesmo sendo vista de costas, o motorista pode reconhecê-la como uma placa de “PARE”.

Isso pode ser entendido como uma linguagem, pois se estabeleceu esse código dentro de uma sociedade. Essa placa tem o mesmo formato em vários países, ou seja, mesmo não dominando o idioma, podemos saber que é uma placa de “PARE” pelo seu formato.

Exercício resolvido de Linguagem Formal x Linguagem Informal

Confira agora no vídeo acima, com a professora Mercedes Bonorino, especialista em Linguagens para as provas do Enem, dos vestibulares e concursos, como você pode resolver as questões sobre o uso correto da Linguagem Formal ou da Linguagem Informal.

As Funções da Linguagem

Veja agora com a professora Jéssica Forini, do canal do Curso Enem Gratuito, um resumo simples e rápido, em que você aprende o que é Linguagem e suas 6 funções:

Linguagem corporal

Existe também a linguagem gestual ou corporal. Vamos imaginar a seguinte situação: você está num restaurante em um país um cujo idioma você não domina. É possível pedir um prato ao garçom e pedir a conta sem usar palavras, certo? Seja apontando para o menu, fingir riscar a mão sinalizando que deseja a conta e até mesmo agradecer.

Então, ficou fácil entender que a linguagem é, nesse contexto, uma atividade humana para fins de interlocução e, por isso, há a necessidade de interlocutores. É por meio da linguagem que trazemos nossas representações sobre o nosso mundo, evidenciamos nossas experiências, transmitimos o que sentimos e pensamos.

Linguagem Denotativa x linguagem conotativa

Veja agora um resumo com a professora Camila Zuchetto, Curso Enem Gratuito, sobre  as diferenças da Linguagem Denotativa e da Linguagem Conotativa.

Língua

Língua é um fator social e acaba por ser tornar um patrimônio de uma nação. Pela presença de uma língua, podemos até identificar os limites de um país, por exemplo. E já que falamos de país, de nação, também é importante saber o que é um idioma.

E o que é um idioma?

De maneira informal, podemos ver idioma e língua como sinônimos, mas para esta revisão, faremos o seguinte:

  • Idioma: É de cunho político, pois para que um idioma exista, é preciso que exista uma nação.
  • Língua: É um instrumento para a comunicação a fim de promover uma interação entre seres de um mesmo grupo. Tem suas regras e valores dentro de uma comunidade linguística. A língua é uma expressão da união de um povo.

A Língua tem a ver com fronteiras culturais, mas não com fronteiras geográficas. Os povos indígenas espalhados pelo Brasil têm sua língua, mas o idioma dentro do Brasil é o português. Ficou mais claro agora, certo?

Língua também faz parte de uma cultura, pois, assim como as crenças, o modo de viver, os costumes e a arte podem identificar um povo, a língua pode ser um fator determinante de identidade de um grupo.

Então, por ser um atributo que especifica um grupo, a língua acaba por ser um fator determinante de identidade. Entendeu até aqui? A construção de uma identidade pode ocorrer de diversas formas, principalmente por meio da língua.

Eric Hobsbawm, importante historiador, diz que a língua pode representar o mundo em que vivemos e que esse mesmo mundo pode, por sua vez, ser representado pela linguagem.

Agora, podemos dizer tranquilamente que língua nada mais é do que uma ferramenta para a comunicação entre os falantes ou interlocutores. Com o uso da língua é que ocorre a interação social entre as pessoas.

Língua e fala

Embora a língua obedeça às normas gramaticais, cada falante pode escolher como usar a língua – ou idioma – e é nesse momento que temos um fenômeno chamado fala. A fala é um modo particular de usar a língua.

Como a língua é um organismo vivo e dinâmico, temos a presença de variações linguísticas, que não devem ser encaradas como “erro” ou “transgressão”, mas sim como uma maneira de usar esta ferramenta de comunicação.

Resumo de variações linguísticas

Confira agora um resumo sobre o que são as variações linguísticas:

Exemplos de variações linguísticas:

Vejamos o seguinte caso: os habitantes de Santa Catarina falam português. Contudo, no litoral catarinense, as pessoas não usam o português como os habitantes do oeste catarinense. As pessoas que moram em cidades litorâneas diferentes não usam a língua da mesma forma. Isto é o que chamamos de fala. Ainda temos o que se chama da variação linguística.

A variação linguística nada mais é do que uma diversificação de uma língua, e isso ocorre devido as inúmeras possibilidades de variação do uso dessa língua. A variação pode ocorrer no vocabulário, na pronúncia, na morfologia e até mesmo na sintaxe.

Essa variação pode ocorrer por vários fatores, como o regional, o histórico ou mesmo o social. É muito comum algumas frutas ou legumes terem nomes diferentes em regiões distintas do nosso país. Aipim e macaxeira são nomes diferentes para o mesmo alimento.

Agora, observe a tirinha de Maurício de Sousa.

Chico Bento - linguagem
Fonte: Google Imagens

A escrita no balão de fala de Chico Bento tem uma grafia que não obedece às normas gramaticais, pois o autor quer chamar a atenção para um modo regional de falar. Observe que a professora, por ter um contato maior com a norma padrão, tem sua fala bem próxima da língua formal.

Línguas não orais

Até agora, falamos da língua dentro da oralidade. Porém, é importante destacar que nem todas as línguas são orais. No Brasil, temos o exemplo da LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais. Diferente da linguagem gestual ou corporal, vista anteriormente, a LIBRAS obedece a normas dentro de um contexto.

Os membros de uma comunidade surda aprendem e se apropriam de um código convencionado para se comunicarem entre si, assim como acontece como uma língua oral.

Linguagem não verbal

A mensagem que é expressa apenas por símbolos ou signos visuais chamamos de linguagem não verbal. Um bom exemplo para isso são os emoji que estão nas mensagens via celular ou mesmo uma placa avisando que o local é de uso preferencial.

linguagem não verbal

A interação entre as pessoas se dá por meio dos mais variados níveis de linguagem e língua. As sociedades evoluíram e se formaram com o uso dessa ferramenta possibilitando a reflexão sobre o mundo e a interação entre os povos.

Exercícios sobre Linguagem

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Referência:

HOBSBAWN, E. Nações e Nacionalismo desde 1780. Programa, mito e realidade. São Paulo: Paz e Terra, 1998.

Sobre o(a) autor(a):

Anderson Rodrigo da Silva é professor formado em Letras Português pela UNIVALI de Itajaí. Leciona na rede particular de ensino da Grande Florianópolis.

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