Entenda nesta aula os motivos pelos quais historiadores afirmam que a Comuna de Paris foi o primeiro governo de operários existente. Revise a Comuna de Paris nesta aula de História para o Enem!
O contexto da Comuna de Paris
O século XIX, para a Europa, foi um grande turbilhão de transformações. Neste período ocorreram inúmeras transformações de forma muito rápida e intensa. Dentre elas podemos destacar as disputas entre valores iluministas, burguesia e a repressão do Congresso de Viena, a Revolução Industrial, os movimentos de trabalhadores e a invasão dos continentes africanos e asiáticos.
Essas transformações foram dominadas por quatro correntes de pensamento: o liberalismo, o nacionalismo, o socialismo e o anarquismo. Cada uma delas defendia interesses de grupos específicos, e é justamente na disputa desses interesses que revoluções e revoltas, como a Comuna de Paris, iriam surgir.
Em 1852, o então presidente da França, Luís Bonaparte (conhecido como Napoleão III) foi coroado imperador com apoio da igreja, burguesia e do exército. Em seu governo, o foco foi expandir a indústria e os domínios coloniais franceses, adentrando o espírito nacionalista de seu período. Acontece que outras nações, como foi o caso da Prússia, também tinham pretensões imperialistas. Isso provocou um choque de interesses com o imperador francês.
Guerra Franco-Prussiana
O chanceler Otto Von Bismark, da Prússia, entrou para a história como principal liderança na unificação alemã. Após anexar territórios até então dominados pela Dinamarca e pelo Império Austro-Húngaro, chegava a vez de dominar territórios sob controle francês. Tratava-se da região de Alsácia-Lorena, que tinha uma abundância de recursos minerais como ferro e carvão – elementos essenciais durante a Revolução Industrial. Essa mesma região seria devolvida à França no fim da Primeira Guerra Mundial. No entanto, seria recuperada pelos alemães sob o comando de Hitler.
A guerra entre alemães e franceses se iniciou com a manipulação de Bismark de telegramas escritos pelo rei alemão Guilherme I e destinados à Napoleão III. O conflito já esperado pelos líderes alemães que haviam alimentado a xenofobia do povo em relação aos vizinhos. Logo após o início do confronto, as tropas francesas foram derrotadas. O próprio Luís Bonaparte chegou a ser feito prisioneiro. Em 1871, o presidente provisório da França, Louis Adolphe Thiers, negociou a rendição da França.
O que foi a Comuna de Paris
A rendição do governo francês provocou a indignação de parte expressiva da população, principalmente dos nacionalistas e dos militares. Nesta atmosfera de crise política, as angústias provocadas pelas precárias condições de trabalho às quais o povo francês estava submetido alimentaram ainda mais as tensões. Então, em março de 1871, as massas insatisfeitas depuseram os líderes franceses e instauraram um governo de caráter popular que ficou conhecido como Comuna de Paris.
No entanto, a experiência durou apenas dois meses. Apesar de sua curta duração, sua importância para a história europeia é central, pois foi defendida por Marx e por muitos historiadores ainda hoje como o primeiro governo socialista. A Comuna funcionou durante sua existência como um governo popular no qual trabalhadores e outros líderes tomavam as decisões em conjunto.
Assim, aboliram o trabalho noturno, decretaram sufrágio universal (com a inédita inclusão das mulheres), o congelamento de preços para itens básicos, a ocupação de fábricas e prédios vazios, a instituição do ensino público obrigatório, a redução da jornada de trabalho, entre outras pautas populares. Dessa maneira, a Comuna de Paris não se tornava apenas uma ameaça para os monarquistas depostos, mas para toda alta burguesia que via suas fontes de riquezas ameaçadas.
O fim da Comuna de Paris
A reação contra a Comuna não tardou: foi realizada uma aliança entre o governo francês deposto e os alemães. Com um ataque massivo, os revoltosos foram massacrados, chegando a quase 20 mil mortos e a mais de 50 mil presos. O socialismo só conseguiria reaparecer no poder com a Revolução Russa, em 1917, 46 anos após a Comuna de Paris.
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Exercícios
Agora que você já entendeu o que foi a Comuna de Paris e em que contexto ela surgiu, responda às questões a seguir!
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(UEG GO/2018)
Leia o texto a seguir.
Na madrugada de 18 de março, Paris acordou com o rebentamento do trovão vive la commune! Que é a Comuna, essa esfinge que atormenta o espírito burguês?
“Os proletários da capital – dizia o Comitê Central no seu manifesto do dia 18 de Março – no meio dos desfalecimentos e das traições das classes governantes, compreenderam que para eles tinha chegado a hora de salvar a situação tomando em mãos a direção dos negócios públicos.”
MAX, Karl. Vive la Comune! In: MAR-
QUES, A. BERUTTI, F. FARIA, R. Histó-
ria contemporânea através de textos.
São Paulo: Contexto, 2010. p. 56.A citação refere-se à Comuna de Paris, movimento popular que controlou a capital francesa em 1871. O manifesto dos revolucionários acusou o governo francês de traição porque o mesmo
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(UNEB BA/2018)
Antes da domesticação, as fronteiras eram fluidas. A liberdade de abandonar um bando por outro fazia parte integral da vida do coletor-caçador. A integração mais ou menos obrigatória exigida pelas sociedades complexas prepara o terreno propício para a violência organizada. Em muitos lugares, as chefias nasceram da supressão da independência das comunidades menores. A centralização proto-política nas Américas foi com frequência impulsionada pelas tribos que tentavam desesperadamente confederar-se para combater ao invasor europeu. As civilizações antigas foram criadas em função da guerra e se pode dizer que a guerra é, ao mesmo tempo, a causa e o resultado deste estado.
Não mudou grande coisa desde que a guerra foi instituída pela primeira vez, enraizada no ritual e encontrando terra fértil na domesticação. Marshall Sahlins primeiramente apontou que o crescimento do trabalho segue o desenvolvimento da cultura simbólica. Pode se dizer que a cultura gera a guerra, apesar das declarações contrárias. Depois de tudo, o caráter impessoal da civilização se desenvolve com o surgimento do simbólico. Os símbolos (por exemplo, as bandeiras nacionais) permitem a nossa espécie desumanizar os nossos semelhantes, o que possibilita a carnificina sistemática dentro da espécie.
ANTES DA DOMESTICAÇÃO, as fron-
teiras eram fluídas. Disponível em: <http://
pt.indymedia.org/conteudo/newswire/373
>. Acesso em: 21 nov. 2017.Os motivos das guerras na história da humanidade podem ser atribuídos a diversos fatores, econômicos, políticos, religiosos, ideológicos ou ao conjunto desses fatores, a exemplo da
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(FGV/2017)
A Comuna é, assim, um órgão executivo e legislativo ao mesmo tempo, onde os poderes não estão “divididos”, mas sim “descentralizados”. (…) nasce como prefeitura e age como tal. Mas acima dela nada existe. (…) A Comuna toma funções próprias do Estado centralizador e, ao projetá-lo em uma dimensão municipal, converte-se, de fato, em uma reformulação fundamental da relação entre o poder e a sociedade. (…) seria o “governo dos produtores”, a “república do trabalho”.
(Horácio González. A Comuna de Paris, 1982)
A partir do excerto e do que se sabe sobre a Comuna, é correto afirmar que
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(UNISA SP/2014)
No contexto da guerra franco-prussiana (1870-1871), surgiu na França um movimento popular e revolucionário que governou Paris por mais de dois meses. Embora efêmero, ele ganhou importância histórica devido à defesa da democracia e da República. Organizado em comissões, o governo teve a participação de operários eleitos pelo povo. O movimento descrito diz respeito
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
Assinale a alternativa correta em relação às revoluções na França ao longo do século XIX.
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(UFRGS/2018)
Observe a imagem abaixo.
Considere as afirmações sobre a Comuna de Paris, que governou a cidade entre março e maio de 1871.
I. O movimento foi iniciado como monarquista, conservador e católico e tentava reconduzir o Imperador Napoleão III, deposto por um golpe militar republicano em 1870, ao governo da França.
II. A Comuna aboliu o serviço militar obrigatório e a pena de morte, decretou o direito dos trabalhadores de administrar empresas abandonadas e estabeleceu a separação plena entre Igreja e Estado na cidade.
III. O exército francês, durante a chamada “Semana Sangrenta”, com o apoio da Assembleia Nacional e do governo republicano, invadiu a cidade e reprimiu duramente os sublevados.
Quais estão corretas?
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(UNEB BA/2016)
Diz a Constituição que todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente. A ética republicana impõe a separação entre o público e o privado, bem como a democracia, que se caracteriza pelo poder do povo. Não só através dos seus representantes, mas também diretamente. Manifestações públicas são expressão da democracia direta. A ocupação da cidade pelos seus habitantes é o que dá a exata dimensão da cidadania. A criminalização dos manifestantes e dos movimentos sociais é expressão da violência ilegítima do Estado e da truculência contra a democracia. É uma violação da ética que há de orientar as relações públicas, tendo-se o Estado como ente instituído e a sociedade como instituidora e titular de todo poder. A ética republicana impõe assim o reconhecimento da supremacia da sociedade sobre o Estado.
A realização do Estado Democrático de Direito pressupõe o respeito absoluto e incondicional aos valores jurídicos que lhe são próprios, o exercício das funções públicas para a proteção dos direitos da pessoa humana e a realização das liberdades públicas, a democratização da estrutura do Estado, a atuação estatal transparente que permita ao cidadão o controle de seu funcionamento e a promoção e a defesa dos princípios da democracia pluralista e a difusão da cultura jurídica democrática.
São frequentes as mobilizações para a guerra, mas havemos de mobilizar para a paz; são frequentes as mobilizações para a ‘demonização’ de pessoas ou grupos sociais, notadamente daqueles que se situam no campo dos excluídos, e nesse sentido setores da mídia têm prestado grande desserviços aos direitos humanos, mas havemos de mobilizar para a garantia dos direitos.
(DAMASCENO*, 2016).
DAMASCENO, João Batista. Atos e democracia direta. Disponível em: <http://www.avozdocidadao.com.br/agentesdecidadania/eticarepublicana- impoe-
separacao-entre-publico-e-privado/>. Acesso em: 31 jan. 2016.*João Batista Damasceno é doutor em Ciência Política pela UFF e juiz de Direito.
Em relação ao pensamento identificado no texto,“Manifestações públicas são expressão da democracia direta. A ocupação da cidade pelos seus habitantes é o que dá a exata dimensão da cidadania”, pode-se citar, como exemplo deste exercício de cidadania,
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(UEG GO/2015)
Quem saberá dizer quantos comunardos foram mortos durante a luta? Milhares foram massacrados posteriormente […]. Esta era a vingança do “povo respeitável”. Daquele momento em diante, um rio de sangue correu entre os trabalhadores de Paris e as “classes melhores”. E daí em diante também os revolucionários sociais aprenderam o que os esperava se não conseguissem manter o poder.
HOBSBAWN, Eric J. A era do capital. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. p. 234.
No trecho citado, o historiador inglês Eric Hosbsbawn descreve as consequências sofridas pelos participantes da Comuna de Paris, ocorrida em 1871. Esse levante popular que cercou e estabeleceu um governo de inspiração jacobina na capital francesa foi resultado imediato
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(UFJF MG/2015)
Leia as afirmações abaixo sobre os movimentos revolucionários do século XIX, na França.
I) Em 1848, formou-se um governo provisório que, com o apoio da pequena burguesia e dos trabalhadores, proclamou a República. Contudo, a Assembleia Geral Constituinte passou a ser constituída por uma maioria republicana contrária às propostas revolucionárias dos candidatos operários.
II) Em 1848, as ruas de Paris foram tomadas pela população pobre e trabalhadora que desejava implantar medidas que garantissem direitos políticos e melhores condições de vida. As revoltas foram violentamente reprimidas; temerosos, os grupos conservadores inauguraram a Segunda República Francesa sob o comando de Luís Napoleão Bonaparte.
III) A Comuna de Paris, que teve duração efêmera, assumiu um caráter socialista, tendo por referência os princípios da Primeira Internacional dos Trabalhadores. A Comuna não chegou a implantar o Socialismo, mas tomou medidas revolucionárias, tais como a extinção da polícia e do exército que eram usados na repressão aos trabalhadores.
Agora, assinale a alternativa CORRETA.
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(ENEM/2013)
Sou um partidário da Comuna de Paris, que, por ter sido massacrada, sufocada no sangue pelos carrascos da reação monárquica e clerical, tornou-se ainda mais viva, mais poderosa na imaginação e no coração do proletariado da Europa; sou seu partidário sobretudo porque ela foi uma negação audaciosa, bem pronunciada, do Estado.
BAKUNIN, M. apud SAMIS, A. Negras tormentas: o federalismo e o
internacionalismo na Comuna de Paris. São Paulo: Hedra, 2011.A Comuna de Paris despertou a reação dos setores sociais mencionados no texto, porque
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Sobre o(a) autor(a):
Os textos acima foram preparados pelo professor Angelo Antônio de Aguiar. Angelo é graduado em história pela Universidade Federal de Santa Catarina, mestrando em ensino de história na mesma instituição e dá aulas de história na Grande Florianópolis desde 2016.