Organização social da Antiguidade Clássica

Grécia, Roma, Mesopotâmia: conheça um pouco sobre como algumas sociedades da Antiguidade Clássica eram divididas socialmente!

A Antiguidade Clássica é comumente classificada com início em 4000 a.C., com o marco da invenção da escrita pelo povo sumério, e com o fim no século V d.C., com o fim do Império Romano. Dentro desse período existiram diferentes formas de organização social, que variaram de acordo com os povos e com o regime político de cada época. Nesta aula você verá como era a divisão da sociedade dos gregos, romanos e mesopotâmicos.

Organização social da antiguidade romana

Segundo estudos arqueológicos, por volta de 2000 a.C. a península itálica, mais precisamente a região do Lácio, foi ocupada pelo povo latino. Posteriormente, os etruscos ocuparam a cidade de Roma, sendo reconquistada pelos latinos apenas em 509 a.C., iniciando o período monárquico romano.

A organização social da antiguidade romana variou de acordo com os períodos, que podem ser divididos em três: Monarquia (753 a.C. – 509 a.C.); República (509 a.C. – 27 a. C.); e Império (27 a.C. – 476 d.C.). Dentro da monarquia romana existiam diferentes classes sociais: patrícios, plebeus, clientes e escravizados. Os patrícios eram aristocratas ligados por laços familiares, ricos proprietários de terra e, em termos mitológicos, considerados descendentes dos fundadores da cidade de Roma. Os patrícios possuíam todos os direitos políticos e administrativos em detrimento das outras classes sociais romanas.

Os plebeus compunham a camada com quase nenhuma participação política institucional. Era composta por pequenos agricultores, comerciantes, artesãos e estrangeiros. Os clientes prestavam serviços aos patrícios e, em troca, recebiam terras para cultivarem e proteção.

Os escravizados eram as pessoas presas por conta de conflitos com outros povos, e eram submetidos a trabalhos forçados. Durante os períodos posteriores, republicano e imperial, as estruturas sociais de Roma não se alteraram com tanta expressividade quanto no campo político. No entanto, as dinâmicas entre classes sociais ganham outras cores à medida que as relações políticas, geográficas e, claro, sociais, vão se alterando.

Organização social da Antiguidade
Figura 1: Esquema evidenciando as diferenças entre as classes sociais romanas. Fonte: https://bit.ly/2MjLCRA

 

Organização social da antiguidade grega

A Grécia possuía dois grandes núcleos organizacionais: as cidades-Estado de Atenas e Esparta. Em Esparta as posições sociais eram rígidas e definidas a partir do nascimento. Podemos dividi-las em esparciatas, periecos e hiliotas. Os esparciatas governavam a polis, eram donos de escravizados, terras e dedicavam-se à guerra.

Os periecos eram pequenos proprietários livres. Como as terras férteis eram dos esparciatas, os periecos ficavam com as propriedades periféricas. Além disso, exerciam atividades de comércio e artesanato. Os hiliotas eram prisioneiros de guerra que acabavam sendo escravizados. Eram a maioria da população, sendo considerados propriedade do Estado e distribuídos aos esparciatas juntamente com as terras produtivas

Organização social da Antiguidade
Figura 2: Divisões sociais em Esparta. Fonte: https://bit.ly/32XxCn0

 

Já Atenas possuía diferenças substanciais de Esparta. Os eupátridas eram os ditos “bem-nascidos”, de famílias ricas e antigas e grandes proprietários de terras. Havia também os pequenos proprietários, os comerciantes, os artesãos e a população mais empobrecida.

No entanto, o aspecto mais marcante da organização social ateniense era o conceito de cidadão, o que classificava a maioria de sua população como metecos. Os metecos eram os estrangeiros e seus filhos, que costumavam se dedicar ao comércio, ao artesanato e, por vezes, participavam das guerras. As mulheres e jovens, tal qual os estrangeiros, não detinham direito político algum, sendo excluídos das decisões importantes.

organização social da antiguidade
Figura 3: Esquema exemplificando as divisões sociais em Atenas. Fonte: https://bit.ly/359Vq95
Complemente os conhecimentos sobre Grécia Antiga com o prof. Felipe:
Organização social da antiguidade mesopotâmica

A importância dos povos romanos e gregos é imprescindível para a constituição da civilização dita ocidental, no entanto, existem outros povos importantes do período que marcaram época e proporcionaram grandes contribuições à humanidade, como, por exemplo, os povos da Mesopotâmia.

Os povos da Mesopotâmia tinham uma estrutura social muito voltada à produção agrícola devido à proximidade e dependência dos rios Tigres e Eufrates. Os sumérios concentravam sua organização social no entorno dos palácios, que eram postos centrais para o recolhimento de impostos, sistema administrativo que acabou desencadeando a invenção da escrita.

Os caldeus, que compunham o dito Segundo Império Babilônico (612 a.C. – 539 a.C.) também possuíam uma organização social específica. A sociedade caldeia era composta pelo rei, que reunia poderes religiosos, políticos e militares. Havia também os homens livres de classe alta, que eram os sacerdotes, membros do exército, nobres, e outras classes que possuíam influência social.

Os homens livres de classe baixa eram os funcionários públicos, comerciantes, artesãos, camponeses e trabalhadores da cidade. Por fim, os escravizados compunham a camada com menos direitos sociais e eram oriundos de dívidas ou conflitos e exerciam trabalhos de menor prestígio.

A diversidade entre os povos mesopotâmicos em termos de organização social é algo estabelecido. Não é surpresa uma região tão fértil em produção agrícola em meio a uma região árida atrair diferentes povoados. No entanto, é possível acentuar algumas características que convergem entre os povos, as classes mais abastadas, compostas geralmente pelos governantes, sacerdotes e militares e as classes mais populares, sendo composta por camponeses, escravizados por dívidas e guerras, e artesões. Os reis eram as classes mais influentes na organização social da antiguidade, já que dominavam através do aspecto político, mas também religioso, militar e até mesmo epistemológico.

Exercícios:

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Sobre o(a) autor(a):

Guilherme Silva é formado em História pela Universidade Federal de Santa Catarina. Dá aulas de História em escolas da Grande Florianópolis desde 2016.

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