Confira as principais teorias e os principais pensadores que contribuíram para a formação do pensamento sociológico. Você vai descobrir que o aparecimento de uma ciência não acontece por acaso, e este processo está diretamente relacionado às formas de organização social, cultural e econômica da(s) sociedade(s) em que esta ciência floresce.
A origem da Sociologia, como você já deve saber, é recente se comparada com a História, o Direito e a Filosofia. A Filosofia, grande mãe das ciências humanas e sociais que conhecemos hoje, remonta de séculos antes de Cristo. São as origens do pensamento sociológico.
Videoaula sobre o surgimento da Sociologia
Nesta aula, o professor Fábio Luís Pereira fala sobre as origens da Sociologia e da formação do pensamento sociológico.
A influência da Filosofia na origem da Sociologia
Voltando 2500 anos na linha do tempo…. O pensamento filosófico ocidental, surgido na Grécia Antiga, irá influenciar todo o pensamento ocidental, contribuindo para a origem da Sociologia e de outras ciências modernas e contemporâneas.
Assim, não é de se admirar que os grandes pensadores nos quais os sociólogos irão se inspirar sejam filósofos. Os grandes filósofos são muitos, poderíamos passar horas falando deles e de suas grandes ideias.
Mas, há três deles que são fundamentais no surgimento do pensamento sociológico. São eles: Nicolau Maquiavel, John Locke e Jacques Rousseau. E a criação da Sociologia enquanto ciência tem o seu marco com Auguste Comte.
A Origem com Auguste Comte
Veja um resumo sobre o pensamento positivista, do fundador da Sociologia enquanto Ciência. Confira com o professor Fábio Luiz Pereira, do canal do Curso Enem Gratuito:
Nicolau Maquiavel
Nicolau Maquiavel (1469-1527), filósofo, historiador, diplomata e escritor italiano, foi o fundador da Ciência Política e um dos principais teóricos do Estado moderno. Ele ficou conhecido, principalmente pela obra “O Príncipe”, na qual disserta sobre como um monarca deve agir para ser um grande líder político para seu país.
A conduta do príncipe, de acordo com Maquiavel, deve ser estratégica e não deve se preocupar em agradar a todos.Pintura da época retratando a figura de Nicolau Maquiavel – Fonte: https://bit.ly/2DwPIUZ
A famosa frase “os fins justificam os meios” nunca foi dita por Maquiavel. Mas a autoria é atribuída ao pensamento que ele desenvolveu, pois ela reflete bem o pensamento deste homem sobre a forma de governar. O livro “O Príncipe” tornou-se um clássico que influencia até hoje a formação e consolidação das ciências jurídicas, políticas e de todos os estudos referentes ao Estado e sua relação com a sociedade.
Resumo sobre o pensamento sociológico em Maquiavel
Confira agora com a professora Paula Pille, do canal do Curso Enem Gratuito, uma sistematização bem prática para você entender a essência do pensamento sociológico na obra de Nicolau Maquiavel:
John Locke
John Locke (1632-1704), filósofo inglês, considerado o pai do liberalismo político, tentou compreender como o Estado pode se tornar legítimo na sociedade. Guiado pelos princípios de liberdade e direito à propriedade, Locke defendia que o Estado não poderia julgar do jeito que quisesse.
Além disso, as pessoas só deveriam obedecer ao Estado se ele protegesse os direitos à liberdade e à propriedade dessas pessoas. Caso contrário, elas teriam todo o direito de se rebelar.
Locke, conhecido como um dos 3 pensadores contratualistas (juntamente com Thomas Hobbes e Jean-Jacques Rousseau), viveu no tempo da Revolução Gloriosa Inglesa. Como resultado dessa revolução, o rei foi obrigado a aceitar leis que limitavam o seu poder e garantiam direitos aos seus súditos.
Revolução inglesa – Fonte: https://bit.ly/2zwvpTU
Jean-Jacques Rousseau
Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), filósofo franco-suíço, um dos fundadores do direito moderno, acreditava que no estado de natureza – vida social antes do surgimento do Estado – as pessoas eram livres e felizes com o pouco que possuíssem.
Entretanto, o convívio teria levado as pessoas a se importarem cada vez mais com a opinião alheia, fato que despertará a discórdia e a competição entre os indivíduos na sociedade.
Aos poucos, as pessoas teriam deixado de ser iguais e o golpe final contra a igualdade teria sido a invenção da propriedade. Após a invenção da propriedade, foi necessário, de acordo com Rousseau, criar o Estado e as leis para protegê-la.
Contudo, Rousseau acreditava na conquista da liberdade do cidadão na sociedade moderna, onde a presença do Estado teria se feito necessária. Para este pensador, a única maneira de preservar a liberdade após o surgimento do Estado seria se todos aceitassem entregar seus direitos uns aos outros e não ao governante.
Videoaula sobre Rousseau
Confira com o professor Alan Ghedini um resumo essencial sobre as ideias e os ideais de Jean-Jacques Rousseau. Ele está na raiz do pensamento sociológico que gerou o espírito da Revolução Francesa:
Jean-Jacques Rousseau figura como um dos filósofos modernos mais próximos à busca e defesa do bem comum. De forma indireta, suas ideias irão influenciar Karl Marx, o primeiro sociólogo a criticar duramente a propriedade privada e o Estado como mantenedor das desigualdades sociais.
A origem da Sociologia
Auguste Comte (1789-1957), nascido em Montpellier, França, foi o primeiro autor a sistematizar a Sociologia como ciência específica. Seu pensamento se caracterizou pela tentativa de ordenação do conhecimento humano por meio de uma abordagem fundamentalmente descritiva que se baseava em elementos quantitativos. Dessa forma, se contrapunha às explicações metafísicas e teológicas que dominavam as teorias filosóficas e sociais da época.
A física social, criada por Comte, que depois se tornará a Sociologia, se constrói, neste primeiro momento, como uma ciência quantitativa, na qual os dados de pesquisa seriam capazes de construir teorias precisas sobre a sociedade. Para isso, a análise dos dados deveria ser objetiva dentro do Pensamento Sociológico.
Videoaula
Veja agora com a professora Heloísa, do canal do Curso Enem Gratuito, um resumo super rápido e completo sobre a origem do pensamento sociológico e o nascimento da Sociologia enquanto Ciência:
Exercícios sobre a origem da Sociologia
1. (ENEM – 2012)
Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo renascentista ao
a) valorizar a interferência divina nos acontecimentos definidores do seu tempo.
b) rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos.
c) afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da ação humana
d) romper com a tradição que valorizava o passado como fonte de aprendizagem.
e) redefinir a ação política com base na unidade entre fé e razão
2. (ENEM – 2013)
TEXTO I
Não é sem razão que o ser humano procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre governo: ensaio relativo à verdadeira origem, extensão e objetivo do governo civil. São Paulo: Abril Cultural, 1978 (adaptado).
TEXTO II
Para que essas classes com interesses econômicos em conflitos não destruam a si mesmas e à sociedade numa luta estéril, surge a necessidade de um poder que, na aparência, esteja acima da sociedade, que atenue o conflito, mantenha-o dentro dos limites da ordem.
ENGELS, F. In: GALLINO, L. Dicionário de sociologia. São Paulo: Paulus, 2005 (adaptado).
Os textos expressam duas visões sobre a forma como os indivíduos se organizam socialmente. Tais visões apontam, respectivamente, para as concepções:
a) Liberal, em da liberdade da propriedade privada – Conflituosa, exemplificada pela luta de classes
b) Heterogênea, favorável à propriedade privada — Consensual, sob o controle de classes com interesses comuns.
c) Igualitária, baseada na filantropia — Complementar, com objetivos comuns unindo classes antagônicas
d) Compulsória, na qual as pessoas possuem papéis que se complementam — Individualista, na qual as pessoas lutam por seus interesses.
e) Libertária, em defesa da razão humana — Contraditória, na qual vigora o estado de natureza.
Gabarito:
1) c
2) a