A Independência dos Estados Unidos da América

Na aula de hoje iremos conhecer um pouco mais sobre um Estados Unidos “recém-nascido”, onde viveram personagens históricos como Benjamin Franklin e George Washington. Mergulhe nessa história conosco aqui no Curso Enem Gratuito!

Para entendermos o período da história em que ocorreu a independência dos Estados Unidos, comecemos imaginando o continente americano durante o período colonial. Mais especificamente, a região das 13 colônias britânicas, banhadas pelo Atlântico, na América do Norte. Desde de o início do século XVII, em 1607, essa região passou a ser gradativamente ocupada por imigrantes com o auxílio das Companhias de Comércio, empresas privadas que promoveram a colonização daquele território.

Ao sul, o cenário era mais quente e lembrava o clima de outras colônias tropicais. Sendo assim, era muito propício para a plantação de algodão e tabaco. Nessa região, a maioria da população era de negros escravizados trazidos da África, além de alguns trabalhadores brancos e da elite fundiária.

Mais ao norte o cenário era distinto: tinha um comércio interno mais desenvolvido, bem como uma produção manufatureira. Além disso, a mão de obra era livre, pois vigorava a ética protestante levada por imigrantes puritanos.

Guerras e impasses políticos com a Inglaterra

As duas regiões das 13 colônias coexistiam com suas diferenças. Porém, nesse período, inúmeras guerras coloniais contra franceses, espanhóis e indígenas eram deflagradas. Enquanto isso, o Estado inglês não mantinha sua burocracia (instituições e funcionários) presente na colônia. Mas as constantes guerras por interesses territoriais desagradavam muitos colonos que lá viviam.

Por exemplo, quando os ingleses lideravam os colonos para conquistar novos territórios, muitos acabavam perdendo suas propriedades, contraindo dívidas e arriscando suas vidas. E o pior é que, após todo esse esforço, muitas vezes as regiões conquistadas eram devolvidas por conta de acordos políticos.

A insatisfação com este tipo de situação foi se acumulando com o passar dos anos. Seu ápice foi atingido quando o Estado inglês decidiu criar novos impostos para compensar os gastos com a Guerra dos 7 anos, contra a França (1756-1763). Além disso, nesse período ocorreram medidas restritivas em relação à economia colonial, pois o desenvolvimento econômico das colônias competia com os produtos da própria Inglaterra.

O mercado de consumo da burguesia britânica começou a ficar limitado, o que foi péssimo do ponto de vista capitalista, principalmente com o surgimento da Revolução Industrial. Algumas das medidas fiscais da metrópole para frear o desenvolvimento econômico colonial foram a criação de novos impostos e a criação leis que limitavam o comércio.

Dentre a criação e o aumento de impostos, damos destaque à Lei do Açúcar e à Lei do Selo. A primeira aumentou a taxação de produtos como açúcar e café. Já a segunda encareceu as publicações e a circulação de documentos oficiais. Outra medida que provocou muita insatisfação foi a criação do Monopólio da Companhia das Índias Orientais sobre a venda de chá pela Lei do Chá, em 1773.

Festa do Chá de Boston

A soma desse aumento tarifário e das novas normas provocou a reação dos colonos. Uma das revoltas mais conhecidas foi o episódio chamado Festa do Chá de Boston. Colonos disfarçados de indígenas invadiram embarcações inglesas no porto de Boston e jogaram ao mar diversas caixas de chá da Companhia das Índias Orientais.

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Festa do Chá de Boston. Fonte: http://opiniaoenoticia.com.br/internacional/festa-do-cha-de-boston/

Em represália ao episódio da Festa do Chá, o governo inglês resolveu instituir novas medidas autoritárias que ficaram conhecidas na colônia como Leis Intoleráveis. Essas, por sua vez, obrigavam os colonos a darem abrigo aos soldados ingleses em suas propriedades, ordenavam o fechamento do porto de Boston, proibiam reuniões e manifestações políticas contra a metrópole e aumentaram a presença militar na colônia. Um episódio conhecido como Massacre de Boston, onde soldados ingleses mataram 5 colonos, também contribuiu para o aumento das tensões.

Ao passo que as insatisfações dos colonos e de suas elites cresciam, as ideias liberais e iluministas vindas da Europa com intelectuais e estudantes davam base para a revolta daqueles sujeitos. Textos como “Ensaio sobre o governo civil”, de John Locke, eram lidos e debatidos por grupos de habitantes das colônias. Dessa maneira, os ataques à economia colonial deram razões materiais para a luta contra a metrópole, e as ideias iluministas formavam a base teórica para isto.

Primeiro e segundo Congressos da Filadélfia

Diante da situação em que se encontrava a colônia, lideranças políticas organizaram em 1774 o Primeiro Congresso Continental da Filadélfia. A reunião tinha o objetivo de exigir a retirada das sanções aplicadas pela Inglaterra, mas ainda jurando lealdade ao governo da metrópole. Em reposta, o governo inglês aumentou o efetivo militar na colônia, o que causou novos conflitos armados.

Então, em 1776, é realizado o Segundo Congresso Continental da Filadélfia, que contou com mais apoio das colônias do sul, inclusive a Geórgia. No dia 2 de julho, o congresso votou pela separação das colônias em relação à Inglaterra. Dois dias depois, em 4 de julho, estava elaborada a Declaração de Independência dos Estados Unidos, um dos documentos mais importantes da história daquele país.

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Declaração de Independência, 4 de Julho de 1776, autoria de John Trumbull (1817). Fonte: https://pt.wahooart.com/@@/8Y3KGZ-John-Trumbull-Declara%C3%A7%C3%A3o-de-independ%C3%AAncia

Thomas Jefferson foi um de seus autores. E, junto com Benjamin Franklin, que buscava apoio de outras nações na Europa, formavam as principais lideranças intelectuais do processo de independência. George Washington, fazendeiro da Virginia, proprietário de negros escravizados e posteriormente o primeiro presidente estadunidense, fora um dos comandantes das tropas coloniais na guerra.

A vitória dos colonos se concretizou, em boa medida, graças ao apoio da Espanha e da França, que tinham grande interesse em prejudicar a Inglaterra. No caso francês, o apoio era mobilizado também como uma espécie de revanche pela Guerra dos Sete Anos. Contudo, a monarquia francesa não contava que ao gastar com este conflito e apoiar a luta de uma população com discurso liberal contra seu governo, também acabaria incentivando os franceses a lutarem contra o regime absolutista em que viviam.

O fim do conflito e a independência dos Estados Unidos

A guerra entre ingleses e norte-americanos se estendeu até 1783, quando a paz foi acertada pelo Tratado de Paris. Em 17 de setembro de 1787, foi promulgada a Constituição, que ainda é a que vigora com 27 outras emendas. Nel,a os líderes das ex-colônias entraram em acordo com a formação de uma República Federativa: as ex-colônias passaram a ser denominados estados e mantiveram parte de sua autonomia, mas uniam-se em uma nação para resguardar a tão valiosa independência.

Daí provém o nome “Estados Unidos da América”, a primeira nação a se tornar independente de um Estado europeu neste continente. As treze listras da bandeira daquele país representam as ex-colônias, e as estrelas os estados. Na medida em que novos estados surgiam, a bandeira foi modificada, até o número atual de 50 estrelas

Além disso, optou-se pela tripartição dos poderes em Legislativo, Executivo e Judiciário, tal como Montesquieu defendia. Ao longo do texto constituinte, fica evidente o tom iluminista e liberal de valorização do indivíduo detentor de direitos e de liberdade. Porém, isso não foi aplicado plenamente para as mulheres e nem para os negros.

Videoaula

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Exercícios sobre a independência dos Estados Unidos

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Sobre o(a) autor(a):

Os textos acima foram preparados pelo professor Angelo Antônio de Aguiar. Angelo é graduado em história pela Universidade Federal de Santa Catarina, mestrando em ensino de história na mesma instituição e dá aulas de história na Grande Florianópolis desde 2016.

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