Qual a diferença entre língua e linguagem? De modo geral, a língua é um fator social e faz parte do ser humano, já a linguagem é mais abrangente e universal. No Enem, esse é um assunto bem importante para você gabaritar interpretação de textos e mandar bem na redação.
Por vezes, pode-se confundir linguagem e língua, mas precisamos entender que há uma diferença entre elas. Uma das principais diferenças entre nós, seres humanos, e os outros animais está na nossa habilidade de utilizar a linguagem para nos comunicarmos.
Precisamos fazer um combinado aqui, tudo bem? Quando se fala em “linguagem animal”, devemos pensar em um sistema de comunicação bem sofisticado entre membros de uma mesma espécie, mas não chega a constituir uma linguagem com o sentido aqui definido. Isso é um assunto para outro momento, beleza?
A linguagem é o ponto mais abrangente quando se fala em linguagem, língua e idioma. Pense da seguinte maneira: a linguagem é um guarda-chuva e sob ele temos a língua, a fala, o dialeto e as variações linguísticas.
Diferenças entre Língua e Fala
Acompanhe agora com a professora Mercedes Bonorino, do canal do Curso Enem Gratuito, um resumo de introdução sobre as diferenças e as características da Língua, dentro da Norma Culta; e da Fala, dentro da linguagem coloquial:
O uso da Linguagem
Sendo assim, a linguagem é uma ferramenta que usamos para transmitir ideias, conceitos, sentimentos, ordem e qualquer mensagem que tenha um significado dentro de uma sociedade.
Veja a imagem abaixo.
Uma curiosidade sobre ela é o seu formato. Nenhuma outra placa de trânsito tem esse formato octogonal. Sabe por quê? Porque mesmo sendo vista de costas, o motorista pode reconhecê-la como uma placa de “PARE”.
Isso pode ser entendido como uma linguagem, pois se estabeleceu esse código dentro de uma sociedade. Essa placa tem o mesmo formato em vários países, ou seja, mesmo não dominando o idioma, podemos saber que é uma placa de “PARE” pelo seu formato.
Exercício resolvido de Linguagem Formal x Linguagem Informal
Confira agora no vídeo acima, com a professora Mercedes Bonorino, especialista em Linguagens para as provas do Enem, dos vestibulares e concursos, como você pode resolver as questões sobre o uso correto da Linguagem Formal ou da Linguagem Informal.
As Funções da Linguagem
Veja agora com a professora Jéssica Forini, do canal do Curso Enem Gratuito, um resumo simples e rápido, em que você aprende o que é Linguagem e suas 6 funções:
Linguagem corporal
Existe também a linguagem gestual ou corporal. Vamos imaginar a seguinte situação: você está num restaurante em um país um cujo idioma você não domina. É possível pedir um prato ao garçom e pedir a conta sem usar palavras, certo? Seja apontando para o menu, fingir riscar a mão sinalizando que deseja a conta e até mesmo agradecer.
Então, ficou fácil entender que a linguagem é, nesse contexto, uma atividade humana para fins de interlocução e, por isso, há a necessidade de interlocutores. É por meio da linguagem que trazemos nossas representações sobre o nosso mundo, evidenciamos nossas experiências, transmitimos o que sentimos e pensamos.
Linguagem Denotativa x linguagem conotativa
Veja agora um resumo com a professora Camila Zuchetto, Curso Enem Gratuito, sobre as diferenças da Linguagem Denotativa e da Linguagem Conotativa.
Língua
Língua é um fator social e acaba por ser tornar um patrimônio de uma nação. Pela presença de uma língua, podemos até identificar os limites de um país, por exemplo. E já que falamos de país, de nação, também é importante saber o que é um idioma.
E o que é um idioma?
De maneira informal, podemos ver idioma e língua como sinônimos, mas para esta revisão, faremos o seguinte:
Idioma: É de cunho político, pois para que um idioma exista, é preciso que exista uma nação.
Língua: É um instrumento para a comunicação a fim de promover uma interação entre seres de um mesmo grupo. Tem suas regras e valores dentro de uma comunidade linguística. A língua é uma expressão da união de um povo.
A Língua tem a ver com fronteiras culturais, mas não com fronteiras geográficas. Os povos indígenas espalhados pelo Brasil têm sua língua, mas o idioma dentro do Brasil é o português. Ficou mais claro agora, certo?
Língua também faz parte de uma cultura, pois, assim como as crenças, o modo de viver, os costumes e a arte podem identificar um povo, a língua pode ser um fator determinante de identidade de um grupo.
Então, por ser um atributo que especifica um grupo, a língua acaba por ser um fator determinante de identidade. Entendeu até aqui? A construção de uma identidade pode ocorrer de diversas formas, principalmente por meio da língua.
Eric Hobsbawm, importante historiador, diz que a língua pode representar o mundo em que vivemos e que esse mesmo mundo pode, por sua vez, ser representado pela linguagem.
Agora, podemos dizer tranquilamente que língua nada mais é do que uma ferramenta para a comunicação entre os falantes ou interlocutores. Com o uso da língua é que ocorre a interação social entre as pessoas.
Língua e fala
Embora a língua obedeça às normas gramaticais, cada falante pode escolher como usar a língua – ou idioma – e é nesse momento que temos um fenômeno chamado fala. A fala é um modo particular de usar a língua.
Como a língua é um organismo vivo e dinâmico, temos a presença de variações linguísticas, que não devem ser encaradas como “erro” ou “transgressão”, mas sim como uma maneira de usar esta ferramenta de comunicação.
Resumo de variações linguísticas
Confira agora um resumo sobre o que são as variações linguísticas:
Exemplos de variações linguísticas:
Vejamos o seguinte caso: os habitantes de Santa Catarina falam português. Contudo, no litoral catarinense, as pessoas não usam o português como os habitantes do oeste catarinense. As pessoas que moram em cidades litorâneas diferentes não usam a língua da mesma forma. Isto é o que chamamos de fala. Ainda temos o que se chama da variação linguística.
A variação linguística nada mais é do que uma diversificação de uma língua, e isso ocorre devido as inúmeras possibilidades de variação do uso dessa língua. A variação pode ocorrer no vocabulário, na pronúncia, na morfologia e até mesmo na sintaxe.
Essa variação pode ocorrer por vários fatores, como o regional, o histórico ou mesmo o social. É muito comum algumas frutas ou legumes terem nomes diferentes em regiões distintas do nosso país. Aipim e macaxeira são nomes diferentes para o mesmo alimento.
Agora, observe a tirinha de Maurício de Sousa.
A escrita no balão de fala de Chico Bento tem uma grafia que não obedece às normas gramaticais, pois o autor quer chamar a atenção para um modo regional de falar. Observe que a professora, por ter um contato maior com a norma padrão, tem sua fala bem próxima da língua formal.
Línguas não orais
Até agora, falamos da língua dentro da oralidade. Porém, é importante destacar que nem todas as línguas são orais. No Brasil, temos o exemplo da LIBRAS – Língua Brasileira de Sinais. Diferente da linguagem gestual ou corporal, vista anteriormente, a LIBRAS obedece a normas dentro de um contexto.
Os membros de uma comunidade surda aprendem e se apropriam de um código convencionado para se comunicarem entre si, assim como acontece como uma língua oral.
Linguagem não verbal
A mensagem que é expressa apenas por símbolos ou signos visuais chamamos de linguagem não verbal. Um bom exemplo para isso são os emoji que estão nas mensagens via celular ou mesmo uma placa avisando que o local é de uso preferencial.
A interação entre as pessoas se dá por meio dos mais variados níveis de linguagem e língua. As sociedades evoluíram e se formaram com o uso dessa ferramenta possibilitando a reflexão sobre o mundo e a interação entre os povos.
Exercícios sobre Linguagem
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Pergunta 1 de 10
1. Pergunta
(Mackenzie SP/2019)
01 — Mas o que é a língua? Para nós, ela não se confunde com a linguagem; 02 é somente uma parte determinada, essencial dela, indubitavelmente. 03 É, ao mesmo tempo, um produto social da faculdade de linguagem e 04 um conjunto de convenções necessárias, adotadas pelo corpo social 05 para permitir o exercício dessa faculdade nos indivíduos. Tomada 06 em seu todo, a linguagem é multiforme e heteróclita; o cavaleiro de 07 diferentes domínios, ao mesmo tempo física, fisiológica e psíquica, 08 ela pertence além disso ao domínio individual e ao domínio social; 09 não se deixa classificar em nenhuma categoria de fatos humanos, 10 pois não se sabe como inferir sua unidade.
11 A língua, ao contrário, é um todo por si e um princípio de 12 classificação. Desde que lhe demos o primeiro lugar entre os fatos 13 da linguagem, introduzimos uma ordem natural num conjunto que 14 não se presta a nenhuma outra classificação.
15 A esse princípio de classificação poder-se-ia objetar que o 16 exercício da linguagem repousa numa faculdade que nos é dada 17 pela Natureza, ao passo que a língua constitui algo adquirido e 18 convencional, que deveria subordinar-se ao instinto natural em vez 19 de adiantar-se a ele.
Ferdinand de Saussure, Curso de linguística geral
Assinale a alternativa que indica de modo correto o assunto explorado no texto.
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Pergunta 2 de 10
2. Pergunta
(Mackenzie SP/2019)
01 É importante notar que o esforço para a produção dos sentidos 02 ocorre em virtude de os homens desejarem estabelecer cadeias 03 comunicativas, seja para informar, convencer, emocionar, seja para 04 explicar, determinar, aconselhar. Mas, para que isto acontecesse, 05 foi necessária aos diversos grupos humanos a criação de códigos 06 linguísticos próprios, acordos que conhecemos pelo nome de línguas 07 e que expressam maneiras particulares de conceber os significados, 08 as formas de uso, os mecanismos de elaboração do universo das 09 palavras. Sem isto, as expressões linguísticas cairiam no vazio e as 10 sentenças resultariam incompreensíveis. Imaginem como ficaria um 11 alemão que não sabe português diante da frase “A lição está difícil”.
12 Em nosso caso, o código comum é a língua portuguesa: graças 13 a ela produzimos, verbalmente, os efeitos de sentido. No entanto, não 14 se deve considerar o código comum como uma referência padrão que 15 se mantém inalterada. Ao contrário, a língua possui variabilidades, 16 usos diferenciados conforme a situação cultural, econômica, etária, 17 regional do usuário.
Adilson Citelli, O texto argumentativo
O objetivo principal do texto é:
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Pergunta 3 de 10
3. Pergunta
(UCB DF/2018)
O planeta precisa de carne?
1 Na verdade, se todos fossem vegetarianos, é 2 provável que não houvesse tanta fome no mundo. É que os 3 rebanhos consomem boa parte dos recursos da Terra. Uma 4 vaca, em um único gole, bebe até dois litros de água. Em 5 um dia, consome até 100 litros. Para produzir um quilo de 6 carne, gastam-se 43.000 litros de água. Um quilo de tomate 7 custa ao planeta menos de 200 litros de água.
8 Sem falar que damos grande parte dos vegetais que 9 produzimos aos animais. Um terço dos grãos do mundo 10 viram comida de vaca. No Brasil, o gado quase não come 11 grãos – graças ao clima, é criado solto e se alimenta de 12 grama. Mas boa parte da nossa produção de soja, uma das 13 maiores do mundo, é exportada para ser dada ao gado. 14 Outra questão é que a pecuária bovina estimula a 15 monocultura de grãos. Num mundo vegetariano, haveria 16 lavouras mais diversificadas e teríamos muito mais recursos 17 para combater a fome.
18 E não se trata só de comida. A pecuária esgota o 19 planeta de outras formas. “Para começar, ocupa um quarto 20 da área terrestre e não para de se expandir”, diz o ativista 21 vegetariano Jeremy Rifkin. A pressão para a derrubada das 22 florestas, inclusive a Amazônica, vem em grande parte da 23 necessidade de pasto. Entre os danos ambientais causados 24 pelo gado, está também o aquecimento global. Os gases da 25 flatulência de bois e ovelhas – não, isso não é uma piada – 26 estão entre os principais causadores do efeito estufa.
O veículo no qual o texto foi publicado é a versão virtual da Superinteressante, uma revista de curiosidades culturais e científicas de grande circulação. Com base nessas informações, assinale a alternativa correta.
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Pergunta 4 de 10
4. Pergunta
(Universidade Iguaçu RJ/2018)
1 A Revista Ciência Hoje promoveu e publicou um 2 debate sobre a causa e a cura das doenças mentais, do 3 qual participaram profissionais ligados à psicanálise e à 4 psiquiatria e à psicofarmacologia. Reproduzimos a 5 resposta de alguns dos participantes à pergunta: “Há 6 cura para doenças mentais?”
7 Jurandir Freire (psicanalista): “A cura, entendida 8 como restabelecimento de um equilíbrio prévio, é uma 9 definição médica, e isso não existe na psiquiatria. A 10 pessoa pode ter uma experiência psicopatológica e sair 11 dela desejando um equilíbrio diferente do que tinha antes. 12 Normalmente, o que entendo por cura? É a abolição dos 13 sintomas que vêm fazendo a pessoa sofrer e, em 14 seguida, a identificação com os próprios ideais, os 15 propósitos de vida ou a busca de equilíbrio e a satisfação 16 efetiva. Nesse aspecto, há códigos psíquicos que são 17 mais complicados de se atingirem; outros, pouco menos. 18 A resposta é sempre singularizada. Quanto à promessa 19 do que podemos fazer, posso ser taxativo. A gente 20 melhora bastante o sofrimento das pessoas que estão 21 atingidas mentalmente. Com o arsenal que temos em 22 neuroclínica, no plano institucional-hospitalar, no 23 atendimento individualizado, conseguimos muitas vezes 24 favorecer a pessoa”.
25Joel Birman (psicanalista): “Na psicanálise, a 26 cura é problemática por causa dessa ideia de restauração 27 do estado anterior ao acontecimento. No estado de 28 perturbação, o sujeito perde sua capacidade de produção 29 de normas, tanto biológicas quanto psíquicas. A função 30 do tratamento nas perturbações psíquicas é restaurar 31 uma certa plasticidade do sujeito, para que ele tenha 32 novamente a possibilidade de novas produções 33 normativas. Tentamos fazer com que ele se torne mais 34 elástico, com maior capacidade de superação dos 35 obstáculos que se impõem, tanto em nível social quanto 36 pessoal.”
37 Marcelo Versiani (psiquiatra): “A ‘cura’, o restitutio 38 ad integrum, na medicina como um todo, apesar 39 de todo o progresso atual, ainda é rara. Isso é 40 particularmente válido para as doenças crônicas, e a 41 maioria dos transtornos mentais se enquadra nessa 42 categoria. Contudo, se considerarmos que, até a década 43 de 70, a maior parte dos transtornos mentais resultava 44 em importantes graus de permanente incapacitação — 45 e isso não é mais verdade —, há motivo para otimismo. 46 Nas depressões e nas diferentes formas de ansiedade, 47 o avanço foi maior. Com o lítio e os antidepressores, 48 obtêm-se remissões em dois terços dos casos. No terço 49 restante, há graus variáveis de melhora. Na esquizofrenia, 50 o quadro, infelizmente, é mais sombrio — diferentes níveis 51 de melhora sim, mas raramente a recuperação total. 52 Essas ‘curas’ ou graus de melhora significativos têm 53 sido obtidos graças à inserção da psiquiatria no modelo 54 médico moderno. Resultados de pesquisa com números 55 representativos de pacientes e metodologia adequada 56 (escalas operacionais de avaliação, entrevistas, 57 diagnósticos computadorizados, métodos duplo-cego 58 com controle placebo etc) têm permitido e corroborado 59 esses avanços terapêuticos.”
O emprego da expressão “a gente” em “A gente melhora bastante o sofrimento das pessoas que estão atingidas mentalmente.” (Refs. 19-21) denota um tom coloquial, considerado inadequado em um texto escrito mais formal, sobretudo em um contexto científico, por exemplo.
As proposições a seguir constituem exemplos de construções linguísticas, bastante usuais no português falado, mas de aspecto divergente em textos escritos no padrão culto da língua portuguesa não só porque, como no caso apresentado, marcam coloquialismo, mas também porque é avaliado como erros ou desvios gramaticais da norma culta padrão.
Analise os exemplos abaixo quanto à correção gramatical.
I. Tinha muito menos loucos no século passado.
II. Nos surpreendemos quando descobrimos a lucidez de alguns loucos.
III. O tratamento que os doentes mais gostam é o que não envolve internação.
IV. Desconfiamos muito dos loucos; entender eles é um passo importante para lidar com o problema.
A alternativa em que os termos grifados foram, nessa mesma ordem, substituídos corretamente quanto à correção gramatical é a
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Pergunta 5 de 10
5. Pergunta
(ENEM/2018)
“Acuenda o Pajubá”: conheça o “dialeto secreto”
utilizado por gays e travestis
Com origem no iorubá, linguagem foi adotada por
travestis e ganhou a comunidade
“Nhaí, amapô! não faça a loka e pague meu acué, deixe de equê se não eu puxo teu picumã!” Entendeu as palavras dessa frase? Se sim, é porque você manja alguma coisa de pajubá, o “dialeto secreto” dos gays e travestis.
Adepto do uso das expressões, mesmo nos ambientes mais formais, um advogado afirma: É claro que eu não vou falar durante uma audiência ou numa reunião, mas na firma, com meus colegas de trabalho, eu falo de ‘acué’ o tempo inteiro”, brinca. “A gente tem que ter cuidado de falar outras palavras porque hoje o pessoal já entende, né? Tá na internet, tem até dicionário…”, comenta.
O dicionário a que ele se refere é o Aurélia, a dicionária da língua afiada, lançado no ano de 2006 e escrito pelo jornalista Angelo Vip e por Fred Libi. Na obra, há mais de 1 300 verbetes revelando o significado das palavras do pajubá.
Não se sabe ao certo quando essa linguagem surgiu, mas sabe-se que há claramente uma relação ente o pajubá e a cultura africana, numa costura iniciada ainda na época do Brasil colonial.
Da perspectiva do usuário, o pajubá ganha status de dialeto, caracterizando-se como elemento de patrimônio linguístico, especialmente por
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Pergunta 6 de 10
6. Pergunta
(ENEM/2018)
— Famigerado? […]
—Famigerado é “inóxio”, é “célebre”, “notório”, “notável”…
—Vosmecê mal não veja em minha grossaria no não entender. Mais me diga: é desaforado? É caçoável? É de arrenegar? Farsância? Nome de ofensa?
— Vilta nenhuma, nenhum doesto. São expressões neutras, de outros usos…
— Pois… e o que é que é, em fala de pobre, linguagem de em dia de semana?
— Famigerado? Bem. É: “importante”, que merece louvor, respeito…
ROSA, G. Famigerado. In: Primeiras estórias.
Rio de Janeiro. Nova Fronteira, 2011.
Nesse texto, a associação de vocábulos da língua portuguesa a determinados dias da semana remete ao
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Pergunta 7 de 10
7. Pergunta
(ACAFE SC/2017)
Todas as frases contêm expressões coloquiais, isto é, que ocorrem na fala, mas recomenda-se que sejam evitadas na língua escrita formal, exceto:
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Pergunta 8 de 10
8. Pergunta
(IBMEC SP Insper/2017)
Texto I
A palavra falada é um fenômeno natural; a palavra escrita é um fenômeno cultural. O homem natural pode viver perfeitamente sem ler nem escrever. Não o pode o homem a que chamamos civilizado: por isso, como disse, a palavra escrita é um fenômeno cultural, não da natureza mas da civilização, da qual a cultura é a essência e o esteio.
Pertencendo, pois, a mundos (mentais) essencialmente diferentes, os dois tipos de palavra obedecem forçosamente a leis ou regras essencialmente diferentes. A palavra falada é um caso, por assim dizer, democrático. Ao falar, temos que obedecer à lei do maior número, sob pena de não sermos compreendidos ou sermos inutilmente ridículos. Se a maioria pronuncia mal uma palavra, temos que a pronunciar mal: diremos anedota, embora sabíamos que se deve dizer anécdota. Se a maioria usa de uma construção gramatical errada, da mesma construção teremos que usar: diremos “hás-de tu compreender”, embora saibamos que “hás tu de compreender” é a fórmula verdadeira. Se a maioria caiu em usar estrangeirismos ou outras irregularidades verbais, assim temos que fazer: “match de football” diremos, e não “partida de bolapé”. Os termos ou expressões que na linguagem escrita são justos, e até obrigatórios, tornam-se uma estupidez e pedantaria, se deles fazemos uso no trato verbal. Tornam-se até em má-criação, pois o preceito fundamental da civilidade é que nos conformemos o mais possível com as maneiras, os hábitos, e a educação da pessoa com quem falamos, ainda que nisso faltemos às boas–maneiras ou à etiqueta, que são a cultura exterior.
(Fernando Pessoa, A Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1999)
Texto II
(…) há duas línguas no Brasil: uma que se escreve (e recebe o nome de “português”); e outra que se fala (e que é tão desprezada que nem tem nome). E é esta última que é a língua materna dos brasileiros; a outra (o “português”) tem de ser aprendida na escola, e a maior parte da população nunca chega a dominá-la adequadamente.
Vamos chamar a língua falada no Brasil de vernáculo brasileiro (…). Assim, diremos que no Brasil se escreve em português, uma língua que também funciona como língua de civilização em Portugal e em alguns países da África. Mas a língua que se fala no Brasil é o vernáculo brasileiro, que não se usa nem em Portugal nem na África.
(Mário A. Perini, Sofrendo a gramática. São Paulo: Ática, 1997)
Nas considerações que fazem em relação à língua, os dois autores enfatizam o aspecto cultural da língua escrita. No entendimento de ambos, ela é definida como uma
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Pergunta 9 de 10
9. Pergunta
(IFSC/2019)
“O certo é falar assim porque se escreve assim”
1 Diante de uma tabuleta escrita COLÉGIO é provável que um pernambucano, lendo-a em voz alta, 2 diga CÒlégio, que um carioca diga CUlégio, que um paulistano diga CÔlégio. E agora? Quem está 3 certo? Ora, todos estão igualmente certos. O que acontece é que em toda língua do mundo existe 4 um fenômeno chamado variação, isto é, nenhuma língua é falada do mesmo jeito em todos os 5 lugares, assim como nem todas as pessoas falam a própria língua de modo idêntico. Infelizmente, 6 existe uma tendência (mais um preconceito!) muito forte no ensino da língua de querer obrigar o 7 aluno a pronunciar “do jeito que se escreve”, como se essa fosse a única maneira “certa” de falar 8 português (Imagine se alguém fosse falar inglês ou francês do jeito que se escreve!). Muitas 9 gramáticas e livros didáticos chegam ao cúmulo de aconselhar o professor a “corrigir” quem fala 10 muleque, bêjo, minino, bisôro, como se isso pudesse anular o fenômeno da variação, tão natural e 11 tão antigo na história das línguas. Essa supervalorização da língua escrita combinada com o 12 desprezo da língua falada é um preconceito que data de antes de Cristo! É claro que é preciso 13 ensinar a escrever de acordo com a ortografia oficial, mas não se pode fazer isso tentando criar 14 uma língua falada “artificial” e reprovando como “erradas” as pronúncias que são resultado natural 15 das forças internas que governam o idioma. Seria mais justo e democrático dizer ao aluno que ele 16 pode dizer BUnito ou BOnito, mas que só pode escrever BONITO, porque é necessária uma 17 ortografia única para toda a língua, para que todos possam ler e compreender o que está escrito, 18 mas é preciso lembrar que ela funciona como a partitura de uma música: cada instrumentista vai 19 interpretá-la de um modo todo seu, particular!
Fonte: BAGNO, Marcos. Preconceito
Linguístico: o que é, como se faz. 49ª
ed. São Paulo: Loyola, 2007, p. 52-53.
(adaptado) Acesso em: 10 abr. 2018.
Assinale a alternativa CORRETA de acordo com o texto acima.
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Pergunta 10 de 10
10. Pergunta
(ESPM SP/2019)
“É Brasileiro, já passou de Português…”
A ideia de uma língua única, que não se altera, é um mito, pois a heterogeneidade social e cultural implica a heterogeneidade linguística.
(…)
Embora Brasil e Portugal tenham uma língua comum, é nítido a qualquer falante do português que existem diferenças entre o português falado nos dois países – claro que elas também existem com relação aos demais países de língua portuguesa. (…) Essas diferenças são tão grandes que podemos afirmar que no Brasil se fala uma língua diferente da de Portugal, que os linguistas denominaram de português brasileiro. Isso é tão evidente que, se você observar um processador de textos, o Word, por exemplo, na ferramenta idiomas há as opções português e português brasileiro ou português(Brasil). Por quê? Como são línguas diferentes, o corretor automático do processador precisa saber em que “língua” está sendo escrito o documento, pois o português europeu e o brasileiro seguem regras diferentes.
Quando ouvimos um habitante de Portugal falando, percebemos imediatamente um uso diverso da língua. A diferença mais perceptível é de ordem fonológica, ou seja, na maneira de produzir os sons da língua. Identificamos rapidamente que ele fala português, porém com “sotaque ou acento lusitano”. Se atentarmos com mais cuidado, perceberemos, entretanto, que as diferenças não são apenas de ordem fonológica. Há também diferenças sintáticas (poucas) e lexicais. Um mesmo conceito é designado por significantes diferentes, o que prova o caráter imotivado do signo linguístico. (…)
(Ernani Terra, Revista Língua Portuguesa,
adaptado, julho/2018)
Um argumento concreto para corroborar a ideia de que “língua única, que não se altera, é um mito”, exposta no primeiro período, é o trecho:
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Referência:
HOBSBAWN, E. Nações e Nacionalismo desde 1780. Programa, mito e realidade. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
Sobre o(a) autor(a):
Anderson Rodrigo da Silva é professor formado em Letras Português pela UNIVALI de Itajaí.
Leciona na rede particular de ensino da Grande Florianópolis.
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