Reino Protista: definições e suas principais características

O Reino Protista reúne seres vivos de origem variada. Um exemplo disso são os organismos eucariontes que não se encaixam em nenhum outro reino. Sendo assim, dizemos que o Reino Protista contém organismos de origem polifilética.

O Reino Protista ou Protoctista é um “balaio de gato”. Ou seja, dentro desse grupo temos seres vivos de origem variada, diferentemente de outros Reinos, cujos membros compartilham um ancestral/ancestrais em comum.

No Reino Protista encontramos organismos eucariontes cujas características não permitem que se encaixem em nenhum outro reino dos seres vivos. Sendo assim, dizemos que o Reino dos Protistas contém organismos de origem polifilética.

Dentro desse Reino heterogêneo, encontramos cerca de 20 mil espécies de seres vivos. Estes, variam desde seres unicelulares microscópicos até algas com mais de 100 metros de comprimento.

Popularmente podemos agrupar os seres vivos do Reino Protista em dois grandes grupos (não filéticos, sem valor taxonômico): os protozoários (seres heterótrofos) e as algas (autótrofas fotossintetizantes ou mixotróficas).

reino protista
Imagem 1: Desenho representando a enorme variedade de organismos existentes dentro do Reino Protoctista.

A história do Reino Protista

Inicialmente os protozoários pertenciam a um filo dentro do Reino dos Animais. Isso porque suas células possuem características semelhantes às células animais (como o fato de não terem parede celular). Além disso, são heterótrofos e muitas vezes possuem estruturas locomotoras, como cílios e flagelos.

Dessa maneira, os cientistas consideravam que os protozoários eram animais microscópicos, unicelulares e primitivos.

Por isso seu nome: Proto, do grego “primeiro”, e zoa, que significa “animal”. Já as algas (uni e pluricelulares) eram todas classificadas dentro do Reino dos vegetais por conta da presença de cloroplasto e parede celular.

Introdução ao Reino Protista

Veja agora com a professora de biologia Juliana Evelyn Santos, do canal do Curso Enem Gratuito, um resumo inicial para você dominar o Reino Protista:

Justamente por serem polifiléticos, muitas foram as idas e vindas desse grupo. Mas, em 1969, o taxonomista Whittaker criou o sistema de cinco Reinos dos seres vivos, utilizado até hoje como principal sistema taxonômico.

Assim, foram colocados dentro do Filo dos Protistas todos os seres unicelulares e eucariontes que não tinham características que se encaixavam em outros Reinos. Dessa maneira, dizemos que a classificação desse Reino não é natural. Ou seja, o agrupamento dos Protistas é artificial, para fins didáticos.

Mas, por que Whitaker colocou esses seres vivos tão diversos dentro desse único Reino? O que eles têm em comum? Basicamente, o fato de eles seres os primeiros eucariontes a surgirem na Terra. Os protistas conservam características mais primitivas que os demais eucariontes.

Classificações atuais do reino protista

Nas classificações mais atuais tivemos a inclusão de outros seres vivos dentro do Reino dos Protistas. Além das algas unicelulares, que já constavam dentro desse Reino na classificação de Whittaker, foram incluídas também as demais algas (pluricelulares).

Sendo assim, as algas pluricelulares até então colocadas dentro do Reino das Plantas, passaram a fazer parte do Reino Protoctista. Isso se deve principalmente ao fato de que, apesar de serem pluricelulares, não têm tecidos verdadeiros (talófitas). Isso quer dizer que suas células não se diferenciam e se especializam tão diversificadamente quanto o que ocorre nos seres do Reino Plantae.

Características celulares do Reino Protista

Como você já viu ao longo dessa aula, as células dos protoctistas são eucariontes. Isso quer dizer que as células desses seres vivos possuem o DNA delimitado por uma membrana (carioteca) formando o núcleo.

Além disso, as células eucariontes como as que encontramos nos Protoctistas possuem organelas celulares delimitadas por membranas que desempenham diferentes funções dentro das células.

células eucariontes
Imagem 2: Fotomicrografia feita a partir de microscópio óptico de um paramécio.

No interior do paramécio, esse protozoário de água doce da foto acima, podemos observar várias “bolhas” membranosas chamadas de vacúolos. Os vacúolos são um dos tipos de organelas membranosas que encontramos no interior das células eucariontes.

Resumo sobre os Protozoários

Confira agora com a professora Juliana os detalhes para você gabaritar nas questões sobre Protozoários:

Dentro desse Reino  dos Protistasé comum que encontremos células com estruturas locomotoras, como cílios e flagelos. Tanto protozoários quanto as algas unicelulares podem ter estas estruturas locomotoras.

Observe na foto abaixo, no canto inferior direito, que há uma espécie de fio. Esse fio é, na verdade, a estrutura locomotora dessa alga unicelular, chamada de flagelo.

reino protista aula
Imagem 3: Fotomicrografia de uma alga euglenófita.

Algumas espécies de protoctistas podem apresentar também uma espécie de carapaça protetora em volta de suas células.

Essas carapaças têm a função de proteger as células e podem ser constituídas de carbonato de cálcio ou de sílica.

Imagem 4: Amostra de plâncton onde podemos observar as diferentes carapaças das algas diatomáceas.

Como acabamos de ver, dentro desse Reino podemos encontrar tanto seres vivos unicelulares quanto pluricelulares. Os protozoários são todos unicelulares, em sua maioria microscópicos. Já as algas podem ser tanto uni quanto pluricelulares.

Porém, apesar de pluricelulares, lembre-se que não formam tecidos verdadeiros. Suas células são todas semelhantes, com poucas diferenciações.

Nutrição dos protoctistas

Em um Reino onde encontramos seres vivos tão diversos, é claro que também encontraremos uma grande diversidade de tipos de nutrição.

Porém, podemos dizer que, em geral, os protozoários são heterótrofos. A maioria dos protozoários são de vida livre, atuando como “predadores” ou apenas absorvendo matéria orgânica. Muitas espécies podem também ser parasitas, causando doenças, inclusive, nos seres humanos.

Já as algas, tanto as unicelulares quanto as pluricelulares, são autótrofas fotossintetizantes. Elas têm cloroplastos onde encontramos clorofila que, além de darem cor à essas algas, são responsáveis pela captação da energia solar.

Há ainda protoctistas que desenvolveram hábitos extremamente oportunistas, como as algas unicelulares do gênero Euglena. Essas algas flageladas são consideradas mixotróficas, um tipo de nutrição que mescla nutrição heterotrófica e autotrófica. Quando elas têm acesso à energia luminosa realizam fotossíntese. Porém, quando não há a presença de luz, podem se alimentar de outros seres vivos, agindo como heterótrofas.

Hábitos dos seres do Reino Protista

Por serem, em geral, constituídos de uma única célula, são facilmente suscetíveis à desidratação. Sendo assim, a enorme maioria das espécies de Protistas é aquática, habitando mares, rios, lagos e lama.

Muitas dessas espécies aquáticas fazem parte do zooplâncton (parte do plâncton composto por seres vivos heterótrofos, como os protozoários e larvas de peixes e crustáceos) e do fitoplâncton (seres fotossintetizantes, como as algas). Encontramos também vários protoctistas que habitam ambientes terrestres úmidos.

Há ainda uma grande variedade de espécies que são consideradas mutualísticas. Isso quer dizer que são seres vivos que desenvolvem uma relação de interdependência com outras espécies. Como, por exemplo, os protozoários do gênero Triconympha. Esses protozoários vivem no sistema digestório de cupins, ajudando o organismo desses insetos a processar a celulose ingerida.

protozoário
Imagem 4: Fotomicrografia do protozoário Triconympha.

Como dito anteriormente temos também espécies de protozoários parasitas, causando doenças a vários seres vivos. Podemos destacar entre essas espécies os protozoários do gênero Plasmodium, que causam a malária.

Reprodução dos protoctistas

Como temos muitas espécies de unicelulares dentro do Reino dos Protoctistas, o tipo de reprodução mais frequente é a bipartição ou cissiparidade. Nesse tipo de reprodução, a célula copia seu material genético e em seguida se divide em duas, formando duas novas células geneticamente iguais à célula-mãe.

Porém, algumas espécies de protoctistas unicelulares podem também fazer reprodução sexuada. Como por exemplo os plasmódios, que produzem gametas e misturam material genético ao longo de seu ciclo vital.

Por fim, as algas pluricelulares possuem ciclos reprodutivos bastante complexos que chamamos de haplobiônticos.

O que é Reprodução Assexuada

Veja como acontece a reprodução por Cissiparidade, e domine todas as formas de Reprodução Assexuada para gabaritar biologia no Enem:

Exercícios sobre o Reino Protista

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Sobre o(a) autor(a):

Juliana Evelyn dos Santos é bióloga formada pela Universidade Federal de Santa Catarina e cursa o Doutorado em Educação na mesma instituição. Ministra aulas de Ciências e Biologia em escolas da Grande Florianópolis desde 2007 e é coordenadora pedagógica do Blog do Enem e do Curso Enem Gratuito.

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