Descubra frases de Ailton Krenak que podem enriquecer sua redação do Enem com reflexões sobre meio ambiente, povos originários e consumismo.

A redação do Enem é uma excelente oportunidade para mostrar repertório sociocultural. Usar autores contemporâneos que abordam questões sociais, ambientais e filosóficas pode garantir pontos preciosos na competência 2 (domínio do conteúdo).
Um dos pensadores mais potentes da atualidade é Ailton Krenak, líder indígena, ambientalista e escritor brasileiro, que propõe reflexões profundas sobre humanidade, natureza, política e futuro.
Selecionamos 10 frases de Krenak que podem enriquecer sua redação — especialmente temas ligados a meio ambiente, desigualdade, consumismo, povos originários e desumanização.
Quem é Ailton Krenak?
Ailton Krenak é um dos mais importantes pensadores indígenas do Brasil contemporâneo. Líder do povo Krenak, nascido em Minas Gerais, ele se destaca como ativista, ambientalista, escritor e filósofo, sendo uma das vozes mais potentes na defesa dos direitos dos povos originários e na crítica ao modelo de civilização ocidental.
Krenak ganhou notoriedade nacional durante a Assembleia Constituinte de 1987, quando fez um discurso histórico com o rosto pintado de tinta preta, denunciando a marginalização dos povos indígenas na nova Constituição. Desde então, tem atuado em diferentes frentes: da militância política à produção intelectual, passando por conferências, livros e participação em universidades.

Seus livros, como “Ideias para adiar o fim do mundo”, “A vida não é útil” e “Futuro ancestral”, reúnem reflexões sobre espiritualidade, meio ambiente, colonialismo, capitalismo e o papel da humanidade na Terra. Com linguagem poética e acessível, Krenak nos convida a repensar o que significa “viver bem” em um mundo marcado por desigualdade e destruição ambiental.
Além disso, suas ideias têm sido amplamente discutidas em vestibulares e redações do Enem, tornando suas frases e ensinamentos especialmente relevantes para estudantes que desejam aprofundar reflexões sociais, filosóficas e ambientais em seus textos.
“Se a gente não aprender a pisar suavemente na Terra, o céu cai sobre a nossa cabeça.”
Explicação e contextualização
Essa frase sintetiza de maneira poética e poderosa a urgência de repensarmos nossa relação com a natureza. Ao dizer “pisar suavemente na Terra”, Krenak está propondo uma forma de existência mais respeitosa, consciente e integrada com o meio ambiente. Ele convoca uma ética do cuidado — um tipo de convivência que não se baseia na exploração dos recursos naturais, mas no reconhecimento de que fazemos parte de um mesmo organismo vivo.
Relações com áreas do conhecimento
Geografia
Essa frase dialoga diretamente com conteúdos sobre impactos ambientais, mudanças climáticas, desmatamento, poluição, crise hídrica e os desafios da sustentabilidade no mundo globalizado.
Biologia
Pode ser relacionada aos temas de ecologia, ciclos biogeoquímicos, biodiversidade, relações ecológicas e ao conceito de pegada ecológica — mostrando como nossas ações afetam os ecossistemas.
Filosofia e Sociologia
A ideia de “pisar suavemente” também pode ser associada a uma ética ecológica, ao biocentrismo (valorização da vida em todas as suas formas) e à crítica ao antropocentrismo — visão de mundo que coloca o ser humano no centro, acima das demais formas de vida.
Possível uso em uma redação
Como alerta o pensador indígena Ailton Krenak, “se a gente não aprender a pisar suavemente na Terra, o céu cai sobre a nossa cabeça” — metáfora que evidencia a necessidade de repensar nossa forma de existir no mundo, pautada no consumo desenfreado e na exploração predatória da natureza. Tal crítica ecoa os desafios contemporâneos ligados à crise climática e convida à adoção de uma postura mais ética e sustentável diante do meio ambiente.
“A nossa Constituição tem um capítulo destinado aos direitos dos índios. Mas o consenso não houve para além daquele momento.”
Explicação e contextualização
Nessa frase, Ailton Krenak critica o abismo entre o que está garantido formalmente na Constituição e o que ocorre na prática. A Constituição de 1988 reconheceu os direitos dos povos indígenas — incluindo o direito à terra, à cultura, à autodeterminação —, mas esses direitos seguem sendo violados sistematicamente.
Ao dizer que “o consenso não houve para além daquele momento”, ele aponta que, embora o texto constitucional tenha sido um avanço simbólico e jurídico, a sociedade brasileira e o Estado não internalizaram nem implementaram plenamente essas garantias. Isso se traduz em conflitos fundiários, invasões de terras indígenas, violência contra comunidades tradicionais, além da desvalorização das culturas originárias.
Relações com áreas do conhecimento
História

Dialoga com a história da colonização do Brasil, o genocídio indígena e as lutas contemporâneas dos povos originários. Também se relaciona com o processo de redemocratização e a elaboração da Constituição de 1988 — a chamada “Constituição Cidadã”.
Sociologia
Relaciona-se à desigualdade estrutural, ao racismo institucional, à marginalização das minorias étnicas e à falta de reconhecimento da diversidade cultural no Brasil. Toca também nas questões de representatividade política e invisibilidade social.
Geografia
Pode ser vinculada às disputas territoriais, aos conflitos pelo uso da terra, à questão agrária e à luta dos povos indígenas pela demarcação de terras.
Possível uso em uma redação
A Constituição Federal de 1988 reconheceu os direitos dos povos indígenas, como o direito à terra e à preservação de suas culturas. No entanto, como afirma Ailton Krenak, “o consenso não houve para além daquele momento” — uma crítica ao distanciamento entre a teoria e a prática. Essa lacuna revela o desafio de consolidar uma democracia verdadeiramente plural, em que os povos originários tenham seus direitos respeitados e suas vozes ouvidas.
“É uma distopia: em vez de imaginar mundos, a gente os consome. Depois que comermos a Terra, vamos comer a Lua, Marte e os outros planetas.”
Explicação e contextualização
Essa frase de Ailton Krenak é uma crítica mordaz ao modelo de desenvolvimento capitalista, que transforma tudo em recurso a ser explorado — inclusive planetas inteiros. Em vez de usarmos nossa imaginação para criar futuros mais sustentáveis, justos e solidários, estamos usando a criatividade para extrair, consumir e destruir. Ele chama isso de distopia porque representa o oposto do ideal: é um futuro sombrio e mecanizado, movido por ganância e pela falsa ideia de que há sempre mais a ser explorado.
Krenak ironiza os planos de colonização espacial, apontando que o problema não é a escassez de recursos, mas a nossa incapacidade de lidar com os limites do planeta e de viver em equilíbrio com ele.
Relações com áreas do conhecimento
Filosofia e Sociologia
Toca em temas como consumismo, tecnocracia, ética ambiental, utopia x distopia e crítica à racionalidade capitalista. Também dialoga com autores como Zygmunt Bauman e Hannah Arendt, que discutem o esvaziamento da imaginação ética no mundo moderno.
Geografia
Relaciona-se à globalização, à exploração de recursos naturais, aos limites do planeta e ao debate sobre sustentabilidade. Também pode ser associada às questões geopolíticas sobre a corrida espacial e as tecnologias voltadas à extração de recursos fora da Terra.
Possível uso em uma redação
Como afirma Ailton Krenak, “em vez de imaginar mundos, a gente os consome”. A frase traduz uma crítica ao modelo de sociedade que transforma até a imaginação em ferramenta de exploração. A lógica de consumir a Terra até seus últimos recursos, e depois mirar outros planetas, revela uma distopia contemporânea, na qual a urgência ambiental é substituída por promessas tecnológicas que ignoram os limites éticos e ecológicos da vida.
“A modernização jogou essa gente do campo e da floresta para viver em favelas e em periferias, para virar mão de obra em centros urbanos.”
Explicação e contextualização
Aqui, Ailton Krenak denuncia os efeitos excludentes e violentos da modernização no Brasil, especialmente para povos indígenas, quilombolas e comunidades rurais e tradicionais. O processo de modernização, muitas vezes visto como progresso, significou, para muitos, a perda de territórios, modos de vida e autonomia.
Com a industrialização e a urbanização acelerada, populações que viviam ligadas à terra foram empurradas para as cidades — não por escolha, mas por necessidade, miséria ou violência institucional. Nessas cidades, foram marginalizadas, vivendo nas periferias, sem acesso pleno a direitos como moradia digna, saneamento e segurança. Tornaram-se mão de obra explorada nos centros urbanos, ou seja, sua existência passou a ser valorizada apenas quando produtiva.
Relações com áreas do conhecimento
Geografia

Essa frase é essencial para discutir a urbanização brasileira, o êxodo rural, a formação das periferias, os problemas de infraestrutura urbana, a segregação socioespacial e a expansão desordenada das cidades.
História
Remete ao processo de industrialização tardia no Brasil, ao desenvolvimento desigual entre regiões, e aos impactos da expansão agrícola e mineradora sobre povos originários e comunidades do campo.
Sociologia
Dialoga com temas como desigualdade social, mobilidade social limitada, racismo estrutural e invisibilidade das populações periféricas, além do conceito de “cidadãos de segunda classe”.
Possível uso em uma redação
Ailton Krenak aponta que “a modernização jogou essa gente do campo e da floresta para viver em favelas e periferias”, destacando o caráter excludente do crescimento urbano brasileiro. A urbanização, longe de incluir a todos, intensificou a desigualdade ao marginalizar populações que antes viviam de forma autônoma em seus territórios. Essa lógica produtivista, que reduz o valor humano ao trabalho, contribui para a perpetuação da pobreza e da exclusão nas grandes cidades.
“Com o avanço do capitalismo, foram criados os instrumentos de deixar viver e de fazer morrer: quando o indivíduo para de produzir, passa a ser uma despesa.”
Explicação e contextualização
]Essa frase de Ailton Krenak é uma crítica profunda à lógica utilitarista e excludente do capitalismo. Ele faz alusão a um conceito desenvolvido pelo filósofo Michel Foucault, chamado de biopolítica — a ideia de que o poder moderno administra a vida e a morte das populações a partir de critérios econômicos e produtivos.
Segundo Krenak, o sistema capitalista valoriza o indivíduo enquanto ele produz e consome. A partir do momento em que a pessoa deixa de ser produtiva — por velhice, doença, deficiência ou qualquer outro motivo — ela é vista como um peso, um custo. Isso revela uma estrutura desumana, que nega o valor intrínseco da vida.
Relações com áreas do conhecimento
Filosofia e Sociologia
Toca diretamente em temas como biopolítica, valorização da vida, ética no capitalismo, exclusão social e mercantilização do ser humano. Pode dialogar com pensadores como Foucault, Bauman, Marx e Byung-Chul Han.
História
Relaciona-se às transformações nas formas de organização do trabalho ao longo da história — do feudalismo ao capitalismo, passando pela revolução industrial e a precarização no mundo contemporâneo.
Possível uso em uma redação
O pensamento de Ailton Krenak revela uma crítica contundente ao sistema capitalista, ao afirmar que “quando o indivíduo para de produzir, passa a ser uma despesa”. Essa lógica, que associa valor humano à produtividade, leva à exclusão de idosos, doentes e pessoas com deficiência, transformando vidas em custos e não em direitos. Esse cenário evidencia a urgência de repensar a organização social e econômica a partir de uma perspectiva mais humana e solidária.
“Nós somos o meio. E também o ambiente.”
Explicação e contextualização
Essa frase de Ailton Krenak propõe uma mudança radical na forma como entendemos a relação entre seres humanos e natureza. Em vez de nos colocarmos como observadores externos ou dominadores do meio ambiente, ele afirma que somos parte dele — somos o próprio ambiente.
Essa visão rompe com a ideia ocidental e cartesiana de separação entre “homem e natureza”, e retoma uma lógica ancestral e indígena: a de que a Terra não está fora de nós, mas em nós. Ao dizer que “nós somos o meio”, Krenak reforça que nossas ações não apenas impactam o ambiente — elas são o ambiente. Essa consciência é essencial para repensarmos os modos de vida, de consumo e de organização social.
Relações com áreas do conhecimento
Filosofia e Sociologia

Relaciona-se à ética ambiental, à cosmovisão indígena, à crítica ao antropocentrismo e ao pensamento decolonial. Pode ser vinculada a autores como Viveiros de Castro, Boaventura de Sousa Santos e ao próprio Krenak.
Ciências e Biologia
Toca diretamente nas questões de ecossistemas, interdependência entre os seres vivos, sustentabilidade e impacto humano sobre o meio ambiente.
Geografia
Dialoga com o conceito de meio técnico-científico-informacional, além de temas como preservação ambiental, desenvolvimento sustentável e relação sociedade-natureza.
Possível uso em uma redação
Ao afirmar que “nós somos o meio, e também o ambiente”, Ailton Krenak propõe uma reconexão profunda entre humanidade e natureza. Essa visão amplia a responsabilidade ética sobre as ações humanas e convida à construção de um modelo de sociedade em que preservar o ambiente seja, ao mesmo tempo, preservar a nós mesmos. Em um cenário de crise climática e degradação ambiental, essa consciência torna-se fundamental para garantir um futuro sustentável.
“Fomos nos alienando desse organismo de que somos parte, a terra, e passamos a pensar que ele é uma coisa e nós, outra: a terra e a humanidade.”
Explicação e contextualização
Nesta frase, Ailton Krenak dá continuidade à crítica à separação entre ser humano e natureza. Ele diz que a humanidade se alienou da Terra, ou seja, esqueceu que faz parte dela e passou a tratá-la como um objeto externo — algo a ser explorado, dominado, consumido.
Ao usar o termo “organismo”, ele sugere que o planeta é um ser vivo, do qual nós somos um órgão, uma parte essencial. Quando nos afastamos dessa percepção, perdemos também a relação de cuidado, reciprocidade e respeito com o mundo natural. Isso nos leva à destruição ambiental e ao vazio existencial.
Essa alienação tem raízes históricas — da colonização à industrialização — e culturais, pois a visão dominante do Ocidente se baseia na exploração da natureza como recurso.
Relações com áreas do conhecimento
Filosofia e Sociologia
Essa frase dialoga com temas como alienação (Marx), crítica ao antropocentrismo, ética ambiental, decolonialidade e cosmovisões indígenas. É uma provocação ao modelo de sociedade que dissocia humanidade de natureza.
Biologia e Ciências
Relaciona-se à noção de ecossistemas interdependentes e à importância da biodiversidade, da cadeia alimentar e do equilíbrio ecológico.
Geografia e História
Pode ser relacionada ao avanço da revolução industrial, ao crescimento urbano e agrário predatório, à perda dos biomas naturais e à história da colonização das Américas.
Possível uso em uma redação
Ailton Krenak afirma que “fomos nos alienando desse organismo de que somos parte, a Terra”, apontando uma das raízes da crise ambiental contemporânea: a separação simbólica entre o ser humano e o planeta. Essa ruptura nos levou a ver a Terra como uma fonte de recursos, e não como um organismo vivo do qual dependemos. Superar essa alienação é essencial para construir modelos de vida baseados em cuidado, equilíbrio e pertencimento.
“Como justificar que somos uma humanidade se mais de 70% estão totalmente alienados no exercício de ser?”
Explicação e contextualização
Aqui, Ailton Krenak propõe uma crítica existencial e política ao que entendemos por “humanidade”. Ele questiona se podemos realmente usar esse termo — que remete à união, empatia e consciência coletiva — em um mundo onde a maior parte das pessoas está alienada, ou seja, desconectada de si mesmas, das outras e do planeta.
A alienação que ele menciona é ampla: envolve a falta de sentido na vida, o distanciamento das raízes culturais e espirituais, e a submissão a um sistema que transforma o ser em ter, reduzindo o sujeito a uma peça da engrenagem produtiva. É uma crítica ao individualismo, à desigualdade, ao consumismo e à perda de propósito.
Essa frase também questiona o uso banal e idealizado da palavra “humanidade” quando a realidade é marcada por miséria, exclusão, guerra e destruição ambiental.
Relações com áreas do conhecimento
Filosofia e Sociologia
Toca em temas como:
- Alienação (Marx, Lukács)
- Desumanização
- Consciência de classe e empatia
- Existencialismo (Sartre, Camus)
- Desigualdade e cidadania
História

Pode ser associada a momentos de negação da humanidade: colonialismo, escravidão, holocausto, genocídios, além da história dos povos originários.
Possível uso em uma redação
A pergunta provocadora de Ailton Krenak — “como justificar que somos uma humanidade se mais de 70% estão totalmente alienados no exercício de ser?” — convida à reflexão sobre o sentido de coletividade e pertencimento no mundo atual. Em uma sociedade marcada por exclusão, miséria e individualismo, o conceito de humanidade torna-se vazio se não estiver sustentado por empatia, justiça social e respeito à diversidade.
“Somos a praga do planeta, uma espécie de ameba gigante.”
Explicação e contextualização
Essa frase é uma crítica irônica e provocadora ao impacto destrutivo que os seres humanos vêm causando ao planeta. Ao se referir à humanidade como uma “praga” ou uma “ameba gigante”, Krenak desmonta a ideia de superioridade humana — especialmente aquela que vê o progresso como sinônimo de dominação da natureza.
A comparação com uma praga ressalta o comportamento predatório, insustentável e expansivo da espécie humana: consumimos recursos naturais como se fossem infinitos, destruímos ecossistemas, poluímos solos, rios e a atmosfera, e fazemos tudo isso sem considerar as consequências para outras formas de vida — e até para nossa própria sobrevivência.
Chamar o ser humano de “ameba gigante” também é uma crítica à nossa falta de consciência coletiva, como se estivéssemos agindo por instinto, sem refletir sobre os efeitos das nossas ações. É um alerta: se não mudarmos nossa forma de existir no mundo, acabaremos destruindo o ambiente que nos sustenta.
Relações com áreas do conhecimento
Filosofia e Sociologia
A frase dialoga com a crítica ao antropocentrismo, ao capitalismo predatório, e ao modo de vida urbano-industrial. É possível relacioná-la também à ecofilosofia e aos pensamentos de Hans Jonas, Krenak e Naomi Klein.
Biologia e Ciências da Natureza
Relaciona-se à ideia de espécies invasoras, desequilíbrio ambiental, perda da biodiversidade e impacto humano nos biomas.
Geografia
Pode ser explorada em temas como urbanização descontrolada, crescimento populacional, mudanças climáticas e esgotamento dos recursos naturais.
Possível uso em uma redação
Ailton Krenak, ao afirmar que “somos a praga do planeta, uma espécie de ameba gigante”, provoca uma necessária autocrítica sobre o papel da humanidade no atual colapso ecológico. Essa imagem, apesar de dura, reflete o comportamento coletivo da espécie humana: predatório, inconsequente e desconectado da natureza. Reconhecer esse padrão é o primeiro passo para construir um novo modo de existir, baseado em respeito, equilíbrio e regeneração.
“Toda teoria é um esforço de explicar para cabeças-duras a realidade que eles não enxergam.”
Explicação e contextualização
Essa frase de Ailton Krenak mistura ironia, crítica ao racionalismo excessivo e provocação filosófica. Ele aponta que a teoria — especialmente a produzida nos meios acadêmicos ou intelectuais — muitas vezes surge não como uma forma de produzir novas realidades, mas como um esforço de traduzir o óbvio para quem se recusa a ver.
O “cabeça-dura” representa aqui o sujeito preso a uma visão limitada de mundo, que não se abre para outras formas de conhecimento — como o saber indígena, ancestral, sensível ou espiritual. Krenak ironiza o fato de que é preciso elaborar teorias complexas para convencer essas pessoas de coisas que, para muitos povos tradicionais, já são evidentes no cotidiano.
A frase também pode ser lida como uma crítica à distância entre teoria e prática, à dificuldade de colocar o conhecimento a serviço da vida e à resistência das estruturas de poder em reconhecer saberes fora da lógica dominante ocidental.
Relações com áreas do conhecimento
Filosofia
Relaciona-se à teoria do conhecimento, ao debate entre racionalismo e empirismo, e à crítica de pensadores como Paulo Freire, Nietzsche, Foucault e o próprio Krenak à forma como o saber é usado como instrumento de dominação ou alienação.
Sociologia
Pode dialogar com a ideia de hegemonia cultural (Gramsci), educação bancária (Freire), e a desvalorização dos saberes populares e tradicionais em favor de um modelo eurocêntrico de ciência.
Possível uso em uma redação
Segundo Ailton Krenak, “toda teoria é um esforço de explicar para cabeças-duras a realidade que eles não enxergam”. A frase ironiza o papel da teoria enquanto ponte entre o óbvio e a ignorância institucionalizada. Em um país de tantas desigualdades, é essencial questionar quais vozes são legitimadas no debate intelectual e garantir que o saber não seja apenas ferramenta de discurso, mas de transformação real, sensível e coletiva.
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