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10 temas de Literatura que mais caem no Enem

Domine os temas de Literatura mais cobrados no Enem com explicações diretas, contexto histórico e autores essenciais de cada fase literária.


Se você ainda passa horas decorando biografias e resumos, tá na hora de mudar o jogo. A Literatura no Enem pode ser traiçoeira e o segredo não está no o que o autor disse, mas em como e por que ele escreveu daquele jeito.

A prova é clara: você precisa dominar teoria literária e literatura brasileira, entendendo a famosa habilidade H16, que pede pra relacionar a forma de escrita com o contexto em que o texto foi criado.

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Interpretação de poemas e canções

Este tema é o coração da área de Linguagens e Códigos no Enem: ele aparece o tempo todo, em diferentes tipos de texto. A prova quer saber se você entende o que lê, se interpreta com olhar crítico e percebe o que o autor quis transmitir, seja num poema, numa canção popular ou num texto mais tradicional.

Saber analisar a linguagem é o que faz toda diferença na hora de captar o sentido completo de um texto. Dois pontos ganham destaque aqui:

Figuras de linguagem

Entender bem metáforas, ironias, hipérboles e anáforas é essencial. Elas são o tempero do texto: dão emoção, reforçam o tom (mais crítico, poético, persuasivo…) e ajudam a construir o significado que o autor quer passar.

Funções da linguagem

Aqui, o foco é perceber o que está por trás da comunicação. A prova quer ver se você consegue identificar qual é a intenção principal do texto (se é informar, emocionar, convencer ou criar beleza). Por exemplo, quando a função poética se destaca, o autor está mais preocupado com a forma e a estética das palavras.

Romantismo

O Romantismo Brasileiro, vigente de 1836 (iniciada com a publicação de Suspiros Poéticos e Saudades, de Gonçalves de Magalhães) a 1881, é o movimento que selou a emancipação estética da literatura brasileira, alinhada à independência política de 1822.

Sua principal função histórica foi a criação de uma identidade nacional autêntica, contrária aos modelos e à tradição clássica europeia.

1ª Geração (indianista e nacionalista)

Desenvolveu-se no período imediato à independência. O foco ideológico era a busca por um herói genuinamente brasileiro para substituir o cavaleiro medieval europeu. O índio é eleito como esse símbolo de pureza e liberdade, o “bom selvagem”, crucial para o nacionalismo ufanista.

Como obras centrais podemos citar as prosas O Guarani (1857) e Iracema (1865), de José de Alencar, e a poesia Canção do Exílio (1846), de Gonçalves Dias.

2ª Geração (ultrarromântica)

Reflete a desilusão e a frustração da juventude burguesa da época. Fortemente influenciada pelo Byronismo, esta fase expressa o “mal do século” e se caracteriza pela fuga da realidade, utilizando o sonho, a noite e a nostalgia da infância como refúgio.

Há uma idealização extrema do amor e da mulher (inalcançável), levando à frustração e à exaltação da morte como única via de libertação. Álvares de Azevedo é o autor central desta vertente.

3ª Geração (condoreira)

Marca um retorno ao engajamento social. Desenvolvida durante as campanhas abolicionistas e republicanas, ela utiliza o simbolismo do condor para representar a liberdade e a visão crítica.

O poeta assume o papel de tribuno, empregando uma retórica oratória grandiosa e versos longos para a declamação pública. O foco temático principal é a denúncia da escravidão e a defesa da justiça social, tendo Castro Alves (Navio Negreiro, 1869) como seu nome mais expressivo. 

Realismo e Machado de Assis

O Realismo brasileiro, iniciado em 1881 com Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, representou uma virada decisiva, rompendo com o sentimentalismo excessivo do Romantismo.

O contexto histórico do final do século XIX (Abolição e Proclamação da República) propiciou uma literatura que buscava o retrato da realidade “sem idealismos”. As características centrais são a objetividade, a racionalidade, a crítica social aos costumes e uma análise psicológica aprofundada.

Machado de Assis é o autor mais cobrado do período. Sua fase realista é marcada pelo narrador cético e onisciente, que utiliza a ironia como principal recurso para expor a hipocrisia da burguesia carioca. O exame valoriza especialmente a sondagem psicológica promovida por Machado, que exige uma leitura focada na introspecção do personagem. Essa linha de análise psicológica é um antecedente temático que será retomado, com diferentes formas, na Prosa de 45 (Clarice Lispector) e na Literatura Contemporânea.

Vanguardas Europeias

O estudo das Vanguardas Europeias é crucial, pois elas representam a base teórica e formal para a grande ruptura artística que deu origem ao Modernismo Brasileiro. O Enem exige a compreensão de como esses movimentos radicais do início do século XX influenciaram as inovações estéticas nacionais, especialmente a Semana de Arte Moderna de 1922.

Conexão formal

O estudante deve dominar os procedimentos de construção característicos de cada corrente para entender as transformações na arte brasileira. As Vanguardas rejeitaram a tradição e buscaram novas formas de expressão que refletiam o ritmo acelerado e caótico do século XX.

É necessário compreender, por exemplo, como a fragmentação da realidade do Cubismo se manifestou na poesia e na prosa, ou como a exploração do inconsciente e do sonho defendida pelo Surrealismo se tornou um tema central em diversas obras.

Principais movimentos e características

  • Futurismo: exaltava a velocidade, a tecnologia, a máquina e a vida moderna, propondo a destruição da sintaxe tradicional e o uso de palavras em liberdade.
  • Cubismo: defendia a fragmentação da realidade e a visão múltipla de um mesmo objeto ou evento em uma única obra, eliminando a perspectiva tradicional.
  • Surrealismo: buscava a libertação da mente e a exploração do inconsciente e do mundo dos sonhos, muitas vezes por meio da escrita automática, em reação à lógica racional.
  • Dadaísmo: caracterizou-se pela negação de toda lógica e convenção artística, utilizando o absurdo e o acaso como forma de protesto contra a guerra e a cultura burguesa.

Semana de Arte Moderna

A Semana de Arte Moderna, realizada em fevereiro de 1922 no Teatro Municipal de São Paulo, estabelece-se como o marco histórico e institucional do Modernismo no Brasil. A escolha do ano de 1922, coincidindo com o centenário da Independência, carregava uma forte carga simbólica, sublinhando a urgência de uma autonomia estética e cultural em relação aos modelos europeus.

Objetivos e contexto 

O evento foi idealizado com o propósito de promover uma ruptura formal e programática em relação às estéticas dominantes, notadamente o Parnasianismo (na literatura) e o Academicismo (nas artes plásticas).

As propostas artísticas apresentadas foram diretamente influenciadas pelas Vanguardas Europeias, importando técnicas de desconstrução formal para adaptá-las a uma expressão genuinamente nacional.

Já o objetivo central dos artistas e intelectuais (como Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Anita Malfatti) era subverter a linguagem artística vigente e validar o uso de temas, a linguagem e a cultura populares brasileiras como matéria-prima legítima para a alta arte.

Implicações socioculturais

A Semana se caracterizou pela natureza confrontadora e pelo seu intenso caráter iconoclasta (contestação de tradições e modelos estabelecidos).

As exposições e performances de música, poesia e artes plásticas foram recebidas com hostilidade. A plateia, majoritariamente composta pela burguesia conservadora, reagiu com vaias e escândalo à liberdade formal e aos temas julgados “vulgares” ou “estranhos” pelos padrões vigentes.

A intensa rejeição do público evidencia que o movimento modernista não se limitou a uma simples mudança de estilo. O evento representou um embate de valores socioculturais, confrontando uma elite que se apegava à imitação europeia com uma proposta que valorizava a autenticidade e a crítica à realidade brasileira.

1ª Geração Modernista

Compreende o período imediatamente posterior à Semana de Arte Moderna e é marcada pela execução prática dos ideais de ruptura. Caracteriza-se pela intensa efervescência criativa, pela destruição programática dos padrões estéticos anteriores (como o Parnasianismo) e pela exigência de liberdade formal absoluta.

Características

O principal objetivo desta fase era a revisão radical do passado e da identidade brasileira, o que implicou diversas escolhas formais e estilísticas:

  1. Linguagem coloquial e vernacular: ocorre a adoção deliberada da linguagem coloquial brasileira, incluindo expressões populares, gírias e a sintaxe do português falado no Brasil, em contraposição direta ao purismo gramatical e à norma culta lusitana. Esta escolha representa um ato de nacionalismo linguístico.
  2. Humor e ironia: o uso do humor e da ironia torna-se uma ferramenta de ataque e desconstrução das instituições e dos valores tradicionais da elite. A irreverência era usada para quebrar o formalismo e a seriedade da arte anterior.
  3. Experimentalismo intenso: os poetas e prosadores utilizam o verso livre (sem métrica fixa), o abandono da rima convencional e a síntese expressiva (textos curtos e telegráficos) como manifestação da liberdade criativa.

Os manifestos

A fase é definida por manifestos que estabeleceram as diretrizes para a nova arte brasileira, com destaque para as formulações de Oswald de Andrade:

  • Manifesto Pau-Brasil (1924): propôs a redescoberta do Brasil autêntico e primitivo, valorizando a paisagem, a cultura e a vida nacionais com um olhar de espanto e ingenuidade. A ideia era criar uma poesia de exportação, que fosse genuína e singularmente brasileira.
  • Manifesto Antropófago (1928): este é o conceito máximo da fase. A Antropofagia defende a “deglutição crítica” da cultura estrangeira (o rito canibalístico simbólico). O objetivo não é copiar, mas sim absorver e transformar o conhecimento e a técnica europeus para gerar um produto cultural original, autônomo e nativo, superando o complexo de colonizado.

2ª Geração Modernista

A Segunda Fase do Modernismo, também conhecida como Geração de 30, representa o período de consolidação estética e de aprofundamento temático do movimento, contrastando com o experimentalismo radical da fase inicial. Esta produção floresceu em um contexto de grandes transformações, como a Revolução de 30 e o período do Estado Novo, que exigiram uma literatura mais engajada e socialmente responsável.

Prosa de 30

A prosa regionalista crítica desta fase é um dos eixos temáticos de maior recorrência no Enem. O foco narrativo migra da crítica à burguesia urbana para a análise crítica da sociedade brasileira em suas regiões mais marginalizadas.

A realidade do Nordeste brasileiro torna-se o palco principal. Os textos abordam, com rigor e seriedade, temas de relevância social e econômica, como a seca, a fome, a miséria e a desigualdade agrária e social.

A linguagem, embora ainda próxima do coloquialismo da Primeira Fase, ganha em economia, objetividade e densidade psicológica para retratar a opressão e o sofrimento dos personagens.

  • Autores Fundamentais:
    • Graciliano Ramos: Sua prosa austera e econômica explorou a opressão do sertanejo e a desumanização causada pela miséria.
    • Rachel de Queiroz: Trouxe a temática da seca e, notavelmente, introduziu a perspectiva feminina na análise do contexto social.
    • Jorge Amado: Denunciou a exploração e a exclusão social, ao mesmo tempo em que valorizava a cultura e os tipos populares da Bahia.

Poesia de 30

A poesia desta fase, embora convivendo com o engajamento social, desenvolveu uma vertente voltada para a reflexão de temas existenciais, filosóficos e universais.

A poesia aborda questões como o tempo, a memória, o sentimento do mundo, o cotidiano e a condição humana, com maior rigor e melancolia do que na Primeira Fase.

  • Poetas Essenciais: Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles e Vinicius de Moraes.

3ª Geração Modernista

A terceira fase do modernismo, também designada Geração de 45, marca um período de diferenciação estética e de retorno ao rigor formal, reagindo contra a liberdade e a coloquialidade excessiva da Primeira Fase. O contexto é o Pós-Segunda Guerra Mundial e um ambiente intelectual que valorizava a precisão e a técnica.

Poesia

A poesia desta fase é definida pelo foco na estrutura da própria linguagem, resultando em uma preocupação acentuada com a metalinguagem (a linguagem que fala sobre a própria linguagem).

  • João Cabral de Melo Neto: é o nome central e um dos mais cobrados. Sua obra é caracterizada pela abordagem racional, antilírica e construtiva. Cabral via o poema como um objeto a ser rigorosamente construído, comparando a escrita à engenharia ou à arquitetura. O conceito de “metapoema” (o poema pensando sobre o processo de fazer o poema) sintetiza essa busca por rigor estético.

Prosa

A prosa desta geração diversificou-se em duas grandes vertentes que priorizavam a inovação formal e o aprofundamento da existência humana:

  1. Guimarães Rosa (regionalismo transcendente): sua obra-prima, Grande Sertão: Veredas, leva o regionalismo para um nível mítico e filosófico. Rosa transcende a denúncia social (foco da Fase de 30) para explorar as dimensões universais da vida, da moral e da existência. Seu trabalho é marcado pela intensa experimentação linguística, pelo uso de neologismos e pela recriação da fala sertaneja em um plano erudito.
  2. Clarice Lispector (prosa intimista): sua narrativa é voltada para a introspecção profunda e para a psicologia. Clarice explora o fluxo de consciência (técnica que reproduz o pensamento sem ordem lógica) e os temas existenciais na vida urbana e cotidiana, focando nos momentos de epifania e nas crises de identidade dos personagens.

Literatura Contemporânea

O período contemporâneo (a partir da segunda metade do século XX) é um dos temas mais cobrados por sua conexão direta com as pautas socioculturais atuais. As obras refletem a crise da metafísica tradicional, o impacto da urbanização, a tecnologia, a fragmentação da identidade e a pluralidade de vozes.

Ecletismo e crise existencial

Há um afastamento do determinismo e do engajamento político (típicos da 2ª Fase Modernista) para priorizar a introspecção e a crise existencial urbana.

Vozes marginais e periféricas

O exame também valoriza a ruptura do cânone com a inclusão de novas vozes (como Alessandro Buzo, Conceição Evaristo, Daniel Munduruku, Eliane Potiguara), cujo diferencial reside na autoria autêntica e na função política de seus textos.

Diferentemente de movimentos anteriores que idealizavam ou silenciavam esses grupos, a produção contemporânea utiliza a literatura como um instrumento de denúncia, afirmação de identidade e registro da memória coletiva de grupos sub-representados, atuando diretamente no campo da descolonização do imaginário cultural.

Artes, mídias e linguagens híbridas

Este eixo de estudo é crucial, pois avalia a habilidade 12 (reconhecer diferentes funções da arte…), exigindo que a Literatura seja analisada em um panorama cultural mais amplo e em diálogo com outras formas de expressão.

Intertextualidade

Consiste na relação de sentido, explícita ou implícita, estabelecida entre um texto atual e outro texto preexistente. Essa relação é uma estratégia de construção que enriquece o novo texto, conferindo-lhe novas camadas de significado.

Envolve recursos como a citação (referência direta), a alusão (referência indireta a obras ou fatos notórios) e a paródia ou paráfrase (que subvertem ou reafirmam o texto original, respectivamente).

Manifestações artísticas

É crucial reconhecer que os movimentos literários (em especial o Modernismo) se desenvolveram em sintonia com correntes inovadoras nas artes visuais, música e arquitetura.

O exame pode apresentar um texto literário ao lado de uma obra plástica ou musical do mesmo período. A análise para a prova requer a identificação dos traços estéticos comuns entre as mídias, como a adoção de técnicas de fragmentação ou a valorização do folclore regional.

Antropofagia e hibridismo

A antropofagia, proposta central de Oswald de Andrade, representa o desejo de assimilar criticamente as influências culturais estrangeiras (europeias) para, em seguida, transformá-las em uma produção cultural brasileira original e autônoma.

Este conceito, simbolizado pela obra Abaporu de Tarsila do Amaral, ilustra como influências externas (como o Cubismo) foram incorporadas para formar uma nova estética nacional. O Enem utiliza esse princípio para abordar a criação de uma cultura brasileira singular.

Linguagem híbrida

Refere-se a textos que conjugam, de maneira funcional, elementos verbais (palavras escritas) e elementos não verbais (imagens, gráficos, design, diagramação).

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Autor(a) Luana Santos

Sobre o(a) autor(a):

Luana Santos - Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina, é redatora com foco em educação, produção de conteúdo para o Enem e vestibulares. Atualmente, integra a equipe da Rede Enem, onde cria materiais informativos e inspiradores para ajudar estudantes a alcançarem seus objetivos acadêmicos. Ama café, livros e uma boa conversa sobre educação.  

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